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Do útero à pista: a importância da nutrição na formação de campeões

Gabriela Pombo
A genômica, uma ferramenta cada vez mais utilizada na produção animal, tem proporcionado avanços significativos nos últimos anos. Através de técnicas como a genotipagem, os criadores podem selecionar animais com maior potencial genético, que melhoram a qualidade de seus rebanhos e aumentam a eficiência produtiva.
Quem não acompanhou as notícias dos cinco potrinhos nascidos na Argentina em dezembro do ano passado? Os animais tiveram seus genes editados com o objetivo de torná-los mais rápidos em esportes e evitar doenças hereditárias. A técnica utilizada foi a CRISPR/Cas9 (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats), criada pelas doutoras Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier, vencedoras do prêmio Nobel de Química em 2020.
O método empregado para esse avanço consiste em editar o material genético. São como “tesouras” que conseguem identificar e recortar apenas uma parte específica do DNA. Com isso, é desativada a característica codificada ali, sem mexer no resto do material genético, possibilitando substituir esses trechos por outros, como se fosse um transplante de genes.
Em uma entrevista recente, a Kheiron Biotech, empresa responsável pela descoberta revolucionária, comentou que alguns dos objetivos dessa técnica é melhorar a saúde e prevenir condições genéticas indesejadas para os cavalos, além de incorporar características desejáveis para cavalos de corrida.
A ideia de se ter animais modificados geneticamente nas fazendas não é mais para testes ou especulações, é uma realidade. Apesar de parecer distante da vida de muitos, é preciso observar que a tecnologia é utilizada diariamente para desenvolver tropas, principalmente por quem atua na área de reprodução e nutrição.
Nascendo um campeão
O crescimento e o desenvolvimento fetal dependem do ambiente intrauterino responsável pelo suprimento de requisitos nutricionais, metabólicos e endócrinos, sendo a maioria deles derivada direta ou indiretamente da fonte materna.
Uma dessas ferramentas utilizadas para garantir um bom desenvolvimento do feto é a programação fetal (PF). Pouco difundida nos equinos, mas bem estudada em outras espécies, inclusive em humanos, ela pode mudar a saúde e performance dos potros, tão aguardados por seus donos.
A reprodução equina é um processo altamente tecnológico, que exige planejamento e acompanhamento em todas as etapas. Desde a escolha do material genético até o nascimento do potro, utilizamos ferramentas e conhecimentos avançados para garantir a máxima eficiência e a obtenção de animais de alta qualidade, que são o resultado final de todo esse trabalho.
Ainda não sabemos como fazer um excelente uso da programação fetal, mas diversos aspectos já foram estudados, como o que não desejamos que ocorra. Desde 2014, artigos e estudos vêm demonstrando a importância de não exceder o uso de grãos na dieta das éguas na gestação, visto os problemas que são observados na prole. Tanto a energia como a proteína são bem discutidas e temos acesso às informações no campo.
A importância dos minerais durante a gestação
Os retardos de crescimento uterino (IUGR) variam de efeitos graves e imediatos, evidenciados pelo aborto ou desajuste neonatal, a déficits de longo prazo mais sutis, que podem não se tornar aparente clinicamente até mais tarde na vida no indivíduo.
Segundo pesquisas, esses efeitos revelam que a nutrição de um indivíduo, antes do seu nascimento e durante a infância, programa o desenvolvimento de fatores de riscos como aumento da pressão arterial, concentrações séricas de fibrinogênio e fator VIII e intolerância à glicose no indivíduo, sendo esses efeitos, a partir de estudos epidemiológicos, postulados como sendo determinantes da doença cardíaca coronária mais tarde na vida.
Estudos sobre distúrbios induzidos por micronutrientes durante o início da vida fetal revelam que a deficiência de micronutrientes específicos como o zinco pode resultar em uma maior incidência de má formação fetal e absorção embrionária do que a desnutrição geral. Além disso, a gama de micronutrientes que afetam o desenvolvimento, o número de estágios críticos, diversos sistemas bioquímicos e tipos de tecidos se combinam para aumentar os problemas do status inadequado de micronutrientes.
Minerais vindos do feno e do pasto são influenciados por fatores do solo, espécies de plantas, estágio vegetativo, fertilização e irrigação. Embora forragens frescas forneçam cálcio, fósforo e potássio em quantidades adequadas durante a gestação, a oferta de sódio, cloro, cobre, zinco e selênio pode ser insuficiente. Nas categorias de maiores exigências nutricionais como a gestação, os valores para atender as necessidades desses animais para cálcio e fósforo aos 120 dias de gestação ficam em 20 gramas e 14 gramas, respectivamente. Já dos 250 aos 340 dias de gestação, esses valores sobem para 36 gramas e 26.3 gramas, respectivamente. Durante a lactação, os valores são 59.1 gramas/dia de cálcio e 38.3 gramas/dia de fósforo.
O cobre tem seu papel potencial na patogênese de doenças ortopédicas do desenvolvimento. O feto equino estabelece seus estoques hepáticos de oligoelementos nos últimos meses de gestação para mobilização durante os primeiros meses após o nascimento. Com isso, suplementar a égua no final da gestação foi hipotetizada como tendo efeitos protetores na cartilagem articular do potro.
Em outro experimento, éguas puro-sangue em pastejo (4,4-8,6 mg Cu/kg de matéria seca) foram suplementadas oralmente com cobre (0,5 mg Cu/Kg de peso vivo/dia) durante o último semestre de gestação e seus potros também foram suplementados oralmente com cobre até os 5 meses de idade. A suplementação materna com cobre reduziu tanto o escore de epifisite radiográfica em 38% quanto o número de lesões articulares em potros aos 5 meses de idade, enquanto nenhuma melhora de qualquer um dos parâmetros foi observada quando apenas os potros foram suplementados com cobre. Isso sugere que a suplementação oral de cobre da égua ao final da gestação é mais eficiente em garantir o desenvolvimento saudável do esqueleto do que a suplementação dos potros após o nascimento.
Éguas Quarto de Milha mantidas em pastagem ou alimentadas com mistura adicional de grãos na segunda metade da gestação foram suplementadas via oral com levedura de selenometionina (SeMet) até o parto. Apesar ter aumentado o conteúdo de selênio no colostro, concentrações plasmáticas e musculares nas éguas e nos seus potros até os 2 meses de idade, a utilização da SeMet não aumentou a concentração de IgG no plasma do potro, mas reduziu a concentração plasmática de leptina nas primeiras 18 horas após o nascimento.
Poucos são os estudos que compreendem a suplementação durante a gestação com objetivo de avaliar o desenvolvimento e a saúde do potro, principalmente por serem onerosos e longos. Por outro lado, em outras espécies já sabemos a importância da melhora na qualidade do mineral oferecido, além das quantidades corretas para atender às exigências nas diferentes categorias.
O uso da suplementação mineral deve ser diário, acompanhado e qualquer problema deve ser registrado. Uma das falhas na desnutrição das éguas e saúde diminuída nos potros é o não acompanhamento do fornecimento da água, forragem e mineral. Muitos concordam que, nessa ordem, a pirâmide básica alimentar na produção animal deve ser atendida antes de pensarmos em onerar o planejamento alimentar com suplementação.
A dica é procurar produtos que atendam às necessidades das categorias trabalhadas. Pesquise sobre a biodisponibilidade dos minerais que estão nos produtos. Priorize produtos de origens naturais e com alta tecnologia. Os potros merecem éguas bem alimentadas. A saúde de dois animais entra pela boca de apenas um!
Não se esqueça dos nossos cavalos. São eles que movimentam nossa pecuária.
As referências bibliográficas encontram-se com a autora.
Gabriela do Vale Pombo é zootecnista, pós-doutoranda em Genômica Nutricional e coordenadora de Equinos da Premix
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias Mídia Rural
Assessoria
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Embrapa realiza primeiro simpósio sobre agricultura espacial
O 1º Simpósio Internacional em Agricultura Espacial (Siae) será realizado de 14 a 16 de outubro, em São José dos Campos, São Paulo. O evento busca fortalecer a economia espacial e ampliar o conhecimento científico e tecnológico na área, com o objetivo de tornar a agricultura espacial uma realidade no Brasil.
O evento é uma oportunidade para debater com personalidades científicas internacionais e cientistas das instituições brasileiras que compõem a Rede Space Farming Brazil, com suporte da Agência Espacial Brasileira (AEB) e liderança da Embrapa.
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Ele integra o projeto “Agricultura Espacial: da Terra para o Espaço e do Espaço para a Terra”, liderado pela pesquisadora Alessandra Pereira Favero, da Embrapa Pecuária Sudeste.
O simpósio será o primeiro evento brasileiro a abordar a temática e reunirá especialistas, pesquisadores e instituições das áreas espacial, agrícola e afins para discutir e compartilhar conhecimentos sobre o desenvolvimento de técnicas e tecnologias relacionadas à agricultura espacial.
O simpósio prevê três dias de painéis, palestras e debates para promover a troca de experiências e fomentar a colaboração entre atores envolvidos nesse campo com participação ativa da comunidade científica nacional e internacional.
A programação conta ainda com eventos paralelos, como cinema ao ar livre com a presença do pesquisador aposentado da Nasa, James Green, que foi consultor do roteiro do filme “Perdidos em Marte”; além de visitas a instituições ligadas ao setor aeroespacial brasileiro.
O pesquisador da Embrapa Agroenergia, Maurício Lopes, destacou a relevância do tema para o futuro da agricultura e para a inovação científica brasileira.
“O tema tem importância para a Embrapa e para o país, sobretudo após a adesão formal do Brasil ao programa Artemis, liderado pela Nasa, que prevê o retorno do ser humano à Lua e futuras missões a Marte”, explica.
“Ambientes espaciais extremos impõem restrições semelhantes às enfrentadas no cinturão tropical e em regiões vulneráveis do planeta, tornando a agricultura espacial um campo promissor para desenvolver tecnologias resilientes, adaptadas e sustentáveis”, conta.
A participação no projeto também potencializa novas parcerias institucionais, aproxima a Unidade dos setores aeroespacial, de tecnologia e defesa, e contribui para a diversificação de portfólio e fontes de financiamento voltadas à bioeconomia e à economia do espaço no futuro.
Serviços
Data: 14 a 16 de outubro
Local: Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos (PIT)
Inscrições: clique aqui para se inscrever
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Detran leva palestra sobre segurança no trânsito a estudantes de Cuiabá

Kamila Nascimento/Detran-MT
Nesta segunda-feira (22.9), servidores da Coordenadoria de Ações Educativas para o Trânsito do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT) realizaram uma série de palestras na Escola Estadual Prof. Welson Mesquita de Oliveira, no bairro Pascoal Ramos, em Cuiabá. A unidade atende cerca de 1.600 alunos e recebeu a iniciativa como parte da programação da Semana Nacional do Trânsito.
Segundo a diretora de Educação e Fiscalização de Trânsito do Detran-MT, Adriana Carnevale, o objetivo foi sensibilizar os jovens para uma postura mais responsável nas vias. “Hoje estamos aqui na escola acompanhando uma ação educativa, um circuito de palestras com sete servidores da CAET, ensinando, alertando aos jovens sobre a percepção de risco e sensibilizando o respeito às normas de trânsito”, afirmou.
A ação contou com a participação da Gerência de Política sobre Drogas da Secretaria de Justiça de Mato Grosso. A assistente social Fátima Vieira do Prado destacou a importância de abordar também os riscos associados ao consumo de álcool e ao uso de cigarros eletrônicos. “Viemos fazer uma fala sobre drogas, no caso sobre a influência do álcool no trânsito, e também sobre o cigarro eletrônico, que é a droga mais utilizada por adolescentes no momento”, ressaltou.
O diretor da escola, Fábio Bernardo da Silva, avaliou positivamente a iniciativa. “É extremamente importante a visita do Detran nessas ações, na escola, na programação da Semana Nacional do Trânsito, para o processo de conscientização dos nossos estudantes e da comunidade. Para além da escola, o estudante vai levar essa aprendizagem, essa experiência vivida nesse momento, para seus familiares e responsáveis. Então ficamos felizes com a visita do Detran e sabemos que é de extrema importância a participação do Detran para um trânsito mais seguro, e uma educação que vai além do currículo convencional”, destacou.
A Semana Nacional de Trânsito segue até quinta-feira (25), com ações educativas promovidas pelos Detrans de todos os Estados do Brasil, visando reforçar a conscientização sobre a segurança viária no País.
Roberto Felippe Santiago | Detran-MT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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Controle parasitário em cavalos garante saúde, bem-estar e desempenho físico

Divulgação
A saúde e longevidade dos cavalos podem ser seriamente comprometidas por parasitas muitas vezes imperceptíveis, como vermes gastrointestinais e carrapatos. Esses organismos afetam diretamente o bem-estar dos animais, prejudicam seu desempenho e, em casos não tratados, reduzem significativamente a expectativa de vida.
De acordo com a zootecnista Paula Kawakami, coordenadora de produtos para grandes animais da Syntec, “os parasitas internos (endoparasitas), como vermes redondos, são comuns e perigosos. Eles se instalam no trato digestivo, causando cólicas, emagrecimento, anemia, diarreia e, em situações mais graves, até a morte”.
Impactos das infestações crônicas no desempenho do animal
Infestações persistentes comprometem o sistema imunológico, tornando os cavalos mais suscetíveis a doenças. Cavalos infectados apresentam fadiga precoce, perda de massa muscular e dificuldade de recuperação após exercícios, o que prejudica não apenas a rotina diária, mas também o desempenho em competições.
“Sem um controle adequado, os danos se acumulam ao longo do tempo, afetando órgãos vitais e encurtando a vida do animal. Em haras e centros de treinamento, a falta de programas preventivos eficazes pode gerar prejuízos econômicos consideráveis, devido à queda no rendimento e ao aumento nos custos com tratamentos”, alerta Paula Kawakami.
Estratégias de controle parasitário para cavalos
O controle eficaz requer uma abordagem integrada, que inclui:
- Vermifugação regular;
- Exames de fezes periódicos;
- Manejo sanitário das pastagens;
- Higienização adequada das baias;
- Controle de vetores.
Segundo a especialista, é essencial que criadores, proprietários e treinadores consultem um médico-veterinário para definir protocolos de vermifugação adaptados à realidade de cada animal e propriedade.
Produtos indicados para controle e tratamento de parasitas
Para auxiliar no manejo parasitário, a Syntec disponibiliza produtos de ampla eficácia:
- Anequim Plus: antiparasitário oral à base de Oxibendazol e Triclorfon, indicado para o tratamento e controle de adultos, larvas e ovos dos principais parasitas que acometem equinos.
- Equimectin: antiparasitário oral à base de Ivermectina, seguro e eficaz, recomendado para o tratamento e controle das principais vermes que afetam os cavalos.
A utilização adequada desses produtos, aliada a práticas de manejo corretas, garante mais saúde, bem-estar e desempenho físico para os equinos, além de prevenir prejuízos econômicos para criadores e treinadores.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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