Agricultura
MT firma parceria inédita com centro de pesquisa da China para desenvolvimento do gergelim
O Instituto Mato-grossense de Feijão, Pulses, Colheitas Especiais e Irrigação (IMAFIR) firmou um Acordo de Cooperação com o Centro de Pesquisa de Gergelim de Henan, ligado à Academia de Ciências Agrárias de Henan (HSRC-HAAS), na China. A parceria estabelece uma colaboração estratégica entre Brasil e China para pesquisa, desenvolvimento e comercialização internacional do gergelim, com forte impacto para produtores mato-grossenses.
Este é mais um resultado concreto da participação de Mato Grosso na China International Import Expo (CIIE), uma das maiores feiras de importação do mundo, realizada em novembro passado, onde o estado apresentou seu potencial agrícola e fortaleceu laços comerciais com o mercado asiático.
A missão liderada pelo Governo de Mato Grosso em 2024 teve destaque internacional e o estande foi classificado em 7º lugar entre as 30 organizações estrangeiras mais influentes da CIIE, realizada de 5 a 10 de novembro de 2024, em Xangai.
De acordo com a secretária adjunta de Agronegócios, Crédito e Energia da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Linacis Vogel Lisboa, o acordo firmado entre o Imafir e pesquisadores chineses tem como pilares a troca de germoplasma, o desenvolvimento de novas variedades de gergelim adaptadas ao solo e clima brasileiros, além de promover intercâmbio técnico entre pesquisadores dos dois países.
“Mato Grosso é o maior produtor de gergelim brasileiro. A expectativa é fortalecer a cadeia produtiva desse pulse em nosso Estado, com ganhos em produtividade, sustentabilidade e qualidade do produto para o mercado internacional”, disse.
Nesta safra 2024/2025, o estado deve produzir 219,3 mil toneladas de gergelim em uma área de 425 mil hectares. O Brasil deve obter uma produção de 332,8 mil toneladas do grão especial em uma área total de 660 mil hectares. Os dados são do 6º Levantamento da Safra 2024/2025 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Parceria MT/China
Entre as ações previstas no termo de cooperação, estão os ensaios de adaptação de cultivares em ambos os países, a troca de sementes com características superiores, como resistência a doenças e precocidade, além da formação de grupos de trabalho bilaterais que irão acompanhar os testes e definir estratégias de melhoramento genético e práticas sustentáveis de cultivo.
Pesquisadores brasileiros terão a oportunidade de visitar a China para treinamentos em melhoramento molecular, enquanto especialistas chineses conhecerão de perto as práticas de cultivo e colheita mecanizada em Mato Grosso, com visitas programadas à Embrapa Algodão e instituições locais.
Outro destaque do acordo é o desenvolvimento conjunto de 2 a 3 novas linhagens de gergelim, que serão testadas no Brasil com vistas à sua aprovação como novas variedades nacionais. Também será feita a introdução de cultivares chinesas no Brasil, com pedidos formais de teste de desempenho produtivo em campo.
A parceria também prevê metas concretas: até maio de 2025 devem ser formados grupos técnicos, estabelecidos planos de curto e médio prazo, avaliadas pelo menos quatro cultivares de cada país e trocados ao menos 20 acessos de germoplasma entre Brasil e China.
Resultados esperados
O acordo visa aumentar a competitividade da indústria de gergelim brasileira e chinesa no mercado global, além de melhorar a qualidade genética das sementes e promover práticas agrícolas sustentáveis. O fortalecimento da cooperação internacional também deverá ampliar a presença do Brasil – e especialmente de Mato Grosso – como fornecedor de gergelim para mercados exigentes como o asiático.
A parceria tem validade inicial de três anos, com possibilidade de renovação, e estabelece que todas as novas variedades desenvolvidas terão propriedade intelectual compartilhada entre as instituições envolvidas.
Agricultura
Demanda sazonal pressiona mercado global de fertilizantes

As vendas de ureia ao consumidor final na Índia avançam – Foto: Canva
O mercado global de fertilizantes atravessa um período de forte movimentação, marcado por picos sazonais de consumo e por estratégias governamentais voltadas à segurança de suprimento. Segundo a AMR Business Intelligence, a demanda elevada em um dos principais mercados consumidores tem alterado o ritmo de vendas, estoques e decisões de importação, ao mesmo tempo em que acordos internacionais ganham peso no planejamento de médio prazo.
As vendas de ureia ao consumidor final na Índia avançam para alcançar quase 6 milhões de toneladas em dezembro, volume que pode configurar um novo recorde mensal, impulsionado pela demanda típica da safra de inverno, conhecida como rabi. O ritmo acelerado de escoamento reduziu os estoques domésticos de 7,1 milhões para 6,3 milhões de toneladas em apenas duas semanas. Esse movimento levou a estatal NFL a antecipar uma licitação de importação para a compra de 1,5 milhão de toneladas, com encerramento previsto para 2 de janeiro. No acumulado do ano, o país, que figura como o maior importador global do insumo, já adquiriu 9,23 milhões de toneladas por meio de leilões internacionais.
Paralelamente, a política externa indiana reforça o papel estratégico dos fertilizantes. O primeiro-ministro Narendra Modi propôs dobrar o fluxo comercial bilateral com a Jordânia para US$ 5 bilhões em cinco anos, colocando o setor como um dos eixos centrais da cooperação, ao lado de energia e defesa. Em encontros de alto nível que contaram com a participação do rei Abdullah II, foram discutidos investimentos na indústria jordaniana para garantir o fornecimento estável de fosfatados à Índia. A iniciativa busca reduzir riscos de oferta em períodos de pico das safras e consolidar um corredor econômico entre o Sul da Ásia e o Oriente Médio.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Mercado de trigo entra em fase de ajuste no Sul

No Paraná, o cenário também é de paralisação – Foto: Canva
O mercado de trigo no Sul do país atravessa um período de baixa liquidez, pressão sobre preços e cautela generalizada dos agentes, após dois anos marcados por fortes oscilações. De acordo com a TF Agroeconômica, o comportamento observado em 2024 e 2025 reflete um esgotamento do ciclo de alta e a entrada em uma fase de ajuste estrutural, com efeitos distintos entre os estados produtores.
No Rio Grande do Sul, as negociações seguem praticamente suspensas, com expectativa de paralisações temporárias em moinhos para limpeza e férias coletivas. Estima-se que cerca de 1,55 milhão de toneladas da safra nova já tenham sido comercializadas, o equivalente a pouco mais de 40% da produção. Os preços do trigo para moagem giram entre R$ 1.100 e R$ 1.150 por tonelada no mercado local, enquanto no porto os valores ficam próximos de R$ 1.180 para dezembro e R$ 1.190 para janeiro. O trigo destinado à ração apresenta cotações ligeiramente superiores, e o mercado é descrito como confortável do lado da indústria, com pouca urgência de compra.
A análise dos últimos dois anos mostra que os preços no estado atingiram picos relevantes em meados de 2024 e no primeiro quadrimestre de 2025, superando R$ 1.450 por tonelada, antes de entrarem em uma trajetória de queda acentuada. No encerramento de 2025, as cotações recuaram para níveis próximos de R$ 1.030 a R$ 1.050, os menores do período. A combinação de boa oferta interna, qualidade inferior do grão, entrada concentrada da safra, concorrência do trigo importado e demanda cautelosa dos moinhos contribuiu para a perda de sustentação dos preços.
Em Santa Catarina, o mercado permanece travado, com moinhos apenas recebendo lotes já adquiridos e expectativa de parada quase total até o início do próximo ano. O estado ainda não concluiu a colheita, e há um descompasso entre vendedores, que mantêm ideias ao redor de R$ 1.200 FOB, e compradores, que se mantêm ausentes.
No Paraná, o cenário também é de paralisação, com preços nominais ao redor de R$ 1.250 por tonelada CIF no norte do estado. Após picos acima de R$ 1.550 em 2024 e no início de 2025, o mercado entrou em tendência baixista, encerrando o último ano na faixa de R$ 1.180 a R$ 1.200, pressionado pela oferta interna, importações competitivas e resistência dos moinhos a preços mais elevados.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Entregas de fertilizantes avançam no mercado brasileiro

A produção nacional de fertilizantes intermediários também apresentou avanço – Foto: Divulgação
O mercado brasileiro de fertilizantes apresentou crescimento consistente ao longo de 2025, refletindo maior demanda do setor agropecuário e avanço no volume de entregas ao produtor. Dados divulgados pela Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA) indicam que o desempenho positivo foi observado tanto no resultado mensal quanto no acumulado do ano.
Em setembro de 2025, as entregas ao mercado somaram 5,38 milhões de toneladas, volume 11,3% superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a setembro, o total entregue chegou a 35,86 milhões de toneladas, alta de 9,3% em comparação com igual período de 2024, quando foram contabilizadas 32,80 milhões de toneladas.
Mato Grosso manteve a liderança no consumo nacional de fertilizantes, concentrando 22,5% do total entregue no país, o equivalente a 8,08 milhões de toneladas. Na sequência apareceram Paraná, com 4,51 milhões de toneladas, São Paulo, com 3,74 milhões, Rio Grande do Sul, com 3,54 milhões, Goiás, com 3,53 milhões, Minas Gerais, com 3,22 milhões, e Bahia, com 2,43 milhões de toneladas.
A produção nacional de fertilizantes intermediários também apresentou avanço. Em setembro de 2025, o volume produzido alcançou 713 mil toneladas, crescimento de 6,3% frente ao mesmo mês de 2024. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a produção totalizou 5,57 milhões de toneladas, aumento de 6,6% em relação às 5,23 milhões de toneladas registradas no mesmo intervalo do ano anterior.
As importações somaram 3,91 milhões de toneladas em setembro de 2025, redução de 7,4% na comparação anual. De janeiro a setembro, porém, o volume importado atingiu 31,49 milhões de toneladas, expansão de 8,4% frente às 29,05 milhões de toneladas de 2024. O Porto de Paranaguá consolidou-se como principal porta de entrada do insumo, com oito milhões de toneladas importadas no período, o que representou 25,5% do total desembarcado nos portos brasileiros.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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