Agricultura
Queda nos preços do milho reflete avanço da colheita e aumento da oferta

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Os preços do milho estão em queda na maioria das regiões monitoradas pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Essa tendência de baixa é atribuída principalmente ao ritmo mais adiantado da colheita da segunda safra deste ano, que tem aumentado a oferta do cereal em importantes praças produtoras, como Paraná e Mato Grosso.
Pesquisadores do Cepea observam que muitos produtores estão mostrando maior flexibilidade nas negociações de novos lotes de milho. No entanto, os compradores estão limitando suas aquisições, priorizando o recebimento do milho que já foi adquirido antecipadamente. Essa postura cautelosa por parte dos demandantes contribui para a pressão negativa sobre os preços do cereal.
Além do aumento da oferta interna, a disponibilidade global de milho nesta temporada está elevada, devido às maiores produções nos Estados Unidos e na Argentina. Esse cenário de oferta abundante em nível global adiciona mais pressão aos preços internos do milho no Brasil.
Impacto do Dólar
Apesar da valorização do dólar, que geralmente poderia conter quedas nos preços ao aumentar a competitividade das exportações, os recuos no mercado spot não foram evitados. No entanto, o avanço da moeda norte-americana pode elevar a paridade de exportação e potencialmente permitir aumentos nas cotações internas no futuro.
A combinação de uma colheita adiantada, oferta interna e global elevada e a cautela dos demandantes cria um cenário de pressão para os preços do milho. No entanto, a valorização do dólar é um fator que pode trazer alguma sustentação aos preços no longo prazo, especialmente se as exportações brasileiras se beneficiarem dessa condição cambial.
O mercado de milho no Brasil enfrenta um momento de baixa nos preços, reflexo do avanço da colheita e da oferta abundante tanto interna quanto globalmente. A flexibilidade dos produtores nas negociações e a demanda limitada por parte dos compradores adicionam mais pressão ao cenário de queda. No entanto, a valorização do dólar pode representar uma oportunidade para recuperação das cotações, à medida que eleva a paridade de exportação e melhora a competitividade do milho brasileiro no mercado internacional.
Fonte: CenárioMT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Novo bioinsumo melhora a produtividade e a qualidade de diferentes tipos de pastagens

O produto atua positivamente sobre as principais leguminosas forrageiras recomendadas para consórcios
Um novo bioinsumo, desenvolvido a partir da combinação de bactérias promotoras de crescimento, tem potencial para aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de diferentes tipos de pastagens no País. Resultado de uma parceria público-privada entre a Embrapa Agrobiologia (RJ) e a empresa Agrocete, o produto — com lançamento comercial previsto para 2026 — é de amplo espectro e pode ser aplicado em variados tipos de pastagens e sistemas produtivos, incluindo gramíneas. Com potencial multiforrageiro, a nova tecnologia biológica também pode contribuir para a recuperação de áreas degradadas e a redução do uso de fertilizantes químicos na pecuária brasileira.
O inoculante é composto por três estirpes bacterianas, incluindo o Bradyrhizobium, já conhecido pelo sucesso em culturas como a da soja, além do Azospirillum — microrganismo capaz de fixar nitrogênio atmosférico e estimular o desenvolvimento de gramíneas — e de uma terceira estirpe ainda em validação do gênero Nitrospirillum, que em testes laboratoriais apresentou alta eficiência na promoção de crescimento de raízes e de fixação de nitrogênio.
O inoculante é composto por três estirpes bacterianas, incluindo o Bradyrhizobium, já conhecido pelo sucesso em culturas como a da soja, além do Azospirillum — microrganismo capaz de fixar nitrogênio atmosférico e estimular o desenvolvimento de gramíneas — e de uma terceira estirpe ainda em validação do gênero Nitrospirillum, que em testes laboratoriais apresentou alta eficiência na promoção de crescimento de raízes e de fixação de nitrogênio.
Segundo o pesquisador Jerri Zilli, que também integra a equipe da Embrapa Agrobiologia responsável pelo desenvolvimento do bioinsumo, o objetivo foi formular um produto de amplo espectro, que atue positivamente sobre as principais leguminosas forrageiras recomendadas para consórcios. “Em casa de vegetação, os resultados mostraram aumento superior a 30% na biomassa da leguminosa com o uso do inoculante, o que impulsionou os testes de campo e os planos de registro comercial”, destaca.

Outra vantagem é que o inoculante poderá ser útil mesmo em áreas onde não há leguminosas. Isso porque devido a sua formulação, o bioinsumo estimula também o crescimento de gramíneas, o que garante um retorno interessante mesmo para quem mantém pastagens exclusivamente com gramíneas, como a braquiária, por exemplo. “Mesmo nesse caso, o inoculante proporciona economia na aplicação de nitrogênio, o que representa um ganho real para o produtor”, explica Zilli.
O investimento da Agrocete no desenvolvimento do bioinsumo está alinhado com a necessidade de soluções sustentáveis para o setor. Segundo ela, hoje, mais de 70 milhões de hectares no Brasil possuem pastagens de baixa produtividade e diferentes níveis de degradação. “Para expandir a produção bovina com menor impacto ambiental, é essencial melhorar a qualidade e produtividade das pastagens sem aumentar os custos para o pecuarista”, complementa.
O cronograma atual prevê que o novo produto esteja disponível para o mercado em 2026. Até lá, os pesquisadores da Embrapa e a equipe técnica da Agrocete seguirão conduzindo os estudos agronômicos necessários para validar a eficácia e a segurança do inoculante multiforrageiras no campo.
Atualmente, cerca de 18,5% da área total do território nacional estão ocupados por pastagens (159 milhões de hectares), dos quais 78% estão sob degradação intermediária a severa. São quase 100 milhões de hectares de pastagens degradadas.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a atividade agropecuária ocupa mais de 15 milhões de pessoas no Brasil. Um terço desses empregos é na pecuária bovina (4,7 milhões). O País é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador (11 milhões de toneladas).
Leguminosas em pastagens: aliadas na redução das emissões de GEE
A incorporação de leguminosas em sistemas de pastagem representa uma abordagem promissora para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) na pecuária, melhorar a saúde do solo e aumentar a produtividade, alinhando-se aos objetivos de sustentabilidade e combate às mudanças climáticas.
Pesquisas da Embrapa indicam que o uso dessas plantas pode resultar em uma redução de 20% a 30% nas emissões de GEE, especialmente quando comparado a sistemas que dependem de fertilizantes nitrogenados sintéticos.
Isso porque as leguminosas possuem a capacidade de fixar nitrogênio atmosférico por meio de simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, diminuindo a necessidade de adubação química. Essa fixação biológica de nitrogênio não só reduz as emissões de óxido nitroso (N₂O), um potente GEE, mas também melhora a fertilidade do solo e a produtividade das pastagens.
Além disso, estudos demonstram que dietas baseadas em leguminosas podem reduzir a emissão de metano entérico pelo gado. Isso se deve à presença de compostos como taninos condensados, que modulam a fermentação ruminal, e ao menor teor de fibra dessas plantas, que acelera a passagem do alimento pelo rúmen (um dos órgãos do sistema digestivo dos ruminantes) do boi.
A adoção de leguminosas em pastagens também contribui para o sequestro de carbono no solo. Pesquisas realizadas pela Embrapa mostram que práticas como a adubação nitrogenada, o consórcio com leguminosas e o manejo adequado do pastejo podem sequestrar até 4,4 toneladas de carbono por hectare/ano, auxiliando na recuperação do carbono perdido devido à mudança de uso da terra.
No contexto das políticas públicas, o Plano ABC+ (Agricultura de Baixo Carbono) do governo brasileiro reconhece a importância das leguminosas na mitigação das emissões de GEE. O plano incentiva práticas sustentáveis, como a fixação biológica de nitrogênio (FBN) e a recuperação de pastagens degradadas, visando uma agropecuária mais sustentável e resiliente às mudanças.
Alves observa que o consórcio de leguminosas em pastagens favorece o desempenho produtivo com menor custo, ao mesmo tempo em que melhora a fertilidade do solo, amplia a biodiversidade e promove a circularidade dos nutrientes. “Também contribui para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, configurando-se como um componente essencial na transição para uma pecuária regenerativa”, acrescenta o pesquisador.
Saiba mais sobre as bactérias presentes na formulação do novo bioinsumo:
Bradyrhizobium: um dos gêneros mais conhecidos e utilizados de rizóbio, especialmente na cultura da soja. O principal benefício do Bradyrhizobium é a fixação biológica de nitrogênio, reduzindo ou até substituindo a adubação nitrogenada no cultivo. Com isso, o produtor consegue manter a produtividade com menor custo de adubação.
Azospirillum: sua principal função é promover o crescimento das plantas a partir de múltiplos mecanismos como o da fixação biológica de nitrogênio e da produção de moléculas que estimulam o crescimento das plantas, notadamente das raízes. É utilizado principalmente como inoculante em culturas de gramíneas, como milho, trigo, arroz e cana-de-açúcar, e também para a cultura da soja.
Nitrospirillum: espécie de bactéria fixadora de nitrogênio e promotora de crescimento primeiramente isolada de espécies da Amazônia brasileira, mas que também é encontrada em plantas de cana-de-açúcar e de cereais colhidas em diferentes regiões do País. Desempenha papel semelhante ao Azospirillum.
Fonte: Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Mercado de milho segue firme e com pouca negociação, enquanto preços futuros fecham em baixa na B3

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Mercado regional de milho mantém preços estáveis, mas com pouca movimentação
No Rio Grande do Sul, o mercado de milho permanece estagnado, com colheita abaixo da média e cotações estáveis, segundo a TF Agroeconômica. Os preços variam entre R$ 66,00 e R$ 70,00 nas principais regiões produtoras, como Santa Rosa, Ijuí, Marau, Seberi e Lajeado. Apesar das ofertas na faixa de R$ 66,00 a R$ 68,00, os vendedores mantêm firmes suas expectativas e evitam aceitar valores inferiores.
Em Santa Catarina, o mercado segue travado pela falta de estímulos para retomada. No Planalto Norte, as cotações pedidas estão em R$ 82,00 por saca, enquanto as ofertas chegam a R$ 79,00. Em Campos Novos, o descompasso é maior, com pedidos entre R$ 83,00 e R$ 85,00 diante de ofertas CIF de até R$ 80,00, dificultando o avanço das negociações. A média estadual gira em torno de R$ 71,00, com variações regionais que vão de R$ 62,00 a R$ 77,13 por saca.
No Paraná, as geadas recentes atingiram duramente as lavouras, especialmente nas regiões dos Campos Gerais e Marechal Cândido Rondon. A colheita da segunda safra avança lentamente, com produtividades abaixo do esperado, elevando a preocupação dos produtores. Os preços do milho disponível são ofertados a R$ 76,00 por saca FOB, enquanto as ofertas CIF para junho permanecem em R$ 73,00, voltadas à indústria de rações.
No Mato Grosso do Sul, o mercado ainda está lento, mas as quedas nos preços perdem força. As cotações recentes variam entre R$ 47,33 em Chapadão do Sul e R$ 53,00 em Sidrolândia, com tentativas de recuperação após forte retração na semana anterior.
Contratos futuros de milho fecham em baixa na B3 acompanhando cenário internacional
O mercado futuro de milho na B3 encerrou esta quarta-feira (25) em baixa, alinhado à tendência negativa da Bolsa de Chicago. Após dois dias em que os contratos nacionais mostraram resistência à queda internacional, os preços voltaram a se ajustar ao cenário externo, mantendo-se dentro de um canal de oscilação lateral com variações limitadas.
Apesar de a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) ter indicado uma melhora nas exportações de milho em junho, os volumes ficaram abaixo das expectativas iniciais e do registrado em meses anteriores de 2024. Paralelamente, o Rally da Safra projetou uma produção brasileira muito superior às estimativas do USDA e da Conab, indicando possibilidade de colheita até 20 milhões de toneladas maior, o que pressiona os preços para baixo.
Na B3, o contrato de julho/24 fechou a R$ 64,31, com queda de R$ 0,28 no dia, mas acumulou alta de R$ 1,44 na semana. Já o contrato para julho/25 recuou R$ 1,30, encerrando a R$ 63,08, enquanto o de setembro/25 fechou a R$ 67,04, caindo R$ 0,69 no dia.
Em Chicago, os preços também recuaram, influenciados pelas condições climáticas favoráveis no cinturão do milho e expectativa de expansão da área plantada nos EUA, apontando para uma safra recorde. O contrato de julho caiu 1,44%, para US$ 4,1025 por bushel, e o de setembro recuou 1,76%, para US$ 4,05. Além disso, a redução na produção de etanol e o aumento dos estoques globais contribuíram para o movimento de baixa no mercado internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Óleo de soja dispara com metas de biocombustíveis dos EUA e óleo de palma reage a tensões geopolíticas

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Óleo de soja registra forte alta após divulgação de metas dos EUA
Impulsionado pela divulgação das metas oficiais de combustíveis renováveis para 2026 e 2027 nos Estados Unidos, o preço do óleo de soja disparou na última semana, conforme dados da StoneX. O contrato com vencimento em julho de 2025 fechou cotado a 50,6 centavos de dólar por libra-peso (US¢/lb), representando uma alta semanal de 6,5%.
Após dias de preços estáveis, o mercado reagiu de forma vigorosa na sexta-feira — dia da publicação do documento — com avanço de 6,3% no pregão. Na segunda-feira seguinte, o óleo de soja voltou a subir, atingindo cerca de 54,45 US¢/lb no final da manhã, o maior patamar para o primeiro vencimento desde outubro de 2023, com ganho adicional superior a 7%.
Demanda por biodiesel reforça otimismo no mercado
A alta foi sustentada pela perspectiva de crescimento na demanda por biocombustíveis, já que o óleo de soja é a principal matéria-prima para a produção de biodiesel nos EUA. O anúncio renovou o otimismo dos investidores, atraindo compradores e impulsionando os preços na Bolsa de Chicago (CBOT), mesmo após um período de estabilidade nos valores.
Óleo de palma reage positivamente em meio a cenário geopolítico
No mesmo período, o óleo de palma, que vinha sofrendo pressão devido à confirmação de estoques elevados e à produção crescente na Malásia, também apresentou reação positiva na sexta-feira. A escalada do conflito entre Israel e Irã impulsionou o preço do petróleo, ajudando a sustentar os valores da palma, que encerrou a semana com leve recuo de 0,2%, cotado a USD 925,5 por tonelada para o contrato de agosto de 2025.
Alta contínua do óleo de palma com maior volatilidade
Ainda refletindo a valorização do óleo de soja na CBOT, o óleo de palma manteve a tendência de alta na segunda-feira, com avanço expressivo de 4,6% durante o pregão noturno. Esse movimento reforça o cenário de maior volatilidade nos mercados de óleos vegetais, diretamente influenciados por fatores geopolíticos e pelas políticas energéticas adotadas pelos Estados Unidos.
A dinâmica dos preços do óleo de soja e do óleo de palma evidencia a forte interligação entre decisões regulatórias internacionais, tensões geopolíticas e o comportamento dos mercados globais de commodities.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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