Agricultura
Guerra entre Irã e Iraque: é hora de comprar fertilizantes?

A recente tensão no Golfo Pérsico traz incertezas para o mercado da soja, principalmente por seu impacto na oferta e no custo dos fertilizantes essenciais para a produção. O confronto entre Israel e Irã elevou o risco de um conflito direto na região, com possível envolvimento de aliados como Hezbollah, milícias no Iraque e até a participação indireta dos Estados Unidos e de países ocidentais.
Segundo o consultor em agronegócio Carlos Cogo, o Estreito de Ormuz, por onde circulam 20% das exportações globais de petróleo e volumes expressivos de gás natural e fertilizantes nitrogenados, torna-se um ponto estratégico e gargalo logístico global para a commodity. Com sanções econômicas vigentes, o Irã pode reagir bloqueando rotas marítimas ou interrompendo o envio de insumos estratégicos, pressionando ainda mais os custos de produção.
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Impacto nos fertilizantes para a soja
“O ataque pode ter impacto direto na oferta de fertilizantes. O Irã é o terceiro maior exportador de ureia do mundo, responsável por 10% da oferta global, com 4,8 milhões de toneladas por ano, e o sétimo maior exportador de amônia anidra”, comenta Cogo.
Segundo o consultor, outros grandes produtores de nitrogênio também estão na região e alguns transportam seus fertilizantes pelo Estreito de Ormuz. A guerra deverá elevar os preços da ureia nos mercados internacionais e acende o sinal de alerta para quem ainda não garantiu os insumos.
“O Brasil importa 80% dos fertilizantes utilizados nas produções agropecuárias e boa parte desse volume vem de países direta ou indiretamente afetados pela tensão no Golfo Pérsico. O país importa principalmente da Rússia, China, Canadá, Marrocos e países do Oriente Médio”, completa. Os nitrogenados representam 48% da demanda total brasileira, com alta dependência de insumos baseados em gás natural, cujo preço está altamente correlacionado ao petróleo.
Além disso, o Irã desponta como importante fornecedor de ureia e de derivados petroquímicos fundamentais para a indústria. Se houver uma retaliação iraniana, como o bloqueio do Estreito de Ormuz, que conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã, ou novas sanções internacionais, o fornecimento desses insumos pode ser comprometido. Com a redução da oferta e o encarecimento do frete, o preço tende a subir, pressionando os custos de produção no Brasil.
No Egito, a interrupção do fornecimento de gás por Israel já paralisou a fabricação de ureia. Como reflexo imediato, diversas ofertas foram retiradas do mercado e os preços subiram nos Estados Unidos, no Oriente Médio e também no Brasil.
Além dos fertilizantes: os fretes
A alta do petróleo, intensificada pelas tensões no Oriente Médio, deverá elevar os custos de frete marítimo e seguros internacionais, fatores que pesam diretamente sobre o custo de importação para o Brasil, país fortemente dependente de insumos externos. O risco de ataques a petroleiros e navios comerciais no Golfo eleva os prêmios de seguros marítimos e o custo do frete internacional, especialmente em áreas consideradas zonas de guerra.
O Baltic Dry Index e o Freightos Baltic Index tendem a subir em cenários de conflito, impactando os custos de importação de insumos. O aumento do preço do petróleo afeta diretamente o custo do diesel no Brasil, encarecendo o transporte interno de grãos e alimentos.
A dependência do modal rodoviário agrava o problema. Em cenários de escalada do conflito, o barril de Brent pode superar os 90 ou 100 dólares, impulsionando o preço do diesel no mercado interno. No Brasil, o transporte rodoviário responde por mais de 60% da logística agrícola, e o aumento do diesel impacta diretamente no custo da produção e da distribuição.
Commodities
O petróleo mais caro também pressiona a valorização de outras commodities agrícolas, como óleo de soja, algodão e açúcar. O encarecimento do petróleo amplia o espaço para valorização do óleo de soja, que hoje é uma das principais matérias-primas para biodiesel globalmente. Isso também influencia os óleos vegetais concorrentes, como o de palma, e se estende a outras cadeias, como a do algodão, que compete com fibras sintéticas derivadas do petróleo.
No caso da soja, o óleo é insumo fundamental na produção de biodiesel. Se o petróleo sobe, o biodiesel torna-se mais competitivo. O Brasil é o segundo maior produtor de biodiesel do mundo, com o óleo de soja como principal matéria-prima, responsável por cerca de 70% da produção. A demanda por óleo vegetal cresce globalmente, puxando os preços também da soja in natura.
O açúcar compete com o etanol. Com o petróleo mais caro, o etanol se valoriza, o que pode levar as usinas a direcionarem mais cana para a produção de etanol, reduzindo a oferta global de açúcar e elevando os preços. O Brasil é o maior exportador de açúcar do mundo e essa decisão impacta diretamente o equilíbrio do mercado internacional.
O algodão compete com fibras sintéticas como o poliéster, derivadas do petróleo. A alta do petróleo eleva o custo do poliéster, com possível valorização do algodão natural no mercado têxtil.
Exportações agrícolas brasileiras
No outro extremo da cadeia, o escoamento de produtos brasileiros para países islâmicos também está em xeque. O Oriente Médio é um mercado importante para grãos e proteínas animais do Brasil. O Irã é o maior importador de milho brasileiro e o quinto maior importador de soja. Cerca de 30% da carne de frango exportada pelo Brasil tem como destino países do Oriente Médio.
”Vale destacar que será necessário acompanhar os desdobramentos do conflito para se ter conhecimento mais concreto dos efeitos nos mercados de insumos e de commodities agrícolas. Recomenda-se antecipar compras de insumos e reavaliar cenários logísticos e comerciais”, finaliza.
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Agricultura
Tecnologia controla anomalia das vagens da soja

Os resultados foram apresentados nesta semana – Foto: Pixabay
A Plant Health Care Brasil (PHC) divulgou resultados inéditos que reforçam o papel do fungicida bioquímico Saori® no controle da anomalia das vagens da soja, um problema sanitário emergente com impacto direto na produtividade. Aplicado via tratamento de sementes, Saori® protege a planta desde a germinação, preservando a formação das estruturas reprodutivas e o enchimento dos grãos, etapa crítica nas lavouras afetadas.
“A anomalia das vagens representa um importante desafio sanitário para a cultura da soja, com impacto direto na produtividade. Os resultados apresentados reforçam o papel estratégico do fungicida Saori® como parte de um manejo preventivo, desde a semeadura”, destaca Rodrigo Egéa de Miranda, Diretor Geral da PHC Brasil.
Com tecnologia PREtec, baseada na ativação dos mecanismos naturais de defesa das plantas, Saori® já é reconhecido por controlar doenças como ferrugem asiática, mancha-alvo e outras de difícil manejo. Agora, estudos apontam que essa proteção precoce também contribui para reduzir significativamente os impactos da anomalia das vagens.
Além do controle da anomalia, o produto promove benefícios como maior vigor inicial, germinação uniforme, retenção foliar e redução da pressão de inóculo durante o ciclo da cultura. Também potencializa em até 23% a ação dos fungicidas foliares e pode gerar ganhos médios de produtividade de até 8 sacas por hectare, com retorno estimado superior a seis vezes o valor investido.
Os resultados foram apresentados nesta semana durante os eventos BioSSoluções para o Agro, em Campo Grande (MS), e Febrasem, em Rondonópolis (MT). Segundo a PHC, os dados da última safra permitirão solicitar a extensão de uso de Saori® para o controle da anomalia das vagens. “Com os resultados dessa safra, iremos solicitar a extensão de uso da Saori® para o controle dessa importante doença, mas a boa notícia é que esses benefícios serão visíveis para quem usar o produto na dose de 90 ug/semente para o controle de doenças como ferrugem, mancha alvo e doenças de final de ciclo, seguindo a
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Incertezas freiam negócios com algodão em Mato Grosso

Foto: Canva
A comercialização da pluma de algodão em Mato Grosso avançou em maio, atingindo 62,75% da produção estimada para a safra 2024/25. Houve um aumento de 2,78 pontos percentuais em relação ao mês anterior e um desempenho 2,83 pontos percentuais superior ao registrado no mesmo período do ciclo passado. Contudo, as vendas ainda apresentam um atraso de 8,37 pontos percentuais em comparação com a média dos últimos cinco anos. As informações constam na análise semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgada nesta segunda-feira (9).
Este cenário, conforme o Imea, “é reflexo da conduta mais cautelosa dos cotonicultores ao travarem seus negócios, visto o atual contexto de incertezas quanto ao preço da fibra”. O preço negociado em maio de 2025 registrou um recuo de 0,88% ante abril, com a arroba cotada na média de R$ 138,08.
Em relação à safra 2025/26, as negociações avançaram 4,21 pontos percentuais no comparativo mensal, com a comercialização atingindo 20,20% da produção projetada. No entanto, “a indefinição da produção do ciclo futuro, aliada à queda na cotação da pluma, tem limitado novas vendas no estado”. O preço das vendas em maio de 2025 exibiu uma redução de 0,31% em relação a abril, ficando cotado na média a R$ 136,77 por arroba.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Hortifruticultura – Novo fungicida, controle de Rhizoctonia na batata e inseticida estratégico serão temas da edição 2025 da Hortitec

Fotos: Assessoria
Em torno de 400 empresas e cerca de 30 mil visitantes estarão na edição da Hortitec 2025, entre os dias 25 e 27, na paulista Holambra. Considerado o principal encontro tecnológico da cadeia de hortifrútis da América Latina, terá entre os destaques a Sipcam Nichino Brasil. A companhia apresenta o novo fungicida Soleado®, difunde resultados de controle da Rhizoctonia na batata, pela solução Pulsor® e foca também no desempenho do inseticida Ohkami®, referenciado, sobretudo, na tomaticultura.
De acordo com o engenheiro agrônomo Marcelo Palazim, da área de desenvolvimento de mercado, Soleado® será oficialmente lançado nas próximas semanas. Por enquanto, ele adianta que a solução conta com recomendações para controle de doenças como pinta-preta, mofo-branco e phoma e é indicado às culturas de batata, cebola, café e outras.
Destaque do estande da Sipcam Nichino na Hortitec, o inseticida Ohkami® se consolidou no país entre as estratégias mais eficazes do produtor de tomate no controle das pragas traça-do-tomateiro (Tuta absoluta), tripes, mosca-minadora, ácaros e broca-pequena. Além da tomaticultura, Ohkami® vem sendo aplicado com sucesso em mais 11 cultivos, inclusive minor crops.
Segundo Palazim, nessas plantações, que abrangem folhas brássicas como brócolis, repolho, couve, couve-flor e outras, o inseticida age efetivamente no controle da traça-das-crucíferas, “praga conhecida dos produtores pelo registro de prejuízos em série, uma vez não controlada”.
A Sipcam Nichino destaca ainda o fungicida Pulsor® 240 SC, ferramenta que ganhou relevância, nos últimos anos, nas estratégias de controle da doença Rhizoctonia, ou Rhizoctoniose, da batata, popularmente chamada de ‘mancha-asfalto’. “Pulsor® 240 SC apresenta propriedades preventiva e curativa e atua nas diversas fases do fungo Rhizoctonia solani, vetor da doença”, comenta Palazim. Segundo ele, o fungicida está registrado também nos cultivos de café, crisântemo e gramados.
Criada em 1979, a Sipcam Nichino resulta da união entre a italiana Sipcam, fundada em 1946, especialista em agroquímicos pós-patentes e a japonesa Nihon Nohyaku (Nichino). A Nichino tornou-se a primeira companhia de agroquímicos do Japão, em 1928, e desde sua chegada ao mercado atua centrada na inovação e no desenvolvimento de novas moléculas para proteção de cultivos.
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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