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Economia

Governo anuncia novo leilão para recuperar terras degradadas

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Durante reunião, ministros como Haddad, Fávaro e Marina Silva anunciaram o segundo leilão “Eco Invest”, voltado à recuperação de terras degradadas. (Foto: Divulgação / Secom-MAPA)

 

Por Humberto Azevedo

Coordenado pelos ministérios da Fazenda (MF) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), e com o apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e também do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o governo federal anunciou o lançamento de um novo leilão visando angariar recursos para financiar projetos de recuperação de terras degradadas e promover a conversão dessas áreas em sistemas produtivos sustentáveis.

Denominado de “2º Leilão Eco Invest”, o leilão será uma iniciativa do Tesouro Nacional com o objetivo de recuperar um milhão de hectares de terras degradadas no âmbito do programa “Caminho Verde Brasil”. Farão parte do leilão áreas localizadas em quase todos os ecossistemas localizados no país, com exceção da Amazônia: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. O Bioma Amazônico, por suas peculiaridades, será tratado de forma customizada em um leilão exclusivo, previsto para os próximos meses.

Este é o segundo leilão do programa “Eco Invest” que integra o “Novo Brasil – Plano de Transformação Ecológica” do Ministério da Fazenda, e é uma estratégia voltada à transição da economia brasileira por meio da bioeconomia, da indústria verde e das finanças sustentáveis. O foco do leilão é atrair capital privado por meio de instituições financeiras locais, para financiar projetos que promovam a conversão de terras degradadas em sistemas produtivos sustentáveis.

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“O leilão do Ecoinvest, um dos pilares do Novo Brasil, Programa de Transformação Ecológica do nosso governo, promove o apoio financeiro à recuperação de áreas degradadas, buscando incorporar técnicas e tecnologias sustentáveis que induzirão a elevados ganhos de produtividade, com maior capacidade hídrica e expansão da cobertura vegetal permanente, contribuindo para um futuro próspero e mais previsível ao produtor rural”, explicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

CRITÉRIOS AMBIENTAIS

Os projetos deverão seguir critérios ambientais rigorosos, incluindo a recuperação do solo e a preservação ambiental. Segundo o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, este programa agrega impacto social, ao promover a inclusão produtiva dos pequenos produtores e ao fortalecer o abastecimento interno de alimentos em função da elevação da produtividade sustentável de áreas atualmente degradadas.

“O ‘Eco Invest’ representa um avanço concreto na recuperação de terras degradadas e na promoção da agricultura sustentável no Brasil. Ao estabelecer critérios ambientais rigorosos e exigir práticas como a conservação do solo, a proteção das águas e o combate ao desmatamento, garantimos que o desenvolvimento econômico venha acompanhado de inclusão social e preservação ambiental”, afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

ÁREA DEGRADADA

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Atualmente, cerca de 280 milhões de hectares no Brasil são usados para a agropecuária, sendo 165 milhões de hectares de pastagens, dos quais 82 milhões estão degradados. A meta do Governo é recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens nos próximos dez anos. Para este leilão, a expectativa é recuperar 1 milhão de hectares em terras degradadas nos biomas já mencionados.

“Com o Ecoinvest o Brasil introduziu um programa inovador com grande capacidade de impacto e potencial de replicabilidade internacional. Ao combinar hedge cambial, blended finance e boa estruturação, o Ecoinvest mostra como superar barreiras ao investimento — e destravar bilhões em capital privado. Para nós do BID, o Ecoinvest é fonte de grande satisfação. É a prova que conseguimos impacto e escala em nossas ações quando atuamos em conjunto e com inovação”, afirmou Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

“CAMINHO VERDE BRASIL”

Dentro da iniciativa para avançar na recuperação das terras degradadas, o governo federal lançou nesta segunda-feira, 28 de abril, o programa “Caminho Verde Brasil”, com a proposta de recuperar 40 milhões de hectares de áreas degradadas, em dez anos, para serem utilizados exclusivamente na agricultura sustentável.

O “Caminho Verde Brasil” é um programa de Estado, coordenado pelo MAPA e realizado em parceria com vários ministérios, instituições financeiras e representantes de diferentes segmentos do setor agropecuário e autarquias federais.

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A ideia é que o “Eco Invest Brasil” vai financiar a primeira fase da iniciativa, que permitirá a recuperação de até um milhão de hectares. Para as próximas etapas, o MAPA está buscando recursos de investidores internacionais e de países interessados em promover o desenvolvimento sustentável.

“Podemos praticamente dobrar a área de produção de alimentos no Brasil sem desmatamento, evitando a expansão sobre áreas de vegetação nativa. É uma grande oportunidade para captar investimentos internacionais e contribuir com a segurança alimentar e nutricional do planeta”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

SELEÇÃO DE PROPOSTAS

Objetivo é recuperar um milhão de hectares de terras degradadas, nos biomas da Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. (Foto: Reprodução / Acervo Secom-MMA)

Para selecionar os projetos, o Tesouro Nacional lançou uma chamada de projetos que serão escolhidos de maneira virtual, o que permitirá que cooperativas, empresas e produtores organizados enviem suas propostas de recuperação de terras degradadas. Essa iniciativa visa aumentar as chances de seleção pelos bancos participantes para receberem recursos do “Eco Invest”.

As propostas podem ser enviadas até 13 de junho de 2025, para o endereço eletrônico: [email protected]. A inclusão dessa chamada representa um passo importante para que mais interessados possam colocar seus projetos em destaque para mais Instituições a fim de se beneficiarem com o financiamento e contribuir para os objetivos do programa.

MODELO FINANCEIRO

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O leilão será realizado no modelo de financiamento parcial (Blended Finance), no qual os recursos públicos do “Eco Invest” atuarão como capital catalisador para atrair investimentos privados. Cada lance será avaliado com base no nível de alavancagem proposto e no volume de hectares a serem recuperados, sendo exigido um valor mínimo de R$ 100 milhões.

Também será possível (e incentivado) criar Fundos de Investimento nas cadeias produtivas agroindustriais (Fiagro) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) para estruturar as operações, viabilizando o surgimento de novos veículos financeiros dedicados a temática e atraindo ainda mais capital ao programa. A expectativa é de alavancar até R$ 10 bilhões em investimentos totais para a recuperação de terras.

DIRETRIZES

Os recursos mobilizados por meio do leilão serão destinados a produtores rurais, cooperativas agropecuárias e empresas ligadas às cadeias produtivas do agronegócio, tais como fabricantes de bioinsumos, empresas de tecnologia agrícola, frigoríficos, processadoras de alimentos, usinas de biocombustíveis e traders. O objetivo é garantir que a restauração ambiental venha acompanhada de inclusão social e produtiva.

Para tanto, os projetos financiados deverão cumprir critérios ambientais rigorosos. Entre as exigências, destacam-se o monitoramento contínuo do impacto ambiental, incluindo a medição das emissões de gases de efeito estufa (GEE); análise periódica do índice de qualidade do solo e ampliação da cobertura vegetal permanente. Além disso, as instituições financeiras participantes deverão destinar pelo menos 50% de sua carteira de investimentos para a produção de alimentos, com destaque para proteína animal e lavouras. A recuperação da Caatinga também deverá ser priorizada nas alocações.

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Com informações de assessoria

Colaborou:  Astrogildo Nunes – [email protected]m

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Economia

Créditos de ICMS podem virar capital de giro para produtores rurais

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Imagem: Freepik

 

Em São Paulo, a Portaria CAT 153/2011 regulamenta a utilização de créditos acumulados de ICMS por produtores rurais e agroindústrias. O mecanismo autoriza a conversão desses valores em recursos financeiros para uso imediato, sem necessidade de recorrer a financiamentos.

O crédito de ICMS é gerado em operações em que há diferença entre o imposto pago na compra de insumos e o devido na venda de produtos. No caso do setor agropecuário, isso ocorre com frequência em transações interestaduais ou isentas, quando o saldo credor se acumula no livro fiscal. Para transformar esse valor em capital de giro, o produtor deve solicitar autorização formal à Secretaria da Fazenda do Estado, por meio do sistema eletrônico e-CredRural.

O processo exige credenciamento prévio no sistema e apresentação de documentação comprobatória, incluindo notas fiscais, registros de produção e demonstrativos contábeis. A habilitação pode abranger créditos gerados mensalmente ou valores extemporâneos acumulados nos últimos cinco anos, desde que devidamente comprovados. Após análise e deferimento, o montante é liberado para transferência ou utilização autorizada, conforme as regras da portaria.

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Além de produtores rurais, estabelecimentos agroindustriais enquadrados na legislação estadual também podem requerer o benefício. A utilização correta dos créditos depende do cumprimento rigoroso dos critérios fiscais e prazos estabelecidos, sob pena de indeferimento do pedido.

COMO TER ACESSO:

O procedimento para solicitação de créditos acumulados de ICMS podem ser obtidas no portal da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo: CLIQUE AQUI.

Também é possível o atendimento presencial nas Delegacias Regionais Tributárias, mediante agendamento eletrônico.

(Com Pensar Agro)

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Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Economia

Rotas gastronômicas: preservando sabores e saberes tradicionais

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Foto: Comunicação do Sistema Faesp/Senar-SP 

 

As rotas gastronômicas de São Paulo são um convite à imersão nos saberes e sabores do interior paulista, valorizando a diversidade cultural e a riqueza produtiva das regiões rurais. Ao percorrer caminhos que unem pequenos produtores, cozinhas tradicionais, agroindústrias familiares e chefs locais, o visitante experimenta uma culinária autêntica, marcada por ingredientes frescos, receitas centenárias e técnicas passadas entre gerações ou aprendidas em cursos que valorizam a cozinha regional. Essas rotas reforçam o vínculo entre campo e mesa, promovem o turismo sustentável e fortalecem a identidade das comunidades, ao mesmo tempo em que estimulam a economia local e preservam o patrimônio alimentar paulista.Convidada a participar da 12ª Rota, Maria Dalma Silva Ramos, de Capão Bonito, reitera que os cerca de 20 cursos que fez no Senar-SP foram fundamentais para o sucesso do empreendimento, desde o projeto até a implementação e a definição do público a ser atingido. O Peabiru Portal Turístico oferece mais que um alimento de qualidade, mas o acolhimento das antigas casas de avós, com fogão a lenha e mesa farta aos finais de semana e feriados, assim como pratos a la carte e executivos diariamente, sempre tendo como foco a culinária tradicional paulista.

“Empreender na área gastronômica sempre foi um sonho. Entendemos que as pessoas precisam desse reencontro com o simples, como a comida afetiva das mães e avós. Essa é a nossa proposta e vemos a alegria dos nossos clientes ao perceber o resgate dessa tradição culinária que ele achava que estava perdida no tempo. Comida simples, saborosa e que traz boas recordações”, frisou Maria Dalma, que compra dos produtores da região os legumes, folhagens e grãos utilizados no dia a dia.

O diferencial do restaurante também passa pelo aprendizado nos cursos. Durante muitos anos, morando em uma região sem energia elétrica, ela via os pais colocarem carnes e embutidos na fumaça do fogão, o conhecido “fumeiro”, para a conservação. Com as novas técnicas, ela especializou-se em defumação e tem como carro-chefe o filé mignon suíno e o frango defumados, servidos como entrada e prato principal, respectivamente, em eventos gastronômicos que participa.

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Para a instrutora do Senar-SP Fanny Paulina Kuhnle, o programa de turismo rural é muito importante para os municípios e a população em geral, porque ele vem crescendo, valorizando esses saberes e automaticamente os sabores das regiões. Pela colonização, o estado de São Paulo é fantástico, com a diversidade na formação de seu povo.

“O saber dos portugueses, o saber dos negros, o saber do povo que aqui estava, todos eles vêm com uma tradição lá atrás. O português, principalmente, a miscigenação desse povo. O que me segura no Senar é essa vontade de estimular, de fomentar essa preservação dos nossos antepassados. e que os jovens estão perdendo através da tecnologia de alimentos, através da industrialização”, explicou Fanny.

O presidente do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp)/Senar, Tirso Meirelles, é um entusiasta dos projetos que incentivam o turismo e fortalecem a economia dos municípios paulistas. Em parceria com o governo estadual, por meio da Secretaria de Turismo e Viagens, a Faesp ajudou a mapear propriedades rurais que pudessem oferecer experiências únicas, colaborando na construção das rotas turísticas, ferramenta importante para o fortalecimento da cadeia agropecuária.

“O turismo rural é muito importante não apenas para o desenvolvimento dos municípios paulistas, mas também para a preservação das tradições, incluindo a gastronomia regional. São Paulo é um estado muito rico de sabores e vem se tornando cada vez mais referência, pela variedades de produtos e o resgate de receitas que remontam a séculos passados”, concluiu Tirso Meirelles.

(Com Agricultura/SP)

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Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Economia

Custo de produção do leite sobe 4,31% no Mato Grosso

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Foto: Pixabay

 

Segundo análise semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgada nesta segunda-feira (11), o Custo Operacional Efetivo (COE) para produzir leite em Mato Grosso subiu 4,31% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, alcançando R$ 1,45 por litro. O aumento foi impulsionado pelos maiores gastos com suplementação mineral, outros custos e aquisição de animais, que tiveram alta de 6,79%, 14,99% e 18,81%, respectivamente.

No mesmo período, o preço médio pago ao produtor no estado foi de R$ 2,31 por litro, resultando em uma margem positiva de R$ 0,87 por litro quando considerado apenas o COE.

Por outro lado, ao incluir depreciações e mão de obra familiar, o Custo Operacional Total (COT) atingiu R$ 2,37 por litro. “Nesse cenário, a margem do produtor não se sustenta, ficando em -R$ 0,06 por litro”, destacou o Imea.

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De acordo com a análise, a situação exige atenção, pois a viabilidade da atividade depende de margens que cubram não apenas os custos diretos, mas também investimentos de longo prazo. O instituto aponta que essa conjuntura já resulta em menor captação e produção, pressionando a rentabilidade.

Seane Lennon / Agrolink

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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