Meio Ambiente
Integração entre lavoura e criação é o segredo para a preservação ambiental

Afirmação foi feita durante Talk Agro Pecuária Sustentável realizado na Expointer –
Foto: Camila Rocha/AgroEffectiveColaborou
Ao invés de vilão, herói. Assim foi considerado o produtor, no Talk Agro Pecuária Sustentável que ocorreu na manhã desta quinta-feira, 29 de agosto, no Parque de Exposições Assis Brasil em Esteio (RS), durante a programação da 47ª Expointer. A mudança de olhar para o agro apareceu ainda na abertura, quando o superintendente do Senar RS, Eduardo Condorelli, deu as boas vindas. “Sempre é importante lembrar que a nossa atividade permite o sequestro de carbono. São as plantas que nós plantamos que fazem a fotossíntese e minimizam o efeito estufa, disse.”
O primeiro painel foi apresentado pelo diretor executivo do Serviço de Inteligência em Agronegócios (SIA), Davi Teixeira, que abordou os “Caminhos da Sustentabilidade na Pecuária”, explicando que ela passa por cinco princípios básicos: Investimento em pasto, Projeto, Gestão, Análise de Resultado e Investimento em Integração Lavoura Pecuária (ILP). “Se conhecermos nossa propriedade e fizermos nossa atividade da maneira correta a preservação virá como consequência, observou.”
Além da questão ecológica, Teixeira destacou que a sustentabilidade precisa estar em todas as áreas. “Estabelecer estratégias e ações práticas para que a pecuária seja efetivamente uma atividade sustentável sob todos os pontos de vista, ambiental, econômico e social”, destacou o diretor da SIA.
Na sequência, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, Danilo Sant’Anna, abordou a “Pecuária como Estratégia para Sistemas Sustentáveis”. Segundo ele, a pecuária é tida como vilã pois se avalia apenas a emissão de metano feita pelos ruminantes, mas não se fala sobre a contribuição que estes mesmos animais dão ao meio ambiente. “O animal ao interagir com as plantas, em contato com as pastagens, faz com que elas intensifiquem o seu processo na captura de carbono tanto pela parte aérea como por parte do solo pelas raízes. A quantidade de metano que ele emite é menor que a quantidade que sequestra, afirmou.”
Texto: Camila Rocha/AgroEffective
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
Meio Ambiente
Onde vai ter mais chuva esta semana?

Imagem Ilustrativa
Onde mais vai ter chuva no Brasil nesta semana? Conforme a análise da MetSul, a chuva terá volumes escassos na maior parte do território nacional com o padrão cada vez mais parecido com a temporada seca do meio do ano. O destaque fica para o risco de chuva excessiva em parte do litoral do Nordeste.
Na Região Norte, os estados com mais chuva na semana devem ser Amazonas, Roraima e Amapá, além do Norte do Pará. No restante do Norte do Brasil, a chuva tende a ser muito irregular com pouca ou nenhuma precipitação em muitas áreas de Tocantins e de Rondônia.
Na Região Nordeste, a maior parte da região deve ter pouca chuva com precipitação escassa na maior parte da Bahia, exceto a costa, e ainda no Sul do Maranhão e do estado do Piauí. Alertamos que os volumes de chuva nesta semana podem ser altos a excessivos em parte do litoral do Nordeste e áreas próximas, especialmente em cidades costeiras e da Zona da Mata em Alagoas e em Pernambuco. Pode chover forte ainda em pontos dos litorais de Sergipe e da Paraíba.
No Centro-Oeste, a semana terá precipitação muito escassa e na maioria das cidades não há expectativa de chuva. Qualquer instabilidade será por demais isolada. O padrão de chuva nesta semana no Centro-Oeste recorda muito o da temporada seca, que marca o período de inverno com meses sem chuva em algumas cidades. O mesmo ocorre na maior parte do Sudeste do Brasil, onde a semana terá chuva muito escassa na grande maioria das cidades.
Onde mais deve chover na Região Sudeste nesta semana é perto da faixa costeira, no Sul e no Leste de São Paulo e em pontos do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, mas sem volumes significativos.
No Sul do Brasil, os três estados da região têm chuva na semana que começa. Choveu bastante em pontos do Oeste gaúcho no domingo e tem mais instabilidade vindo para o estado. A chuva aumenta no decorrer da semana, especialmente entre quarta e quinta, em Santa Catarina e no Paraná.
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
Meio Ambiente
Novo sistema produtivo integra pecuária de corte com plantio de teca

Pesquisas com sistemas ILPF em Mato Grosso mostraram que as áreas com teca apresentaram os maiores retornos financeiros. Um dos trabalhos indicou retorno de R$ 4,70 para cada R$ 1 investido (Foto: Maurel Behling)
A Embrapa Agrossilvipastoril (MT) está lançando o Sistema Bacaeri – BoiTeca, uma modalidade de integração pecuária-floresta, ou silvipastoril, que consorcia a pecuária de corte com a silvicultura de teca (Tectona grandis). Esse sistema de produção é uma forma de intensificação sustentável, adicionando uma fonte de renda para o pecuarista.
A teca é uma madeira nobre, nativa da Ásia, com grande potencial silvicultural e econômico nas regiões mais quentes do Brasil. Por meio deste sistema, são cultivadas linhas da árvore em meio à pastagem. Enquanto as árvores crescem, a atividade pecuária é conduzida normalmente. Dessa forma é possível obter renda durante os cerca de 20 anos necessários até se chegar ao ponto de corte. O gado só precisa sair da área nos 10 a 18 meses iniciais, período no qual é possível fazer uma integração com agricultura, colher o pasto para fazer silagem e feno, ou ainda aproveitar para recuperar a forrageira.
O manejo adequado de desramas das árvores não só possibilita a formação de um tronco reto, com madeira de melhor qualidade, como também permite a maior entrada de luz na pastagem, evitando que haja perdas de produtividade do capim. Além disso, a sombra projetada pelas copas das árvores melhora o conforto térmico para o gado, permitindo maior ganho de peso. Pesquisas realizadas pela Embrapa Agrossilvipastoril também já demonstraram que o acesso à sombra beneficia o sistema imunológico e a produção de hormônios sexuais nos bovinos.

O pesquisador Maurel Behling explica que em sistemas ILPF as árvores plantadas em linha apresentam maior taxa de crescimento do que árvores plantadas em monocultura devido ao chamado efeito bordadura, que é a maior entrada de luz e menor competição por água e nutrientes.
“Uma das vantagens desse sistema é a possibilidade de adicionar renda para o produtor sem se fazer a substituição de um monocultivo (pasto) por outra monocultura (floresta plantada). O objetivo é usar a pecuária como uma forma de expansão do cultivo da teca”, declara o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril.
Histórico
Os primeiros plantios de teca em sistema silvipastoril em Mato Grosso ocorreram em 2000, nas fazendas do produtor Arno Schneider, em Nossa Senhora do Livramento, na Baixada Cuiabana. Naquela época ele já vislumbrava a possibilidade de diversificar as fontes de renda e produzir carne de uma forma sustentável. As mudas eram produzidas por sementes e a cada ano a área com o sistema IPF era ampliada.
Alguns anos depois, em 2008, a fazenda Bacaeri, em Alta Floresta, que já cultivava teca em monocultura, decidiu iniciar a integração com pecuária para antecipar a geração de receitas. Naquele momento, já haviam chegado ao Brasil as mudas clonais e a fazenda de propriedade de Antônio Passos foi pioneira na IPF com teca clonal.
Com a criação da Embrapa Agrossilvipastoril em Mato Grosso em 2009, foram iniciadas pesquisas tanto na Fazenda Bacaeri quanto em Unidades de Referência Tecnológica como a Fazenda Gamada (Nova Canaã do Norte), fazenda Brasil (Barra do Garças) e Fazenda São Paulo (Brasnorte). O conjunto de informações coletadas nessas áreas permitiu desenvolver as recomendações técnicas necessárias para indicação do sistema produtivo, que recebeu o nome em homenagem à propriedade onde a maior parte do trabalho foi desenvolvido.
“Ter o sistema nomeado Bacaeri, o nome da nossa empresa desde 1983, nos deixa de alguma forma com a impressão de que tomamos atitudes corretas, e fizemos bem-feito, para ter o aval e a aprovação da Embrapa, validando a nossa iniciativa, através do acompanhamento dos técnicos que validam os processos”, pondera o produtor Antônio Passos, da fazenda Bacaeri.
Atualmente a estimativa da Embrapa é que a área com uso de sistema silvipastoril com teca seja de 4 mil hectares em Mato Grosso. O estado conta com 68 mil hectares (há) com monocultivo de teca, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o que corresponde a 80% dos 84 mil ha com a árvore no Brasil. Antônio Passos vê grande potencial de expansão do sistema, porém alerta sobre limitações de solo e clima e a necessidade de fazer o manejo adequado.
“A teca é muito exigente e tem um crescimento lento em solos inadequados. Portanto, isso já limita muito as áreas disponíveis. A segunda limitação é a tradição de não investir a longo prazo. Nesse caso, o prazo de retorno é superior a 20 anos, chegando talvez a até 30 anos. O terceiro ponto é a dedicação à silvicultura, principalmente com a poda das árvores, e a atenção para os animais não danificá-las”, enumera Passos.

Parceria e lançamento
O uso da teca em sistemas ILPF foi descrito e detalhado em um capítulo do livro Teca (Tectona grandis) no Brasil, o que despertou interesse da empresa Teak Resources Company (TRC). Uma parceria foi firmada com a Embrapa para validação do sistema produtivo e para divulgação por meio de eventos. Um desses eventos será realizado no dia 8 de maio, na fazenda Duas Lagoas, em Cáceres (MT), ocasião em que será feito o lançamento oficial do Sistema Bacaeri – BoiTeca.
Desde que a parceria foi firmada, no ano passado, 350 ha foram instalados em um modelo de parceria com três pecuaristas em Mato Grosso e um no Pará. Os dois estados são o foco da TRC para expansão deste sistema.
“A capacidade atual é de implementar cerca de 2,5 mil ha/ano. Temos produção de mudas suficientes para isso em 2025. Serão 12.500 ha em cinco anos”, afirma o diretor de Relações Institucionais e Pesquisa da TRC Fausto Hissashi Takizawa.
Fausto explica que inicialmente pecuaristas mais arrojados e com maior preocupação ambiental são aquelas com melhor aceitação do sistema. Porém, ele já percebe a curiosidade e interesse por parte de pecuaristas mais conservadores que veem nesse sistema uma forma de intensificarem a produção.
“Tendo interesse crescente de pecuarista, área disponível para parceria e recursos financeiros por meio de agente financeiro, a TRC tem condição de ampliar além desses 12,5 mil hectares, podendo chegar a 15 mil ha ou um pouco mais em cinco anos”, afirma Takizawa.
Recomendações técnicas

O Sistema Bacaeri – Boi Teca traz as recomendações técnicas para o produtor que quer utilizar a tecnologia, desde o planejamento da área, definição de espaçamento entre plantas e entre linhas e preparo do berço, até as técnicas de podas e desramas a serem realizadas para garantia de melhor qualidade da madeira.
As recomendações passam também pelo controle de plantas daninhas, formigas e doenças, recomendações nutricionais e cuidados para evitar incêndios na área. Todas essas informações detalhadas podem ser conferidas nos materiais disponíveis aqui.
Adição de renda
Pesquisas realizadas pela Embrapa Agrossilvipastoril em Unidades de Referência Tecnológica com sistemas ILPF em Mato Grosso mostraram que as áreas com teca apresentaram os maiores retornos financeiros. Um dos trabalhos, utilizando dados reais da Fazenda Bacaeri, indicou um retorno de R$ 4,70 para cada R$ 1 investido. Embora o custo inicial seja mais alto, em torno de R$ 3,2 mil por hectare, a pecuária e os desbastes iniciais das árvores permitem o retorno do investimento com oito anos. A maior receita, no entanto, ocorrerá no corte raso das plantas, entre o 18º e 25º ano do sistema. Com base nos dados da Unidade de Referência Tecnológica (URT) da Fazenda Bacaeri, o Valor Presente Líquido (VPL) foi estimado em R$ 2.854,53 por hectare por ano.
Embora os números sejam atrativos, Behling alerta para o fato de que o lucro só será obtido com a utilização de tecnologias apropriadas, cuidados em todas as etapas do manejo e da cadeia de suprimentos.
“Não basta apenas plantar as árvores de teca de qualquer jeito no sistema integrado e ficar esperando que elas cresçam para que os lucros brotem para o produtor. É necessário investir em tecnologia, insumos adequados, operações corretas e eficientes, constante monitoramento fitossanitário e garantir produtividade e qualidade da madeira ao longo de todo o ciclo de rotação. Se isso tudo não for feito, a decepção será grande”, alerta o pesquisador da Embrapa.
Tecnologia sustentável
Sistemas ILPF, como o Boi Teca, permitem a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, além de reduzirem a pressão sobre o corte de madeira em florestas nativas. Ao aumentar a produtividade da pecuária, é possível reduzir a emissão de metano por quilograma de carne. Ao mesmo tempo as árvores estocam carbono em seu tronco, raízes e galhos.
Com essas características, esse sistema produtivo pode ser uma das ferramentas do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis. Também pode dar a possibilidade de o pecuarista pleitear créditos de carbono e agregar valor à produção por meio de certificações como Carne Carbono Neutro (CCN) ou Carne Baixo Carbono (CBC).
Fonte: Assessoria/ Gabriel Faria
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
Meio Ambiente
Serviço de Alerta Geada inicia na segunda-feira

Geada no Paraná – Foto: Ana Tigrinho
O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná — Iapar-Emater) e o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná) iniciam nesta segunda-feira (5) a 31ª edição do Alerta Geada, serviço que opera de maio a setembro com o objetivo de avisar, com antecedência, produtores rurais sobre o risco de danos causados pelo frio.
Criado originalmente para proteger cafezais recém-plantados, o Alerta Geada hoje atende diversas atividades agropecuárias — avicultura, suinocultura, horticultura e silvicultura, por exemplo — e ainda beneficia outros setores da economia, como turismo, comércio, mercado financeiro e construção civil, explica a meteorologista Ângela Costa, do IDR-Paraná.
Durante a vigência do serviço, pesquisadores divulgam diariamente boletins com informações sobre as condições do tempo e a evolução de massas de ar polar no Estado.
CAFEZAIS — Em lavouras com 6 a 24 meses de idade, recomenda-se amontoar terra no tronco até o primeiro par de folhas ou ramos, protegendo as gemas vegetativas contra eventuais geadas. Esse procedimento deve ser feito já em maio e mantido até meados de setembro.
Para mudas com até seis meses de campo, o ideal é cobri-las totalmente com terra ou palha, sempre que houver previsão de geada. Nos viveiros, a proteção se dá com duas a três camadas de plástico ou acionamento de aquecimento. As medidas devem ser adotadas conforme os avisos de alerta e desfeitas imediatamente após o fim do risco.
OUTONO/INVERNO — Segundo Ângela Costa, a entrada de massas de ar polar no território paranaense tende a se intensificar a partir de maio, alternando dias frios com períodos de temperaturas mais amenas. São esperados veranicos, nevoeiros e geadas — condições típicas da estação —, com variação de intensidade entre as regiões. O fenômeno El Niño permanece em fase neutra.
“Os modelos climatológicos indicam que as precipitações e temperaturas devem se manter próximas à média histórica para o Estado”, afirma a meteorologista.
METODOLOGIA – O Simepar realiza diariamente a análise e o monitoramento dos fenômenos meteorológicos. “Com o apoio de modelos de previsão do tempo, a equipe do Simepar elabora prognósticos sobre a evolução de intensas massas de ar de origem polar, que favorecem a ocorrência de geadas no Paraná, com até cinco dias de antecedência”, explica Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar. Para a semana de início de funcionamento do serviço, a previsão meteorológica não indica a formação de geadas no Paraná.
As informações podem ser obtidas nos seguintes canais:
Canal “Alerta Geada Paraná” no WhatsApp e Telegram
Aplicativo IDR Clima, disponível no Google Play e na App Store.
Disque Geada: (43) 3391-4500.
Página do IDR-Paraná (www.idrparana.pr.gov.br)
Redes sociais do IDR-Paraná (Instagram, Facebook e LinkedIn): @idrparana.
Página do Simepar (www.simepar.br).
(Com AEN/PR)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – astrogildonunes56@gmail.com
-
Pecuária4 dias atrás
Pecuária dá passo estratégico rumo à sustentabilidade
-
Agronegócio4 dias atrás
Cultivo de flores em rodovia traz de volta polinizadores e é bom para o agro
-
Notícias4 dias atrás
INDEA aumenta fiscalização em Mato Grosso após 1º caso de gripe aviária no Brasil
-
Meio Ambiente4 dias atrás
Onde vai ter mais chuva esta semana?
-
Agronegócio3 dias atrás
Alta nos insumos eleva custo do algodão em abril
-
Mato Grosso4 dias atrás
SES e Seduc promovem debate online sobre alergia alimentar
-
Economia7 dias atrás
O futuro da soja: excesso de produção mundial pressiona preços e exige novas estratégias
-
SOJA7 dias atrás
Comercialização da soja avança em Mato Grosso e preços têm variações distintas entre safras