Agricultura
Sicredi recebe mais R$ 275 milhões para apoiar associados

Linhas de crédito com fundo de aval garantidor de Mato Grosso são destinadas ao fomento das atividades de pequenas empresas e produtores rurais associados – Reprodução
O Sicredi recebeu mais um aporte do Governo do Estado de Mato Grosso para operações de crédito por meio do MT Garante – fundo de aval garantidor de Mato Grosso. Estão disponíveis aos associados R$ 275 milhões para apoiar microempreendedores individuais (MEIs), micro e pequenas empresas, além da agricultura familiar e médios produtores rurais. Uma das cinco instituições financeiras que disponibilizam recursos com o fundo de aval, que inclui ainda a Agência de Fomento de Mato Grosso (Desenvolve MT), o Sicredi contabiliza o maior volume de recursos liberados até agora.
As linhas de crédito atendem às necessidades dos associados por Investimentos, Capital de Giro e Custeio Agro, e oferecem garantia de até 80% do valor financiado. O objetivo é tornar o crédito mais acessível e minimizar os riscos das operações contratadas, fomentando as atividades e promovendo o desenvolvimento. O fundo funciona, na prática, como um avalista da operação quando o micro, pequeno ou médio negócio, ou o produtor rural, não tem as garantias necessárias para oferecer nos financiamentos.
A instituição financeira cooperativa realiza operações com o MT Garante desde dezembro de 2022 e até junho deste ano registra um total de R$ 285 milhões concedidos, em 3.255 operações. A maior parte foi contratada por empresas, com 86% do volume liberado (R$ 246,055 milhões), e o restante, 14%, foi para associados do agronegócio (R$ 38,8 milhões). Em número de operações, as empresas somaram 2.861 e os produtores rurais ficaram com 394.
“Dentre as instituições financeiras parceiras do Governo de Mato Grosso fomos a primeira a operar linhas de crédito com o fundo de aval e ficamos muito satisfeitos com o desempenho obtido até aqui. Atribuímos esses resultados à nossa capilaridade, uma vez que estamos presentes em cerca de 130 cidades mato-grossenses, com mais de 180 agências, e por serem os pequenos e médios negócios e produtores rurais, o foco da nossa atuação”, afirma Mayara Oliveira, consultora de Crédito do Sicredi. Para ela, a busca por recursos será crescente e o MT Garante já está atingindo sua principal finalidade, que é contribuir para o desenvolvimento dos negócios.
Do total de recursos liberados pelas cooperativas do Sicredi às empresas, a maior parte foi para Capital de Giro, com R$ 234,9 milhões em 2.773 operações. Para Investimentos, as empresas contrataram R$ 11,1 milhões, em 88 operações. Já do total de recursos contratados pelo público agro, R$ 33,7 milhões foram para custeio, com 347 operações; e R$ 5 milhões foram para Investimento, com 47 operações.
Um dos associados que usaram linhas de crédito do MT Garante para incrementar seu negócio é Selmo Cesar de Macedo, de Santa Carmem. Aos 47 anos, há três ele decidiu mudar de atividade ao deixar a prestação de serviços na extração de madeira para cultivar hortaliças. Por metade desse tempo tocou as duas atividades, e de um ano e meio para cá decidiu, ao lado da esposa Ilizabeth Ulmann, 42, se dedicar exclusivamente às verduras. Ele planta na terra e aposta na hidroponia para dar uma guinada no negócio, aumentar a produção e ter capacidade para atender grandes pedidos das redes supermercadistas da região.
Atualmente, Selmo planta cheiro verde (cebolinha e salsinha), alface, almeirão, rúcula, couve, brócolis e está prestes a iniciar o cultivo de repolho. As hortas ocupam 1 hectare da propriedade, com cultivo em terra e em duas hidroponias de 7 metros de largura por 30 metros de cumprimento cada, com uma produção mensal de aproximadamente 11 mil pés de verduras. Os recursos liberados via Sicredi com o fundo de aval do MT Garante o ajudaram a avançar na construção das duas estruturas de hidroponia.
Recentemente, ele pleiteou mais recursos para construir mais uma estrutura de hidroponia, desta vez maior, de 15 metros de largura por 51 metros de comprimento, que possibilitará dobrar a produção atual. “Nessa estrutura eu poderei produzir mais 10 mil pés por mês e atender os supermercados que hoje não consigo porque não tenho volume. A vantagem da hidroponia é que não precisa de tanta mão de obra, e poderemos ter uma renda melhor. Conto com o apoio do Sicredi para realizar esse projeto”, afirma o agricultor familiar.
Também do segmento rural, o produtor José Rodrigues, 73 anos, de União do Sul, acessou os recursos na última safra de arroz para comprar insumos. “Foram cultivados 28 hectares e o apoio do Sicredi foi importante para não termos que recorrer a fornecedores de insumos, que têm crédito com custo maior. Foi muito bom e vários vizinhos foram ao Sicredi também para procurar o MT Garante”. O valor emprestado foi suficiente para equilibrar o caixa da propriedade, que não precisará de crédito para a próxima safra, que ampliará a área cultivada para 40 hectares. “Começaremos a trabalhar na próxima safra no começo de dezembro e colheremos até maio de 2026”, comenta José.
Sobre o crédito
Ao contratar a linha de Investimento, o empresário ou produtor pode financiar bens e serviços necessários à implantação e expansão do empreendimento, construção e aquisição de animais. Com o Capital de Giro é possível equilibrar o fluxo de caixa do negócio e o associado pode cobrir despesas como pagamento de tributos, encargos, fornecedores e salários.
O Custeio Agro é destinado a despesas de produção das atividades agrícolas ou pecuárias, aquisição de insumos, custos do ciclo produtivo com aquisição de bovinos de corte para recria, engorda e confinamento, e extração de produtos vegetais espontâneos ou cultivados.
Limites e contratação
O limite de crédito por operação varia de acordo com o porte da empresa, podendo chegar a R$ 300 mil. Já para produtores rurais, o valor máximo varia de R$ 250 mil (pequeno produtor) a R$ 430 mil (médio produtor). As operações de crédito garantidas pelo MT Garante têm prazo máximo de 84 meses incluindo carência e amortização.
Para contratar crédito com o Fundo de Aval basta o associado procurar a agência do Sicredi e falar com o gerente. É preciso estar enquadrado em um dos portes, passar pela análise de risco da instituição e pagar a Comissão de Concessão de Aval (CCA). Esta comissão é destinada à manutenção do próprio fundo do governo do Estado e tem o objetivo de contribuir para o aumento de recursos e beneficiar o maior número de negócios ao longo do tempo.
Sobre o Sicredi
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento de seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. Possui um modelo de gestão que valoriza a participação dos 8 milhões de associados, que exercem o papel de donos do negócio. Com mais de 2.700 agências, o Sicredi está presente fisicamente em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, disponibilizando uma gama completa de soluções financeiras e não financeiras.
Nos estados de Mato Grosso, Pará, Rondônia, Acre, Amazonas, Amapá, Roraima, e algumas cidades de Goiás, o Sicredi está presente em 243 municípios e possui 323 agências, para o atendimento a mais de 1,252 milhão de associados.
Imprensa Sicredi
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Brasil e Colômbia trocam experiências científicas sobre a vassoura de bruxa da mandioca

Foto: Adilson Lima/Embrapa
A Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) recebeu, entre 15 e 19 de dezembro, a pesquisadora Alejandra Gil-Ordoñez, da Alliance Bioversity & Ciat, da Colômbia. Ela realizou atividades de pesquisa sobre a morte descendente da mandioca (popularmente chamada de vassoura de bruxa da mandioca), doença causada pelo fungo Ceratobasidium theobromae , recentemente identificada na região Norte.
Alejandra foi convidada pelo fitopatologista Saulo Oliveira , pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura que liderou as pesquisas sobre a doença em todo o Brasil. Em Cruz das Almas (BA), uma programação de estudos e intercâmbios aconteceu no Laboratório de Biologia Molecular, supervisionada pela analista Andresa Ramos , e conta com a participação de pesquisadores e bolsistas envolvidos nos trabalhos.
“O convênio se realizou para atender à emergência fitossanitária no Brasil. A ideia era transferir conhecimento para tratar de entender a doença, como ocorrer aqui suas particularidades e como conter o mais rápido possível a dispersão”, explica Alejandra. “Toda emergência fitossanitária é um tema urgente. Precisamos socializar o problema — porque muita gente não conhece — e, enquanto isso, ela pode chegar a outras localidades que as pessoas não estão familiarizadas com os sintomas.”
Entre as atividades realizadas no laboratório durante uma semana, houve a preparação de amostras de fungos encontrados no Amapá em 2023, 2024 e 2025 para comparar geneticamente com amostras da Guiana Francesa e da Ásia. “O foco foi o sequenciamento com marcadores microssatélites [SSR] para compreensão da estrutura populacional do fungo, sua diversidade e diferenças e semelhanças com populações asiáticas do patógeno”, informa Saulo.
Atividades no Amapá
Na semana anterior, acompanhado por Saulo, pelo pesquisador Éder Oliveira , recentemente transferido da Embrapa Mandioca e Fruticultura para a Embrapa Café (DF), e equipe da Embrapa Amapá , Alejandra conheceu os experimentos e visitou áreas afetadas pela vassoura de bruxa da mandioca na região do Oiapoque (AP), incluindo as aldeias indígenas Kariá, Galibí e Tukay. Ela trouxe e instalou uma armadilha de esporos que visa ao monitoramento em campo. “A armadilha de esporos foi montada para ser testada e, em breve, será destinada ao campo onde será realmente realizado o monitoramento”, diz Saulo.
No mesmo período, equipes da Embrapa instalaram experimentos com 210 genótipos de mandioca, sendo 160 da Embrapa Mandioca e Fruticultura. Os demais são de origem local e outros enviados pelo produtor Benedito Dutra, parceiro da Rede Reniva no Pará. “Esse trabalho de identificação dos genótipos e de preparação de área é feito pela pesquisadora Jurema Dias, o analista Jackson dos Santos, os técnicos Aderaldo Gazel e Izaque Pinheiro e outros colegas da Embrapa Amapá. São experimentos conjuntos, o que mostra que as Unidades estão trabalhando em parceria para solucionar o problema”, explica Saulo. “Vão ser verificadas características morfológicas que diferenciam as cultivares, como a cor e espessura das folhas e dos pecíolos, que poderiam ser, talvez,barreiras para o fungo, e genótipos que parecem ter algum tipo de resistência. Nesse caso, não é apenas uma observação de campo, mas uma experimentação científica, com delineamento, em que será possível extrair os dados, com a garantia de que o resultado não é por aleatoriedade”, afirma. Essas atividades estão sendo financiadas com recursos emergenciais destinadas a dois centros de pesquisa.
No Amapá, Alejandra relatou que existem diferenças no comportamento da doença na região amazônica e na Ásia. “Na Ásia, temos apenas um período intenso de chuvas enquanto na região amazônica há chuva praticamente todo o ano. Podemos dizer que, no Brasil, existem possíveis efeitos mais graves a curto prazo porque a doença está se disseminando mais rapidamente. Além disso, nas Américas a mandioca é um cultivo que tem importância cultural e de segurança alimentar maior que na Ásia. Unido a isso, nas comunidades indígenas, o vínculo é muito profundo com a mandioca, com sua conservação e com a conservação da diversidade porque a mandioca tem como centro de origem o Amazonas. São fatores socioeconômicos e socioculturais que devem chamar a atenção dos esforços governamentais para conter a doença”, alerta a pesquisadora.
Fonte: Assessoria/Léa Cunha
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Demanda sazonal pressiona mercado global de fertilizantes

As vendas de ureia ao consumidor final na Índia avançam – Foto: Canva
O mercado global de fertilizantes atravessa um período de forte movimentação, marcado por picos sazonais de consumo e por estratégias governamentais voltadas à segurança de suprimento. Segundo a AMR Business Intelligence, a demanda elevada em um dos principais mercados consumidores tem alterado o ritmo de vendas, estoques e decisões de importação, ao mesmo tempo em que acordos internacionais ganham peso no planejamento de médio prazo.
As vendas de ureia ao consumidor final na Índia avançam para alcançar quase 6 milhões de toneladas em dezembro, volume que pode configurar um novo recorde mensal, impulsionado pela demanda típica da safra de inverno, conhecida como rabi. O ritmo acelerado de escoamento reduziu os estoques domésticos de 7,1 milhões para 6,3 milhões de toneladas em apenas duas semanas. Esse movimento levou a estatal NFL a antecipar uma licitação de importação para a compra de 1,5 milhão de toneladas, com encerramento previsto para 2 de janeiro. No acumulado do ano, o país, que figura como o maior importador global do insumo, já adquiriu 9,23 milhões de toneladas por meio de leilões internacionais.
Paralelamente, a política externa indiana reforça o papel estratégico dos fertilizantes. O primeiro-ministro Narendra Modi propôs dobrar o fluxo comercial bilateral com a Jordânia para US$ 5 bilhões em cinco anos, colocando o setor como um dos eixos centrais da cooperação, ao lado de energia e defesa. Em encontros de alto nível que contaram com a participação do rei Abdullah II, foram discutidos investimentos na indústria jordaniana para garantir o fornecimento estável de fosfatados à Índia. A iniciativa busca reduzir riscos de oferta em períodos de pico das safras e consolidar um corredor econômico entre o Sul da Ásia e o Oriente Médio.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Mercado de trigo entra em fase de ajuste no Sul

No Paraná, o cenário também é de paralisação – Foto: Canva
O mercado de trigo no Sul do país atravessa um período de baixa liquidez, pressão sobre preços e cautela generalizada dos agentes, após dois anos marcados por fortes oscilações. De acordo com a TF Agroeconômica, o comportamento observado em 2024 e 2025 reflete um esgotamento do ciclo de alta e a entrada em uma fase de ajuste estrutural, com efeitos distintos entre os estados produtores.
No Rio Grande do Sul, as negociações seguem praticamente suspensas, com expectativa de paralisações temporárias em moinhos para limpeza e férias coletivas. Estima-se que cerca de 1,55 milhão de toneladas da safra nova já tenham sido comercializadas, o equivalente a pouco mais de 40% da produção. Os preços do trigo para moagem giram entre R$ 1.100 e R$ 1.150 por tonelada no mercado local, enquanto no porto os valores ficam próximos de R$ 1.180 para dezembro e R$ 1.190 para janeiro. O trigo destinado à ração apresenta cotações ligeiramente superiores, e o mercado é descrito como confortável do lado da indústria, com pouca urgência de compra.
A análise dos últimos dois anos mostra que os preços no estado atingiram picos relevantes em meados de 2024 e no primeiro quadrimestre de 2025, superando R$ 1.450 por tonelada, antes de entrarem em uma trajetória de queda acentuada. No encerramento de 2025, as cotações recuaram para níveis próximos de R$ 1.030 a R$ 1.050, os menores do período. A combinação de boa oferta interna, qualidade inferior do grão, entrada concentrada da safra, concorrência do trigo importado e demanda cautelosa dos moinhos contribuiu para a perda de sustentação dos preços.
Em Santa Catarina, o mercado permanece travado, com moinhos apenas recebendo lotes já adquiridos e expectativa de parada quase total até o início do próximo ano. O estado ainda não concluiu a colheita, e há um descompasso entre vendedores, que mantêm ideias ao redor de R$ 1.200 FOB, e compradores, que se mantêm ausentes.
No Paraná, o cenário também é de paralisação, com preços nominais ao redor de R$ 1.250 por tonelada CIF no norte do estado. Após picos acima de R$ 1.550 em 2024 e no início de 2025, o mercado entrou em tendência baixista, encerrando o último ano na faixa de R$ 1.180 a R$ 1.200, pressionado pela oferta interna, importações competitivas e resistência dos moinhos a preços mais elevados.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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