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Agricultura

Colheita avança e pressiona preços no mercado brasileiro e internacional

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Foto: Federarroz

 

O mercado brasileiro de arroz passa por um período de forte pressão devido ao avanço da colheita e à redução das exportações. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços atingiram os menores patamares nominais desde agosto de 2023. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, cerca de 10% da área plantada já foi colhida, enquanto, no cenário nacional, os trabalhos superam 14% da área estimada.

A ampliação da oferta reforça a tendência de queda nas cotações, pois muitos produtores precisam vender para garantir fluxo de caixa. Em contrapartida, compradores adotam postura cautelosa, aguardando preços ainda menores antes de fechar novas aquisições. O reflexo já é sentido no varejo, onde o pacote de 5 quilos apresenta recuo nas gôndolas, variando entre R$ 22,00 e R$ 25,00 nas marcas comerciais e entre R$ 28,00 e R$ 32,00 nas marcas premium. A redução pode estimular o consumo interno, especialmente diante da alta dos preços de outros produtos da cesta básica.

Além da pressão interna, o comércio exterior também impacta o setor. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri de fevereiro, as exportações brasileiras de arroz em 2024 totalizaram R$ 22,2 milhões (US$ 3,837 milhões) entre janeiro e dezembro, uma queda de 61% em relação ao ano anterior. Os principais destinos do cereal catarinense foram Trinidad e Tobago (38,9%), Senegal (24%) e Gâmbia (13,5%).

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A valorização do dólar e problemas na safra dos Estados Unidos favoreceram as exportações brasileiras em 2023. No entanto, em 2024, a menor oferta interna, causada por fatores climáticos no Sul do país, elevou as importações em 19,56% no período. Os principais fornecedores foram Uruguai (55,36%), Paraguai (10,55%) e Tailândia (10,27%).

O início de 2025 também registrou queda significativa no comércio internacional do cereal. Em janeiro, Santa Catarina exportou apenas R$ 256,5 mil (US$ 44,3 mil), um recuo de 77% em relação ao mesmo mês de 2024. Já as importações somaram R$ 5,4 milhões (US$ 932,66 mil), 79% abaixo do volume registrado no ano anterior, com a Itália como principal fornecedor, impulsionada pelo arroz arbóreo.

No mercado interno, o Indicador Cepea/Irga-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) apontou que a saca de 50 kg fechou fevereiro a R$ 95,70, acumulando queda de 10,6% no mês. Na última quinta-feira (6), o valor foi de R$ 88,37, recuando 3,97% na semana e acumulando desvalorização de 13,03% em relação a março de 2024.

Apesar das dificuldades, o setor mantém expectativas sobre as exportações como forma de equilibrar o mercado. A recente imposição de tarifas de 25% pelos Estados Unidos sobre produtos importados do México e Canadá pode abrir oportunidades para os produtores brasileiros, uma vez que o México, grande comprador de arroz norte-americano, pode buscar novos fornecedores no Mercosul.

(Com Pensar Agro)

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Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Canal Rural estreia novo projeto com Aurora Coop e Sebrae-SC

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Com uma temática que vai retratar os desafios e oportunidades do agronegócio do estado, o Canal Rural estreia um novo projeto em Santa Catarina. Em uma parceria estratégica com a Aurora Coop e o Sebrae catarinense, o Momento Agro vai pautar temas de interesse de dentro e fora da porteira, do produtor e do consumidor. A considerar a participação do agro no Produto Interno Bruto (PIB) do estado, próximo de 30%, um projeto de interesse amplo da sociedade organizada, do público e do privado.

O projeto será realizado por meio de drops de conteúdos, exibidos nos intervalos dos telejornais e principais programas da grade de programação do Canal Rural. Ao longo de seis meses serão produzidas e exibidas reportagens no formato de entrevistas de estúdio e matérias com captações externas a campo, em especial no Oeste de Santa Catarina. Entre as fontes de informação, lideranças e dirigentes do setor, produtores rurais, técnicos e profissionais do sistema cooperativo e do  Sebrae.

Entre os grandes temas que serão abordados, competitividade nas propriedades rurais, gestão de negócios, sucessão familiar, inclusão de jovens e mulheres, mercado, inovação e sustentabilidade. Para 2026 também está previsto a realização de um fórum para discutir as temáticas tratadas durante o projeto, com transmissão ao vivo pelo Canal Rural para todo o Brasil.

A iniciativa tem como objetivo levar informação e conteúdo, capaz de mobilizar, conscientizar e auxiliar a cadeia produtiva a ser mais eficiente e competitiva. Todos os materiais terão exibição inédita no Canal Rural, com reprises na programação durante 30 dias. As reportagens também serão listadas em uma playlist no Youtube do Canal Rural podendo ser acessados a qualquer hora e de qualquer lugar, proporcionado ampla audiência multiplataforma: TV e Digital.

O material inédito na TV será exibido sempre na primeira segunda-feira de cada mês, entre outubro/25 e março/26. O primeiro vai ao na próxima segunda, 06/outubro.

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Agricultura

Morre Rubenildo Cláudio Batista Rodrigues, técnico e jurado da ABCZ

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Foto: divulgação ABCZ

Rubenildo Cláudio Batista Rodrigues, Técnico de Registro e jurado efetivo da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), faleceu neste domingo (28).

Reconhecido por sua dedicação à pecuária, Rubenildo tinha uma carreira marcada pelo compromisso com a orientação e incentivo aos criadores, além do respeito e cuidado com os animais.

Ao longo de sua trajetória, ele se destacou pelo conhecimento técnico e pela generosidade, contribuindo para o fortalecimento da criação de zebu no Brasil. Sua atuação envolvia a fiscalização e o registro de animais, participação em julgamentos e apoio aos produtores em diversas regiões do país.

A ABCZ divulgou uma nota lamentando o falecimento e agradecendo por tudo o que Rubenildo fez em prol da entidade e do desenvolvimento das raças zebuínas no Brasil. 

“Hoje nos despedimos de nosso grande amigo Rubenildo. Neste momento faltam palavras para aliviar a dor, mas vamos nos apegar às ótimas lembranças de um companheiro alegre, cheio de vida, que gostava de cantar e trazia alegria a todos”, afirmou o Vice-Presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges.

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Agricultura

Semana agitada, mas negativa para a soja; Argentina entra no ‘game’ e EUA avançam na colheita

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Foto: Pixabay

O mercado brasileiro de soja encerrou a semana em baixa. Os negócios permaneceram escassos e os preços recuaram tanto no interior quanto nos portos, acompanhando a sinalização da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).

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A valorização do dólar, que seguiu na faixa de R$ 5,30 a R$ 5,35, não foi suficiente para estimular novas vendas por parte dos produtores.

Preços de soja

  • Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos caiu de R$ 134,00 para R$ 130,00
  • Em Cascavel (PR), a cotação recuou de R$ 134,50 para R$ 130,00
  • Em Rondonópolis (MT), o preço passou de R$ 127,00 para R$ 126,00
  • No Porto de Paranaguá (PR), houve queda de R$ 2,50, com a saca sendo negociada a R$ 136,00

Chicago pressionada

Na CBOT, os contratos de novembro perderam 1,37% na semana, ficando em torno de US$ 10,11 ½ por bushel na manhã de sexta-feira (26). A colheita avança sem contratempos nos Estados Unidos, consolidando a expectativa de uma safra cheia em um mercado já bem ofertado.

Esse cenário encontra ainda a demanda estagnada da China pela soja americana, já que os asiáticos seguem priorizando a compra do produto sul-americano.

Argentina entra no cenário da soja

Um fator adicional veio da Argentina. O governo local retirou temporariamente as retenções à soja para atrair divisas, atingindo a meta de ingresso de dólares em apenas três dias. Com isso, a taxa de exportação foi retomada.

A medida, no entanto, mexeu com o mercado internacional: estima-se que os chineses tenham programado a compra de pelo menos 40 cargas de soja argentina. Esse movimento ajudou a pressionar ainda mais as cotações em Chicago, refletindo também no Brasil.

Câmbio com efeito limitado

A valorização do dólar, que fechou a semana a R$ 5,36, alta de 0,7%, ajudou a atenuar parte da queda nas cotações, mas não trouxe grandes volumes de negociação ao mercado interno.

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Estoques trimestrais nos EUA

No radar dos agentes de mercado, está o relatório trimestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na terça-feira (30), às 13h.

Analistas projetam estoques norte-americanos de soja em 322 milhões de bushels na posição de 1º de setembro, abaixo dos 342 milhões registrados em igual período de 2024.

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