Economia
Estudo destaca biocombustíveis como solução imediata para descarbonizar transportes no Brasil até 2030

Arquivo
O seminário “Brasil em Movimento: Segurança Energética e Alimentar – As rotas para o sucesso dos biocombustíveis e da bioeletrificação”, realizado nesta segunda-feira (16), em São Paulo (SP), reuniu representantes do setor público, iniciativa privada e academia. Promovido pelo Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCBrasil), o evento teve como destaque a apresentação de um estudo que reforça o papel dos biocombustíveis como solução viável e imediata para a descarbonização do setor de transportes.
Estudo projeta corte de até 800 milhões de toneladas de CO₂ até 2030
A pesquisa, conduzida pela professora doutora Glaucia Souza, da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Programa BIOEN da FAPESP, mostra que o Brasil tem capacidade de reduzir em até 800 milhões de toneladas as emissões de CO₂ até 2030, sem comprometer a produção de alimentos. O estudo, apoiado pela empresa Be8, reforça que a bioenergia já representa 50% dos recursos renováveis no mundo e que os biocombustíveis precisam expandir 2,5 vezes até o fim da década para frear o aquecimento global.
Biocombustíveis: solução presente, não futura
Durante o seminário, a professora Glaucia destacou que o Brasil já domina a tecnologia dos biocombustíveis, o que os torna uma alternativa real e imediata. Segundo ela, além de contribuírem para a redução de emissões, os biocombustíveis podem ser integrados às tecnologias já existentes no transporte, gerando impactos positivos tanto ambientais quanto socioeconômicos.
Alimentos x biocombustíveis: estudo desmonta mito da concorrência
O estudo também aborda uma das críticas mais recorrentes aos biocombustíveis: a ideia de que competem com a produção de alimentos. Glaucia esclarece que essa correlação não se sustenta cientificamente. A pesquisa mostra que a agricultura pode suprir, simultaneamente, alimentos, energia, bioeletricidade e outros produtos, inclusive por meio de práticas como o cultivo duplo, que melhora o uso da terra, promove biodiversidade e contribui para o sequestro de carbono no solo. “Desmistificar essa falsa competição é essencial para valorizar o papel dos biocombustíveis na sustentabilidade do setor agrícola”, afirmou.
Liderança brasileira no setor de biocombustíveis é estratégica
José Eduardo Luzzi, coordenador do Conselho de Administração do MBCBrasil, ressaltou que o Brasil tem potencial para liderar a descarbonização global no setor de transportes, com base em sua experiência, capacidade tecnológica e produtiva. “Transformar esse potencial em realidade exige estratégia e compromisso”, disse Luzzi.
Setor produtivo defende políticas públicas e ambiente regulatório estável
O debate também contou com a participação de nomes importantes do setor, como Erasmo Carlos Battistella (CEO da Be8), Evandro Gussi (presidente da UNICA) e o deputado federal Arnaldo Jardim, relator do projeto Combustível do Futuro. Battistella defendeu o papel dos biocombustíveis na modernização da indústria nacional e no fortalecimento da cadeia agrícola. Gussi, por sua vez, destacou a necessidade de um arcabouço regulatório sólido e de longo prazo que assegure previsibilidade para investimentos e ampliação da contribuição do setor à matriz energética.
Biocombustíveis e bioeletrificação: caminhos complementares para uma economia verde
Além dos benefícios ambientais, o estudo aponta que o Brasil poderá se tornar líder global em biocombustíveis, ampliando sua participação no mercado internacional e criando milhares de empregos sustentáveis até 2030. Para Luzzi, os biocombustíveis, aliados à bioeletrificação, representam uma oportunidade concreta para o país se tornar referência mundial em mobilidade de baixo carbono. “Este seminário é um passo importante para consolidar essa transformação”, finalizou.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Município de MT aposta em diagnóstico para destravar apoio à agricultura familiar

Contag
A Prefeitura de Bom Jesus do Araguaia (866 km de Cuiabá) deu o primeiro passo para estruturar uma política permanente voltada à agricultura familiar. A Portaria 610/2025 publicada nesta sexta-feira (26.12) no Diário Oficial da Associação dos Municípios Mato-grossenses (AMM), institui uma equipe técnica responsável pela elaboração do Plano Municipal da Agricultura Familiar, documento exigido para organizar dados do setor e orientar ações públicas no campo.
Na prática, o plano vai funcionar como um diagnóstico detalhado da realidade dos pequenos produtores do município. A equipe terá a missão de levantar informações sobre produção, renda, infraestrutura, assistência técnica, acesso a crédito e principais dificuldades enfrentadas pelas famílias que vivem da agricultura familiar.
O trabalho prevê a realização de oficinas com produtores, cooperativas, instituições públicas e entidades da sociedade civil, além do mapeamento dos territórios rurais. A ideia é reunir as demandas do campo em um único documento, que servirá de base para definir prioridades e buscar recursos junto aos governos estadual e federal.
A criação do plano também insere Bom Jesus do Araguaia no Sistema Estadual Integrado da Agricultura Familiar de Mato Grosso, mecanismo que reúne os municípios e facilita o acesso a políticas públicas, programas de apoio, compras institucionais e ações de assistência técnica. Sem esse planejamento formal, o município tende a ficar de fora de iniciativas que exigem diagnóstico e planejamento prévios.
A equipe técnica é formada por representantes da assistência técnica, da Secretaria Municipal de Agricultura, da agricultura familiar, de cooperativa local e do Incra. O prazo para conclusão dos trabalhos é de até 365 dias, podendo ser prorrogado, o que abre espaço para acompanhamento e cobrança dos resultados ao longo de 2026.
Embora não traga recursos imediatos, a iniciativa cria as condições para que a agricultura familiar do município deixe de atuar de forma dispersa e passe a integrar políticas estruturadas de desenvolvimento rural, com impacto direto na renda das famílias, na segurança alimentar e na economia local de Bom Jesus do Araguaia, sob responsabilidade da Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Araguaia.
Isadora Sousa/VGNAgro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Exportações do agro mineiro batem recorde em 2025

Foto: Divulgação
De acordo com o Informativo Conjuntural de dezembro publicado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais O desempenho das exportações do agronegócio mineiro, de janeiro a novembro de 2025, revela um panorama de resiliência estratégica e inteligência comercial, em que a valorização do produto superou o volume, garantindo um crescimento robusto de 12,9% na receita, que atingiu US$ 18,1 bilhões, recorde da série histórica, que já superou o valor anterior do ano fechado de 2024 (US$ 17,1 bi). Este cenário, marcado por um aumento na participação do setor na pauta estadual (43,7%), sublinha a maturidade do agronegócio mineiro em capitalizar o cenário internacional de preços, mitigando o leve, mas notável, recuo de 6,6% no volume físico embarcado.
O café, mais uma vez, mantém sua posição histórica de carro-chefe. Embora tenha registrado uma queda no volume exportado de -12,5% (25 milhões de sacas), a disparada do preço médio internacional em 61% (de US$ 4.212/t para US$ 6.807/t) impulsionou a receita em notáveis 41,4% de crescimento, totalizando US$ 10,16 bilhões. Essa forte correlação entre preço e receita evidencia a capacidade de Minas Gerais de negociar sua principal commodity com alta rentabilidade, transformando um desafio logístico ou produtivo (a redução do volume) em retorno financeiro.
Enquanto o café reafirma sua liderança com desempenho robusto — e o complexo de carnes (US$ 1,7 bi e 463 mil toneladas), impulsionado principalmente pela bovina, aproveita um momento favorável de preços e demanda crescente — outros setores tradicionais do agronegócio mineiro não tiveram a mesma trajetória positiva. A soja (US$ 2,8 bilhões e 7 milhões de toneladas) sentiu os efeitos de uma procura internacional mais moderada e de preços globais em queda, enquanto o setor sucroalcooleiro (US$ 1,9 bilhão) navegou por um cenário de ajustes e perda de competitividade. O resultado é uma queda no valor exportado desses segmentos de grande volume, mostrando o quanto eles permanecem sensíveis às variações do mercado mundial.
Em contraste, os nichos de maior valor agregado revelaram uma força surpreendente e, mais do que isso, apontam para uma mudança estratégica no perfil das exportações de Minas. Ovos e derivados lideram o avanço com um crescimento expressivo de 149,6%, seguidos de perto pelas frutas, com alta de 75,1%. Produtos oleaginosos (exceto soja) cresceram 71,3%, alimentos diversos registraram 55,2% e o mel natural avançou 31,4%. Esses resultados, embora ainda representem volumes menores, reforçam um movimento claro: Minas está ampliando sua presença em mercados mais especializados, construindo uma pauta mais diversa, mais resiliente e capaz de gerar valor mesmo em cenários globais desafiadores.
Ao todo foram contabilizados 177 países, sendo China (US$ 4,3 bi), EUA (US$ 1,8 bi), Alemanha (US$ 1,7 bi), Itália (US$ 967 milhões) e Japão (US$ 915 milhões), os principais. Mesmo com a China dominando amplamente com 24% das aquisições, os países que apresentaram maior crescimento em valor foram Turquia (65%), Japão (58%) e Itália (44%), o que sinaliza uma forte diversificação em mercados europeus e asiáticos. A análise dos destinos corrobora a tese de alta valorização. Embora a China continue sendo o principal comprador (23,9% do total), o crescimento das exportações para mercados premium como Japão e Alemanha é significativo. Estes países pagam um preço médio por quilograma até dez vezes superior a grandes consumidores de commodities (US$ 5,92/kg na Alemanha contra US$ 0,57/kg na China), indicando que Minas Gerais está, cada vez mais, fornecendo produtos diferenciados, processados e de alta qualidade.
Assim, o desempenho das exportações do agronegócio de Minas Gerais em 2025 não é apenas um feito quantitativo, mas sim uma demonstração de qualidade e estratégia. A alta de 20,4% no preço médio geral das exportações (US$ 1,18/kg) indica que o estado soube navegar em um cenário de menor volume, focando na rentabilidade e na consolidação de mercados que demandam e pagam por valor agregado. Tal estratégia não apenas maximiza a receita atual, mas também posiciona o agronegócio mineiro de forma mais resiliente contra futuras volatilidades de preço das commodities de baixo valor agregado.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Safra de grãos cresce 20,7% em Santa Catarina

Foto: Divulgação
A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Sape) encerra 2025 com a execução de mais de R$ 503,5 milhões em ações, programas e convênios voltados ao fortalecimento do setor agropecuário catarinense. Os dados, atualizados até 12 de dezembro, indicam a formalização de mais de 87,2 mil contratos para apoio aos produtores rurais em todo o estado.
O desempenho da produção agrícola marcou o ano. Santa Catarina registrou safra recorde de grãos em 2024/25, com crescimento de 20,7% em relação ao ciclo anterior, segundo o Observatório do Agro Catarinense. As exportações de carnes também alcançaram resultados inéditos. Entre janeiro e novembro, o estado exportou 1,83 milhão de toneladas, com receita de US$ 4,07 bilhões, o melhor desempenho da série histórica iniciada em 1997.
Entre os projetos estruturantes, avançou o SC Rural 2, em fase final de tramitação, com investimento previsto de US$ 150 milhões, sendo US$ 120 milhões financiados pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento e US$ 30 milhões de contrapartida estadual. A iniciativa busca ampliar renda, competitividade e resiliência frente a eventos climáticos extremos. Outro destaque foi a aprovação do Programa Coopera Agro SC, que prevê até R$ 1 bilhão em linhas de crédito para cooperativas, agroindústrias e produtores integrados.
Na defesa agropecuária, a Sape publicou a Portaria nº 50/2025, que estabelece diretrizes de biosseguridade para a suinocultura tecnificada, e lançou o Programa de Apoio às Medidas de Biosseguridade, com financiamentos de até R$ 70 mil por produtor. Também foi publicada a Portaria nº 63/2025, que define condições para a autorização excepcional do plantio de soja no estado.
O setor florestal foi contemplado com o lançamento do Inventário e Mapeamento de Florestas Plantadas, desenvolvido em parceria com a Udesc, que identificou mais de 950 mil hectares de Pinus e Eucalyptus. Já na sanidade animal, a Sape e a Cidasc intensificaram ações preventivas após o foco de Influenza Aviária no Rio Grande do Sul, mantendo Santa Catarina sem registros da doença na produção comercial.
A fruticultura também recebeu apoio emergencial. Em São Joaquim, produtores de maçã afetados por granizo foram atendidos por programas que autorizam financiamentos de até R$ 100 mil, sem juros, para reposição de mudas e reconstrução de estruturas. O Sistema Antigranizo foi ampliado e está presente em 13 municípios.
Na área de conectividade, seguem em tramitação projetos como o Sinal Bom, que prevê a instalação de 688 novas estações de rádio base 4G ou superior, e o Endereço Certo Rural SC, voltado ao georreferenciamento de matrículas e estradas rurais.
Ao longo de 2025, o Fundo de Desenvolvimento Rural aplicou R$ 256,8 milhões em programas que beneficiaram mais de 23 mil produtores. O programa Terra Boa recebeu R$ 114 milhões, atendendo mais de 63 mil agricultores. O Fundesa destinou R$ 17,5 milhões em indenizações por abate sanitário, enquanto os programas de crédito fundiário aplicaram mais de R$ 16 milhões. Convênios estaduais somaram R$ 84,8 milhões, além da entrega de 320 equipamentos agrícolas a 120 municípios.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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