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Conheça os elementos que tornam o café torrado impróprio para consumo

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Pequenas torrefações preparam grãos especiais de café Por: Marcello Casal JrAgência Brasil

Apesar de ocupar a posição de maior produtor mundial de café, até maio de 2022, o Brasil não contava com um ferramenta legal para controle oficial da qualidade do café torrado. Os consumidores tinham de se basear na qualidade expressa na embalagem ou mesmo na fidelidade a uma marca específica. Por meio da Portaria nº 570, foi estabelecido um padrão oficial de classificação do produto, com requisitos de identidade e qualidade, amostragem, modo de apresentação e marcação ou rotulagem.

A normativa entrou em vigor em janeiro de 2023, definindo como café torrado o produto submetido a tratamento térmico adequado até atingir o ponto de torra desejado, podendo se apresentar em grãos ou moído. A responsabilidade pela venda do produto adulterado passou a ser compartilhada entre os produtores de café e o varejo – até então, não havia um dispositivo de corresponsabilidade. A expectativa é que, na prática, a medida passasse a coibir a venda de produtos irregulares, além de elevar o padrão de qualidade do café.

O chamado Padrão Oficial de Classificação do Café Torrado passou a permitir que o órgão fiscalizador possa verificar e controlar a qualidade, as condições higiênico-sanitárias e a identidade de produtos oferecidos aos consumidores. As torrefações, por exemplo, devem ser registradas no Ministério da Agricultura e Pecuária por meio do Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (Sipeagro). A indústria, entretanto, ainda teria um ano e meio para se adequar às regras. O prazo findou em junho deste ano.

A partir deste mês, o novo padrão para café torrado passa oficialmente a valer. Esta semana, o Ministério da Agricultura e Pecuária divulgou uma lista com 19 marcas de café torrado consideradas impróprias para consumo humano após a constatação de impurezas ou elementos estranhos acima dos limites permitidos pela legislação. Os produtos devem ser recolhidos pelas empresas responsáveis. A ação está respaldada pelo Decreto 6.268/2007, que prevê o recolhimento em casos de risco à saúde pública, adulteração, fraude ou falsificação de produtos.

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Entenda

De acordo com a nova legislação, será desclassificado e considerado impróprio para consumo humano, com a comercialização proibida, o café torrado que apresentar uma ou mais das situações indicadas a seguir:

1– mau estado de conservação, incluindo aspecto generalizado de deterioração, presença de insetos ou detritos acima do permitido em legislação específica;

2– odor estranho, impróprio ao produto, que inviabilize a sua utilização para o uso proposto;

3– teor superior a 1% de matérias estranhas (corpos ou detritos de qualquer natureza, estranhos ao produto, tais como grãos ou sementes de outras espécies vegetais, areia, pedras, torrões e demais sujidades) e impurezas (elementos extrínsecos tais como cascas, paus e outros detritos provenientes do próprio cafeeiro);

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4– elementos estranhos (matérias estranhas ou impurezas indicativas de fraude, tais como, grãos ou sementes de outros gêneros, corantes, açúcar, caramelo e borra de café solúvel ou de infusão).

A normativa estabelece que a película prateada desprendida durante a torra do café em grão não é considerada impureza. Parâmetros complementares de qualidade do café torrado definem que o extrato aquoso (quantidade de substâncias capazes de se solubilizarem em água fervente) deve ser de, no mínimo, 20%. Além disso, o teor de cafeína em cafés descritos como descafeinados não pode ultrapassar 0,1%. Já nos cafés descritos como não descafeinados, o teor de cafeína deve ser de, no mínimo, 0,5%.

Em relação à classificação do produto, que passa a ser obrigatória, as empresas têm as opções de terceirizar o processo, contratando uma empresa já credenciada no ministério, ou implantar seus próprios processos, com classificadores e laboratórios internos. Neste caso, será necessário apresentar um manual de boas práticas à pasta. Se aprovado, as indústrias poderão classificar na frequência e maneira que acharem mais conveniente dentro de seu fluxo produtivo.

Ainda de acordo com a portaria, para pessoas físicas ou jurídicas, incluindo o microempreendedor individual, que processem ou embalem café e realizem a venda direta ao consumidor final, efetuada no próprio estabelecimento de elaboração ou produção, em feiras livres, por meio de comércio eletrônico ou para cafeterias, fica facultada a apresentação do documento de classificação, desde que assegurada a conformidade, identidade e qualidade do produto.

Fonte: Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil – Brasília

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Café

Exportações de café caem em volume, mas receita cresce com valorização do produto brasileiro

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foto: assessoria/arquivo

O volume de café exportado pelo Brasil recuou em setembro, segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Foram 3,75 milhões de sacas de 60 kg, queda de 18,4% em relação ao mesmo mês de 2024.

A redução é explicada pela menor disponibilidade interna de grão, reflexo de uma safra reduzida, ajustes nos estoques domésticos e problemas no beneficiamento. Além disso, as tarifas impostas pelo governo norte-americano às importações do café brasileiro também contribuíram para a retração nos embarques.

Apesar da queda no volume, o maior preço pago pelo café nacional garantiu alta na receita, que somou US$ 1,369 bilhão, avanço de 11,1% frente a setembro do ano passado.

Em relação ao desenvolvimento das lavouras, o Cepea destaca que o fim de semana foi marcado pela retomada das chuvas nas principais regiões produtoras, condição bastante esperada pelos cafeicultores. No fim de setembro, muitas áreas já haviam registrado boa florada, e o retorno das precipitações reforça o potencial produtivo da próxima safra.

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Fonte: CenarioMT

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

 

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Café

Café – Sipcam Nichino vê avanço da bioestimulação na cafeicultura

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foto: assessoria/arquivo

 

São Paulo (SP) – Uma empresa global do setor de defensivos agrícolas, a Sipcam Nichino entrou nos últimos anos no mercado de bioestimulantes para diferentes culturas. A plataforma lançada pela empresa é formada pelas soluções Abyss®, Blackjak®, Nutex® Premium e Stilo® Verde. Na cafeicultura, especificamente, a companhia revela avanço significativo nos negócios envolvendo essas tecnologias e destaca resultados a campo robustos, recentes, atrelados ao bioestimulante Blackjak®.

Conforme o engenheiro agrônomo Marcelo Palazim, gerente de portfólio de produtos e cultivos da Sipcam Nichino, o manejo do cafeeiro com Blackjak® trouxe desempenho vegetativo superior às plantas em testes e pesquisas, “além de ter ampliado a capacidade fotossintética de cafezais”.

De acordo com a Sipcam Nichino, o bioestimulante Blackjak® resulta de uma tecnologia de última geração. Trata-se, salienta a companhia, de um insumo 100% natural, composto por ácidos húmicos e fúlvicos, aplicado a baixas doses “mas ao mesmo tempo provendo resultados relevantes”, diz Palazim.

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“Interfere favoravelmente nos processos bioquímicos em todos os ‘estádios’ fenológicos do cafezal”, continua o agrônomo. “Reduz o estresse hídrico, melhora a absorção de nutrientes, o florescimento e promove o desenvolvimento de ramos reprodutivos, ele esclarece.

Segundo o agrônomo, comparativamente a lavouras de café nas quais não ocorreu a adoção do manejo de bioestimulação com Blackjak®, a companhia constatou ganhos representativos no tocante ao desenvolvimento dos ramos e uma colheita de grãos mais robustos, com maior produtividade.

“Acreditamos que os tratamentos com bioestimulantes tendem a crescer bastante na cultura do café. Os benefícios são visíveis e a relação custo-benefício favorável ao produtor na adoção da prática irá ajudar a consolidá-la no Brasil”, complementa Marcelo.

Ainda de acordo com o agrônomo, o uso combinado de Blackjak® a outras tecnologias bioestimulantes da empresa, como Abyss®, também tem sido empregado com sucesso por produtores de café de diferentes regiões do país.

Criada em 1979, a Sipcam Nichino resulta da união entre a italiana Sipcam, fundada em 1946, especialista em agroquímicos pós-patentes e a japonesa Nihon Nohyaku (Nichino). A Nichino tornou-se a primeira companhia de agroquímicos do Japão, em 1928, e desde sua chegada ao mercado atua centrada na inovação e no desenvolvimento de novas moléculas para proteção de cultivos.

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Fernanda Campos

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Defensivos agrícolas – Cafeicultura movimenta US$ 493 milhões em produtos e área tratada atinge 35,2 milhões de hectares em 2024-25

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Valinhos (SP) – Com ligeiro decréscimo de 1% frente à safra anterior, a cafeicultura brasileira movimentou US$ 493 milhões em defensivos agrícolas na temporada 2024-25. O resultado se deve, sobretudo, ao aumento significativo de 20% na intensidade de tratamentos para a proteção do cultivo, segundo aponta o levantamento FarmTrak Café, da consultoria Kynetec Brasil, que acaba de ser divulgado.

Conforme a pesquisa, o montante apurado no período só não foi mais robusto em virtude do recuo de 10% observado nos preços e custos, em reais, dos defensivos da cultura, além do impacto cambial negativo, também na faixa de 10%. Em compensação, destaca o estudo, a área potencial tratada (PAT), medida pela Kynetec com base no número médio de aplicações de produtos, chegou a 35,2 milhões de hectares.

“Esse crescimento em adoção de tecnologias reflete cenários de pressão de pragas, doenças fúngicas e nematoides, bem como a demanda por herbicidas face à incidência de plantas invasoras”, ressalta Cristiano Limberger, especialista em pesquisas da Kynetec. “Houve registro acentuado de pragas e doenças-chave do café, tais como broca-do-café, ferrugem, cercospora e as plantas invasoras trapoeraba, buva, capim-pé-de-galinha e corda-de-viola”, ele exemplifica.

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Números por categoria

 

 

O FarmTrak Café 2024-25 mostra os fungicidas foliares novamente na ponta do mercado, com vendas de US$ 143 milhões, pouco abaixo dos US$ 145 milhões da safra passada. Nesse segmento, fungicidas “stroby mix” preencheram 36% do montante, seguidos dos cúpricos (25%), para tratamento de florada (21%), ‘premium’ (12%) e para complemento de ferrugem (4%).

Na segunda posição do levantamento da Kynetec, os produtos “solo/drench”, aplicados por jato dirigido abaixo da copa da planta, no sistema radicular, somaram US$ 107 milhões ou 22% do mercado total, indicador três pontos abaixo daquele da safra 2023-24. Segundo Limberger, o subsegmento “drench fungicida + inseticida”, cuja adoção saltou de 55% para 58%, totalizou 71% dos negócios (US$ 76 milhões). Os “drench-inseticidas” e os “drench-fungicidas”, isoladamente, equivaleram a 26% (US$ 28 milhões) e 3% (US$ 3,28 milhões).

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Terceira categoria mais demandada pelos cafeicultores, a dos inseticidas foliares absorveu US$ 106 milhões ou 20% do total do mercado de defensivos da cultura no ciclo 2024-25, um dado 6% superior ao da temporada anterior, considerado relevante pela Kynetec. “Tais produtos se destacaram em relação a outros subsegmentos, principalmente, pela alta de 32% para 43% em relação a área total do cultivo”, justifica Limberger.

Os herbicidas aparecem no levantamento da Kynetec como a quarta categoria de defensivos mais representativa do café em 2024-25: 19% das vendas – dado idêntico ao do ciclo anterior – ou US$ 94 milhões. Segundo Limberger, os glifosatos, que historicamente lideram a comercialização, apresentaram queda em participação e valor, de 45% para 37% e de US$ 42 milhões para US$ 35 milhões. Completam o subsegmento produtos pré-emergentes – subiram de 24% para 31% -, folhas largas (19%) e graminicidas (13%).

Já os nematicidas específicos, conforme o FarmTrak Café, apresentaram elevação significativa na adoção, de 8% para 15% e também em valor (+40%), movimentando US$ 26 milhões ou 5% do mercado total. Outros segmentos, somados (adjuvantes, óleos, redutores de ph e reguladores de crescimento, por exemplo), fecham a pesquisa da Kynetec de defensivos para o café, com 3% do total ou US$ 17 milhões.

Área cultivada e regiões

Segundo a Kynetec, a área cultivada com café nas regiões pesquisadas foi de 2,1 milhões de hectares, “um quadro de estabilidade comparado ao do levantamento da safra 2023-24”, diz Cristiano Limberger. Das variedades do grão plantadas no país, indica o levantamento, a do tipo arábica correspondeu a 83% do total, contra 17% do grupo robusta ou conilon.

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Ainda segundo a Kynetec, o Sul de MG permanece o principal polo produtor de café, com mais de 28% da área. A região plantou 588 mil hectares em 2024-25. Em seguida aparecem Espírito Santo (20%), cerrado mineiro (17%) e o eixo Vale do Rio Doce-Zona da Mata de MG, cada um também com 17%. O estado de SP abriga hoje 10% da área plantada. As demais regiões pesquisadas foram Roraima, Bahia e Paraná, que agrupadas totalizam 7% da cultura.

O FarmTrak Café 2024-25 resultou de mais de 1,1 mil entrevistas realizadas com cafeicultores das principais regiões produtoras do grão do país.

Sobre a Kynetec

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A Kynetec é líder global em análises e insights de dados agrícolas, especializada em saúde animal, nutrição animal, proteção de cultivos, máquinas agrícolas, sementes-biotecnologia e fertilizantes. Possui equipes localizadas em 30 países e fornece dados provenientes de 80 países. No Brasil, a Kynetec Brasil adquiriu o controle das consultorias Spark Inteligência Estratégica e MQ Solutions. https://www.linkedin.com/showcase/kynetec-brasil/

Fernanda Campos

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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