Pecuária
Adapar orienta sobre transporte de animais após certificação

Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN
O Brasil é oficialmente um território livre de febre aftosa sem vacinação. O status sanitário foi reconhecido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), após a certificação ser alcançada durante a 92ª Sessão Geral da Assembleia Mundial de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), realizada em maio na França. O Paraná, que já é território reconhecido há quatro anos, foi beneficiado pela decisão. O comércio e o trânsito animal no Estado serão facilitados com maior segurança na negociação e transporte dos animais.
O chefe do Departamento de Saúde Animal da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), Rafael Gonçalves Dias, explicou o que muda de forma prática após o ofício. “Os produtores de animais bovinos vindos de outras áreas, como São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso Sul, estados que pararam a vacinação e tiveram o reconhecimento agora em maio, até então, não podiam transitar os animais no Paraná. Estávamos com essa diferença de estados sanitários e não havia possibilidade de entrada desses bovinos, como era antes do Paraná receber a certificação em 2019”, esclarece.
Sobre o transporte dos animais, a chefe da Divisão de Controle da Rastreabilidade Animal da Adapar, Maira Polatti Tomaz Sypniewski, destaca que todo o território nacional passa a ter a mesma condição sanitária em relação à febre aftosa, mas que a entrada de animais no Paraná ainda depende da comprovação de cuidados sanitários. “Ressaltamos que toda movimentação de animais deve estar acompanhada da Guia de Trânsito Animal e dos demais documentos sanitários exigidos, de acordo com as legislações federal e estadual vigentes”, afirma.
FISCALIZAÇÃO – Com a certificação internacional, novos desafios surgem, a exemplo da implementação dos processos de vigilância ativa baseada em risco e da atualização periódica dos rebanhos. Além disso, órgãos de defesa agropecuária deverão direcionar seus esforços para a habilitação de frigoríficos no quesito de eficiência e eficácia da produção, qualificando os estabelecimentos para a exportação.
CERTIFICAÇÃO – Em 2021 também houve um processo de estruturação de barreiras sanitárias nas divisas com os estados ao Norte. A ação foi uma das exigências do Ministério da Agricultura para que o Paraná tivesse uma estrutura de fiscalização sólida. O resultado foi a conquista do status de área livre de febre aftosa sem vacinação. A construção de postos de fiscalização aconteceu por meio de uma parceria entre o Governo do Estado e o setor privado.
Além das barreiras, outra medida foi importante para a obtenção do status. Foi desenvolvido um inquérito epidemiológico, com coletas de amostras de sangue de quase 10 mil animais em 330 propriedades rurais. A medida foi desenvolvida para provar que o vírus já não circulava no Paraná.
SUÍNOS – Um dos mercados de maior referência na exigência sanitária, o Chile comunicou no início de junho que o Paraná está autorizado a exportar proteína suína para o país. O Paraná é o segundo maior produtor de suínos no Brasil e a parceria com um país restrito nas negociações de proteínas animais como é o Chile abre novos mercados, impulsionando a produção no Estado.
(Com AEN/PR)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
Recordes nos embarques de carne e nos abates de fêmeas ditarão os preços do boi gordo

Foto: Agência IBGE Notícias
O mercado físico do boi gordo apresentou cotações de estáveis a mais altas no Brasil durante a semana.
O analista de Safras & Mercado Fernando Iglesias ressaltou que a boa demanda voltada à exportação e a oferta limitada de animais jovens, especialmente para atender ao mercado chinês, contribuíram para sustentar as cotações.
Segundo ele, as escalas de abate seguem posicionadas entre cinco e sete dias úteis na média nacional e, em algumas praças, a arroba foi negociada acima da referência média.O analista comenta que as exportações de carne bovina seguem como a grande variável, com o país caminhando a passos largos para atingir volumes recordes neste ano.
Recorde de participação de fêmeas
O coordenador da equipe de inteligência de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, ressalta que a pesquisa do IBGE que divulgou os dados consolidados de abate de bovinos no primeiro trimestre do ano deve ser o destaque do mercado nos próximos meses.
“Esse levantamento mostrou a maior participação de fêmeas da história da pecuária brasileira em um trimestre, com 49% de fêmeas indo para gancho, com um volume de novilhas também em maior nível, ou seja, há muita oferta de fêmeas e isso deve influenciar o mercado quando esse número começar a ‘enxugar’”, conta.
Segundo ele, isso já começou a acontecer em maio, com uma participação menor de fêmeas, considerando os abates Sif, tendência que continua em junho. “Em nossa concepção, o excedente de fêmeas já foi liquidado no mercado para os próximos meses, então a expectativa é para um mercado mais acomodado, o que sustenta as cotações do boi gordo.”
Para Fabbri, pensando no escoamento de carne na segunda quinzena de junho, o cenário ainda é favorável, observando que no mercado acadista de carne com osso e sem osso os patamares continuam firmes, com ajustes pontuais ao longo da cadeia, mas sem derretimento, o que mostra que o consumo doméstico tem conseguido absorver a oferta.
Victor Faverin
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
Safrinha Reduz Custo de Confinamento e Garante Margem ao Pecuarista em Maio de 2025

Arquivo
O mês de maio trouxe alívio aos pecuaristas. A queda expressiva nos custos de alimentação, impulsionada principalmente pela desvalorização do milho, abriu espaço para a manutenção das margens no confinamento, mesmo com a baixa na cotação da arroba do boi gordo.
O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) de maio de 2025 foi de R$ 14,35 na região Centro-Oeste e R$ 11,93 no Sudeste. Em comparação com abril, o índice apresentou recuos de 10,48% no Centro-Oeste e 7,73% no Sudeste. Essa redução nos custos nutricionais reflete a chegada da safrinha ao mercado, com o milho registrando uma desvalorização de mais de 15% entre março e maio.
Desempenho por região: Centro-Oeste e Sudeste
- Centro-Oeste
A queda no ICAP foi influenciada pela redução nos preços dos alimentos energéticos (-6,10%) e volumosos (-5,53%). Entre os principais insumos, destacaram-se as quedas nos preços da silagem de milho (-8,38%) e do milho grão seco (-8,30%). O custo da dieta de terminação, considerada a mais cara do ciclo produtivo, caiu para R$ 1.292,76 por tonelada de matéria seca — uma redução de 4,63% em relação a abril.
- Sudeste
No Sudeste, a redução do ICAP foi puxada pela queda nos preços dos insumos proteicos (-10,83%) e volumosos (-4,00%). O custo da dieta de terminação ficou em R$ 1.216,93 por tonelada de matéria seca, representando uma retração de 3,38% em relação ao mês anterior. Com a queda no preço do milho, esse insumo voltou a ganhar protagonismo na região, tornando-se, ao lado do DDG, o ingrediente energético e proteico mais utilizado nos meses de abril e maio.
Análise anual: custos ainda carregam impacto do primeiro semestre
Apesar da queda mensal observada em maio, o comparativo anual com maio de 2024 mostra um leve aumento no ICAP: alta de 1,41% no Centro-Oeste e 0,85% no Sudeste. Esse cenário é resultado do comportamento do mercado no início de 2025, quando os preços da arroba estavam valorizados e os principais insumos operavam em patamares elevados.
Boa parte das compras de ingredientes para o primeiro giro do confinamento ocorreu entre janeiro e março, período em que os preços ainda não haviam recuado. Mesmo com o cenário atual de baixa nos custos, os números do ICAP ainda refletem o custo acumulado do primeiro semestre.
Estimativas de custo da arroba e lucratividade
Com base nos dados mais recentes, é possível estimar o custo da arroba produzida pelos confinadores. No Centro-Oeste, o valor gira em torno de R$ 210,59, enquanto no Sudeste é de R$ 189,37. Esses valores consideram os dias de cocho, o total de arrobas produzidas e o peso do custo nutricional no total do confinamento, conforme dados públicos do Report de Confinamento da Ponta Agro.
Com esses custos, a estimativa de lucratividade bruta por cabeça é de mais de R$ 910,00 no Sudeste e R$ 720,00 no Centro-Oeste, considerando apenas o preço de venda balcão.
Bonificações podem ampliar ganhos
Para aumentar ainda mais as margens, os pecuaristas podem buscar bonificações junto aos frigoríficos. O diferencial do Boi China, por exemplo, chega a variar entre R$ 5,00 e R$ 7,50 por arroba, dependendo da região produtora.
Observação: As estimativas de lucratividade consideram apenas a cotação de arroba balcão, sem incluir bonificações por rastreabilidade, padrão de qualidade ou protocolos de mercado.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
Status de livre de aftosa sem vacinação abre novos mercados para o Brasil

Foto: Diego Leite/Pixabay
O reconhecimento do Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), abriu espaço para a projeção de novos mercados. A novidade agora é a carta entregue por representantes do setor ao governo federal, que aponta oito países e a União Europeia como prioridades para negociações comerciais.
Entre os países mapeados estão Japão, Coreia do Sul, Turquia, China, México, Indonésia, Canadá e Filipinas. O bloco europeu, formado por 27 países, também aparece como foco estratégico. Segundo o documento, essas regiões representam oportunidades concretas para ampliar o envio de carne bovina in natura, com osso e miúdos — produtos antes barrados por exigências sanitárias que deixaram de ser impeditivas com a nova certificação.
O levantamento considera que Japão, Coreia e Turquia podem passar a ver o Brasil sob um novo prisma sanitário. Esses países, atualmente fechados à carne bovina brasileira, exigem o status de livre de aftosa sem vacinação para autorizar importações.
No caso da União Europeia, o setor acredita que o reconhecimento possa destravar negociações em curso, como o acesso à chamada Cota 481 — destinada à importação de carne de alta qualidade. Hoje, o Brasil não faz parte do grupo de países com permissão para exportar nesse regime, que oferece valores mais atrativos.
A carta foi entregue durante a cerimônia oficial de recebimento do certificado da OMSA. O documento foi encaminhado a representantes do Executivo, do Ministério da Agricultura e de áreas ligadas às relações internacionais do governo.
Embora o reconhecimento da OMSA tenha peso técnico, a abertura de mercados depende de acordos bilaterais. A estratégia, agora, é apresentar o novo status sanitário em tratativas diretas com cada país importador.
Atualmente, cerca de 70% da carne bovina produzida no Brasil é consumida internamente. Com a abertura de novos destinos, a expectativa do setor é ampliar as exportações, aumentar o valor agregado dos produtos enviados ao exterior e reforçar a renda nas regiões produtoras.
(Com Pensar Agro)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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