Agronegócio
Receita com vendas de máquinas agrícolas despenca e Plano Safra não anima a Abimaq

Foto: New Holland/divulgação
Os produtores rurais brasileiros esperam pela divulgação do próximo Plano Safra para voltar a comprar máquinas agrícolas. O programa com vigência de julho de 2024 a junho de 2025 deve ser anunciado nesta quarta-feira (3).
A indústria de máquinas e equipamentos vem observando uma queda expressiva na receita acumulada com vendas internas neste ano e atribui parte da retração à escassez de recursos.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a receita líquida interna em 2024, até maio, soma R$ 18,233 bilhões, uma queda de 31,8% ano a ano.
O presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da entidade, Pedro Estevão Bastos, disse que o juro de mercado atualmente é de aproximadamente 16%. Para o Plano Safra 24/25, “não se sabe exatamente”, mas ele espera algo entre 10% e 11%.
“Essa queda no desempenho até aqui se deve ao juro alto, à falta de recursos do Plano Safra, à seca na safra de verão e aos menores preços das commodities”, lembrou. “Amanhã ficaremos sabendo como o mercado vai se portar”, disse.
Possível plano “raquítico”

A Abimaq sugeriu que o governo disponibilizasse R$ 36 bilhões para o financiamento de máquinas agrícolas, sendo R$ 26 bilhões para Moderfrota e Moderfrota Pronamp – médios e grandes produtores e R$ 10 bilhões para o Pronaf – a chamada agricultura familiar.
“Estimamos que o ideal seria mais ou menos R$ 41 bilhões, o que representa 70% das vendas anuais, mas temos ouvido falar que o anúncio deve ser de R$ 18 bilhões, que seria metade do que pedimos. Isso significa que teríamos mais do mesmo do que aconteceu no ano passado: os recursos oficiais acabam em três meses e o produtor teria que buscar com juros mais altos”, analisou.
Bastos disse que as especulações do mercado preveem o juro do Moderfrota em 11,5% ao ano. “Não sabemos ao certo o que virá. Temos que esperar para ver. O fato é o seguinte: se os recursos vierem na faixa de R$ 18 bilhões, a perspectiva para o ano piora um pouco. Falávamos em 15% negativo, aumentamos para 18% negativo, mas isso era esperando um Plano Safra robusto. Se for raquítico, vai para queda de 25% no ano”, projetou.
Sem recursos para máquinas
O número seria pessimista, mas o dirigente lembra que o setor vem caindo mais de 30% até aqui e a expectativa era de uma recuperação no segundo semestre. A Abimaq vinha dizendo, ao longo dos últimos meses, que o governo federal se mostra sensível às demandas do setor.
Bastos vê o executivo mais propenso a alocar mais recursos na agricultura familiar; “na empresarial, nem tanto”. Isso se justificaria pelo orçamento apertado. “Me parece que o governo não tem recursos suficientes para colocar subsídios, então escolhe alguns setores.
Provavelmente deve escolher a armazenagem, que tem uma situação crítica. Assim, não haveria recursos suficientes para a demanda do setor de máquinas”, conjecturou.
Agência Safras
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Produção de morango mantém boa aceitação no mercado

Foto: Seane Lennon
A produção de morango no Rio Grande do Sul apresenta cenário de colheita ativa, estabilidade de preços e atenção ao manejo fitossanitário, conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (25).
Na região administrativa de Caxias do Sul, em Nova Petrópolis, a colheita segue com bom fluxo de comercialização. Segundo a Emater/RS-Ascar, “a sanidade da lavoura está adequada, assim como a qualidade dos frutos”, o que tem estimulado produtores a ampliarem as áreas cultivadas e investirem na construção de novas estufas. Mesmo com volumes elevados ofertados ao mercado, os preços pagos ao produtor permanecem estáveis nas Ceasas e nos mercados, variando entre R$ 10,00 e R$ 15,00 por quilo.
Na regional de Lajeado, a cultura permanece em fase de colheita, com frutos aceitos comercialmente. A Emater/RS-Ascar informa que, em áreas com maior umidade, houve aumento na incidência de botritis e manchas foliares, exigindo maior atenção ao manejo. Ainda assim, os preços seguem em patamar mais elevado, entre R$ 20,00 e R$ 25,00 por quilo.
Já na região de Pelotas, as variedades de dias curtos se aproximam do encerramento da colheita, enquanto as de dias neutros continuam em plena produção. De acordo com o levantamento, foram identificados ataques de tripes, ácaros e ocorrência de oídio, levando produtores a adotar medidas específicas de controle. Os preços permanecem estáveis, com leve tendência de recuo em algumas localidades, variando conforme o município, refletindo diferenças regionais de oferta e demanda.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Queijos puxam alta de preços no Brasil enquanto leite e arroz recuam

Foto: Divulgação
Os preços dos alimentos apresentaram movimentos distintos em novembro no Brasil. Enquanto os queijos registraram forte alta de 21,2% no preço médio nacional, com aumento em todas as regiões do País, itens essenciais como leite UHT (-4,9%) e arroz (-3,0%) tiveram as quedas mais significativas no mês. Os dados são do estudo “Variações de Preços: Brasil & Regiões”, elaborado pela Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados para a cadeia de consumo.
O levantamento considera os produtos mais presentes no carrinho de compras do brasileiro e mostra que, além dos queijos, outras categorias também pressionaram o orçamento das famílias em novembro. Legumes (3,1%), sal (3,1%) e óleo (2,5%) figuraram entre as maiores altas no período – este último encareceu em todas as regiões.
Por outro lado, outros itens também registraram redução nos preços médios, como o café em pó e em grãos (-1,5%), açúcar (-1,4%) e ovos (-1,2%), ajudando a conter a inflação dos alimentos no mês.
No cenário macroeconômico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,18% em novembro de 2025, indicando um ambiente de inflação controlada no encerramento do ano. Para Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos na Neogrid, alguns produtos seguem pressionados por fatores como custos de produção, dinâmica de oferta e recomposição de estoques.“Categorias como óleo e queijos, que performaram com elevação de preço em todas as regiões do País em novembro, tendem a levar mais tempo para se estabilizar ou recuar, dependendo da normalização dos estoques e dos custos de matéria-prima”, aponta.
Maiores altas acumuladas em 2025
No acumulado entre dezembro de 2024 e novembro de 2025, o café em pó e em grãos segue como o item com maior incremento, avançando 42,1% no preço médio nacional. Na sequência aparecem queijos (12,3%), margarina (11,2%), creme dental (10%) e refrigerantes (5,7%).
AGROLINK & ASSESSORIA
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Produção de milho em Mato Grosso deve cair 8% na safra 2025/26, aponta Imea

Estimativa do instituto é de 51,72 milhões de toneladas, abaixo do recorde da temporada anterior
Atualizado hoje. Mesmo com a demanda aquecida e a valorização dos preços, a produção de milho em Mato Grosso deve registrar recuo na safra 2025/26. De acordo com dados do Projeto CPA-MT, do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a estimativa é de uma produção de 51,72 milhões de toneladas, queda de 8,38% em relação ao recorde alcançado na safra 2024/25.
O estado segue como o maior produtor de milho do Brasil, mas o cenário atual exige maior cautela por parte dos produtores, principalmente diante do aumento dos custos de produção e da normalização da produtividade após um ciclo considerado excepcional.
A expectativa de crescimento da área cultivada foi limitada, sobretudo, pelos custos elevados dos insumos agrícolas, que seguem pressionando o orçamento do produtor rural. Fertilizantes, defensivos e logística continuam entre os principais fatores de impacto.
Apesar da demanda interna consistente — impulsionada pelo avanço do etanol de milho e pela indústria de ração animal — o ambiente econômico tem levado os produtores a adotar uma postura mais conservadora.
Esse cenário tem inibido decisões mais agressivas de expansão, fazendo com que o setor priorize o controle de custos, a gestão de riscos e a proteção de margens.
A projeção do Imea considera a média das três últimas safras, o que resultou em uma produtividade estimada de 116,61 sacas por hectare. O número representa uma redução de 6,70% em comparação ao ciclo anterior.
Segundo o instituto, o recuo está associado a uma normalização dos rendimentos, após a produtividade excepcional observada na safra 2024/25, considerada fora da curva histórica.
Com isso, o desempenho esperado para 2025/26 reflete um cenário mais próximo da realidade produtiva média do estado.
Comercialização antecipada indica otimismo cauteloso
Mesmo com a expectativa de menor produção, a comercialização do milho em Mato Grosso segue em ritmo acelerado. Até novembro de 2025, 25,23% da produção estimada para a safra 2025/26 já havia sido negociada.
O volume representa um avanço de 5,69 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ciclo anterior, indicando maior disposição dos produtores em antecipar vendas.Cenário Agro
De acordo com o Imea, essa estratégia é impulsionada, principalmente, pela melhora nas cotações futuras do cereal, o que tem incentivado os produtores a travar preços como forma de proteção diante do cenário de custos elevados.
Cenário exige atenção ao mercado e ao clima
Para os próximos meses, o produtor mato-grossense segue atento não apenas às condições de mercado, mas também ao comportamento climático, que será determinante para a consolidação da produtividade nas lavouras de segunda safra.
O desempenho final da safra 2025/26 dependerá da combinação entre clima favorável, eficiência no manejo e estratégia comercial, em um contexto de custos ainda elevados e margens pressionadas.
Fonte: CENÁRIOMT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
-

Agricultura4 dias atrásEntregas de fertilizantes avançam no mercado brasileiro
-

Agronegócio4 dias atrásGoiás amplia VBP da suinocultura após dois anos de queda
-

Agronegócio4 dias atrásClima favorece implantação do arroz no Rio Grande do Sul
-

Agronegócio4 dias atrásClima afeta desenvolvimento da mandioca no RS
-

Agronegócio4 dias atrásConsumo de carnes impulsiona demanda mexicana por grãos
-

Agricultura4 dias atrásTabaco: colheita e secagem ganham ritmo no RS
-

Economia4 dias atrásSafra de grãos cresce 20,7% em Santa Catarina
-

Agricultura4 dias atrásTomate mantém sanidade, apesar de focos de mosca-branca







































