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Economia

Prêmio Queijos do Paraná alavancam queijarias

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Foto: Faep

 

Os queijeiros e produtores rurais Solange Liller e Ordilei Dufech mal puderam acreditar quando foram chamados ao palco da segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, na noite de 30 de maio. Uma de suas criações, o Queijo Aroma do Campo tinha conquistado uma das dez medalhas super ouro do concurso. E não foi só. Outros dois produtos da Tia Nena Produtos Coloniais – queijaria que pertence ao casal e que fica no município de Cantagalo, na região Centro-Sul – faturaram medalhas: uma de prata, outra de bronze.

“O nosso queijo [o Aroma do Campo] é uma criação autoral que fizemos há oito meses. Nós enviamos para o concurso mais para ter uma avaliação do júri”, explica Solange. Ela descreve o seu produto super ouro como um queijo de massa não muito cozida, bem amanteigado e curado com ervas. “O aroma desse queijo é espetacular. Pelo jeito, foi isso que encantou os jurados”, diz.

Solange e Dufech sabem da importância da premiação. Na primeira edição – realizada em 2023 –, três produtos da Tia Nena Produtos Coloniais já tinham ganhado medalhas, o que impulsionou o negócio. Na ocasião, o casal utilizava 2,3 mil litros de leite por mês para a produção de queijos. Os produtos eram vendidos quase que exclusivamente em Cantagalo. Agora, a produção mais que triplicou: são cerca de 7 mil litros de leite por mês destinados à fabricação dos produtos lácteos.

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Produtores medalhistas do Prêmio Queijos do Paraná
Produtores medalhistas do Prêmio Queijos do Paraná, Ordilei Dufech e Solange Liller, durante a premiação

Além disso, com o avanço do negócio, a queijaria conquistou o selo Susaf (Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte), que permite que os produtos sejam comercializados em todo o Paraná. Além da venda no próprio estabelecimento, Solange e Dufech também vendem pela internet e participam de feiras em outros municípios.

Olhando para trás, o casal mal acredita no sucesso, conquistado a muito custo. A produção de queijos começou em 2019, “na panela” – ou seja, de forma caseira. Em 2021, após se formarem em um curso de dois meses do Sistema FAEP e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Solange e Dufech inauguraram sua agroindústria, com mão de obra exclusivamente familiar.

Além dos dois, o filho mais velho, Diego Samuel é responsável pelo plantel de 17 vacas da propriedade. Por enquanto, o caçula, Eduardo José, de oito anos, só observa, mas o sonho dos pais é que, no futuro, ele também se interesse pela queijaria. Enquanto isso, Solange já pensa na próxima edição do Prêmio Queijos do Paraná. “A gente não vai ficar de fora, porque é um prêmio que faz diferença. Mudou a nossa vida”, afirma.
Bombacini Queijos do Paraná
Família Bombacini exibe as medalhas conquistadas no prêmio

“Deu uma ênfase na divulgação da nossa queijaria. No dia do prêmio, nós demos bastante entrevistas, fomos muito vistos. Com as medalhas, muita gente já entrou em contato. Estamos animados com a repercussão”, comemora Bombacini.

“No Prêmio Queijos do Paraná, a gente foi mais para testar, porque sabíamos que é um prêmio rigoroso, com uma quantidade limitada de medalhas. Por isso, ficamos felizes com o nosso resultado”, observa Bombacini.

Com o bom desempenho no concurso criado pelo Sistema FAEP, o queijeiro de Palotina planeja a expansão do negócio. A ideia é dobrar a produção, saltando dos 500 litros de leite para 1 mil litros por dia destinados à produção de queijo. A matéria-prima provém de 30 vacas Jersey, criadas na propriedade da família. O portfólio da queijaria conta com 15 produtos – 13 deles desenvolvidos por Bombacini e pela mulher. O objetivo é que até o final do ano a queijaria produza 20 tipos diferentes.

A Granja Santo Expedito vende seus produtos na propriedade e em uma loja em Palotina. No dia do Prêmio Queijos do Paraná, Bombacini recebeu a notícia de que a propriedade conquistou o selo SIF (Serviço de Inspeção Federal), que permite a comercialização de produtos em todo o território nacional. Naquela mesma data, o queijeiro começou a prospectar um ponto de vendas em Curitiba.

“Cheguei a ver um quiosque em um shopping. É algo que está no nosso radar”, comenta. Para trilhar o caminho, o queijeiro também enfatiza que sempre procura se especializar em todas as etapas da produção. “Tudo que é curso do Sistema FAEP relacionado à área, eu e minha mulher fazemos. Alguns títulos, mais de uma vez”, dizem.

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O prêmio

As queijarias Tia Nena e Granja Santo Expedito não foram as únicas laureadas na segunda edição Prêmio do Paraná. O concurso teve 75 derivados lácteos condecorados: foram 10 super ouro, 15 queijos conquistaram medalha de ouro, 20 levaram a prata e 30 ficaram com o bronze.

Além disso, o queijo Parmesão Gold, produzido pela Frimesa, cooperativa de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, recebeu a maior pontuação dos jurados, consagrando-se o melhor produto do Prêmio Queijos do Paraná. A edição também trouxe como novidade o Concurso Excelência em Muçarela – Edição Pizza, que elegeu os cinco melhores produtos para esta aplicação gastronômica.

“O Prêmio Queijos do Paraná é mais do que uma competição. É um movimento de valorização da cadeia produtiva dos lácteos paranaenses, que aproxima os produtores da excelência, dos consumidores e dos mercados. Que esse reconhecimento seja mais um incentivo para continuarem inovando, aprendendo e levando o nome do Paraná cada vez mais longe”, disse Ágide Eduardo Meneguette, presidente interino do Sistema FAEP

O Prêmio Queijos do Paraná é realizado por um comitê-gestor formado pelo Sistema FAEP, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sebrae-PR, Sistema Fecomércio-PR e Sindileite-PR. O objetivo da iniciativa é dar visibilidade aos queijos produzidos no Paraná, colocando-os em posição de destaque, valorizando a cadeia produtiva como um todo – a exemplo do que ocorreu com os queijos produzidos por Solange e Bombacini.

Idealizador do prêmio e consultor do Sistema FAEP, Ronei Volpi destaca a evolução em relação à primeira edição. Volpi também enfatizou a importância da união das entidades que integram o comitê-gestor do prêmio e de seus apoiadores.

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O presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette

“O Paraná é uma terra de produtores apaixonados, que respeitam a tradição, investem em inovação e transformam o leite no nosso orgulho. O prêmio é um esforço coletivo para valorizar o setor e seu sucesso só foi possível graças ao envolvimento de produtores de diferentes perfis, de pequenas propriedades a modernas indústrias. Todos mostraram que é possível envolver técnica, sabor, segurança alimentar e identidade”, define.

Premiação reconheceu queijos de diversos municípios

Palmeira, nos Campos Gerais, foi o município com o maior número de medalhas super ouro: três, no total. Entre elas, duas foram conquistadas por queijos produzidos pela Cooperativa Witmarsum. O município de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, teve dois medalhistas super ouro, de queijeiros diferentes. Os outros super ouro foram para Cantagalo, Chopinzinho (ambos no Centro Sul), Diamante D’Oeste, Palotina (ambos no Oeste) e Ivaiporã (Norte).

As medalhistas poderão utilizar em suas embalagens o selo da premiação, agregando valor ao produto. Todos os concorrentes receberão um relatório com apontamentos técnicos, detalhando os pontos fortes do produto e aspectos que podem ser melhorados.

Batendo o recorde da primeira edição, o Prêmio Queijos do Paraná teve 515 produtos inscritos, dos quais 477 foram habilitados a participar, concorrendo em 21 categorias. Os queijos participantes foram produzidos por um total de 108 queijeiros e/ou laticínios, de 76 municípios paranaenses. O júri do concurso formado por 81 integrantes levou em conta critérios técnicos e sensoriais pré-estabelecidos.

(Com FAEP)

Fernanda Toigo

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Economia

Venda da soja em MT aumenta; produtores fazem caixa e abrem espaço nos armazéns

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foto: arquivo/assessoria

A venda de soja da safra 2024/25 em Mato Grosso, mês passado, avançou 5,47 pontos percentuais no comparativo mensal, alcançando 76,02% da produção. Esse desempenho é pautado pela necessidade dos produtores de fazer caixa e abrir espaço nos armazéns, informa o IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). O progresso no ritmo das vendas só não foi maior devido ao recuo mensal de 1,26% no preço negociado da oleaginosa em maio, que fechou na média de R$ 110,64/saca.

Quanto a safra 2025/26, a comercialização da temporada atingiu 14,15% da produção estimada, representando um avanço de 3,44 pontos percentuais em comparação ao mês anterior. Essa evolução foi impulsionada pela valorização de 1,79% no preço mensal, que ficou na média de R$ 111,93/saca, o que estimulou os produtores a aproveitarem o cenário favorável e intensificarem as vendas.

O IMEA ainda informa que a comercialização da safra 2025/26 está 2,36 pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período da safra anterior, reflexo das incertezas em relação à próxima temporada.

Só Notícias

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Economia

Abras critica distorções na tributação e cobra justiça fiscal

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Imagem: Freepik

 

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) alertou que há “injustiça social” na tributação diferenciada entre alimentos da cesta básica e sites de apostas esportivas, que atualmente cobram 12% de imposto. Enquanto isso, produtos como biscoitos, manteiga e iogurte sofrem alíquotas que variam entre 33% e 36%, chegando em alguns lugares a serem mais tributados que as próprias apostas.

A Abras defende que o imposto sobre apostas seja elevado até 50%, teto previsto na reforma tributária, e pede ainda isenção total do ICMS sobre itens da cesta básica, proposta em tramitação com implementação gradual até 2033.

A substituição da alta do IOF por um novo pacote de medidas fiscais tem gerado forte resistência no Congresso, especialmente por afetar instrumentos cruciais ao crédito rural, como as LCAs, hoje isentas de imposto. Para o setor agropecuário, a tributação desses títulos pode comprometer a oferta de recursos para o financiamento da produção, sobretudo em um momento de alta nos custos e de incertezas climáticas.

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“Taxar fontes de financiamento que alimentam o campo é o mesmo que podar uma lavoura antes da colheita”, afirmou Isan Rezende, presidente do Instituto do Agronegócio. Segundo ele, o crédito direcionado à atividade produtiva precisa ser estimulado, e não penalizado.

Além disso, representantes do setor apontam que a ausência de cortes de gastos no pacote compromete a credibilidade da agenda econômica. A insatisfação no Congresso é crescente, e mesmo parlamentares ligados à base do governo têm demonstrado desconforto diante da falta de equilíbrio nas propostas.

“Não há como apoiar qualquer iniciativa que sobrecarregue quem produz alimento e gera renda. O agro já carrega uma carga tributária pesada e agora corre o risco de ver seus principais instrumentos de financiamento ameaçados”, reforçou Rezende. Ele também alertou para a insegurança jurídica causada por mudanças frequentes e mal negociadas, que afetam diretamente o planejamento das safras e a competitividade do setor no mercado internacional.

Para Rezende, “Estamos vendo uma inversão de prioridades. Tributa-se o capital produtivo e se facilita o capital especulativo. As apostas virtuais, com todo seu impacto social, pagam menos imposto do que o produtor que financia a própria safra. Isso não é justiça tributária. É miopia fiscal”, criticou o presidente do IA.

“O que está em jogo é o futuro da produção de alimentos no Brasil. O produtor já lida com custos altos de insumos, clima instável e exigências ambientais rigorosas. Acrescentar um peso fiscal sobre o crédito rural é empurrar o campo para o sufoco. O financiamento via LCAs tem sido vital para manter o ciclo produtivo em movimento”, acrescentou Rezende.

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“O país precisa de uma política tributária que premie quem trabalha, investe e gera alimentos. O agronegócio é parte da solução econômica e social do Brasil, não pode ser tratado como problema. O que pedimos é equilíbrio. É preciso ter coragem política para enfrentar distorções que hoje penalizam quem está na base da economia: o produtor rural”, concluiu o presidente do IA.

No durante o Brasília Summit, nesta quarta-feira (11.06) a Abras voltou a defender a isenção total do ICMS para os principais alimentos da cesta básica, pedindo que os Estados antecipem essa desoneração prevista pela reforma tributária. A proposta, dizem, visa dar alívio ao bolso do consumidor e reforçar o caráter social da alimentação essencial.

Já o agronegócio vê um risco crescente: além da taxação sobre apostas, a recente proposta de aumentar o Imposto de Renda sobre LCAs desencadeou críticas severas. A preocupação é que isso reduza os recursos disponíveis para financiar a safra — algo vital para a produção agrícola do país.

Para entidades do campo, é necessário repensar a forma como tributos são aplicados: estimular o acesso ao crédito mediante incentivos, não por impedimentos. Eles argumentam que a redução do custo do produtor fortalece toda a cadeia — da terra à prateleira —, com efeitos positivos para preços e oferta de alimentos.

A pauta está em debate no Congresso e pode ganhar prioridade nos próximos meses, em propostas de lei ou medida provisória. A mobilização do setor ruralista é grande: está em curso uma estratégia para evitar que a tributação extra sobre investimentos do agro se transforme em aumento de custos e perda de competitividade.

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(Com Pensar Agro)

Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

 

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Economia

Saldo da balança comercial soma R$ 11 bilhões na primeira semana de junho

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O comércio exterior brasileiro iniciou junho com saldo positivo. Segundo dados oficiais divulgados nesta segunda-feira (09.06), o superávit da balança comercial alcançou R$ 11 bilhões na primeira semana do mês, resultado de exportações que somaram R$ 39,6 bilhões e importações de R$ 28,6 bilhões no período.

No acumulado do ano, o saldo comercial positivo já soma R$ 146,8 bilhões, consolidando o bom desempenho das contas externas, apesar da leve desaceleração nas vendas ao exterior.

Em comparação com o mesmo período de 2024, as exportações registraram queda de 0,8%. O recuo foi puxado pela retração de 16,4% no setor agropecuário, que arrecadou R$ 8,95 bilhões, e de 10,6% na indústria extrativa, com R$ 8,29 bilhões. A indústria de transformação, por outro lado, avançou 11,7% e liderou os embarques com R$ 22,1 bilhões.

Do lado das importações, houve retração de 8,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. O total desembarcado no país foi de R$ 28,6 bilhões, com aumento de 4,9% nas compras de produtos agropecuários (R$ 667 milhões), mas forte queda de 52,2% na indústria extrativa (R$ 778 milhões) e recuo de 5,4% nos produtos da indústria de transformação (R$ 27,1 bilhões).

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O resultado reforça a importância da indústria de transformação no atual cenário do comércio exterior brasileiro, sustentando o superávit mesmo diante de queda em segmentos tradicionalmente fortes, como o agro. O desempenho será acompanhado de perto nas próximas semanas, com expectativa de novas variações de demanda e preços no mercado internacional.

Fonte: Pensar Agro

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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