Agronegócio
Brasil exporta 219 mil toneladas de carne bovina em fevereiro, maior valor para o mês desde 1997

Em fevereiro, o Brasil bateu o recorde de exportação de carne bovina para o mês. Foram registradas mais de 219 mil toneladas exportadas mundialmente, o equivalente a cerca de um bilhão de dólares em faturamento. Segundo a Abiec, é o maior volume de carne bovina exportada para um mês de fevereiro desde 1997.
Na comparação com o mês do ano passado, o volume de carne vendida para o exterior subiu 7,5%, enquanto o faturamento foi 16,5% maior – em parte, devido à valorização do dólar.
Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. As exportações levam em consideração tanto a carne in natura quanto a processada.
China e Estados Unidos, maiores parceiros comerciais do país, compraram juntos 121,3 mil toneladas, mais da metade de todas as vendas do mercado brasileiro ao exterior no mês.
O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. De acordo com o governo, mais de 87% das exportações são feitas com a proteína in natura, seguidos de 7,3% de miúdos, e 3,81% de industrializados.
Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. — Foto: Neto Lucena/Secom
Concorrentes em dificuldades
O aumento nas exportações, de acordo com a Abiec, se deve aos problemas enfrentados pelos países concorrentes do Brasil no mercado internacional.
“É um momento de retração de grandes produtores, como Estados Unidos e Austrália, que enfrentam dificuldades para ampliar sua oferta. O Brasil tem diversificado mercados e aumentado sua presença em países com forte demanda, o que impulsiona os volumes exportados”, afirma o presidente da associação, Roberto Perosa.
O impacto da cotação do dólar fica evidente na mudança dos valores recebidos pelos produtores brasileiros lá fora.
Em 2024, a China pagou US$ 4.440 por tonelada de carne. Já este ano, o valor por tonelada pago pelos importadores chineses foi 8,5% maior, de US$ 4.819.
“O aumento das exportações é visto como benefício para a economia do país. Para que isso não pese internamente para o país, o governo deve investir em ações que incentivem o aumento da oferta de carne bovina, como o incentivo de crédito aos produtores”, afirma o economista William Baghdassarian, do Instituto brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec),
Reforço na Ásia
O governo atua para a abertura de novas frentes para comércio de carne bovina. A viagem do presidente Lula ao Japão e ao Vietnã é parte destes esforços.
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Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, durante sessão de encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Japão — Foto: Ricardo Stuckert / PR
Segundo o ministério da Agricultura, o Japão aceitou o acordo para começar um processo de ampliação do comércio de carne com o Brasil. A previsão é de que o governo japonês mande nos próximos meses técnicos para averiguarem as condições sanitárias no país.
De acordo com a ABIEC, a negociação com o país deve ser vista com cautela, já que há muitos trâmites burocráticos no caminho.
“Estamos otimistas, mas realistas. Essa negociação entre Brasil e Japão já dura cerca de 20 anos, e embora muitos avanços tenham sido alcançados no campo técnico e sanitário, ainda restam etapas a serem cumpridas, como auditorias complementares e validações finais por parte das autoridades japonesas”, afirma Pedrosa.
Por Nathalia Sarmento, g1 — Brasília
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Exportações da piscicultura brasileira batem novos recordes

A tilápia se manteve na liderança da espécie mais exportada (Foto: Jefferson Christofoletti)
As exportações brasileiras de peixe no primeiro trimestre de 2025 foram as maiores dos últimos anos. O volume exportado foi de mais de 3.900 toneladas, aumento de 89% com relação ao mesmo período do ano passado. Em faturamento, houve crescimento ainda maior: de 112%, chegando a mais de US$ 18,5 milhões. Esses são alguns dos dados do Informativo Comércio Exterior da Piscicultura, publicado a cada três meses pela Embrapa Pesca e Aquicultura em parceria com a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).
Como era de se esperar, a tilápia permanece a principal espécie exportada. Entre janeiro e março, foram praticamente US$ 17 milhões de faturamento, que significaram 92% do total. Na sequência, mas bem abaixo, estiveram curimatá e tambaqui (com 3% cada) e pacu (com 2% do faturamento total no período). Também como vem sendo nas últimas análises trimestrais, os Estados Unidos foram o principal importador da piscicultura nacional, responsáveis por mais de US$ 16,3 milhões ou 88% do total no primeiro trimestre deste ano. Com 7%, o Peru foi o segundo colocado.
São cinco as categorias de produtos de tilápia exportados: o filé, tanto congelado como fresco ou refrigerado; o peixe inteiro, também tanto congelado como fresco ou refrigerado; e subprodutos impróprios para alimentação humana. À exceção da tilápia congelada, as demais categorias apresentaram queda de preço médio comparando-se os primeiros trimestres do ano passado com este ano. A principal categoria exportada pelo país, que é o filé de tilápia fresco ou refrigerado, teve 7% de queda, passando de US$ 7,57 para US$ 7,07 o kg.
“É possível que essa queda nos preços dos produtos de tilápia no primeiro trimestre de 2025 seja reflexo de uma acomodação do mercado norte-americano, após sucessivas altas nos preços ao longo de 2024. Esse aumento dos preços no ano passado pode ter tido um impacto na redução na demanda junto aos consumidores, o que pode ter levado a essa queda nos preços”, explica Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura na área de economia.
Crescimento consistente
As exportações brasileiras da piscicultura têm crescido de maneira consistente nos últimos anos. Fazendo o recorte apenas para a tilápia, os Estados Unidos, no primeiro trimestre de 2025, foram o principal destino, com 95% da movimentação, num total de mais de US$ 16,2 milhões. E, analisando-se as importações de tilápia pelos Estados Unidos, percebe-se que o Brasil foi o terceiro maior fornecedor nos dois primeiros meses deste ano; em janeiro e fevereiro de 2024, o país era o quinto maior fornecedor. Foram mais de 2.400 toneladas, ficando atrás apenas de Taiwan, com mais de 2.800 toneladas, e da China, com mais de 32.500 toneladas exportadas para os Estados Unidos em janeiro e fevereiro deste ano.
Manoel contextualiza esse mercado: “o crescimento das exportações de tilápia brasileira para os Estados Unidos tem relação direta com o aumento da produção desta espécie no Brasil e a busca por novos mercados. O Brasil exportou apenas 3% das 662 mil toneladas de tilápia produzidas no país em 2024. Com o aumento da produção, o mercado local passou a apresentar sinais de saturação na demanda de tilápia, resultando numa queda nos preços no mercado interno em 2024, tornando a exportação mais atrativa”. Ele acrescenta que “o setor privado é o grande responsável pelo aumento das exportações de tilápia do Brasil, porém algumas instituições, como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o Ministério da Agricultura e Pecuária e a Embrapa, têm colaborado com diversas ações de apoio”.
A expectativa é de continuidade no crescimento das exportações brasileiras da piscicultura, sobretudo de tilápia. De acordo com o pesquisador da Embrapa, “o aumento das tarifas de importação que os Estados Unidos impuseram à tilápia vinda da China pode oferecer uma oportunidade para os exportadores brasileiros, porém ainda existem incertezas quanto à manutenção dessas tarifas no longo prazo e também é importante destacar que outros países exportadores (em particular da Ásia) são fortes concorrentes nesse mercado”. Manoel finaliza afirmando que “os produtores brasileiros têm buscado novos mercados além dos Estados Unidos (por exemplo, o Canadá e países da América do Sul) e também têm tentado diversificar as espécies a partir do embarque de peixes nativos, como tambaqui e curimatá”.
Fonte: Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Alta no preço do leite perde força em março, enquanto custos de produção seguem em alta

Divulgação
Após dois meses de forte valorização, o mercado do leite começa a dar sinais de desaceleração em março. De acordo com dados do Cepea, a maior disputa entre laticínios para aquisição da matéria-prima no início do ano impulsionou os preços pagos ao produtor. Em fevereiro, o valor médio do leite captado foi de R$ 2,7734 por litro na “Média Brasil”, o que representa um avanço de 3,3% em relação a janeiro e uma alta de 18,1% na comparação com o mesmo mês de 2024, já considerando o IPCA.
Apesar do cenário positivo para o produtor nos dois primeiros meses do ano, a expectativa para março é de continuidade da alta, mas em ritmo menos intenso. A tendência reflete o arrefecimento do movimento altista, à medida que o mercado começa a equilibrar oferta e demanda.
Na ponta do consumidor, o comportamento foi diferente. Mesmo com o custo mais elevado do leite cru, a demanda enfraquecida travou a valorização dos derivados lácteos. Segundo o Cepea, os preços desses produtos oscilaram bastante ao longo de março, mas, na média, as variações foram tímidas.
No comércio exterior, as exportações brasileiras de lácteos registraram crescimento expressivo de 28,09% entre fevereiro e março, marcando o terceiro mês consecutivo de avanço. No entanto, os embarques ainda estão 47,52% abaixo do volume registrado em março de 2024. Por outro lado, as importações caíram 14,8% no comparativo mensal, mas seguem 2,8% acima do registrado no mesmo mês do ano passado.
O produtor, por sua vez, sente no bolso o aumento dos custos. O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira apresentou alta de 0,79% em março, na “média Brasil”, que considera os estados da BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS. A elevação é atribuída, sobretudo, à valorização de insumos voltados à nutrição do rebanho, o que pressiona ainda mais as margens em um cenário de preços instáveis na ponta do consumo.
Fonte: CenarioMT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Carne suína ganha competitividade frente a concorrentes

Foto: Pixabay
De acordo com levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a carne suína vem ganhando competitividade em relação às concorrentes.
Essa competitividade, segundo pesquisadores do Cepea, ocorre devido aos preços do frango e da carne bovina estarem em alta. Em contrapartida, a carcaça suína apresenta queda no comparativo de março para abril.
Dessa forma, a movimentação do mercado doméstico de carne suína está atípica para o período. Os dados do instituto apontam para uma desaceleração no ritmo de vendas.
Assim, de acordo com as análises dos pesquisadores do Cepea, o cenário motivou as indústrias do setor a baixar os preços para evitar o acúmulo de estoque.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
Jean Schmidt
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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