Agricultura
Omã e Brasil trocam experiências sobre controle de pragas

Foto: Canva
A Embrapa Tabuleiros Costeiros recebeu, a visita de seis pesquisadores e representantes técnicos de Omã, que participaram de capacitação com especialistas da Embrapa no manejo da broca-do-olho do coqueiro Rhynchophorus palmarum praticado no Brasil.
O objetivo é que alguma das tecnologias adotadas no Brasil possa ser adaptada para o manejo do bicudo-vermelho Rhynchophorus ferrugineus no país árabe, situado na costa sudeste da Península Arábica. O bicudo-vermelho é a principal praga das tamareiras em Omã e outros países do Oriente Médio e recentemente foi relatada no Brasil.
Os pesquisadores Adenir Teodoro, Élio Guzzo e Aldomário Negrisoli, especialistas em pragas agrícolas, conduziram a capacitação técnica durante o encontro no Brasil, que foi um desdobramento da visita de Teodoro e Guzzo realizada em 2024 a Omã.
Fruto de parceria articulada por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE), a reunião também tratou de possibilidades de cooperação técnico-científica entre a Embrapa e pesquisadores de Omã, junto ao Ministério da Agricultura do sultanato árabe.
Na segunda, as equipes dos dois países apresentaram suas linhas de pesquisa e detalharam trabalhos voltados ao manejo de pragas agrícolas. No mesmo dia, as equipes visitaram laboratórios da Embrapa e viram de perto amostras de de insetos-praga e métodos de controle biológico e comportamental, como armadilhas de baixo custo para captura, inimigos naturais e fungos capazes de colonizar e eliminar os besouros e brocas.
O segundo e terceiro dias da visita foram reservados para idas a campo para ver de perto plantios experimentais e comerciais, a incidência de pragas nos locais e os métodos de controle aplicados em campo.
Na terça (23), as equipes visitaram o campo experimental da Embrapa Tabuleiros Costeiros em Itaporanga d’Ajuda, no Litoral Sul de Sergipe, onde são mantidos em campo bancos de conservação genética de coqueiros e experimentos voltados a melhoramento das plantas e sistema de produção. Na quarta a visita ocorreu em fazendas de dendê e coco de Valença, BA, onde equipes da Embrapa e parceiros vêm coletando brocas-do-olho e monitorando sua população.
Na reunião final, na sexta (26), as equipes discutiram os encaminhamentos para efetivar uma parceria, com apoio da ABC, para desenvolver projetos conjuntos de pesquisa para validar práticas e soluções de manejo do bicudo vermelho em Omã a partir do conhecimento gerado em conjunto.
De acordo com Antônio Junqueira, coordenador de Cooperação Técnica Para África, Ásia, Oceania e Oriente Médio da ABC, que acompanhou as visitas nos dois países, o próximo passo deverá ser a construção de uma parceria para transferir tecnologia para o controle das pragas, com foco importante na aplicação de métodos sustentáveis baseados em insumos biológicos.
Adenir explica que o bicudo vermelho é considerado a principal praga das palmeiras no mundo, sendo muito mais agressivo e devastador que a broca-do-olho presente no Brasil. O pesquisador destaca que a troca de conhecimento com Omã deverá fortalecer não apenas o controle naquele país, mas também preparar o Brasil para conviver com a praga quando se ele vier a ser detectada nos nossos plantios.
Para Rashid Al Shidi, diretor de Defesa Agrícola de Omã, o principal objetivo do governo do seu país, através do Ministério da Agricultura do país é promover a evolução da sua agricultura, promovendo uma aliança com as instituições de pesquisa do Brasil em busca de controles efetivos para as suas pragas agrícolas mais importantes.
EMBRAPA
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Demanda sazonal pressiona mercado global de fertilizantes

As vendas de ureia ao consumidor final na Índia avançam – Foto: Canva
O mercado global de fertilizantes atravessa um período de forte movimentação, marcado por picos sazonais de consumo e por estratégias governamentais voltadas à segurança de suprimento. Segundo a AMR Business Intelligence, a demanda elevada em um dos principais mercados consumidores tem alterado o ritmo de vendas, estoques e decisões de importação, ao mesmo tempo em que acordos internacionais ganham peso no planejamento de médio prazo.
As vendas de ureia ao consumidor final na Índia avançam para alcançar quase 6 milhões de toneladas em dezembro, volume que pode configurar um novo recorde mensal, impulsionado pela demanda típica da safra de inverno, conhecida como rabi. O ritmo acelerado de escoamento reduziu os estoques domésticos de 7,1 milhões para 6,3 milhões de toneladas em apenas duas semanas. Esse movimento levou a estatal NFL a antecipar uma licitação de importação para a compra de 1,5 milhão de toneladas, com encerramento previsto para 2 de janeiro. No acumulado do ano, o país, que figura como o maior importador global do insumo, já adquiriu 9,23 milhões de toneladas por meio de leilões internacionais.
Paralelamente, a política externa indiana reforça o papel estratégico dos fertilizantes. O primeiro-ministro Narendra Modi propôs dobrar o fluxo comercial bilateral com a Jordânia para US$ 5 bilhões em cinco anos, colocando o setor como um dos eixos centrais da cooperação, ao lado de energia e defesa. Em encontros de alto nível que contaram com a participação do rei Abdullah II, foram discutidos investimentos na indústria jordaniana para garantir o fornecimento estável de fosfatados à Índia. A iniciativa busca reduzir riscos de oferta em períodos de pico das safras e consolidar um corredor econômico entre o Sul da Ásia e o Oriente Médio.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Mercado de trigo entra em fase de ajuste no Sul

No Paraná, o cenário também é de paralisação – Foto: Canva
O mercado de trigo no Sul do país atravessa um período de baixa liquidez, pressão sobre preços e cautela generalizada dos agentes, após dois anos marcados por fortes oscilações. De acordo com a TF Agroeconômica, o comportamento observado em 2024 e 2025 reflete um esgotamento do ciclo de alta e a entrada em uma fase de ajuste estrutural, com efeitos distintos entre os estados produtores.
No Rio Grande do Sul, as negociações seguem praticamente suspensas, com expectativa de paralisações temporárias em moinhos para limpeza e férias coletivas. Estima-se que cerca de 1,55 milhão de toneladas da safra nova já tenham sido comercializadas, o equivalente a pouco mais de 40% da produção. Os preços do trigo para moagem giram entre R$ 1.100 e R$ 1.150 por tonelada no mercado local, enquanto no porto os valores ficam próximos de R$ 1.180 para dezembro e R$ 1.190 para janeiro. O trigo destinado à ração apresenta cotações ligeiramente superiores, e o mercado é descrito como confortável do lado da indústria, com pouca urgência de compra.
A análise dos últimos dois anos mostra que os preços no estado atingiram picos relevantes em meados de 2024 e no primeiro quadrimestre de 2025, superando R$ 1.450 por tonelada, antes de entrarem em uma trajetória de queda acentuada. No encerramento de 2025, as cotações recuaram para níveis próximos de R$ 1.030 a R$ 1.050, os menores do período. A combinação de boa oferta interna, qualidade inferior do grão, entrada concentrada da safra, concorrência do trigo importado e demanda cautelosa dos moinhos contribuiu para a perda de sustentação dos preços.
Em Santa Catarina, o mercado permanece travado, com moinhos apenas recebendo lotes já adquiridos e expectativa de parada quase total até o início do próximo ano. O estado ainda não concluiu a colheita, e há um descompasso entre vendedores, que mantêm ideias ao redor de R$ 1.200 FOB, e compradores, que se mantêm ausentes.
No Paraná, o cenário também é de paralisação, com preços nominais ao redor de R$ 1.250 por tonelada CIF no norte do estado. Após picos acima de R$ 1.550 em 2024 e no início de 2025, o mercado entrou em tendência baixista, encerrando o último ano na faixa de R$ 1.180 a R$ 1.200, pressionado pela oferta interna, importações competitivas e resistência dos moinhos a preços mais elevados.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Entregas de fertilizantes avançam no mercado brasileiro

A produção nacional de fertilizantes intermediários também apresentou avanço – Foto: Divulgação
O mercado brasileiro de fertilizantes apresentou crescimento consistente ao longo de 2025, refletindo maior demanda do setor agropecuário e avanço no volume de entregas ao produtor. Dados divulgados pela Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA) indicam que o desempenho positivo foi observado tanto no resultado mensal quanto no acumulado do ano.
Em setembro de 2025, as entregas ao mercado somaram 5,38 milhões de toneladas, volume 11,3% superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a setembro, o total entregue chegou a 35,86 milhões de toneladas, alta de 9,3% em comparação com igual período de 2024, quando foram contabilizadas 32,80 milhões de toneladas.
Mato Grosso manteve a liderança no consumo nacional de fertilizantes, concentrando 22,5% do total entregue no país, o equivalente a 8,08 milhões de toneladas. Na sequência apareceram Paraná, com 4,51 milhões de toneladas, São Paulo, com 3,74 milhões, Rio Grande do Sul, com 3,54 milhões, Goiás, com 3,53 milhões, Minas Gerais, com 3,22 milhões, e Bahia, com 2,43 milhões de toneladas.
A produção nacional de fertilizantes intermediários também apresentou avanço. Em setembro de 2025, o volume produzido alcançou 713 mil toneladas, crescimento de 6,3% frente ao mesmo mês de 2024. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a produção totalizou 5,57 milhões de toneladas, aumento de 6,6% em relação às 5,23 milhões de toneladas registradas no mesmo intervalo do ano anterior.
As importações somaram 3,91 milhões de toneladas em setembro de 2025, redução de 7,4% na comparação anual. De janeiro a setembro, porém, o volume importado atingiu 31,49 milhões de toneladas, expansão de 8,4% frente às 29,05 milhões de toneladas de 2024. O Porto de Paranaguá consolidou-se como principal porta de entrada do insumo, com oito milhões de toneladas importadas no período, o que representou 25,5% do total desembarcado nos portos brasileiros.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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