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Agronegócio

Queijo colonial do Sudoeste recebe registro do INPI

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Foto: Carina Pellegrini/Sebrae/PR

 

O queijo colonial do Sudoeste é o 19º produto paranaense com Indicação Geográfica (IG). O registro foi concedido nesta terça-feira (17) pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e abrange o queijo produzido em 42 municípios do Sudoeste paranaense. A perspectiva agora é de que com a certificação os produtores conquistem acesso a novos mercados, garantindo maior valor agregado e faturamento.

O processo de obtenção da IG contou com o apoio do Governo do Paraná, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná/Iapar/Emater), e da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab). A conquista também teve apoio do Sebrae/PR, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Cresol, além de prefeituras e produtores da região.

Foto: Carina Pellegrini/Sebrae/PR

A IG da região do sudoeste reconhece a qualidade do queijo colonial produzido no Paraná, principalmente na bacia leiteira do Sudoeste que é uma das maiores do estado. “O IDR-Paraná atua na assistência técnica em mais de 300 queijarias em todo o estado, destas, 40 estão na região Sudoeste. Isso mostra que a região é um polo na produção de queijo e queijo de qualidade. Os queijeiros assistidos são orientados desde a produção do leite, alimentação dos animais, até a produção do queijo para que possam entregar um produto com mais qualidade e o resultado é este reconhecimento”, afirma Karolline Marques, coordenadora de agroindústria do IDR-Paraná;

Para Claudemir Roos, presidente da Associação dos Produtores de Queijo Artesanal do Sudoeste do Paraná (Aprosud), que abrange 18 produtores de 11 municípios, responsáveis pela produção de 17 toneladas de queijo por mês, a certificação da IG é o reconhecimento aos produtores por toda a dedicação.

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“A Indicação Geográfica traz, sem dúvidas, a atenção de mais compradores, maior valor aos nossos produtos e, com certeza, mais renda para o campo e para as famílias que fazem da produção de queijo o seu ganha-pão. Além disso, atrairá a atenção de outros agricultores que desejam produzir. Quem ganha com isso é a região”, afirma Claudemir.

Para Alyne Chicocki, consultora do Sebrae/PR, a conquista da IG valoriza não só a produção propriamente dita do queijo do Sudoeste, mas também a história e a cultura da região. “A IG é mais do que um selo. É o reconhecimento de uma história que vem sendo moldada há décadas pelas mãos de famílias que vivem o queijo colonial todos os dias. O Sudoeste do Paraná carrega uma identidade produtiva forte, marcada pela tradição, pelo saber-fazer artesanal e pela união dos produtores”, pontua Alyne.

QUALIDADE E TRADIÇÃO

Para a produtora Cristina Bombonato, do município de Pinhal de São Bento, a Indicação Geográfica traz responsabilidades ainda maiores, ao mesmo tempo em que reconhece a cultura local. “Implica em termos processos produtivos mais rigorosos e seguros através de boas práticas na propriedade. Isso faz diferença para o consumidor, traz credibilidade. Além disso, a IG também é um reconhecimento histórico, uma vez que a colonização italiana trouxe essa cultura da produção de leite e queijo. É a preservação dessa identidade que carregamos”, destaca.

Na família de Angela Bach, de Santa Izabel do Oeste, que produz desde a década de 1990, a relação com o queijo ultrapassa gerações. A propriedade de Angela produz cerca de 800 litros de leite por dia e entrega queijo de três tipos por toda a região: colonial, colonial temperado e maturado.

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Foto: Faep/Senar

“Uma tradição passada de avó para os filhos e, consequentemente para nós, netos. Tudo começou com duas vacas de leite, de forma artesanal. Ao longo desses anos, passamos por dificuldades, tivemos desafios, mas crescemos. Essa conquista da IG representa muito, porque traz reconhecimento a essa história que se repete em tantas outras famílias”, avalia Angela.

De acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), a região Sudoeste tem aproximadamente 20 mil produtores de leite, responsáveis por uma produção estimada em 1 bilhão de litros por ano, sendo a principal bacia leiteira do Paraná.

Foto: Carina Pellegrini/Sebrae/PR

A área geográfica delimitada da IG do queijo do Sudoeste abrange os municípios de Ampére, Barracão, Bela Vista da Caroba, Boa Esperança do Iguaçu, Bom Jesus do Sul, Bom Sucesso do Sul, Capanema, Chopinzinho, Clevelândia, Coronel Domingos Soares, Coronel Vivida, Cruzeiro do Iguaçu, Dois Vizinhos, Enéas Marques, Flor da Serra do Sul, Francisco Beltrão, Honório Serpa, Itapejara D’ Oeste, Manfrinópolis, Mangueirinha, Mariópolis, Marmeleiro, Nova Esperança do Sudoeste, Nova Prata do Iguaçu, Palmas, Pato Branco, Pérola d’ Oeste, Pinhal de São Bento, Planalto, Pranchita, Realeza, Renascença, Salgado Filho, Salto do Lontra, Santa Izabel do Oeste, Santo Antônio do Sudoeste, São Joao, São Jorge d’ Oeste, Saudade do Iguaçu, Sulina, Verê, Vitorino.

DESTAQUE NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

O pronunciamento do deputado estadual Wilmar Reichembach (PSD) desta terça-feira (17) na Assembleia Legislativa do Paraná destacou uma importante conquista para o queijo colonial do Sudoeste.

Foto: Assessoria

O parlamentar falou da importância do selo, que destaca sobretudo a qualidade do queijo, criando referência e agregando valor. “É um produto único, que se compara aos queijos famosos de Minas Gerais. Uma caminhada que foi fortalecida pelo Governo do Estado com a criação da Susaf, que ampliou fronteiras e oficializou a comercialização, o que deu força financeira aos produtores que estão trabalhando com ainda mais dedicação, entusiasmo e motivação”, disse Reichembach, autor da lei 21.966, que declara o queijo colonial do Sudoeste como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Paraná, lei aprovada por unanimidade e sancionada pelo governador Ratinho Junior em maio de 2024.

O trabalho desenvolvido pela Aprosud (Associação dos Produtores de Queijo Artesanal do Sudoeste do Paraná) também foi destacado por Reichembach. “Tudo começa na pequena indústria familiar e a Aprosud tem feito um trabalho excelente que merece o nosso reconhecimento”, completou.

O processo de obtenção da IG contou com o apoio do Governo do Paraná, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná/Iapar/Emater), e da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), com apoio do Sebrae/PR, Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Cresol, além de prefeituras e produtores da região. “É um produto nosso, com característica específica, uma tradição que vem de geração em geração, desde os anos 40. E o selo IG é uma conquista que chega carregada de esperança em motivar ainda mais produtores a entrar nesse ramo do ouro branco”, comenta Denise Chiapetti Adamchuk, secretária de Agricultura de Francisco Beltrão.

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O Sudoeste do Paraná conta com aproximadamente 60 queijarias formais e em torno de 100 iniciativas com potencial de legalidade. A região faz parte da Rota do Queijo Paranaense, que contempla queijarias em diferentes regiões, onde o turista pode buscar informações sobre o processamento dos queijos, degustar diferentes sabores e vivenciar momentos de lazer nas propriedades rurais, fomentando o turismo rural e possibilitando novos negócios.

(Com AEN e Carine Prolo/Assessoria)

Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Comunidade de Ubaí aposta na produção de polpas de frutas do Cerrado para ampliar renda e atender mercados institucionais

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Reprodução

 

A comunidade de Gerais Velho, em Ubaí (Norte de Minas), encontrou nas frutas do quintal uma alternativa para aumentar a renda local. A Unidade de Processamento de Polpa de Frutas do Cerrado, criada há 15 anos pela Associação Quilombola de Gerais, com 65 agricultores familiares associados, ganhou novo impulso a partir de 2023, após obter o registro no Ministério da Agricultura, o que permitiu ampliar os mercados atendidos.

Beneficiamento e origem do projeto

Originalmente, o projeto contemplava o beneficiamento de frutas e derivados do leite por meio do Projeto de Combate à Pobreza Rural (PCPR). No entanto, a produção de derivados do leite não avançou devido à baixa oferta local, enquanto as polpas de frutas já eram produzidas e comercializadas informalmente, tanto na unidade quanto nas propriedades dos agricultores.

Adequações para o selo do SIF e boas práticas de fabricação

Para comercializar os produtos em mercados institucionais, a unidade precisou se habilitar no Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura. Isso exigiu adaptações na infraestrutura, equipamentos e na organização interna, como alterações no Estatuto Social e a elaboração do Manual de Boas Práticas de Fabricação. Com o apoio da Emater-MG, o grupo responsável implementou esses procedimentos, garantindo a qualidade e segurança do produto.

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Novas embalagens e valorização das frutas locais

Após o registro, foi criada uma identidade visual para as polpas, comercializadas em embalagens de 500 gramas. São produzidas polpas de acerola, manga, cajá, tamarindo, jenipapo, goiaba, maracujá e umbu — frutas típicas do Cerrado e do semiárido, muito presentes nos quintais da região. Essas frutas têm boa aceitação nas escolas locais, integrando a cultura alimentar da comunidade.

Parcerias para inserção no mercado institucional

A Emater-MG, junto com a equipe local, organizou reuniões com gestores escolares para viabilizar a venda das polpas pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Projetos foram elaborados para chamadas públicas, garantindo espaço para a comercialização nas escolas municipais e estaduais. Além das polpas, a comunidade também produz quitandas vendidas em programas governamentais.

Resultados e perspectivas para 2024 e 2025

Em 2024, foram vendidos cerca de 1.700 kg de polpas nas escolas estaduais e 500 kg nas municipais de Ubaí. As polpas, sem aditivos químicos ou açúcares, fornecem alimentos nutritivos e seguros, gerando renda para os produtores locais. O secretário municipal de Agricultura, Hélio Ferreira Veloso, destacou a intenção de ampliar a produção com a criação de um viveiro de mudas.

Para 2025, a associação segue realizando entregas às escolas estaduais de Ubaí e aguarda a chamada pública do município. Projetos de comercialização também foram desenvolvidos para escolas de Brasília de Minas, com entregas já em andamento, além da participação no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), onde o projeto está classificado em oitavo lugar no estado.

Capacitação e desafios para o crescimento

A capacitação anual do grupo que processa as polpas é coordenada pela Emater, com apoio da prefeitura e da Secretaria Municipal de Agricultura. O presidente da Associação Quilombola de Gerais, Xisto Martins Pereira, reconhece os desafios para ampliar a produção, como a necessidade de instalar placas solares para reduzir custos com energia e uma câmara fria para armazenamento das polpas. Ele ressalta a esperança e o empenho da comunidade para superar essas dificuldades e expandir o projeto.

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Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou:  Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Copersucar eleva exportações de açúcar em 21,4% e registra lucro de R$ 402 milhões na safra 2024/25

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Assessoria

Exportações de açúcar em forte alta

A Copersucar vendeu 13,7 milhões de toneladas de açúcar ao mercado externo na safra 2024/25, um avanço de 21,4% sobre a temporada anterior, consolidando‑se como a maior comercializadora global do produto.

Desempenho no mercado interno

No Brasil, as vendas de açúcar da companhia somaram 2 milhões de toneladas, volume 4,8% menor na comparação anual.

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Expansão do etanol nos Estados Unidos

Reforçando sua estratégia internacional, a Copersucar ampliou em 23,4% a comercialização de etanol produzido nos EUA, alcançando 9,5 bilhões de litros.

Vendas de etanol no mercado brasileiro
A partir das operações no Brasil, a empresa vendeu 9,6 bilhões de litros de etanol, crescimento de 1,1% frente ao ciclo 2023/24.

Resultado financeiro

Impulsionada especialmente pelo aumento nas exportações de açúcar, a Copersucar fechou a safra 2024/25 com lucro líquido de R$ 402 milhões, alta de 43,1% em relação ao exercício anterior.

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Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Custos de produção de suínos e de frangos de corte recuam em maio

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Divulgação: Embrapa

 

Os custos de produção de frangos de corte e suínos registraram queda em maio de 2025 nos principais estados produtores e exportadores do Brasil, conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves, por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS) – embrapa.br/suinos-e-aves/cias.

No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte recuou para R$ 4,78, uma redução de 2,12% em relação a abril. No acumulado do ano, a retração é de 0,25%, enquanto nos últimos 12 meses o índice apresenta alta de 7,99%, com o ICPFrango atingindo 369,70 pontos em maio. Com 66,13% do custo total de produção de frangos, a ração apresentou queda de 3,07% no mês.

Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo recuou para R$ 6,32, representando uma redução de 1,75% em relação ao mês anterior. No acumulado de 2025, o ICPSuíno registra alta de 1,89%, e, nos últimos 12 meses, de 9,47%, com o índice atingindo 361,81 pontos em maio. A ração, que respondeu por 71,56% do custo total de produção de suínos na modalidade de ciclo completo, também teve retração, de 2,63% no mês.

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Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente. A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de MG, GO, MT e RS, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.

Ferramentas de apoio à gestão:

App Custo Fácil – Aplicativo gratuito da Embrapa que gera relatórios personalizados das granjas e diferencia despesas com mão de obra familiar. Disponível para Android na Play Store.

Planilha de Custos – Ferramenta gratuita para gestão de granjas integradas de suínos e frangos de corte, disponível no site da CIAS.

Fonte: Assessoria

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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