Destaque
Maior drone agrícola do mundo será testado em Mato Grosso

O Harpia P-71 já tem seis protótipos construídos e possui uma estrutura composta por fibra de vidro e fibra de carbono, medindo 4,5 metros de comprimento com uma envergadura de 8 metros, e decola pesando 780 quilos (Foto: Divulgação)
Uma startup inovadora está prestes a testar o maior drone agrícola de pulverização do mundo numa fazenda produtora de grãos em Mato Grosso. O drone, com capacidade para transportar 400 quilos de defensivos, opera de forma autônoma utilizando tecnologias de Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT). Os testes estão previstos para começar em agosto.
Inspirado no design do avião de reconhecimento militar americano Black Bird, o drone Harpia P-71, desenvolvido pela Psyche Aerospace, representa um marco na tecnologia agrícola. O maior drone pulverizador já visto no Brasil, antes do Harpia P-71, tinha capacidade para apenas 60 quilos.
Fundada em dezembro de 2022 no Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP), a Psyche Aerospace agora opera em uma área de 6 mil m² na zona sul da cidade. O Harpia P-71 é equipado com um motor híbrido de etanol e baterias, capaz de pulverizar 40 hectares por hora e com autonomia de voo de 10 horas.
O drone foi exibido no Vision Tech Summit-Agro em Ribeirão Preto no início do mês. Totalmente desenvolvido no Brasil, o Harpia P-71 se reabastece de forma autônoma através do equipamento Beluga, também criado pela Psyche. A empresa foi fundada e é dirigida por Gabriel Pereira Leal, um jovem de 23 anos, autodidata e sem formação universitária.
Leal, cuja família tem raízes no setor agropecuário da Bahia, explica que o drone foi criado com o objetivo de atender grandes propriedades agrícolas onde a pulverização com tratores ou aviões é ineficiente ou custosa. Seis protótipos do Harpia-P71 já foram construídos. O drone, feito de fibra de vidro e fibra de carbono, mede 4,5 metros de comprimento e 8 metros de envergadura, decolando com 780 quilos. O primeiro voo oficial aconteceu em março em São José dos Campos, coordenado pelo engenheiro aeroespacial Gabriel de Paula.
A Psyche não pretende vender o drone, mas sim oferecer serviços de pulverização aos produtores. O processo inclui mapear a área, definir as linhas de pulverização, altitude, vazão, velocidade e angulação. Uma frota do Harpia P-71 será enviada para pulverizar lavouras, inicialmente focando em cana-de-açúcar, citros e grãos, com um custo de R$ 20 por hectare por aplicação. Leal destaca que a operação do drone requer alta capacitação, garantindo ao produtor apenas a necessidade de solicitar o serviço e acompanhar tudo via aplicativo.
Com pré-contratos anuais já firmados com produtores de grãos no Centro-Oeste e fazendeiros de cana em São Paulo, o Harpia P-71 deverá começar a operar comercialmente até o final do ano, após a validação dos testes em Mato Grosso. A empresa também espera atender cooperativas agropecuárias, beneficiando médios e pequenos produtores em uma segunda fase.
Em uma simulação de pulverização de 1.000 hectares, a frota de seis drones autônomos realiza o trabalho em cinco horas, em contraste com os quatro a cinco dias necessários para um trator, um ou dois dias para um avião, e 15 a 17 dias para um drone manual.
A Psyche, totalmente financiada por capital privado e avaliada em R$ 75 milhões, foi iniciada com recursos próprios de Leal. A empresa captou R$ 2 milhões de Éder Medeiros em um aporte pré-seed e recebeu mais R$ 15 milhões de um investidor anônimo do Rio Grande do Sul em junho deste ano. Com uma fábrica em São José dos Campos que emprega 60 pessoas, a startup planeja contratar mais 40 funcionários para aumentar a produção para três drones por dia.
Fonte: CenárioMT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Destaque
CNA defende comércio justo em audiência sobre dumping no leite

Foto: CNA
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na sexta (4), de audiência no Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para tratar da investigação de dumping na importação de leite em pó da Argentina e do Uruguai.
Em agosto do ano passado, a CNA protocolou uma petição no MDIC e em dezembro a investigação foi aberta. O objetivo é apurar a prática de comércio desleal que vinha comprometendo o mercado interno, reduzindo as margens dos pecuaristas e contribuindo com o abandono da atividade.
Durante a audiência, foram ouvidos representantes dos países investigados, importadores e demais partes interessadas. A CNA acompanhou as manifestações e reiterou o impacto negativo que as importações desleais vêm causando à cadeia produtiva do leite nacional.
Segundo o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi, a entidade tem atuado de forma consistente na defesa do setor agropecuário em casos de dumping e ressaltou que o objetivo não é impedir as importações, mas garantir um comércio justo e harmônico entre os países.“Historicamente, a CNA defende ações antidumping para o agro como um todo. Já tivemos êxito em investigações contra a Nova Zelândia e a Austrália, e temos expectativa de que isso se repita agora com a Argentina”, disse.
Já o vice-presidente da Comissão, Jônadan Ma, disse que a audiência pública é resultado da petição da CNA e destacou que o processo de investigação precisa andar o mais rápido possível. “O produtor de leite brasileiro não pode ser penalizado por práticas desleais e predatórias”.
O advogado e consultor da CNA Rodrigo Pupo esclareceu que a próxima fase do processo é a elaboração de parecer preliminar, que será apresentado pelo governo. Também haverá auditoria e verificação dos dados fornecidos pelas partes envolvidas.
Números – Em 2022, o Brasil importou 941 milhões de litros de leite em pó. Já em 2023, esse valor chegou a 1,7 bilhão de litros. Em 2024 foram importados 1,6 bilhão de litros, vindos, principalmente da Argentina, Uruguai e Paraguai.
(Com CNA)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

Moluscos bivalves, como o marisco, produzem fezes e pseudofezes que podem se acumular no fundo do mar e causar impactos ambientais (Foto: Aires Mariga / Epagri)
Um protótipo desenvolvido pela Epagri em parceria com a UFSC usa alta tecnologia para ajudar a entender o impacto no ambiente marinho decorrente da criação de moluscos bivalves, como ostras e mexilhões. O destaque do equipamento é a tecnologia embarcada no sistema. Ele conta com sensores de vazão, conectados a um módulo de transmissão de dados, que enviam as informações em tempo real para os computadores da Epagri, em Florianópolis. Para isso, usam o mesmo protocolo utilizado em sistemas modernos de internet das coisas (IoT).
O equipamento, que já passou pela fase de testes, atua na coleta e quantificação de fezes e pseudofezes de moluscos bivalves. O protótipo é utilizado em laboratório e gera resultados a serem usados em estudos. Os pesquisadores trazem água do mar, que é passada pelo equipamento, que abriga moluscos vivos. Assim, é possível acompanhar de forma precisa a quantidade de água que entra em cada um dos 12 compartimentos onde os moluscos ficam e quantificar as fezes e pseudofezes produzidas.
“Isso é essencial porque, como esses animais se alimentam filtrando a água, a quantidade e qualidade desse alimento influencia diretamente na produção de fezes e pseudofezes que, por sua vez, podem se acumular no fundo do mar e causar impactos ambientais”, explica Luis Hamilton P. Garbossa, pesquisador e gerente da Epagri/Ciram, unidade que desenvolve o estudo. Os dados ficam disponíveis em um aplicativo que permite acompanhar o volume acumulado de água filtrada por cada compartimento.
Equipamento promove avanços nos estudos e apoio à decisões
De acordo com Garbossa, “com a nova ferramenta os pesquisadores poderão avançar em estudos sobre a dispersão dos resíduos no ambiente marinho e apoiar decisões sobre o melhor uso das áreas de cultivo”. Ele explica que o sistema foi inspirado em estudos anteriores e adaptado para a realidade brasileira com base em pesquisas recentes.

Protótipo, utilizado em laboratório, tem 12 compartimentos onde ficam moluscos vivos (Foto: Divulgação / Epagri)
A inovação faz parte do projeto “Análise da operação unitária de sedimentação das fezes e pseudofezes de moluscos bivalves”, financiado pela Fapesc. Garbossa destaca ainda que a pesquisa está alinhada aos objetivos da Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, fortalecendo o compromisso da Epagri com a sustentabilidade da maricultura em Santa Catarina.
Segundo os dados mais recentes publicados pela Epagri/Cepa no Observatório Agro Catarinense, Santa Catarina produziu pouco mais de 7 mil toneladas de moluscos em 2023, a maior parte de mexilhões, que respondem por cerca de 5 mil toneladas. Naquele ano a atividade mobilizou 292 produtores no Estado.
(Com Epagri)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Destaque
Sema realiza soltura de animais em reserva ecológica no município de São José do Rio Claro

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) realizou nesta quarta-feira (2.7) a soltura de um lobete, mais conhecido como cachorro do mato, e de um jabuti, na Reserva Cunhataí Porã, no município de São José do Rio Claro. O novo lar dos dois animais abrange mais de três mil hectares de floresta intacta.
De acordo com o gerente de Fauna Silvestre da Sema, Marlon Meirelles, o lobete chegou ao órgão ambiental por meio de entrega voluntária. Antes de realizar a soltura, o animal passou por avaliações clínicas para comprovação do seu estado de saúde. O jabuti também recebeu os mesmos cuidados.
O proprietário da Reserva Cunhataí Porã, Iraceudo Luiz de Cézaro, popularmente conhecido como “Gauchinho”, comemorou a chegada dos novos habitantes do local. “Eu até perdi a conta da quantidade de animais que já recebemos da Sema. Temos uma área grande de floresta que não tem caça, não tem nada que prejudique os animais”, destacou.
É nesse mesmo local que desde dezembro de 2023 estão as antas Fred e Judite, que tiveram os tratamentos de saúde acompanhados pela Sema. Elas foram cuidadas após serem resgatadas com ferimentos graves, ambas na cabeça. Judite teve traumas intensos após ser atingida por um objeto cortante, possivelmente um facão, e Fred teve as feridas infeccionadas, causando lesões gravíssimas.
“Essas duas antas vivem em perfeita harmonia com as outras antas que vivem aqui na região. A Judite já apareceu aqui com filhote e eu fico muito feliz. Agora, mais feliz ainda, porque serão construídos recintos para podermos ajudar na recuperação dos animais para depois realizarmos a soltura”, afirmou o proprietário da reserva.
Pantanal
Também nesta quarta-feira (2), a equipe da gerência de Fauna Silvestre da Sema realizou a captura de uma jaguatirica nas proximidades o SESC Pantanal. O animal vinha sendo visto nas margens da rodovia, correndo risco de atropelamento.
Com a captura, a jaguatirica foi levada para uma clínica para avaliação e, caso necessário, passará por tratamento médico e depois será encaminhada para soltura.
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
-
Notícias6 dias atrás
Motociclista morre em acidente em avenida de Sinop; 3ª vítima em 3 dias
-
Pecuária6 dias atrás
Cotação do boi gordo tem leve aumento em MT
-
Mato Grosso4 dias atrás
MP mantém Atendimento Pré-Hospitalar pelo Corpo de Bombeiros na Baixada Cuiabana
-
Transporte4 dias atrás
Família busca socorro no quartel e bombeiros salvam recém-nascida engasgada
-
Pecuária4 dias atrás
Com arroba mais forte, Mato Grosso mostra recuperação expressiva na pecuária
-
Transporte4 dias atrás
Polícia Militar prende quatro faccionados por tráfico e apreende drogas e munições
-
Economia4 dias atrás
Produtores de MT são premiados pela JBS no SuperAgro 2025
-
Agronegócio6 dias atrás
Produção de morango é afetada pelo frio, mas segue em andamento