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Insegurança alimentar aumenta e provoca retrocesso da fome zero
Foto: Divulgação
Por Valter Casarin
Relatório da ONU revela que os números da fome tiveram aumento nos últimos três anos em meio ao agravamento das crises em todo o mundo. Após a última edição do relatório, O Estado da Segurança Alimentar e Nutricional no Mundo, aproximadamente 733 milhões de pessoas passaram fome em 2023, isto significa, uma em cada 11 pessoas no mundo e uma em cada cinco na África.
Os números são um alerta para o fato do mundo não estar de forma alguma no caminho certo para alcançar a sustentabilidade, tampouco para alcançar o objetivo de Fome Zero até 2030. O relatório mostra que o mundo retrocedeu 15 anos, com níveis de subnutrição comparáveis aos de 2008-2009.
De acordo com o último Relatório Global sobre Crises Alimentares (GRFC), quase 282 milhões de pessoas em 59 países e territórios sofreram elevados níveis de fome aguda em 2023; o que equivale a um aumento global de 24 milhões em comparação com o ano anterior. As tendências diferem consideravelmente entre regiões: a proporção da população que sofre de fome continua a aumentar na África (20,4%), permanece estável na Ásia (8,1%) e diminuiu ligeiramente na América Latina (6,2%).
Se a tendência atual se mantiver, 582 milhões de pessoas sofrerão de subnutrição crônica em 2030, metade das quais viverá na África, alerta o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Fundo Internacional de Desenvolvimento. (FIDA), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Programa Alimentar Mundial (PAM).
As mulheres e as crianças estão na linha da frente destas crises alimentares, com mais de 36 milhões de crianças com menos de 5 anos a sofrerem de subnutrição aguda em 32 países, segundo o relatório. A desnutrição aguda piorou em 2023, especialmente entre as pessoas deslocadas por conflitos e catástrofes.
Novas estimativas da prevalência da obesidade em adultos mostram um aumento constante nos últimos 10 anos; de 12,1% em 2012 para 15,8% em 2022. Prevê-se que o mundo terá mais de 1,2 bilhão de adultos obesos até 2030. O duplo fardo da obesidade e desnutrição – a coexistência da desnutrição com o excesso de peso e a obesidade – também se intensificou globalmente em todas as faixas etárias. A magreza e o baixo peso diminuíram nas últimas duas décadas, enquanto a obesidade aumentou acentuadamente.
A intensificação dos conflitos e da insegurança, o impacto dos choques econômicos e os efeitos dos fenômenos meteorológicos extremos continuam a causar uma insegurança alimentar aguda. Estes fatores inter-relacionados exacerbam a fragilidade dos sistemas alimentares, a marginalização das zonas rurais, a má governança e a desigualdade, e levam a deslocamentos massivos de populações à escala global. A proteção das populações deslocadas também está ameaçada pela insegurança alimentar.
Enfrentar crises alimentares persistentes exige investimentos nacionais e internacionais urgentes e sustentáveis para transformar os sistemas alimentares e impulsionar o desenvolvimento agrícola e rural, bem como uma melhor preparação para crises e ajuda humanitária em grande escala, nas regiões onde as populações mais necessitam. A paz e a prevenção também devem ser parte integrante da transformação a longo prazo dos sistemas alimentares. Sem ela, as pessoas continuarão a sofrer de fome durante toda a vida e os mais vulneráveis morrerão.
Os fertilizantes aparecem como um fator de grande importância na produção de alimentos. Várias regiões pelo mundo apresentam solos de baixa fertilidade, ou seja, com capacidade restrita de fornecimento de nutrientes para desenvolvimento das culturas. Esse insumo é responsável no fornecimento dos nutrientes essenciais para oferecer maior capacidade produtiva para as culturas agrícolas. O uso de fertilizante tem contribuído em 50% na produção mundial de alimentos.
*Valter Casarin, coordenador geral e científico da Nutrientes Para a Vida é graduado em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP, Jaboticabal, em 1986 e em Engenharia Florestal pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/USP, Piracicaba, em 1994. Concluiu o mestrado em Solos e Nutrição de Plantas, em 1994, na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Recebeu o título de Doutor em Ciência do Solo pela École Supérieure Agronomique de Montpellier, França, em 1999. Atualmente é professor do Programa SolloAgro, ESALQ/USP e Sócio-Diretor da Fertilità Consultoria Agronômica.
AGROLINK & ASSESSORIA
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Destaque
Caravana Técnica do Senar-SP em Itu proporciona troca de experiências e conhecimento de potencialidades do turismo rural
Assessoria
O Sindicato Rural de Luiz Antônio realizou uma Caravana Técnica para a cidade de Itu formada por participantes do Programa de Turismo Rural de Luiz Antônio. O objetivo foi proporcionar aos alunos do Programa uma imersão nas fazendas e museus de Itu para a realização de um projeto voltado a implementação do turismo rural na Estação Ecológica Jataí.
O objetivo da Caravana foi proporcionar aos alunos do Programa de Turismo Rural, uma imersão nas fazendas e museus de Itu para a realização de um projeto voltado a implementação do turismo rural na Estação Ecológica Jataí, uma área protegida em Luiz Antônio. Ela foi criada em 1982, com 4.532,18 hectares, e que teve sua área ampliada para 9.010 hectares em 2002, e tem como objetivo proteger ecossistemas naturais e promover atividades de pesquisa e educação ambiental.
O local oferece trilhas e áreas para pesquisa, promovendo a conscientização sobre a importância da conservação dos ecossistemas. Este ano, a Estação enfrentou um problema significativo com queimadas, que afetou sua biodiversidade e bioma.
Durante a Caravana houve a visita ao Complexo FAMA, que está localizado em uma antiga fábrica de têxteis. O local é um espaço cultural multifuncional que, além de abrigar projetos de artistas, encontra-se também o projeto “Asas de Um Sonho”, com exposições que mostram a trajetória da aviação, com ênfase em peças e itens relacionados ao tema.
Além do FAMA, os integrantes conheceram também a Fazenda do Chocolate, espaço voltado para a produção de chocolate artesanal e a promoção de experiências educativas relacionadas ao cultivo do cacau. A propriedade oferece visitas guiadas, onde os visitantes podem aprender sobre o processo de produção do chocolate, desde o cultivo do cacau até a transformação em barras de chocolate. Conta com áreas para degustação e venda de produtos.
O evento possibilitou um olhar mais abrangente e exploração das possibilidades para execução na estação Ecológica Jataí, trabalhando as questões da região do cerrado no qual a Estação está situada.
Para Priscila Levorin, técnica do Senar-SP, o encontro entre os dois municípios proporcionou, além da troca de experiências e conhecimento, vivenciar na prática o aprendizado obtido ao longo do Programa de Turismo Rural e desenvolver estratégias colaborativas para agregar na propriedade rural.
“A Caravana Técnica foi uma experiência muito enriquecedora, que pode nos dar a oportunidade de lançar um novo olhar ao Turismo Rural para aplicação nos projetos que estamos desenvolvendo”, afirmou a coordenadora do Senar-SP de Luiz Antônio, Cassiana Gonçalves Menegueti. Participou da caravana também a instrutora do Programa, Cintia Suguino.
“Já iniciamos todo esse processo com o Projeto Ser Tão Cerrado e essa experiência veio agregar. Riqueza cultural e tradições locais se entrelaçam com a vida rural, destacando o valor de preservar e promover a identidade cultural aliada a um desenvolvimento sustentável”, completou.
Mario Teixeira
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Destaque
ANC realiza em Pelotas quinta edição do Meet da Carne
Foto: Divulgação
A Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) vai realizar a quinta edição do Meet da Carne. O evento será no dia 26 de novembro, a partir das 19h, na Associação Rural de Pelotas (RS). O Meet da Carne é um evento totalmente aberto ao público, que visa aproximar a associação e o Promebo dos pecuaristas e dos demais profissionais da área relacionada à pecuária de corte.
Conforme a superintendente de Registro da ANC, Silvia Freitas, serão duas palestras que vão falar sobre a importância do melhoramento genético e a maneira simplificada de usar os resultados e como isso gera uma carne, além de carcaças rentáveis, com maior qualidade também. “Não adianta só buscarmos qualidade, temos que buscar rendimento. Vamos trabalhar nessa linha e ter em mente que o processo de produção da carne começa muito antes do confinamento e do abate. Ele começa no acasalamento”, observa.
Silvia, que será uma das palestrantes juntamente com o presidente do Conselho Técnico da entidade, Flávio Montenegro Alves, lembra também que, após as palestras, haverá um momento de confraternização para que os participantes possam fazer networking. A realização é da ANC e Promebo com patrocínio de Supra, Neogen e Alta Progen e o apoio de Foco Pampeano.
Texto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Destaque
Defensivos agrícolas – Países se mobilizam para construir uma estrutura global em suporte à segurança do trabalhador aplicador de agroquímicos
Fotos: Assessoria
A avaliação de riscos no trabalho com agroquímicos, sobretudo em relação a pulverizadores manuais, o regramento para uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e a concepção dos rótulos e bulas dos pesticidas, foram temas centrais de um evento internacional na cidade de Jundiaí (SP). Para os 16 países participantes, essas questões compreendem uma série de desafios tecnológicos, enfrentamento de barreiras culturais e esforços avançados de pesquisas, abarcando nações mais e menos avançadas no cenário agrícola global.
Organizado pelo Centro Internacional de Qualidade de EPI no Uso de Agroquímicos (ICPPE), o encontro reuniu 40 especialistas: membros de órgãos oficiais estrangeiros e empresas fabricantes de agroquímicos como BASF, Syngenta e UPL, por exemplo. O governo brasileiro também se fez representar por profissionais da Anvisa e do Ministério do Trabalho.
Durante três dias, ocorreram apresentações técnicas e visitas a campo. Os visitantes vieram de países como Alemanha, Espanha, Estados Unidos, França, Suíça, Quênia, República da Coreia e Uganda.
“A reunião avançou para mobilizar esforços de parcerias entre esses países. O foco será construir uma abordagem global estruturada envolvendo avaliação de riscos, mitigação de riscos e rotulagem de produtos pesticidas, bem como apoiar a cada país no tocante à oferta de vestimentas de proteção ou EPI”, resume Hamilton Ramos, pesquisador brasileiro e membro do ICPPE.
Organizador do evento internacional, Ramos é também membro do Comitê da ISO Internacional e atua há quase trinta anos voltado à pesquisa com ênfase em tecnologia e segurança na aplicação de agroquímicos. Ele coordena no Brasil programas como o IAC-Quepia, Aplique Bem e Unidade de Referência em Produtos Químicos e Biológicos, todos resultantes de parcerias entre o setor privado e o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), órgão sediado na cidade paulista de Jundiaí e vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP.
“Avançamos no objetivo de, com base nos atuais cenários de exposição de trabalhadores rurais a agroquímicos, propor modelos harmonizados de comunicação de riscos, de treinamentos para esses profissionais e na mitigação de ocorrências de incidentes, além de evoluir nos critérios de validação e certificação da industrialização de EPI”, continua Ramos.
Conforme o pesquisador, entretanto, somente será possível viabilizar efetivamente as principais deliberações da reunião à medida que a indústria global de EPI e a de defensivos agrícolas, as entidades de pesquisa e os governos de diferentes nações auxiliem com investimentos no aprimoramento contínuo da segurança no trabalho rural ligado a agroquímicos.
Agricultura no Quênia e em Louveira-SP
Dois representantes do Quênia presentes ao encontro do Consórcio endossaram a visão de Ramos. “Em nosso país a população está crescendo, a agricultura avança e a produção de alimentos deverá crescer bastante nos próximos anos. Usamos os agroquímicos em suporte à melhor produção, mas é necessário que essa prática seja suportada pela sustentabilidade e pela segurança.”
O país dos dois engenheiros agrônomos, por sinal, recebeu, recentemente, a primeira certificação de qualidade com base em relatório emitido pelo IAC-SP, para um modelo de vestimenta protetiva ou EPI agrícola.
O evento internacional foi marcado ainda por visitas aos projetos resultantes de parcerias público-privadas liderados pelo CEA-IAC, de Jundiaí, na área de uso seguro de agroquímicos. Os visitantes conheceram o Laboratório de Qualidade de EPI do Quepia. Estiveram também num campo um treinamento do ‘Aplique Bem’ e assistiram a uma demonstração técnica de aplicação de pesticidas com emprego de turbopulverizadores e pulverizadores costais e semiestacionários. Esta última agenda ocorreu dentro de uma propriedade rural com 60 mil pés de uva da cidade de Louveira-SP.
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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