Agricultura
Manejo assertivo da mancha-alvo evita perdas na safra

FOTO: ADAMA
A mancha-alvo, doença causada pelo fungo Corynespora cassiicola, tem ganhado espaço nas lavouras de algodão do Mato Grosso, especialmente nas últimas duas safras. Tradicionalmente, o foco dos cotonicultores é a ramulária, mas a crescente presença da mancha-alvo exige atenção redobrada no manejo fitossanitário para evitar prejuízos na produtividade.
As principais causas do aumento dessa doença estão associadas à sucessão de cultura soja-algodão, bem como, a queda de eficiência de controle na mancha-alvo de alguns produtos comerciais, especialmente as carboxamidas, resultando num ambiente favorável à maior severidade do patógeno no algodão. Com a aproximação do período crítico para o controle da doença, que normalmente acontece entre os meses de março e maio, o manejo eficiente passa a ser uma prioridade.
De acordo com especialistas, a mancha-alvo se intensificou devido à falta de produtos específicos para o algodão e à utilização de fungicidas prioritariamente voltados para o controle da ramulária. “Como o cotonicultor sempre esteve mais atento à ramulária, ele acabou sendo surpreendido pela agressividade da mancha-alvo nos últimos dois anos. Além disso, com a rotação soja-algodão, o fungo necrotrófico sobrevive nos restos culturais, aumentando a pressão da doença ano após ano”, explica Marcelo Gimenes, gerente de Fungicidas da ADAMA.
A gravidade do cenário mobilizou diferentes entidades do setor. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT) estão unidas para reforçar o manejo à mancha-alvo, alertando os produtores para a necessidade de ajustes nas estratégias de controle. “O uso de fungicidas adequados, em momentos-chave do ciclo da cultura, é fundamental para evitar que a doença comprometa o rendimento da lavoura.
Nesse sentido, a ADAMA, tem conduzido um trabalho robusto em parceria com as mais renomadas instituições de pesquisa do cerrado brasileiro, em especial com o pesquisador Dr. Rafael Galbieri (fitopatologista do IMAmt – Instituto Mato-grossense do Algodão), gerando uma recomendação assertiva de fungicidas para manejo de mancha-alvo no algodão”, ressalta Gimenes.
(Com ADAMA)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Apenas acordo com os EUA resolve crise no setor madeireiro, diz Associação

A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) divulgou nota nesta quinta-feira (14) sobre o pacote de medidas anunciadas pelo governo federal brasileiro para auxiliar empresas exportadoras atingidas pela tarifa aplicada pelos Estados Unidos (EUA).
Para a entidade, apesar de bem-vinda, a ajuda é apenas um alívio temporário e de ação paliativa, frente à crise que se instalou no setor madeireiro em decorrência da tarifação.
“Para a Abimci, a solução está na negociação do governo federal brasileiro junto aos EUA para que haja uma adequação de taxas que possibilitem a manutenção das vendas dos produtos madeireiros para aquele mercado. Entretanto, observamos que esse não tem sido o foco e objetivo do governo brasileiro, apesar de outros países que foram taxados terem sido exitosos nas negociações diretas com os EUA, conseguindo reduzir suas tarifas”, destaca o texto.
Contudo, a nota da entidade não cita o fato de o presidente Donald Trump ter vinculado a sobretaxa de 50% à interrupção do que entende como perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ação que o Executivo brasileiro não tem ingerência.
Produção parada e férias coletivas
De acordo com a Associação, após a implementação da nova alíquota pelos EUA, a situação do setor é extremamente preocupante. “Devido aos cancelamentos de contratos e paralisação de mercados, algumas empresas estão com parte da produção parada, outras deram férias coletivas parciais ou totais, pois não há mais espaço para armazenamento dos produtos já fabricados e que seriam destinados aos EUA.”
Exemplo disso é a Millpar, fabricante de produtos à base de madeira, como guarnições e molduras, que concedeu férias coletivas de 15 dias a 640 funcionários de sua unidade de Guarapuava, no Paraná, em julho. Já a Sudati, especializada em compensados e MDF, também do Paraná, demitiu no final do mês passado 100 funcionários de duas unidades do estado.
Para a Abimci, embora o governo recomende a busca de novos mercados, tal alternativa é inviável para o setor madeireiro, tanto pelas características técnicas dos produtos, quanto pelas questões de volume e share de participação conquistado durante décadas junto ao mercado norte-americano.
A entidade destaca que desde o anúncio da taxação, em 9 de julho, o setor tem se mobilizado e trabalhado intensamente na busca por soluções em diferentes frentes, junto aos governos federal e estaduais.
“Levamos informações, dados setoriais e de nossa balança comercial, mostramos qual o nível de dependência do mercado americano por segmento, impactos em empregos e abrangência regional. Todo esse trabalho de compilação visou subsidiar o governo para que as negociações com os EUA fossem pautadas pela diplomacia, argumentos técnicos e comerciais”, argumenta a nota.
No entanto, a Abimci diz observar com preocupação a ausência de ações efetivas por parte do governo brasileiro para fazer a negociação direta com os EUA, “nem antes, nem depois da confirmação da taxação”, diz o trecho.
‘Negociação não pode ser transferida’
A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente reitera que qualquer progresso para melhorar a sobretaxa dos EUA ao Brasil passa, necessariamente, pela negociação governamental e de adequação das tarifas a níveis comercialmente viáveis. “E essa responsabilidade não pode ser transferida ao setor produtivo”, ressalta a entidade.
Por fim, a nota da entidade arremata: “ou o governo brasileiro age com máxima urgência, adotando negociações técnicas e com isenção política e ideológica, ou seremos obrigados a assistir, impotentes, ao desaparecimento de cadeias produtivas consolidadas e ao consequente desmonte social nas comunidades que delas dependem.”
Exportação do setor aos EUA
O setor madeireiro exportou US$ 1,6 bilhão para os EUA em 2024, para onde são destinados, em média, 50% do total que o setor madeireiro produz no Brasil, diz a Abimci.
Conforme a entidade, alguns segmentos dependem exclusivamente do mercado norte-americano, com 100% de suas vendas atreladas a esse país.
Dados da Associação dão conta de que o impacto da aplicação das taxas norte-americanas nas empresas madeireiras coloca em risco aproximadamente 180 mil empregos diretos em todo o Brasil.
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Agricultura
Busca de novos mercados passa pela inserção do café verde no Reintegra, defende setor

Entre os 7.691 produtos atingidos pelo tarifaço de 50% imposto por Donald Trump está o café. As entidades que representam o setor lutam para entrar na lista de exceção com tarifa mínima de 10%, conforme acontecia desde abril.
A respeito do pacote de R$ 30 bilhões em crédito anunciados pelo governo às empresas afetadas, as entidades que representam os cafeicultores consideram bem-vindo, mas julgam que é preciso ampliar benefícios.
Exemplo disso é a inserção do café verde no Reintegra, visto que apenas os industrializados, torrados e moídos e os solúveis estão contemplados. Porém, de acordo com o diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, 90% de tudo o que o Brasil exporta para os Estados Unidos são cafés verdes beneficiados, prontos para a indústria norte-americana utilizar.
“Temos que colocar a NCM [Nomenclatura Comum do Mercosul] dos cafés verdes dentro do programa Reintegra e, aí sim, os exportadores serem atendidos de uma forma mitigadora de impactos dentro de uma agenda que se busca a negociação para se conviver o menor tempo possível com essas tarifas”.
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O programa Reitegra permite que empresas exportadoras recebam de volta parte dos tributos pagos durante a produção daquilo que é vendido. Segundo o governo, micro e pequenas empresas passarão a ter 6% de retorno, enquanto médias e grandes reincorporam 3%. O benefício se estende até dezembro deste por centro e o benefício vale até dezembro de 2026.
Vinte por cento da receita das exportações de café solúvel brasileiro vem dos Estados Unidos, o equivalente a cerca de US$ 200 milhões. As medidas anunciadas estão sendo revistas e o reintegra é aposta para este segmento a curto prazo.
“Para uma tarifa de 50%, 3% ajuda, mas ainda continuamos com 47% de diferença. Então isso quase que se torna uma medida que não sei se vai ter muito efeito prático, embora seja positiva”, considera o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), Agnaldo José de Lima.
Segundo ele, se o Reintegra for estendido a todas as exportações brasileiras, deixará o setor 3% mais competitivo em diversos outros mercados em que o Brasil atua. “Isso nos permite redirecionar exportações para países onde nós temos uma concorrência acirrada”, acredita.
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Agricultura
Governadores apoiam manter a realização da COP30 em Belém

Um grupo de 19 governadores e vice-governadores reiterou o seu apoio à realização da 30ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, no Pará, entre os dias 10 a 21 de novembro deste ano.
Os representantes estaduais assinaram uma declaração ressaltando o simbolismo de a convenção do clima ser realizada na Amazônia e manifestando confiança nos preparativos logísticos para a cidade sediar a reunião.
Os altos preços das acomodações em Belém têm gerado manifestações, principalmente de países menos desenvolvidos, sobre a impossibilidade de participação e um possível comprometimento da representatividade dos países partes na conferência. Representantes chegaram a questionar a possibilidade de transferência da sede do evento.
A declaração dos governadores diz que a COP30 expressa o compromisso dos estados brasileiros com as diretrizes climáticas mundiais “e com a necessária liderança do Brasil no enfrentamento dos desafios ambientais globais”.
Sustentabilidade na COP30
“O Brasil tem a oportunidade de construir e liderar a agenda da sustentabilidade e da transição econômica, ecológica e social para o mundo, a partir das práticas que já realiza em seu território”, disse o governador do Pará, Helder Barbalho, durante encontro do Fórum Nacional de Governadores, nessa quarta-feira (13), em Belém.
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O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, destacou, durante o evento, o papel dos estados no processo de enfrentamento à mudança do clima.
“O mundo estará olhando para o Brasil e nós teremos a oportunidade de mostrá-lo como um país de soluções. Pela diversidade brasileira, há projetos que funcionam em determinados estados e que podem servir de exemplo para outras regiões do mundo”, frisou o embaixador.
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