Agronegócio
Alta produção e queda nos preços beneficiam indústria de alimentos, aponta ABIA

Montagem/Portal do Agronegócio
O setor alimentício brasileiro encerrou o mês de junho com um cenário positivo no abastecimento de matérias-primas agrícolas. Segundo análise da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), a combinação entre clima favorável, uso de tecnologias no campo e recuos nos preços internos tem beneficiado o planejamento da indústria.
A seguir, confira os principais destaques por cadeia produtiva:
Café e cacau lideram os destaques do mês
Café
A produção recorde de café conilon (robusta), estimada pela Conab em 18,7 milhões de sacas para 2025, impulsionada por boas condições climáticas, resultou em maior oferta e queda nos preços internos — especialmente no Espírito Santo. No mercado externo, mesmo com preços ainda elevados, há tendência de baixa, influenciada pelo aumento nas exportações do Vietnã, Indonésia e Uganda. O USDA projeta produção global de 77,01 milhões de sacas na safra 2025/26.
Cacau
A produção brasileira foi revisada para 293,5 mil toneladas em 2025, com alta de 2% sobre a safra anterior, segundo o IBGE. Apesar da leve expansão, a produção permaneceu praticamente estável no primeiro semestre, conforme a AIPC. Os preços internos continuam altos e instáveis, refletindo a forte volatilidade do mercado internacional. Globalmente, a produção de cacau deve alcançar 4,84 milhões de toneladas em 2025, puxada pela recuperação de países africanos como Costa do Marfim e Gana, além de melhorias na América Latina.
Trigo: preços recuam, mas oferta limitada mantém pressão
No Paraná, os preços do trigo recuaram 2,5% em junho e 0,4% em relação a junho de 2024. Nos EUA, houve leve alta mensal de 1,3%, mas uma queda acumulada de 9,6% no ano. A Argentina registrou estabilidade mensal e recuo de 22% em 12 meses.
A produção nacional está estimada em 7,81 milhões de toneladas, queda de 0,9% frente à safra anterior, impactada pela redução da área plantada e chuvas excessivas. Mesmo com queda recente nos preços internos, as estimativas de menor oferta mantêm a pressão altista. No cenário externo, a combinação de menor produção em países como Canadá, Ucrânia e Irã e o aumento do consumo global — especialmente como ração na Tailândia e Cazaquistão — segue influenciando os preços.
Milho: safra cresce e preços recuam no curto prazo
Os preços do milho caíram 7% em junho no Brasil, embora ainda acumulem alta de 17,8% em 12 meses. Nos EUA, houve queda de 3,8% no mês e leve alta de 1,9% no ano. No mercado doméstico, os recuos são explicados por boas condições climáticas, limitação da capacidade de armazenamento e pressão de compradores.
A produção nacional deve atingir 132 milhões de toneladas, um crescimento de 14,3% em relação à safra anterior, segundo a Conab. A alta é resultado da recuperação da produtividade e ampliação da área da segunda safra. No mercado internacional, o consumo elevado e a queda nos estoques seguem sustentando os preços.
Soja: leve alta nos preços e produção robusta
A soja permanece como a principal cultura brasileira, com produção estimada em 169,5 milhões de toneladas. A commodity abastece segmentos como rações, óleo vegetal e biodiesel. Em junho, os preços subiram 0,7%, mas acumulam queda de 3,7% no ano. Nos EUA, os preços subiram 0,3% no mês e caíram 13,4% em 12 meses.
A produção global, segundo o USDA, deve alcançar 422 milhões de toneladas (+6,3%), com destaque para o crescimento na Ucrânia. A valorização no mercado internacional reflete a expectativa de maior demanda nos EUA para biodiesel, diante da proposta da EPA de elevar a mistura entre 2026 e 2027.
Óleo de soja: valorização segue impulsionada pelo biodiesel
O óleo de soja registrou alta de 2,2% em junho e acumula valorização de 29,4% no ano no Brasil. Nos EUA, os preços subiram 0,9% no mês e 14,7% em 12 meses.
A produção nacional está estimada em 11,4 milhões de toneladas (+7,5%), com consumo interno previsto em 9,87 milhões, puxado pela elevação da mistura de biodiesel (B15). As exportações devem atingir 1,4 milhão de toneladas (+7,7%). Mundialmente, a produção deve alcançar 68,4 milhões de toneladas, liderada por Argentina e Brasil. No curto prazo, os preços seguem firmes, mas a abundância de grãos pode limitar novas altas.
Arroz: colheita robusta derruba preços
O arroz em casca teve queda de 9,1% em junho e de 41,5% no comparativo anual. No mercado externo, os preços caíram 2,8% no mês e 33,7% no ano, segundo dados FOB da Tailândia.
A produção brasileira está estimada em 12,32 milhões de toneladas (+16,5%), reflexo de preços atrativos no plantio, condições climáticas favoráveis e avanços tecnológicos. A entrada da nova safra deve manter os preços internos em queda. Globalmente, a produção deverá alcançar 541,5 milhões de toneladas, com consumo recorde de 541,6 milhões, impulsionado pela liberação de estoques na China para uso em ração.
Açúcar: preços recuam no Brasil e sobem na Europa
No Brasil, o açúcar caiu 8,0% em junho e acumula baixa de 6,8% em 12 meses. Já na União Europeia, houve alta de 2,1% no mês e 7,0% no ano.
A produção nacional de cana-de-açúcar deve atingir 45,9 milhões de toneladas (+4%). A desvalorização no mercado internacional e a fraca demanda doméstica explicam a queda nos preços internos. No mercado global, no entanto, os preços permanecem sustentados pelo petróleo valorizado, que torna o etanol mais atrativo e reduz a produção de açúcar. A Índia, segundo maior produtor mundial, deve elevar sua produção para 35 milhões de toneladas, o que pode viabilizar o retorno das exportações.
Leite: oferta firme com condições climáticas favoráveis
O leite registrou alta de 4,3% em junho e de 19,1% em 12 meses no Brasil. No mercado externo, o leite em pó (FOB Nova Zelândia) recuou 4,6% no mês e acumula queda de 21,6% no ano.
As condições climáticas no país têm mantido a oferta firme, favorecendo o abastecimento do setor e ajudando a conter oscilações mais intensas nos preços ao consumidor.
O panorama traçado pela ABIA reforça o bom momento da produção agrícola brasileira, que tem contribuído para equilibrar custos da indústria de alimentos, ao mesmo tempo em que consolida o país como protagonista no abastecimento global de commodities.
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Agronegócio
Safra de grãos 2024/25 é estimada em 345,2 milhões de toneladas com recorde na produção de milho e soja

Foto: Assessoria
A produção brasileira de grãos na safra 2024/25 está estimada em 345,2 milhões de toneladas, configurando-se como novo recorde na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), superando a safra 2022/23 quando foram colhidas 320,91 milhões de toneladas. Se comparado com o volume obtido na safra passada, o resultado representa uma alta de 47,7 milhões de toneladas. Os dados estão no 11º Levantamento da Safra de Grãos divulgado nesta quinta-feira (14) pela Companhia. Esse aumento é influenciado tanto pela maior área cultivada no país, com uma alta de 2,5% sendo estimadas em 81,9 milhões de hectares, como, principalmente, pela recuperação da produtividade média nacional das lavouras, saindo e 3.722 quilos por hectare em 2023/23 para 4.214 quilos por hectare na atual temporada.
Com produtividades recordes milho e soja contribuem para o bom resultado esperado, que juntos representam aproximadamente 43,4 milhões de toneladas, sendo em torno de 21,5 milhões de toneladas o crescimento do milho e cerca de 21,9 milhões de toneladas o incremento da soja. No caso do cereal a expectativa é de uma colheita total de aproximadamente 137 milhões de toneladas, a maior já registrada na série histórica da Companhia. Apenas na segunda safra do grão, são esperadas 109,6 milhões de toneladas. A colheita da segunda safra de milho já alcança 83,7% da área cultivada, como aponta o Progresso de Safra, aproximando-se da média dos últimos anos, que foi de 84,3%. Em Mato Grosso, principal estado produtor do cereal, a colheita se encaminha para a finalização com uma produção estimada de 53,55 milhões de toneladas, o que representa 49% da produção total do milho segunda safra no país.
A soja tem produção estimada nesta temporada em 169,7 milhões de toneladas, 14,8% superior à da safra de 2023/24. Os investimentos dos produtores na cultura, a partir da disponibilização de crédito via Plano Safra, aliado às boas condições climáticas na maioria das regiões produtoras, justificam a produção recorde da oleaginosa no país. A Conab também estima uma boa produção para o arroz, com uma colheita de 12,3 milhões de toneladas, que corresponde a um aumento de cerca de 1,7 milhão de toneladas em relação à safra anterior. Esse crescimento é resultado da expansão de 8,8% na área semeada e das condições climáticas favoráveis, especialmente no Rio Grande do Sul, principal estado produtor.
Para o algodão, outra importante cultura de segunda safra, a previsão é de um novo recorde na produção, com 3,9 milhões de toneladas da pluma. A boa produtividade média das lavouras e o ganho de 7,3% na área semeada da cultura influenciam no crescimento de 6,3% na atual safra da fibra. A colheita segue em ritmo mais lento que a média dos últimos 5 anos, atingindo 39% da área. As chuvas e o frio fora de época nos meses de junho e julho, retardaram o processo de maturação, alterando o ciclo de desenvolvimento da cultura. A expectativa é que ao longo do mês de agosto os produtores compensem o ritmo convergindo o percentual a ser colhido convergindo, em setembro, para os índices das médias históricas para o período.
Já para o feijão, a estimativa da Conab é de uma queda na produção de 3,5% em relação ao ciclo anterior, chegando em 3,1 milhões de toneladas somadas as 3 safras do grão. No segundo ciclo da leguminosa, as condições climáticas desfavoráveis registradas no Paraná, um dos principais estados produtores, afetaram a qualidade do grão, bem como o rendimento das lavouras. Para a terceira safra de feijão também é esperada uma redução na colheita.
Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo. Mesmo com uma previsão de queda de 16,7% na área semeada, estimada em 2,55 milhões de hectares, a Conab espera uma produção próxima à estabilidade, podendo chegar a 7,81 milhões de toneladas. As condições climáticas, até agora, são melhores que a ocorrida na safra anterior, o que justifica a um volume colhido semelhante ao registrado em 2024.
Mercado – Neste 11º levantamento, a Conab atualiza as projeções do quadro de suprimentos da safra 2024/25 para o milho. Diante da projeção de maior disponibilidade de milho no mercado nacional na segunda safra e dos prováveis redirecionamentos de demanda internacional para o milho sul-americano, haja vista os atuais embates tarifários entre os Estados Unidos e importantes importadores do grão, é esperado um incremento nas exportações brasileiras. Atualmente as vendas ao mercado externo estão estimadas em 40 milhões de toneladas frente às 38,5 milhões de toneladas exportadas no ciclo 2023/24. O consumo interno também tende a ser maior que no último ciclo, com estimativa de ultrapassar as 90 milhões de toneladas. Ainda assim, a produção recorde do cereal possibilita a recomposição do estoque de passagem do cereal, previsto em 10,3 milhões de toneladas.
Outras informações sobre o cultivo e as condições de mercado sobre as principais culturas cultivadas no país podem ser encontradas no 11º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, publicado no site da Conab.
Assessoria Conab/AguaBoaNews
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Piscicultura avança em Goiás e reforça papel estratégico no agronegócio

Divulgação/Portal do Agronegócio
Produção de tilápia bate recorde no Brasil
A piscicultura brasileira vive um momento de forte expansão. Em 2024, a produção nacional de tilápia cresceu 14,36% em comparação com o ano anterior, atingindo o recorde de 662.230 toneladas, segundo o Anuário Peixe BR 2025. A espécie, que já representa 68,36% de todo o peixe cultivado no país, consolidou-se como uma das proteínas animais mais consumidas pelo brasileiro.
O presidente da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, avalia o cenário como positivo, mas destaca que a instabilidade nos preços ao produtor ao longo do ano exige um esforço conjunto de todos os elos da cadeia produtiva. “É necessário garantir resultados econômicos sustentáveis, da genética à indústria”, pontua.
Goiás acompanha tendência de crescimento
Goiás vem acompanhando o bom momento do setor. Em 2024, a produção de peixes cultivados no estado atingiu 30.730 toneladas, número superior ao de 2023 (29.850 t) e próximo ao de 2022 (30.500 t), indicando recuperação e estabilidade.
A tilápia também lidera a produção goiana, com 23.200 toneladas, seguida por peixes nativos (7.300 t) e outras espécies como carpa, truta e panga. Entre os principais polos produtores estão os municípios de Niquelândia, Inaciolândia, Quirinópolis, Gouvelândia e Luziânia.
Condições favoráveis e desafios em Goiás
De acordo com Paulo Roberto Silveira Filho, presidente da Comissão de Aquicultura da Faeg (Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás), o estado possui características naturais e econômicas que favorecem o desenvolvimento da piscicultura. “Nossa localização estratégica próxima ao Distrito Federal, o clima propício e a forte produção de grãos formam uma base sólida para o setor”, afirma.
Ele destaca ainda que, em 2024, a queda nos preços do milho e do farelo de soja contribuiu para reduzir os custos da atividade. No entanto, Silveira Filho alerta para obstáculos que ainda limitam o avanço, como a falta de isonomia tributária entre estados do Centro-Oeste e as constantes mudanças na legislação, que geram insegurança jurídica, especialmente para pequenos e médios produtores.
Cenário internacional favorece expansão
O otimismo no setor se estende para além das fronteiras nacionais. O Brasil já é referência mundial na produção de tilápia. Em 2024, a produção global da espécie está estimada em cerca de 7 milhões de toneladas. Para 2025, a previsão é de um crescimento adicional de até 5%, elevando a oferta mundial para 7,3 milhões de toneladas, segundo a FAO e outras entidades do setor.
Nesse contexto, Goiás tem a oportunidade de ampliar sua atuação no mercado interno e também conquistar espaço no cenário internacional, desde que invista em infraestrutura, políticas públicas e valorização dos produtores locais.
Senar Goiás impulsiona profissionalização da piscicultura
Um dos principais aliados dos piscicultores goianos tem sido o Senar Goiás. Por meio do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), a entidade oferece suporte técnico contínuo aos produtores de todo o estado. Nesta semana, técnicos de campo participaram de um encontro para alinhamento de estratégias e troca de experiências.
Segundo Dirceu Borges, superintendente do Senar Goiás, a atuação técnica tem gerado resultados expressivos. “A atualização constante de técnicas de manejo tem contribuído para a profissionalização da atividade e o aumento da produtividade. A piscicultura deixou de ser apenas uma atividade de subsistência e passou a ocupar um lugar estratégico no agronegócio goiano”, conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Médio-norte e noroeste de MT terminam colheita do milho; algodão chega a 27%

Divulgação
Os trabalhos nas lavouras de Mato Grosso com a colheita do milho e algodão seguem à todo vapor. No cereal, as máquinas alcançaram nesta semana 98,72% da área semeada, sendo que nas regiões médio-norte e noroeste as colheitadeiras já foram desligadas.
Os números foram divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) e mostram que nem mesmo as chuvas pontuais registradas no início da semana prejudicaram o avanço dos trabalhos a campo no estado. Na variação semanal, o milho apresentou evolução de 2,34 pontos percentuais.
Contudo, apesar do incremento semanal, o resultado foi insuficiente para ultrapassar os 99,91% observados em igual período na safra 2023/24 ou alcançar os 100% da média dos últimos cinco anos.
Entre os fatores está a região sudeste, considerada a mais atrasada na colheita do milho com 92,93%. As demais regiões passam de 98%.
Maior atividade em área de segunda safra impulsiona algodão
A colheita do algodão continua atrasada em relação à safra anterior. Até o momento as colheitadeiras passaram por 26,98% da área cultivada nesta temporada, um avanço semanal de 8,71 pontos percentuais, segundo o Instituto. O cenário é pautado pela maior atividade nas áreas de segunda safra, bem como a aproximação do fim dos trabalhos nas áreas de primeira safra da fibra.
Na safra passada, conforme o levantamento, Mato Grosso já estava com 44,08% do algodão colhido. A média dos últimos cinco anos é de 48,76%.
Entre as regiões produtoras, a nordeste é a mais adiantada com 47,97% da área colhida, seguida do sudeste com 32,20% e do médio-norte com 30,54%.
canalrural
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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