Economia
Governança que transforma: aquicultura sustentável nasce da extensão rural

Cultivo de tilápia é atividade secundária dos produtores (Foto: Jorge de Matos Casaca / Epagri)
Produzir alimentos com um mínimo de impacto ambiental e ao mesmo tempo garantir a renda do produtor é um desafio constante para os profissionais da Epagri, que percebem as dificuldades e entraves que o agricultor enfrenta para exercer a atividade de forma eficiente e sustentável. No caso da aquicultura, que utiliza a água de bacias hidrográficas, o desafio é ainda maior, pois envolve questões de ordem territorial e política. Para medir todos os fatores que interferem na produção, um trio de extensionistas de diferentes instituições criou uma metodologia para identificar gargalos a fim de buscar soluções de forma coletiva.
Jorge de Matos Casaca é médico-veterinário e atua como extensionista da Epagri em Chapecó, há 43 anos. Em 2008, ele finalizou um doutorado em Aquicultura na UNESP, cuja tese preconiza um novo sistema de produção para obtenção de certificação orgânica. Ele conheceu Newton Rodrigues da Silva, da Secretaria de Agricultura e Pecuária de São Paulo, quando o pesquisador veio ao Estado colher dados para o seu doutorado, também em Aquicultura. Newton fez um estudo comparativo entre as políticas públicas daqui e de lá.
Geciane Pereira Jordani, especialista em Gestão Ambiental, é extensionista do Consórcio Iberê, uma entidade pública de gestão e proteção ambiental, que abrange sete municípios do Oeste, e foi criada em 1999. Juntos, eles uniram forças para criar uma metodologia para medir a sustentabilidade baseado na governança. O artigo “Indicadores de governança territorial para medir a sustentabilidade da aquicultura” foi destaque na última edição da revista Panorama da AQUICULTURA (edição 200).
Pesquisadores aplicaram questionários nas propriedades de piscicultores de Caxambu do Sul, no Oeste do Estado (Foto: Geciane Pereira Jordani / Divulgação)
Método permite identificar pontos frágeis no processo produtivo e fazer correções
Para Casaca, no atual tripé de sustentabilidade (econômico, social e ambiental), falta contemplar uma dimensão: a governança. “Sem uma boa relação com os demais atores e instituições, para além da cadeia produtiva, não é possível exercer a atividade de forma sustentável”, acredita. A governança é um sistema de regras que se fundamenta nas relações interpessoais e nas leis, permitindo identificar elos fortes e frágeis de uma atividade para que a sociedade atue junto na busca por soluções.
Para criar um método de análise, os profissionais elencaram 33 indicadores, em que aquicultores e demais atores sociais (prefeito, vereadores, representantes de entidades, associações, cooperativas) responderam a um questionário, onde expressaram suas percepções e conhecimentos sobre a atividade no território. Cada resposta corresponde a um número, que somam 99 pontos. Também foi usado uma escala de cores entre o não sustentável (0%) e o sustentável (100%).
Entre os indicadores estão a presença de assistência técnica, capacidade da bacia hidrográfica, dependência de insumos externos, acesso a crédito e à pesquisa, ensino e inovação e a regularização ambiental da propriedade, entre outros. Para testar o método, foi escolhido o município de Caxambu do Sul, na microbacia do lajeado Dom José, onde a tilápia é cultivada como atividade secundária por seis aquicultores para complementar a renda.
A média dos aquicultores ficou em 64% contra 45,72% dos demais atores sociais, demonstrando a disparidade de percepção e conhecimento da atividade entre eles. A média geral ficou em 48,45%.
As principais potencialidades identificadas foram: Expectativa de Futuro (90,63%), Percepção e Participação da Sociedade (89,58%) e Percepção do Consumidor (86,46%). As principais fragilidades são: Seguro da Atividade (3,13%), Certificação de Rastreamento (29,17%), e Uso Múltiplo (34,38%). A recomendação dos pesquisadores é que para cada item com escore menor que 50% deve ser adotada uma estratégia de solução coletiva.
Durante o processo de aplicação do método, os atores sociais já iniciaram ações para fazer correções de rumo, mostrando sua efetividade. O método também permite construir os indicadores de forma participativa e fortalecer um sistema de informações em rede. “Criamos um método de fácil aplicação para gerar subsídios para a tomada de decisões envolvendo a atividade e, futuramente, a ferramenta pode auxiliar na criação e gestão de um comitê de governança territorial”, espera Casaca.
(Com Renata Rosa/Epagri/Fapesc)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Créditos de ICMS podem virar capital de giro para produtores rurais

Imagem: Freepik
Em São Paulo, a Portaria CAT 153/2011 regulamenta a utilização de créditos acumulados de ICMS por produtores rurais e agroindústrias. O mecanismo autoriza a conversão desses valores em recursos financeiros para uso imediato, sem necessidade de recorrer a financiamentos.
O crédito de ICMS é gerado em operações em que há diferença entre o imposto pago na compra de insumos e o devido na venda de produtos. No caso do setor agropecuário, isso ocorre com frequência em transações interestaduais ou isentas, quando o saldo credor se acumula no livro fiscal. Para transformar esse valor em capital de giro, o produtor deve solicitar autorização formal à Secretaria da Fazenda do Estado, por meio do sistema eletrônico e-CredRural.
O processo exige credenciamento prévio no sistema e apresentação de documentação comprobatória, incluindo notas fiscais, registros de produção e demonstrativos contábeis. A habilitação pode abranger créditos gerados mensalmente ou valores extemporâneos acumulados nos últimos cinco anos, desde que devidamente comprovados. Após análise e deferimento, o montante é liberado para transferência ou utilização autorizada, conforme as regras da portaria.
Além de produtores rurais, estabelecimentos agroindustriais enquadrados na legislação estadual também podem requerer o benefício. A utilização correta dos créditos depende do cumprimento rigoroso dos critérios fiscais e prazos estabelecidos, sob pena de indeferimento do pedido.
COMO TER ACESSO:
O procedimento para solicitação de créditos acumulados de ICMS podem ser obtidas no portal da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo: CLIQUE AQUI.
Também é possível o atendimento presencial nas Delegacias Regionais Tributárias, mediante agendamento eletrônico.
(Com Pensar Agro)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Rotas gastronômicas: preservando sabores e saberes tradicionais

Foto: Comunicação do Sistema Faesp/Senar-SP
As rotas gastronômicas de São Paulo são um convite à imersão nos saberes e sabores do interior paulista, valorizando a diversidade cultural e a riqueza produtiva das regiões rurais. Ao percorrer caminhos que unem pequenos produtores, cozinhas tradicionais, agroindústrias familiares e chefs locais, o visitante experimenta uma culinária autêntica, marcada por ingredientes frescos, receitas centenárias e técnicas passadas entre gerações ou aprendidas em cursos que valorizam a cozinha regional. Essas rotas reforçam o vínculo entre campo e mesa, promovem o turismo sustentável e fortalecem a identidade das comunidades, ao mesmo tempo em que estimulam a economia local e preservam o patrimônio alimentar paulista.Convidada a participar da 12ª Rota, Maria Dalma Silva Ramos, de Capão Bonito, reitera que os cerca de 20 cursos que fez no Senar-SP foram fundamentais para o sucesso do empreendimento, desde o projeto até a implementação e a definição do público a ser atingido. O Peabiru Portal Turístico oferece mais que um alimento de qualidade, mas o acolhimento das antigas casas de avós, com fogão a lenha e mesa farta aos finais de semana e feriados, assim como pratos a la carte e executivos diariamente, sempre tendo como foco a culinária tradicional paulista.
“Empreender na área gastronômica sempre foi um sonho. Entendemos que as pessoas precisam desse reencontro com o simples, como a comida afetiva das mães e avós. Essa é a nossa proposta e vemos a alegria dos nossos clientes ao perceber o resgate dessa tradição culinária que ele achava que estava perdida no tempo. Comida simples, saborosa e que traz boas recordações”, frisou Maria Dalma, que compra dos produtores da região os legumes, folhagens e grãos utilizados no dia a dia.
O diferencial do restaurante também passa pelo aprendizado nos cursos. Durante muitos anos, morando em uma região sem energia elétrica, ela via os pais colocarem carnes e embutidos na fumaça do fogão, o conhecido “fumeiro”, para a conservação. Com as novas técnicas, ela especializou-se em defumação e tem como carro-chefe o filé mignon suíno e o frango defumados, servidos como entrada e prato principal, respectivamente, em eventos gastronômicos que participa.
Para a instrutora do Senar-SP Fanny Paulina Kuhnle, o programa de turismo rural é muito importante para os municípios e a população em geral, porque ele vem crescendo, valorizando esses saberes e automaticamente os sabores das regiões. Pela colonização, o estado de São Paulo é fantástico, com a diversidade na formação de seu povo.
“O saber dos portugueses, o saber dos negros, o saber do povo que aqui estava, todos eles vêm com uma tradição lá atrás. O português, principalmente, a miscigenação desse povo. O que me segura no Senar é essa vontade de estimular, de fomentar essa preservação dos nossos antepassados. e que os jovens estão perdendo através da tecnologia de alimentos, através da industrialização”, explicou Fanny.
O presidente do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp)/Senar, Tirso Meirelles, é um entusiasta dos projetos que incentivam o turismo e fortalecem a economia dos municípios paulistas. Em parceria com o governo estadual, por meio da Secretaria de Turismo e Viagens, a Faesp ajudou a mapear propriedades rurais que pudessem oferecer experiências únicas, colaborando na construção das rotas turísticas, ferramenta importante para o fortalecimento da cadeia agropecuária.
“O turismo rural é muito importante não apenas para o desenvolvimento dos municípios paulistas, mas também para a preservação das tradições, incluindo a gastronomia regional. São Paulo é um estado muito rico de sabores e vem se tornando cada vez mais referência, pela variedades de produtos e o resgate de receitas que remontam a séculos passados”, concluiu Tirso Meirelles.
(Com Agricultura/SP)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Custo de produção do leite sobe 4,31% no Mato Grosso

Foto: Pixabay
Segundo análise semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgada nesta segunda-feira (11), o Custo Operacional Efetivo (COE) para produzir leite em Mato Grosso subiu 4,31% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, alcançando R$ 1,45 por litro. O aumento foi impulsionado pelos maiores gastos com suplementação mineral, outros custos e aquisição de animais, que tiveram alta de 6,79%, 14,99% e 18,81%, respectivamente.
No mesmo período, o preço médio pago ao produtor no estado foi de R$ 2,31 por litro, resultando em uma margem positiva de R$ 0,87 por litro quando considerado apenas o COE.
Por outro lado, ao incluir depreciações e mão de obra familiar, o Custo Operacional Total (COT) atingiu R$ 2,37 por litro. “Nesse cenário, a margem do produtor não se sustenta, ficando em -R$ 0,06 por litro”, destacou o Imea.
De acordo com a análise, a situação exige atenção, pois a viabilidade da atividade depende de margens que cubram não apenas os custos diretos, mas também investimentos de longo prazo. O instituto aponta que essa conjuntura já resulta em menor captação e produção, pressionando a rentabilidade.
Seane Lennon / Agrolink
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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