Notícias
Evento anual voltado a consultores agronômicos, NutriExperts discute caminhos para se alcançar uma agricultura de alta performance

Consultor Carlos Cogo fala ao público do evento sobre as perspectivas de mercado para a safra 24/25 – Fotos: Beto Oliveira
Realizar um intercâmbio tecnológico visando apresentar as melhores práticas e manejos para ajudar os agricultores a produzirem mais e melhor. É com esse objetivo que, anualmente, acontece o NutriExperts, evento promovido pela ICL que já se tornou referência na discussão de conceitos e tecnologias para a agricultura, principalmente no que se refere à fisiologia e nutrição de plantas, e que este ano reuniu, em sua 12ª edição, em Itupeva (SP), cerca de 250 consultores agronômicos de todo o País e da América do Sul. “O NutriExperts é um ambiente colaborativo, rico em termos de aprendizado. Colocamos aqui todo nosso conhecimento à disposição do campo, que ainda tem muitas oportunidades para melhorar os índices de produtividade”, declarou o CEO Alfredo Kober na abertura do evento.
Rafael Battisti, professor e pesquisador em Agrometeorologia e Modelagem de Cultivos Agrícolas da Escola de Agronomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), um dos participantes, defendeu em sua apresentação sobre os impactos do clima na produtividade e estratégias de manejo para a safra 2025 que, além de produzir, o agricultor tem de ser eficiente em suas tomadas de decisão. “Ferramentas não são solução para os problemas, mas trazem embasamento para isso. Não adianta colocar a culpa no clima. O manejo mitiga os impactos causados por ele. Não tem como aumentar a produtividade se não houver oferta de nutrientes”, observou (leia mais na entrevista que ele concedeu abaixo).
|
Em uma apresentação sobre nutrologia de alta performance, Diogo Toledo, médico do Albert Einstein Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa, mostrou o papel dessa ciência na chamada Medicina 3.0, que busca cada vez mais prevenir e personalizar o cuidado com o paciente. “Minha ideia foi fazer um intercâmbio entre a nutrologia e a agronomia, mostrar o que fazemos para prevenir e predizer, mas também trazer um pouco do aspecto de como se comportar como ser humano em todas essas evoluções. Na agronomia já se utiliza tecnologia para saber como é o ambiente, o clima, o solo, o micro-organismo do solo e isso antecipa como vai ser o fruto, a plantação. Toda essa predição / prevenção a gente faz na nutrologia humana e é muito interessante ver essa interrelação na agronomia. Cuidar da planta pela nutrologia faz ela ter um desempenho muito melhor se eu, antecipadamente, conseguir identificar o melhor solo, estruturar esse solo, o melhor clima, melhor suplemento do solo para isso para melhorar essa produtividade, exatamente como fazemos na nutrologia humana”, afirmou.
“Nós sabemos que a nutrição tem impacto positivo. Atletas de alto desempenho precisam de alimentação adequada e o mesmo acontece com as plantas. Na nutrologia vegetal a nossa proposta é que tenhamos um olhar para o máximo de performance. Temos nos inspirado na natureza para trazê-la para a agricultura, com tecnologias que têm contribuído com o desempenho de muitos agricultores em concursos de produtividade como o CESB, GETAP e Cup of Excellence. Nós trabalhamos nessas tecnologias que fazem a diferença e os consultores agronômicos atuam como verdadeiros nutrólogos, com recomendações cada vez mais customizadas. Assim como um médico tem o olhar para a gente a ideia é que façamos o mesmo com as plantas. Queremos cada vez mais evoluir juntos inspirados pelas estratégias da natureza para que nossos clientes obtenham a máxima performance”, afirmou Ithamar Prada, vice-presidente de Marketing e Inovação da ICL.
Engenheiro agronômo pela Esalq / USP e mestre em Agronomia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Prada avalia que o nosso conhecimento hoje é diferente do que tínhamos recentemente. “A agricultura mudou muito nos últimos 70 anos, mas os ciclos de evolução estão cada vez mais curtos. A capacidade de seguir evoluindo é muito importante. Por meio da biomimética, identificamos caminhos que contribuirão para a performance das lavouras e que contribuirão cada vez mais para que expressem todo seu potencial genético”, completou.
O professor doutor Lucas William Mendes (foto acima), do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, Universidade de São Paulo (CENA-USP), argumentou que a ciência e tecnologia nos fizeram dar um salto de produtividade e acredita que o microbioma pode ser a resposta para um novo salto na agricultura. “Bactérias, fungos, archaeas, protozoários e vírus interagem. A saúde humana não está sozinha, depende da saúde vegetal, animal e ambiental. O que faz essa conexão entre os seres é o microbioma do solo”, disse o profissional, que lembrou que qualquer prática que ocorra no solo interfere no microbioma. “O solo não é inerte, é um ecossistema constituído por um conjunto de comunidades que vivem e interagem entre si e o meio”, completou.
Mudança na forma de fazer agricultura
Em painel sobre agricultura regenerativa, Arthur de Camargo, da Scheffer, e Lucimar Silva, CEO da Auma Negócios (foto acima), trouxeram cases práticos de sucesso com geração de valor em agricultura regenerativa. “O maior desafio na implementação desse sistema é o cultural, que costuma ser imediatista. Há muito que se evoluir em conhecimento e no que se diz respeito a diagnóstico, que defendo que seja personalizado por propriedade. Nem sempre o que se faz em 50 hectares pode-se fazer em 200 hectares. Tem muita coisa que temos de aprender juntos”, avaliou Lucimar. “É um processo em construção”, acrescentou Camargo.
“Como discutimos aqui, a agricultura passa por vários processos de inovação. A saúde humana tem relação com as plantas e quando falamos disso, da microbiota, de agricultura regenerativa, tudo se intercala. E a nossa proposta de valor como ICL tem a ver com tudo isso”, finalizou Guilherme Amaral, gerente técnico de Desenvolvimento, que apresentou o evento.
|
Vilões da perda de produtividade?
|
O que faz o produtor perder produtividade? Clima ou manejo?
Rafael Battisti – Hoje temos os dois, mas se colocarmos na ponta do lápis temos em torno de 15% a 20% limitados pelo déficit hídrico e 45% limitados pelo manejo. O clima é algo que podemos reduzir os riscos com melhor data de semeadura, de cultivar, do sistema em si para enfrentar esse período de déficit, por exemplo. Mas o manejo é o grande determinador de quanto realmente se vai colher. Estamos muito aquém do que o clima está entregando. Não conseguimos explorar esse máximo e isso se deve ao manejo. Cada talhão, cada produtor tem os seus limitantes que precisam ser identificados para explorarmos esse potencial de 45%.
Você falou que o Brasil está perdendo até 60% de produtividade por manejo. O que está errado?
Battisti – Estamos na faixa 50%, 60%, dependendo da região. Enxergo que o grande problema é o operacional. Conhecemos qual a melhor data de plantar, a cultivar recomendada, quanto que temos de colocar de adubação. Mas, quando se chega ao campo, às vezes é muito difícil converter essas informações no operacional. Então, o importante é o produtor ter planejamento de curto, médio e longo prazo e isso deve ser feito bem antes da safra. Estou falando de longo prazo, de pelo menos 10 anos, para se montar um sistema que tenha uma condição melhor de explorar o potencial do clima. Fertilidade do solo não é algo que se resolve de um ano para o outro, período que tem problemas pontuais: uma condição climática que limitou o plantio, uma semente que está com potencial de germinação menor ou alguma praga que teve uma pressão muito alta naquele ano. No curto prazo a gente deve olhar para o que está acontecendo naquela safra e estar pronto para fazer o manejo.Quanto pior o clima mais eficiente estamos sendo?
Battisti – No ano em que o clima está ruim a produtividade é muito limitada. Então, o potencial produtivo diminui bastante. Quando o potencial é menor, parece que o manejo chega mais próximo desse potencial. Então, teoricamente, aumentamos a eficiência. Só que produzimos pouco ainda. Agora, em anos bons, nos quais o déficit hídrico não limitou a produtividade, o manejo não conseguiu chegar naquele potencial. Exemplo: em ano de seca o potencial é de 50, 60 sacos por hectare. Eu vou lá e adubo para 50 sacos por hectare. No ano de clima bom, meu potencial é 100, 120 sacos por hectare de soja. Eu vou lá e adubo para 70. Então, os manejos, não estão conseguindo alcançar o potencial de clima. Precisamos estar atentos a isso. No ano ruim, pode usar menos adubo, pode preparar seu sistema para uma produtividade mais baixa. Os desafios vão ser diferentes. Agora, no ano bom, a gente precisa ter um manejo melhor, usar mais fertilizante, focar mais na parte de manejo, porque o clima não vai ser um limitante.
Precisamos acelerar o ganho por manejo para reduzir o impacto do clima?
Battisti – Hoje, o nosso sistema de produção está cada vez mais tecnificado, então não tem espaço para amador. A nossa rentabilidade, que é o principal hoje, cada vez está com uma margem mais curta. Então, eu preciso ser mais eficiente para ter uma maior rentabilidade. Nesse sentido, necessito de um manejo que vá melhorar ao longo do tempo para acelerar esse ganho. Então, o custo de produção está aumentando e eu preciso aumentar minha produtividade. Só que o custo de produção aumenta muito mais do que a produtividade. Então, eu preciso parar e fazer um planejamento, ver qual é o meu potencial produtivo e ajustar os manejos para eu conseguir acelerar esse potencial produtivo. E é isso sim, são exemplos reais.
No concurso de produtividade de soja do CESB, nos últimos 10 anos, o ganho de produtividade foi três vezes maior que a média nacional. O que esses produtores estão fazendo que em 10 anos ganharam mais de três sacos por hectare por ano e a gente, de forma geral, não está conseguindo corresponder? Há um gap de manejo que precisamos entender. Não vamos alcançar esses níveis todos os anos, em todas as áreas, mas são referências que a gente pode olhar e, a partir disso, enxergar o que podemos estar errando no manejo e o que se pode fazer para se chegar mais perto desses produtores.Na sua palestra, você citou que cada vez mais temos de pensar no sistema, que não dá mais para plantar de forma individualizada. Por quê?
Battisti – O produtor é muito ansioso. Ele faz o planejamento e acaba o jogando fora por algumas situações. É preciso pensar no sistema. Por quê? Porque a rentabilidade vem do sistema. Tem vários trabalhos mostrando que a soja seguida de uma planta de cobertura não vai ter a rentabilidade do milho, mas no próximo ano me fará ganhar mais de 10 sacos por hectare de produtividade da soja, que hoje é a nossa principal cultura em termos de rentabilidade. O que que eu posso fazer de rotação de cultura? Onde entro com planta de cobertura? Onde não posso fazer o milho safrinha porque o risco climático é muito alto? Então o sistema enxerga isso, ou seja, o balanço de nutrientes.
É preciso aumentar a resiliência do sistema agrícola? Que pontos você deixa para atenção do produtor?
Battisti – Bom, resiliência é um termo muito utilizado para o dia a dia da gente. Na agricultura, é a capacidade que a planta tem de enfrentar os momentos extremos. Então, por exemplo, uma planta que está 10, 15 dias sem chuva como enfrenta esse período sem perder muita produtividade? Eu já tenho cultivares que são mais resistentes a déficit hídrico, já posso usar alguns bioestimulantes, alguns produtos que auxiliem a planta a ser mais resiliente, enfrentar aquele período sem perder muito. A questão do solo é extremamente importante, porque ele é um reservatório de água. Então, se a raiz está com 10 centímetros, tenho 10 centímetros de solo com água disponível para a planta. Nesse intervalo de 10, 15 dias sem chuva, a planta vai extrair água do solo. Ela começa na camada superior e vai para a intermediária, para a profunda. Então ela consegue ter mecanismos para enfrentar esse período e eu perder menos. No momento em que fiz o planejamento já tento reduzir a perda por clima. Iniciei o plantio, já tento reduzir a perda por problema de doença, de praga, de solo, de limitação química do solo, de qualidade de plantio. Ao longo do ciclo eu vou monitorando, tenho de controlar a praga, a doença. Vamos sempre evitando esses fatores de perda,mas há alguns que não controlamos, como condições climáticas. Depois que plantei, não posso fazer mais nada, a não ser irrigação. Então, a resiliência são os manejos que vão dar um suporte para a planta enfrentar esses períodos extremos. E aí eu destaco o solo / raiz. Tem de estar com perfil bom.
Sobre a ICL
ICL Group Ltd. é uma empresa global líder em minerais especializados, que desenvolve soluções impactantes para os desafios de sustentabilidade da humanidade nos mercados de alimentos, agricultura e indústria. A ICL utiliza seus recursos exclusivos de bromo, potássio e fosfato, sua força de trabalho profissional global e sua P&D focada em sustentabilidade e recursos de inovação tecnológica para impulsionar o crescimento da empresa em seus mercados finais. As ações da ICL são listadas duplamente na Bolsa de Valores de Nova Iorque e na Bolsa de Valores de Tel Aviv (NYSE e TASE: ICL). A empresa emprega mais de 12,5 mil pessoas em todo o mundo e sua receita em 2023 totalizou aproximadamente US$ 7,5 bilhões. Na América do Sul, a ICL controla também as marcas Dimicron, Maximus e Aminoagro e atua ainda no mercado de aditivos e ingredientes para a indústria alimentícia.
Para mais informações visite o site icl-group.com
Acesse o relatório interativo de Responsabilidade Social Corporativa em icl-group-sustainability.com
Saiba mais sobre a ICL no Facebook, LinkedIn, YouTube, Twitter and Instagram
Cláudia Rodrigues Santos Nunes
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Notícias
EPI agrícolas – Aumento nas reprovações de qualidade de vestimentas protetivas mobiliza núcleo de pesquisas do ‘IAC-Quepia’

Divulgação
Jundiaí (SP) – Coordenador do programa IAC-Quepia de Qualidade de Vestimentas Protetivas Agrícolas (EPI Agrícolas), o pesquisador Hamilton Ramos se deparou com um cenário que havia tempo não envolvia esses equipamentos. Do início da pandemia, em 2020, até este ano, o ‘Quepia’ chegou a registrar números acima de 60% relacionados à reprovação de qualidade das vestimentas testadas em laboratório. Os produtos são encaminhados por fabricantes em busca de certificação de qualidade.
De acordo com o pesquisador, após a realização de estudos, a equipe do IAC-Quepia identificou a raiz do problema: a descontinuidade na fabricação de um produto hidrorrepelente, à base de oito carbonos, que era empregado no tratamento dos tecidos de EPI agrícolas, dentro e fora do Brasil. “Por conta de questões ambientais, o hidrorrepelente original foi substituído por outro, similar, formado, contudo, por somente seis carbonos, que não apresentou a mesma durabilidade”, adianta Ramos.
A mudança, ele explica, teve, inicialmente, impacto negativo direto nas propriedades de resistência e durabilidade de determinados modelos de EPI, equipamentos essenciais para proteger o trabalhador do campo nas aplicações de defensivos agrícolas.
“Porém, necessário ressaltar, a responsabilidade por essa situação jamais esteve na indústria de EPI”, enfatiza Ramos. “O hidrorrepelente novo, segundo observamos, não transferia a tecidos convencionais as mesmas características de resistência propiciadas pelo composto descontinuado, com oito carbonos. Isto só foi percebido quando materiais chegaram ao laboratório para ensaios de longevidade”, reforça Ramos.
Solução tecnológica local
Com apoio de empresas brasileiras dos setores de EPI e químico, que se uniram à pesquisa visando a reverter o alto índice de reprovações de qualidade dos produtos, o programa IAC-Quepia trouxe à luz uma possível solução — os testes finais estão em andamento.
“Passamos a buscar novos hidrorrepelentes que, submetidos à lavagem manual ou industrial, além de suportarem um número mínimo de lavagens, não necessitam ‘passadoria’”, antecipa Ramos. “Percebemos que um grupo de tecidos do gênero se adapta ao novo hidrorrepelente. Assim, não ocorrem perdas quanto à efetividade dos produtos na entrega de segurança ao aplicador de agroquímicos”, ele acrescenta. “Os ensaios finais, chamados testes de reprodutibilidade, têm por objetivo verificar se os tratamentos, quando reproduzidos, apresentam os mesmos resultados.”
Ramos lembra que a atuação do programa IAC-Quepia reduziu no Brasil, em um período de dez anos, de 80% para 20%, o indicador de reprovações de qualidade dos equipamentos protetivos agrícolas. “Trata-se de uma conquista representativa, que colocou a indústria nacional de EPI em condições de igualdade em relação a padrões internacionais de confiabilidade. O objetivo, agora, é auxiliar à indústria a novamente manter baixos índices de reprovação.”
O pesquisador destaca ainda que o laboratório ‘Quepia’, um dos mais modernos da América Latina em sua área de pesquisas, está aberto ao setor de EPI. “Empresas interessadas no desenvolvimento da qualidade de vestimentas protetivas têm o laboratório acessível, basta nos contatar.”
Criado há 28 anos, o programa IAC-Quepia reúne o setor privado ao CEA-IAC, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, sediado na cidade de Jundiaí. Conta, nos dias de hoje, com um dos mais modernos laboratórios da América Latina para certificar a qualidade de EPI agrícolas. A unidade está perto de receber a certificação ISO 17025.
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Notícias
Secretaria de Saúde de MT é a primeira do país a receber treinamento descentralizado em análise espacial para vigilância em saúde

A equipe vai usar mapas para monitorar e prever o avanço de doenças e outros agravos em Saúde Pública – Crédito – Ministério da Saúde
Cerca de 30 servidores da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) assistiram, nesta quarta-feira (3.9), a aula inaugural do curso de Análise Espacial aplicada à Vigilância em Saúde e Ambiente, promovido pelo Ministério da Saúde.
São dez técnicos do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Mato Grosso (Cievs), 11 da Superintendência de Vigilância em Saúde, quatro da Superintendência de Atenção à Saúde, dois do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-MT), um do Serviço de Inteligência Estratégica para Gestão (Sieges), além de um profissional da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá e outro de Várzea Grande.
Mato Grosso é o primeiro Estado a receber essa capacitação em formato piloto de descentralização, pois antes o curso era oferecido apenas em Brasília, por meio de edital de seleção para todo o Brasil. Assim, a equipe vai usar mapas para monitorar e prever o avanço de doenças e outros agravos em Saúde Pública.
Segundo o responsável técnico pelo Cievs, Menandes Alves de Souza Neto, a parceria pioneira da SES com o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) vai qualificar os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) em Mato Grosso e modernizar a Vigilância em Saúde no Estado.
“Com esse tipo de análise, o Estado poderá planejar ações de forma mais ágil, otimizando a alocação de recursos e equipes em seu vasto território. Este avanço representa um passo fundamental para fortalecer a capacidade de resposta a emergências e garantir um cuidado mais eficaz para a população”, destacou Souza Neto.
De acordo com a coordenadora-geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços do Ministério da Saúde, Vivian Gonçalves, esse curso é híbrido, com aulas presenciais e uma parte em modalidade de Ensino à Distância (EaD), e carga horária de 80 horas.
“É a primeira turma descentralizada que o Profepi [Programa de Fortalecimento da Epidemiologia nos Serviços de Saúde] faz. A nova estratégia está sendo denominada de Profepi-UF. No curso, os alunos vão utilizar softwares livres para poder fazer esse tipo de análise, disponibilizados e ensinados pelas professoras”, explicou.
Para a formação, o Ministério da Saúde contratou as especialistas Mônica Magalhães e Renata Carrijo, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), como professoras. Os alunos farão ainda atividades práticas baseadas na realidade local de Mato Grosso.
“Os cursistas vão trabalhar com os dados locais, o que faz muito mais sentido dentro da rotina de trabalho deles. Então, a ideia é que o grupo se divida em grupos menores e faça um trabalho final, que vai ser prático: vão fazer uma análise de situação de saúde de algum tema relevante e identificar como está distribuído esse agravo, doença ou até mesmo alguma característica ambiental dentro do Estado. Então a gente espera que eles possam replicar isso no dia a dia também para outras situações no serviço”, concluiu Vivian.
O curso deverá ser concluído em dezembro deste ano. Depois disso, os profissionais estarão aptos a utilizar as ferramentas para aprimorar o monitoramento no Estado e a compartilhar o conteúdo com outros servidores.
Luiza Goulart | SES-MT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Notícias
Novo modelo melhora a produção de caprinos no Semiárido com armazenamento de forragem

foto: assessoria/arquivo
Um estudo desenvolvido por pesquisadores da Embrapa e universidades do Brasil e dos Estados Unidos trouxe novas perspectivas para a produção animal no Semiárido brasileiro.
A pesquisa, baseada em modelagem de sistemas, revelou que o armazenamento de forragem é essencial para manter a alimentação dos rebanhos em regiões onde as condições climáticas são desafiadoras.
Com a capacidade de armazenar 1,5 tonelada de forragem por hectare, é possível garantir a sustentabilidade de rebanhos de 35 a 45 caprinos leiteiros em fazendas de até 29 hectares, tamanho médio das propriedades na região.
A proposta central da pesquisa é a criação de um modelo capaz de estimar com precisão a quantidade de forragem que deve ser armazenada anualmente, de acordo com a variabilidade das chuvas e as características do solo.
A modelagem contribui para o planejamento alimentar e para a gestão eficiente das propriedades rurais, o que pode evitar perdas em períodos de seca severa.
“O principal desafio no Semiárido é a escassez de forragem durante o período seco do ano.
As simulações indicam a quantidade necessária de forragem que deve ser estocada, garantindo que a seca não seja um obstáculo à produção”, explica Ana Clara Cavalcante, pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos.
Previsão e gestão da produção
O modelo desenvolvido simula as condições de produção de pastagens ao longo do tempo, levando em consideração o histórico de chuvas em diferentes locais do Semiárido.
A pesquisa focou em áreas como Sobral e Quixadá, no Ceará, e Ouricuri, em Pernambuco.
O objetivo é calcular a quantidade exata de alimento que deve ser estocada, evitando gastos desnecessários e promovendo uma gestão mais eficiente.
Segundo o professor Magno Cândido, da Universidade Federal do Ceará, essa abordagem gera economia para o produtor.
“A modelagem permite uma análise de longo prazo, com 95% de garantia, estimando a real necessidade de forragem estocada sem necessidade de comprar insumos de fora ou gastar com maquinário e mão de obra desnecessária”, afirma.
Se o produtor for capaz de aumentar a produção e o armazenamento de forragem, não será necessário ampliar a área de pasto todos os anos para alimentar os animais. Foto: Lucas Oliveira/Embrapa
Desafios e soluções para a pecuária no Semiárido
A pesquisa destaca que a imprevisibilidade climática e as longas secas são os principais obstáculos à produção pecuária no Semiárido. Além disso, problemas como a desertificação, o superpastejo e a falta de tecnologia adequada dificultam o manejo eficiente dos recursos disponíveis.
A modelagem pode, entretanto, ser uma ferramenta para superar esses desafios.
“Ela pode agilizar soluções, propondo sistemas de produção mais eficientes e sustentáveis”, aponta Rodrigo Gregório, professor do Instituto Federal do Ceará.
Para otimizar ainda mais a produção, os especialistas sugerem a diversificação de recursos forrageiros e o uso de tecnologias adaptadas à realidade da região.
Iniciativas como o “cardápio forrageiro” da Embrapa, que incentiva o cultivo de diferentes espécies de forragem, são exemplos práticos de como a inovação pode beneficiar os pequenos produtores.
A expectativa é que o modelo seja continuamente aperfeiçoado, incluindo parâmetros sobre a qualidade da forragem e a necessidade de suplementação para os animais.
O modelo tem o potencial de ser replicado em diversas regiões do Semiárido, adaptando-se às condições locais de solo e clima, e contribuindo para uma produção animal mais sustentável e resiliente.
Fonte: Embrapa
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
-
Pecuária6 dias atrás
Abate de bovinos cresce 3,9% no 2° Tri, e número de fêmeas supera o de machos
-
Transporte7 dias atrás
Acidente no Espaço Alternativo deixa militar morto e casal ferido em estado grave
-
Mato Grosso7 dias atrás
Michelle Bolsonaro e Sandra Melo promovem encontro do PL Mulher em Ji-Paraná
-
Mato Grosso6 dias atrás
ANTT apresenta projetos ferroviários em debate sobre logística e competitividade do agronegócio
-
Transporte7 dias atrás
Filha denuncia e homem é preso pela PRF em Porto Velho por agressão e estupros
-
Transporte7 dias atrás
Investigado é preso em flagrante por tráfico de drogas pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos
-
Agricultura6 dias atrás
Sistema FAEP lança cartilha sobre uso de drone de pulverização
-
Agronegócio6 dias atrás
Indicador do algodão cai ao menor patamar em mais de 2 anos