Pecuária
Não inclusão de carnes na cesta básica aumenta insegurança alimentar, diz Abiec
Foto: Freepik
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) informou em comunicado que “vê com preocupação a não inclusão das carnes e outras proteínas de origem animal na lista de produtos da cesta básica nacional, com alíquota zero, incluindo a carne bovina”. Segundo a associação, a manutenção do texto substitutivo ao Projeto de Lei Complementar nº 68/2024, proposto pelo Grupo de Trabalho da Reforma Tributária da Câmara dos Deputados, causará severo impacto no acesso aos alimentos nutricionalmente recomendados à população brasileira, aumentando a insegurança alimentar.
Até então, explica a Abiec, a carne bovina goza de isenção total ou redução de ICMS em todos os estados brasileiros e sobre ela também não incidem o PIS e o Cofins. “Desta forma, além de não favorecer o consumo democrático deste alimento essencial para a saúde humana, a reforma tributária, neste ponto tiraria um benefício que a população já tem”, lamenta.
A Abiec diz que: “Não se justifica o argumento de que a inclusão da proteína de origem animal na alíquota zero da cesta básica traria malefícios a sociedade, por conta do suposto aumento da alíquota geral do IVA (IBS/CBS), em quase 1 ponto porcentual. Primeiro, por se tratar de alimento que trará benefício à população mais vulnerável, segundo, porque nos parece inconstitucional a sua exclusão (Inteligência do artigo 8º da Emenda Constitucional 132, que conceitua cesta básica) e, terceiro, porque essa “teoria” não se sustenta diante de uma análise serena, a qual sugere um aumento próximo de 0,2 ponto porcentual. Não se pode punir as pessoas de menor poder aquisitivo sob o argumento de não beneficiar as que têm mais recursos financeiros.”
Conforme a Abiec, a carne bovina e as demais proteínas animais são essenciais à saúde humana. Tirar desses produtos o benefício da isenção significa dificultar o acesso a esses alimentos e aumentar a exclusão e a insegurança alimentar para uma parte considerável da população do país.
“É importante, também, que se diga que a medida afeta uma das mais importantes cadeias produtivas da economia nacional, em geração de renda e de empregos, a da pecuária de corte. Em 2023, o setor movimentou R$ 890 bilhões, desde os insumos e serviços envolvidos da produção e industrialização, até o varejo. No que tange à geração de empregos, nas fazendas e nas indústrias de abate, somando funcionários contratados, produtores e pequenos proprietários de subsistência, o setor garantiu cerca de 6,5 milhões de postos de trabalho”, ressaltou a associação.
Henrique Almeida – Estadão Conteúdo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
Exportação de Carne Bovina Atinge 236,1 Mil Toneladas em Outubro de 2024
Arquivo
O volume de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada exportado pelo Brasil atingiu 236,1 mil toneladas até a quarta semana de outubro de 2024, conforme relatório divulgado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) nesta terça-feira, 29 de outubro. Este total já supera a quantidade exportada no mesmo período do ano anterior, quando foram embarcadas 186,1 mil toneladas ao longo de 21 dias úteis, o que representa um crescimento de 26,86% em relação ao ano anterior.
A média diária de exportações durante outubro de 2024 foi de 12,4 mil toneladas, refletindo um aumento de 40,2% em comparação à média diária de 8,8 mil toneladas registrada em outubro de 2023. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), os principais importadores da carne bovina brasileira em 2024 foram China, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Hong Kong e Chile.
A expectativa é que outubro deste ano estabeleça um novo recorde histórico tanto em volume exportado quanto em faturamento. Em setembro de 2024, o desempenho já foi destacado, com 251,7 mil toneladas exportadas e um faturamento total de 1,136 bilhões de dólares.
Em relação ao preço médio, este se encontra em torno de US$ 4.638 por tonelada, apresentando um leve aumento de 0,09% em comparação ao valor de US$ 4.596 por tonelada registrado em outubro de 2023. O valor total negociado na quarta semana de outubro de 2024 foi de US$ 1.095,503 bilhões, comparado a US$ 855,666 milhões do mesmo período do ano anterior. A média diária de faturamento foi de US$ 57,658 milhões, um crescimento de 41,50% em relação aos US$ 40,746 milhões diários obtidos em outubro do ano passado.
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Pecuária
Resistência Antiparasitária: Uma Ameaça Crescente à Produtividade na Pecuária
Divulgação
A resistência anti-helmíntica entre os bovinos está se tornando um dos maiores desafios para os pecuaristas, trazendo consequências graves como redução do potencial de ganho de peso, emagrecimento extremo e, em casos severos, até a morte dos animais. Para combater esses efeitos, uma gestão eficiente focada no controle de custos e monitoramento de perdas torna-se essencial. O controle sanitário, sobretudo no combate a parasitas, é uma parte crucial para manter a saúde animal e a produtividade das fazendas.
A crescente resistência antiparasitária nas criações de gado, que tem avançado nos últimos anos, gera grandes dificuldades, já que muitos pecuaristas não percebem que os tratamentos realizados contra parasitas estão se tornando ineficazes, afetando silenciosamente a produtividade. A resistência anti-helmíntica ocorre quando parasitas gastrointestinais, carrapatos, vermes e moscas se adaptam e sobrevivem aos medicamentos antiparasitários que anteriormente eram eficazes. Segundo dados da Embrapa, as verminoses podem provocar perdas de até 20% a 30% na produção de carne e leite.
Fernando Almeida Borges, médico-veterinário e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), destaca que os efeitos da resistência anti-helmíntica variam desde a diminuição no ganho de peso até o emagrecimento severo e morte dos animais. “Essas perdas, em geral, passam despercebidas, pois, mesmo sem vermifugação, os animais continuam ganhando peso, e esse é o grande desafio”, afirma o professor.
Borges alerta ainda que a resistência a produtos amplamente utilizados há décadas pelos pecuaristas brasileiros já alcançou níveis críticos. “Esse inimigo invisível está reduzindo o potencial produtivo dos animais há muito tempo. A impressão que o pecuarista tem é de que seu controle de verminoses é eficaz, mas pesquisas em todo o Brasil mostram que as avermectinas, como ivermectina e abamectina, já não funcionam mais contra as verminoses”, explica.
A resistência anti-helmíntica surge, muitas vezes, devido ao uso excessivo e inadequado dos medicamentos, permitindo que os parasitas resistentes sobrevivam e se reproduzam, criando populações totalmente resistentes aos antiparasitários ao longo do tempo.
Para minimizar esse problema, estratégias como o monitoramento contínuo dos sinais de resistência, como o ganho de peso e a reprodução, são fundamentais. Caso necessário, deve-se trocar o medicamento e sempre usar a dose correta, conforme o peso do animal. Além disso, é essencial adotar um controle integrado dos parasitas, otimizando o uso de medicamentos e entendendo os mecanismos de ação das diferentes classes de antiparasitários para garantir sua eficácia no combate aos parasitas.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Pecuária
Cruzamento de vacas leiteiras com angus impulsiona carne premium no Brasil
Foto: Associação Brasileira de Angus/divulgação
A técnica de cruzamento conhecida como “Beef on Dairy” que une vacas leiteiras com touros angus para produzir carne premium, tem ganhado espaço no Brasil devido ao crescente interesse pelo mercado de carne de alta qualidade.
A Associação Brasileira de Angus promove um encontro em Carambeí, no Paraná, para debater as vantagens e o potencial dessa técnica na agropecuária nacional.
De acordo com a coordenadora do Programa Carne Angus Certificada, Ana Doralina Menezes, essa prática, além de aumentar a rentabilidade dos produtores de leite, oferece ao mercado um produto diferenciado, com grande aceitação internacional.
Menezes destacou que o cruzamento de vacas leiteiras com genética Angus permite uma oferta maior e padronizada de carne premium, especialmente para exportação.
No entanto, para expandir o modelo Beef on Dairy, é fundamental que os produtores de leite vejam as vantagens e contem com suporte técnico para realizar o cruzamento de forma direcionada, visando conformidade com os padrões de qualidade da Carne Angus Certificada.
A técnica já é amplamente adotada em países como os Estados Unidos e tem potencial para impulsionar as exportações brasileiras, que vêm crescendo ano a ano, com destaque para o aumento de 8% nas vendas de carne premium no primeiro semestre de 2024.
Henrique Almeida
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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