Economia
Cana Show 2025 – Coordenador do programa Drones SP, pesquisador Hamilton Ramos abordou uso correto dos equipamentos na agricultura

Assessoria
O uso correto e seguro dos drones nas pulverizações com defensivos agrícolas foi tema central de apresentações do pesquisador científico Hamilton Ramos, na última semana. Ele foi um dos palestrantes convidados para o evento Cana Show IAC 2025, realizado no Centro de Cana do Instituto Agronômico, na cidade de Ribeirão Preto (SP) e falou ao público nos estandes das empresas Campo Digital, vinculada à cooperativa Coopercitrus e BemAgro, ambas expositoras de destaque do encontro.
Segundo Ramos, o programa Drones SP encontra-se no estágio de seleção de empresas para fazer parte da iniciativa, cujo objetivo é o de aprimorar tecnologias de aplicação de defensivos agrícolas químicos e biológicos por meio de drones nas pequenas, médias e grandes propriedades. Trata-se de um projeto concebido, em conjunto, pela Fundação Coopercitrus Credicitrus e o Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP.
Conforme o pesquisador, a soma de esforços com a Fundação Coopercitrus Credicitrus deu origem a um amplo escopo de estudos envolvendo drones agrícolas, concentrado na iniciativa ‘Fórum de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia de Aplicação com Drones’. A coordenação técnica e os ensaios de laboratório do programa, diz Ramos, são de responsabilidade do CEA-IAC, enquanto a Coopercitrus Credicitrus responde por ensaios de campo em plantios e culturas numa estação experimental de Bebedouro (SP).
“Sob a perspectiva do Fórum, estão sendo gerados resultados relevantes a campo, para embasar análises em profundidade sobre essa nova tecnologia. As empresas cotistas do Drones SP podem utilizar dados extraídos das experiências do Fórum, com objetivo de desenvolver protocolos específicos para seus produtos e suas iniciativas na área”, exemplifica Ramos.
Ramos acrescenta ainda que o ‘Drones SP’ abrange conceitos tais como volume de calda, taxa de cobertura, tamanho de gotas, condições climáticas, deriva de produtos, compatibilidade de insumos e outros aspectos da tecnologia. “Drones trouxeram mais uma inovação ao campo, mas com muitos pontos ainda a esclarecer, sobretudo no tocante à eficácia e viabilidade econômica nas propriedades de diferentes tamanhos”, conclui o pesquisador.
Segundo os organizadores do Cana Show IAC 2025, o evento reuniu mais de 900 visitantes, além de 14 estações de conhecimento e inovação e 32 empresas expositoras.
Sobre o CEA-IAC
O Centro de Engenharia e Automação do IAC é parte da história da modernização da agricultura brasileira. Em uma área de 110 mil m², ao pé da Serra do Japi, desenvolve pesquisas e presta serviços nas áreas de mecanização, agricultura regenerativa, meio ambiente e segurança no manuseio de agroquímicos. Conduz, hoje, mais de 30 projetos de ponta nas culturas de uva, cana-de-açúcar, agricultura por imagem e tecnologia de aplicação de agroquímicos.
Sobre a Coopercitrus Credicitrus
Criada em 2019, a Fundação Coopercitrus Credicitrus é a materialização das iniciativas ambientais e sociais da Coopercitrus e da Credicitrus. Localizada em Bebedouro/SP, a entidade, sem fins lucrativos, visa o desenvolvimento dos cooperados e da comunidade no entorno, com parceiras que viabilizam grandes projetos em pesquisa, educação e meio ambiente. Coopercitrus mantém mais de 60 filiais nos estados de SP, MG e GO. Sua carteira de associados reúne mais de 35 mil agropecuaristas.
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Município de MT aposta em diagnóstico para destravar apoio à agricultura familiar

Contag
A Prefeitura de Bom Jesus do Araguaia (866 km de Cuiabá) deu o primeiro passo para estruturar uma política permanente voltada à agricultura familiar. A Portaria 610/2025 publicada nesta sexta-feira (26.12) no Diário Oficial da Associação dos Municípios Mato-grossenses (AMM), institui uma equipe técnica responsável pela elaboração do Plano Municipal da Agricultura Familiar, documento exigido para organizar dados do setor e orientar ações públicas no campo.
Na prática, o plano vai funcionar como um diagnóstico detalhado da realidade dos pequenos produtores do município. A equipe terá a missão de levantar informações sobre produção, renda, infraestrutura, assistência técnica, acesso a crédito e principais dificuldades enfrentadas pelas famílias que vivem da agricultura familiar.
O trabalho prevê a realização de oficinas com produtores, cooperativas, instituições públicas e entidades da sociedade civil, além do mapeamento dos territórios rurais. A ideia é reunir as demandas do campo em um único documento, que servirá de base para definir prioridades e buscar recursos junto aos governos estadual e federal.
A criação do plano também insere Bom Jesus do Araguaia no Sistema Estadual Integrado da Agricultura Familiar de Mato Grosso, mecanismo que reúne os municípios e facilita o acesso a políticas públicas, programas de apoio, compras institucionais e ações de assistência técnica. Sem esse planejamento formal, o município tende a ficar de fora de iniciativas que exigem diagnóstico e planejamento prévios.
A equipe técnica é formada por representantes da assistência técnica, da Secretaria Municipal de Agricultura, da agricultura familiar, de cooperativa local e do Incra. O prazo para conclusão dos trabalhos é de até 365 dias, podendo ser prorrogado, o que abre espaço para acompanhamento e cobrança dos resultados ao longo de 2026.
Embora não traga recursos imediatos, a iniciativa cria as condições para que a agricultura familiar do município deixe de atuar de forma dispersa e passe a integrar políticas estruturadas de desenvolvimento rural, com impacto direto na renda das famílias, na segurança alimentar e na economia local de Bom Jesus do Araguaia, sob responsabilidade da Prefeitura Municipal de Bom Jesus do Araguaia.
Isadora Sousa/VGNAgro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Exportações do agro mineiro batem recorde em 2025

Foto: Divulgação
De acordo com o Informativo Conjuntural de dezembro publicado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) de Minas Gerais O desempenho das exportações do agronegócio mineiro, de janeiro a novembro de 2025, revela um panorama de resiliência estratégica e inteligência comercial, em que a valorização do produto superou o volume, garantindo um crescimento robusto de 12,9% na receita, que atingiu US$ 18,1 bilhões, recorde da série histórica, que já superou o valor anterior do ano fechado de 2024 (US$ 17,1 bi). Este cenário, marcado por um aumento na participação do setor na pauta estadual (43,7%), sublinha a maturidade do agronegócio mineiro em capitalizar o cenário internacional de preços, mitigando o leve, mas notável, recuo de 6,6% no volume físico embarcado.
O café, mais uma vez, mantém sua posição histórica de carro-chefe. Embora tenha registrado uma queda no volume exportado de -12,5% (25 milhões de sacas), a disparada do preço médio internacional em 61% (de US$ 4.212/t para US$ 6.807/t) impulsionou a receita em notáveis 41,4% de crescimento, totalizando US$ 10,16 bilhões. Essa forte correlação entre preço e receita evidencia a capacidade de Minas Gerais de negociar sua principal commodity com alta rentabilidade, transformando um desafio logístico ou produtivo (a redução do volume) em retorno financeiro.
Enquanto o café reafirma sua liderança com desempenho robusto — e o complexo de carnes (US$ 1,7 bi e 463 mil toneladas), impulsionado principalmente pela bovina, aproveita um momento favorável de preços e demanda crescente — outros setores tradicionais do agronegócio mineiro não tiveram a mesma trajetória positiva. A soja (US$ 2,8 bilhões e 7 milhões de toneladas) sentiu os efeitos de uma procura internacional mais moderada e de preços globais em queda, enquanto o setor sucroalcooleiro (US$ 1,9 bilhão) navegou por um cenário de ajustes e perda de competitividade. O resultado é uma queda no valor exportado desses segmentos de grande volume, mostrando o quanto eles permanecem sensíveis às variações do mercado mundial.
Em contraste, os nichos de maior valor agregado revelaram uma força surpreendente e, mais do que isso, apontam para uma mudança estratégica no perfil das exportações de Minas. Ovos e derivados lideram o avanço com um crescimento expressivo de 149,6%, seguidos de perto pelas frutas, com alta de 75,1%. Produtos oleaginosos (exceto soja) cresceram 71,3%, alimentos diversos registraram 55,2% e o mel natural avançou 31,4%. Esses resultados, embora ainda representem volumes menores, reforçam um movimento claro: Minas está ampliando sua presença em mercados mais especializados, construindo uma pauta mais diversa, mais resiliente e capaz de gerar valor mesmo em cenários globais desafiadores.
Ao todo foram contabilizados 177 países, sendo China (US$ 4,3 bi), EUA (US$ 1,8 bi), Alemanha (US$ 1,7 bi), Itália (US$ 967 milhões) e Japão (US$ 915 milhões), os principais. Mesmo com a China dominando amplamente com 24% das aquisições, os países que apresentaram maior crescimento em valor foram Turquia (65%), Japão (58%) e Itália (44%), o que sinaliza uma forte diversificação em mercados europeus e asiáticos. A análise dos destinos corrobora a tese de alta valorização. Embora a China continue sendo o principal comprador (23,9% do total), o crescimento das exportações para mercados premium como Japão e Alemanha é significativo. Estes países pagam um preço médio por quilograma até dez vezes superior a grandes consumidores de commodities (US$ 5,92/kg na Alemanha contra US$ 0,57/kg na China), indicando que Minas Gerais está, cada vez mais, fornecendo produtos diferenciados, processados e de alta qualidade.
Assim, o desempenho das exportações do agronegócio de Minas Gerais em 2025 não é apenas um feito quantitativo, mas sim uma demonstração de qualidade e estratégia. A alta de 20,4% no preço médio geral das exportações (US$ 1,18/kg) indica que o estado soube navegar em um cenário de menor volume, focando na rentabilidade e na consolidação de mercados que demandam e pagam por valor agregado. Tal estratégia não apenas maximiza a receita atual, mas também posiciona o agronegócio mineiro de forma mais resiliente contra futuras volatilidades de preço das commodities de baixo valor agregado.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Safra de grãos cresce 20,7% em Santa Catarina

Foto: Divulgação
A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Sape) encerra 2025 com a execução de mais de R$ 503,5 milhões em ações, programas e convênios voltados ao fortalecimento do setor agropecuário catarinense. Os dados, atualizados até 12 de dezembro, indicam a formalização de mais de 87,2 mil contratos para apoio aos produtores rurais em todo o estado.
O desempenho da produção agrícola marcou o ano. Santa Catarina registrou safra recorde de grãos em 2024/25, com crescimento de 20,7% em relação ao ciclo anterior, segundo o Observatório do Agro Catarinense. As exportações de carnes também alcançaram resultados inéditos. Entre janeiro e novembro, o estado exportou 1,83 milhão de toneladas, com receita de US$ 4,07 bilhões, o melhor desempenho da série histórica iniciada em 1997.
Entre os projetos estruturantes, avançou o SC Rural 2, em fase final de tramitação, com investimento previsto de US$ 150 milhões, sendo US$ 120 milhões financiados pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento e US$ 30 milhões de contrapartida estadual. A iniciativa busca ampliar renda, competitividade e resiliência frente a eventos climáticos extremos. Outro destaque foi a aprovação do Programa Coopera Agro SC, que prevê até R$ 1 bilhão em linhas de crédito para cooperativas, agroindústrias e produtores integrados.
Na defesa agropecuária, a Sape publicou a Portaria nº 50/2025, que estabelece diretrizes de biosseguridade para a suinocultura tecnificada, e lançou o Programa de Apoio às Medidas de Biosseguridade, com financiamentos de até R$ 70 mil por produtor. Também foi publicada a Portaria nº 63/2025, que define condições para a autorização excepcional do plantio de soja no estado.
O setor florestal foi contemplado com o lançamento do Inventário e Mapeamento de Florestas Plantadas, desenvolvido em parceria com a Udesc, que identificou mais de 950 mil hectares de Pinus e Eucalyptus. Já na sanidade animal, a Sape e a Cidasc intensificaram ações preventivas após o foco de Influenza Aviária no Rio Grande do Sul, mantendo Santa Catarina sem registros da doença na produção comercial.
A fruticultura também recebeu apoio emergencial. Em São Joaquim, produtores de maçã afetados por granizo foram atendidos por programas que autorizam financiamentos de até R$ 100 mil, sem juros, para reposição de mudas e reconstrução de estruturas. O Sistema Antigranizo foi ampliado e está presente em 13 municípios.
Na área de conectividade, seguem em tramitação projetos como o Sinal Bom, que prevê a instalação de 688 novas estações de rádio base 4G ou superior, e o Endereço Certo Rural SC, voltado ao georreferenciamento de matrículas e estradas rurais.
Ao longo de 2025, o Fundo de Desenvolvimento Rural aplicou R$ 256,8 milhões em programas que beneficiaram mais de 23 mil produtores. O programa Terra Boa recebeu R$ 114 milhões, atendendo mais de 63 mil agricultores. O Fundesa destinou R$ 17,5 milhões em indenizações por abate sanitário, enquanto os programas de crédito fundiário aplicaram mais de R$ 16 milhões. Convênios estaduais somaram R$ 84,8 milhões, além da entrega de 320 equipamentos agrícolas a 120 municípios.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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