Agricultura
Seminário aborda Sorgo: alimento e energia na nova matriz de produção nacional de grãos

Foto: Latina Seeds
O seminário “Oportunidades para produção de sorgo no Brasil: alimentos, alimentação e energia na nova matriz de produção nacional de grãos” aconteceu dia 8 de maio durante a 16ª Semana de Integração Tecnológica. Realizada na Embrapa Milho e Sorgo, a SIT integra o calendário oficial da Embrapa de ações na Jornada pelo Clima da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30).
“A Embrapa Milho e Sorgo preparou este seminário, em conjunto com os parceiros, para contribuir e elevar as discussões técnicas e mercadológicas para a cultura do Sorgo, contribuindo para o aumento da área, da produção e da produtividade do sorgo no Brasil.
O sorgo é uma cultura estratégica para o mundo pelo seu potencial produtivo, sua adaptabilidade e estabilidade de produção, seu valor nutricional e funcional para alimentação animal e humana, energia. Há expectativas incríveis de expansão e a Embrapa Milho e Sorgo por meio da pesquisa, do desenvolvimento e da inovação se dedica diariamente para o presente e futuro do sorgo como uma das poaceas estratégicas para o mundo”, disse a chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia, Sara Rios.
“A cultura do sorgo está no seu melhor momento de evolução no Brasil e no mundo. Vem ganhando espaço nas últimas safras, com demanda crescente para a produção de ração, etanol e apagão de madeira”, afirmou o engenheiro agrônomo Frederico Botelho, coordenador da SIT.
Ele abordou os diversos usos da cultura do sorgo. “O granífero é cultivado em áreas em que a janela de plantio fica arriscada para o cultivo do milho, por motivos de restrição hídrica ou de evento adversos, como o ataque de pragas, que podem reduzir o potencial produtivo do milho.
Já o sorgo biomassa entrega alta produção e gera energia térmica, elétrica, etanol de segunda geração e biogás. O volumoso da biomassa é passível de ensilagem de baixo custo. Combina bem com os concentrados energéticos. A palhada é usada para o plantio direto. “É uma solução sustentável para a produção de energia em substituição ou complemento à madeira”, pontuou Botelho.
Para alimentação, o sorgo sem tanino pode ser usado na dieta de aves e suínos. Para os bovinos, peixes e pets (animais de estimação) o sorgo pode ser com ou sem tanino. Para humanos, o sorgo com ou sem tanino apresenta muitos benefícios nutricionais.
“A planta de sorgo é uma solução técnica e economicamente viável na produção de silagem de qualidade. Tem alto rendimento e é tolerante a períodos críticos de déficit hídrico. Sua capacidade de rebrota atinge, em média, 60 por cento da produção obtida no primeiro corte. Essa área de rebrota da lavoura pode ser usada para pastejo, em programas de integração Lavoura-Pecuária”, descreveu Botelho.
Na palestra “Evolução e perspectivas do mercado combustível”, Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho, disse que setor do etanol de milho foi ao seminário buscar conhecimento e trazer as suas perspectivas”.
“É um setor que representa mais de 22% da produção nacional. A expectativa é dobrar essa produção até 2032, tendo no sorgo uma grande estratégia de matéria prima para esse crescimento, principalmente nas regiões do Centro Oeste e do Matopiba. A produção de etanol move uma economia circular de vários setores, gerando valor, emprego e renda com os excedentes exportáveis de milho.
Segundo ele, o setor do bioetanol de milho possui capacidade de produção e de distribuição consolidada, o que o habilita como solução para o processo de transição energética. “É disponível, sustentável e economicamente viável. ”, disse Nolasco”.
Na palestra “Potencial do sorgo biomassa para geração de energia”, Marina Moura Morales, pesquisadora da Embrapa Florestas, comentou como o sorgo biomassa é usado para a produção de energia e auxilia na mitigação de emissão de CO2. O biocombustível é importante por substituir o carbono fóssil pelo carbono biogênico, que é cíclico. Ela destacou também como a biomassa é importante para a geração de energia.
Entendemos que a densificação dessa biomassa é importante. Porque, ao densificar a biomassa, há concentração de energia, resolve-se a questão da baixa densidade dele. O processo de queima se torna mais facilitado, a logística é facilitada, evita-se a biodegração e o risco de incêndio. A automação do próprio processo industrial é facilitada e ajustada. Isso viabiliza o uso em escala do sorgo”, disse Morales.
Robson Leandro Ferreira, coordenador de Serviços Técnicos da Helix Sementes, proferiu a palestra “Silagem de sorgo: dieta de alta qualidade”. Ele destacou que “um programa de melhoramento de sorgo para silagem viabiliza o aumento da produção da massa e melhora seu teor nutritivo. O aperfeiçoamento nutricional melhora a concentração e a digestibilidade da massa seca, das fibras e do amido”.
Sorgo o alimento do futuro que você precisa conhecer hoje
O assunto “Sorgo: o alimento do futuro que você precisa conhecer hoje”, foi abordado pela pesquisadora Valéria Queiroz, da Embrapa Milho e Sorgo. Nos últimos 15 anos, em sua trajetória científica, Queiroz tem se concentrado na valoração do sorgo para uso na alimentação humana. Identificou cultivares de sorgo de qualidade nutricional e funcional superiores e desenvolveu produtos alimentícios isentos de glúten, para diversificar o uso e agregar valor à cultura do sorgo.
“Porque o sorgo pode ser considerado um alimento do futuro? Para a alimentação humana o sorgo é fonte de energia, fonte de nutrientes e de compostos bioativos. Não contém glúten e seu sabor é suave. Além disso, é uma cultura resiliente e sustentável, por isso é um grão de alto valor agregado. Alvo de pesquisas no mundo inteiro, por proporcionar sustentabilidade, saudabilidade, sensorialidade e segurança alimentar e nutricional”, explica Valéria.
“Nesses quesitos, a sustentabilidade está relacionada a menor exigência hídrica, maior tolerância a veranicos, menor custo de produção, mais segurança de cultivo na segunda safra.
A saudabilidade se dá por ser isento de glúten, característica relevante para indivíduos com sensibilidade a essa proteína, além de conter minerais, vitaminas, fibras, compostos fenólicos com propriedades antioxidantes e antinflamatórias e amido resistente. Esse último, age como fibra alimentar promovendo a saúde intestinal e apresenta baixa disponibilidade energética, ou seja, conduz ao menor ganho de peso e ao baixo índice glicêmico.
A sensorialidade está relacionada ao sabor neutro da farinha de sorgo, que permite a produção de alimentos palatáveis, sem deixar gosto residual. Todas essas características do sorgo contribuem para a segurança alimentar e nutricional”, disse Valéria Queiroz.
Fonte: Assessoria/Sandra Brito
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Brasil e Colômbia trocam experiências científicas sobre a vassoura de bruxa da mandioca

Foto: Adilson Lima/Embrapa
A Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) recebeu, entre 15 e 19 de dezembro, a pesquisadora Alejandra Gil-Ordoñez, da Alliance Bioversity & Ciat, da Colômbia. Ela realizou atividades de pesquisa sobre a morte descendente da mandioca (popularmente chamada de vassoura de bruxa da mandioca), doença causada pelo fungo Ceratobasidium theobromae , recentemente identificada na região Norte.
Alejandra foi convidada pelo fitopatologista Saulo Oliveira , pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura que liderou as pesquisas sobre a doença em todo o Brasil. Em Cruz das Almas (BA), uma programação de estudos e intercâmbios aconteceu no Laboratório de Biologia Molecular, supervisionada pela analista Andresa Ramos , e conta com a participação de pesquisadores e bolsistas envolvidos nos trabalhos.
“O convênio se realizou para atender à emergência fitossanitária no Brasil. A ideia era transferir conhecimento para tratar de entender a doença, como ocorrer aqui suas particularidades e como conter o mais rápido possível a dispersão”, explica Alejandra. “Toda emergência fitossanitária é um tema urgente. Precisamos socializar o problema — porque muita gente não conhece — e, enquanto isso, ela pode chegar a outras localidades que as pessoas não estão familiarizadas com os sintomas.”
Entre as atividades realizadas no laboratório durante uma semana, houve a preparação de amostras de fungos encontrados no Amapá em 2023, 2024 e 2025 para comparar geneticamente com amostras da Guiana Francesa e da Ásia. “O foco foi o sequenciamento com marcadores microssatélites [SSR] para compreensão da estrutura populacional do fungo, sua diversidade e diferenças e semelhanças com populações asiáticas do patógeno”, informa Saulo.
Atividades no Amapá
Na semana anterior, acompanhado por Saulo, pelo pesquisador Éder Oliveira , recentemente transferido da Embrapa Mandioca e Fruticultura para a Embrapa Café (DF), e equipe da Embrapa Amapá , Alejandra conheceu os experimentos e visitou áreas afetadas pela vassoura de bruxa da mandioca na região do Oiapoque (AP), incluindo as aldeias indígenas Kariá, Galibí e Tukay. Ela trouxe e instalou uma armadilha de esporos que visa ao monitoramento em campo. “A armadilha de esporos foi montada para ser testada e, em breve, será destinada ao campo onde será realmente realizado o monitoramento”, diz Saulo.
No mesmo período, equipes da Embrapa instalaram experimentos com 210 genótipos de mandioca, sendo 160 da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Os demais são de origem local e outros enviados pelo produtor Benedito Dutra, parceiro da Rede Reniva no Pará. “Esse trabalho de identificação dos genótipos e de preparação de área é feito pela pesquisadora Jurema Dias, o analista Jackson dos Santos, os técnicos Aderaldo Gazel e Izaque Pinheiro e outros colegas da Embrapa Amapá. São experimentos conjuntos, o que mostra que as Unidades estão trabalhando em parceria para solucionar o problema”, explica Saulo. “Vão ser verificadas características morfológicas que diferenciam as cultivares, como a cor e espessura das folhas e dos pecíolos, que poderiam ser, talvez,barreiras para o fungo, e genótipos que parecem ter algum tipo de resistência. Nesse caso, não é apenas uma observação de campo, mas uma experimentação científica, com delineamento, em que será possível extrair os dados, com a garantia de que o resultado não é por aleatoriedade”, afirma. Essas atividades estão sendo financiadas com recursos emergenciais destinadas a dois centros de pesquisa.
No Amapá, Alejandra relatou que existem diferenças no comportamento da doença na região amazônica e na Ásia. “Na Ásia, temos apenas um período intenso de chuvas enquanto na região amazônica há chuva praticamente todo o ano. Podemos dizer que, no Brasil, existem possíveis efeitos mais graves a curto prazo porque a doença está se disseminando mais rapidamente. Além disso, nas Américas a mandioca é um cultivo que tem importância cultural e de segurança alimentar maior que na Ásia. Unido a isso, nas comunidades indígenas, o vínculo é muito profundo com a mandioca, com sua conservação e com a conservação da diversidade porque a mandioca tem como centro de origem o Amazonas. São fatores socioeconômicos e socioculturais que devem chamar a atenção dos esforços governamentais para conter a doença”, alerta a pesquisadora.
Fonte: Assessoria/Léa Cunha
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Demanda sazonal pressiona mercado global de fertilizantes

As vendas de ureia ao consumidor final na Índia avançam – Foto: Canva
O mercado global de fertilizantes atravessa um período de forte movimentação, marcado por picos sazonais de consumo e por estratégias governamentais voltadas à segurança de suprimento. Segundo a AMR Business Intelligence, a demanda elevada em um dos principais mercados consumidores tem alterado o ritmo de vendas, estoques e decisões de importação, ao mesmo tempo em que acordos internacionais ganham peso no planejamento de médio prazo.
As vendas de ureia ao consumidor final na Índia avançam para alcançar quase 6 milhões de toneladas em dezembro, volume que pode configurar um novo recorde mensal, impulsionado pela demanda típica da safra de inverno, conhecida como rabi. O ritmo acelerado de escoamento reduziu os estoques domésticos de 7,1 milhões para 6,3 milhões de toneladas em apenas duas semanas. Esse movimento levou a estatal NFL a antecipar uma licitação de importação para a compra de 1,5 milhão de toneladas, com encerramento previsto para 2 de janeiro. No acumulado do ano, o país, que figura como o maior importador global do insumo, já adquiriu 9,23 milhões de toneladas por meio de leilões internacionais.
Paralelamente, a política externa indiana reforça o papel estratégico dos fertilizantes. O primeiro-ministro Narendra Modi propôs dobrar o fluxo comercial bilateral com a Jordânia para US$ 5 bilhões em cinco anos, colocando o setor como um dos eixos centrais da cooperação, ao lado de energia e defesa. Em encontros de alto nível que contaram com a participação do rei Abdullah II, foram discutidos investimentos na indústria jordaniana para garantir o fornecimento estável de fosfatados à Índia. A iniciativa busca reduzir riscos de oferta em períodos de pico das safras e consolidar um corredor econômico entre o Sul da Ásia e o Oriente Médio.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Mercado de trigo entra em fase de ajuste no Sul

No Paraná, o cenário também é de paralisação – Foto: Canva
O mercado de trigo no Sul do país atravessa um período de baixa liquidez, pressão sobre preços e cautela generalizada dos agentes, após dois anos marcados por fortes oscilações. De acordo com a TF Agroeconômica, o comportamento observado em 2024 e 2025 reflete um esgotamento do ciclo de alta e a entrada em uma fase de ajuste estrutural, com efeitos distintos entre os estados produtores.
No Rio Grande do Sul, as negociações seguem praticamente suspensas, com expectativa de paralisações temporárias em moinhos para limpeza e férias coletivas. Estima-se que cerca de 1,55 milhão de toneladas da safra nova já tenham sido comercializadas, o equivalente a pouco mais de 40% da produção. Os preços do trigo para moagem giram entre R$ 1.100 e R$ 1.150 por tonelada no mercado local, enquanto no porto os valores ficam próximos de R$ 1.180 para dezembro e R$ 1.190 para janeiro. O trigo destinado à ração apresenta cotações ligeiramente superiores, e o mercado é descrito como confortável do lado da indústria, com pouca urgência de compra.
A análise dos últimos dois anos mostra que os preços no estado atingiram picos relevantes em meados de 2024 e no primeiro quadrimestre de 2025, superando R$ 1.450 por tonelada, antes de entrarem em uma trajetória de queda acentuada. No encerramento de 2025, as cotações recuaram para níveis próximos de R$ 1.030 a R$ 1.050, os menores do período. A combinação de boa oferta interna, qualidade inferior do grão, entrada concentrada da safra, concorrência do trigo importado e demanda cautelosa dos moinhos contribuiu para a perda de sustentação dos preços.
Em Santa Catarina, o mercado permanece travado, com moinhos apenas recebendo lotes já adquiridos e expectativa de parada quase total até o início do próximo ano. O estado ainda não concluiu a colheita, e há um descompasso entre vendedores, que mantêm ideias ao redor de R$ 1.200 FOB, e compradores, que se mantêm ausentes.
No Paraná, o cenário também é de paralisação, com preços nominais ao redor de R$ 1.250 por tonelada CIF no norte do estado. Após picos acima de R$ 1.550 em 2024 e no início de 2025, o mercado entrou em tendência baixista, encerrando o último ano na faixa de R$ 1.180 a R$ 1.200, pressionado pela oferta interna, importações competitivas e resistência dos moinhos a preços mais elevados.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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