Agricultura
Produtor deve adotar práticas agrícolas para minimizar adversidades climáticas

Foto: Sílvia Zoche Borges/Embrapa
No Mato Grosso do Sul, especialmente na região do sul do estado, as culturas da safra de verão – especialmente a da soja – são prejudiciais com o veranico, em que a quantidade de chuva não tem sido suficiente durante o período de desenvolvimento das plantas, aliada ao calor intenso. Somado a isso, algumas práticas agrícolas foram deixadas de lado, o que intensificou os problemas na agricultura de sequeiro especialmente. Isso é o que explica o pesquisador Fernando Mendes Lamas, da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS). “Agora vai começar o momento da colheita da soja e é uma oportunidade ideal para o produtor colocar na prática alguns processos que vão minimizar sobremaneira os efeitos de estimativas futuras e vão garantir que a água da chuva não escorra superficialmente, mas sim infiltre e seja armazenada sem solo”.
Para iniciar, o pesquisador informou que um desses princípios agrícolas não tem sido adotado, que é o terraço, prática mecânica de conservação de solo e água que tem como objetivo fundamental evitar o escorrimento da água, ou seja, a prática permite que a água se infiltre no solo e seja armazenado para estar disponível posteriormente pela planta.
Em um outro momento, o produtor pode utilizar uma série de tecnologias que já foram desenvolvidas, e estão sendo aprimoradas, por exemplo, a época de semelhança. “Hoje o produtor apresenta de uma ferramenta extremamente interessante, que é o Zonamento Agrícola de Risco Climático, conhecido também como ZARC”, cita o pesquisador. O ZARC é um produto de pesquisa da Embrapa e seus parceiros, que se transformou em uma ferramenta de política pública que está à disposição do produtor. Lamas ressalta que as informações disponibilizadas pelo ZARC, independentemente se o produtor vai financiar e/ou fazer seguro agrícola, trazem sugestões de época de semelhança em que os riscos são menores, especialmente riscos decorrentes de déficit hídrico.
Outro fator importante é o manejo adequado do solo para que fique estruturado e, assim, permitir que a água permaneça no solo e chegue às camadas mais profundas. Para isso, o solo não deve ser compactado. “Hoje, infelizmente, muitos agricultores usam uma prática mecânica para romper camada compactada, que é o escarificador. Não temos a menor dúvida de que o escarificador sozinho não resolve o problema de compactação. Há necessidade de associar a prática mecânica que é o escarificador com práticas culturais ou vegetativas que é o cultivo de plantas de cobertura”, ressalta o pesquisador.
O sistema radicular das plantas de cobertura forma canalículos que permitem uma boa estruturação do solo que se torna mais poroso, permitindo que a água penetre no solo e forme uma reserva na área onde estão as culturas. As plantas de cobertura também formam uma barreira na superfície do solo por meio da palhada, o que evita o aquecimento do solo, consequentemente, diminui a perda de água por evaporação. Além disso, as plantas de cobertura auxiliam no controle de plantas específicas.
“Estamos vivendo um momento em que as questões de mudanças climáticas não são mais uma hipótese. É algo que está acontecendo no mundo. E o produtor precisa utilizar essas práticas que estão à sua disposição. Quando somamos tudo, o produtor deixa de perder, e mais importante que deixar de perder, ele ganha”, enfatiza Fernando Lamas, que completa: “Quando o produtor rural não adota nada disso, dependendo do estágio vegetativo da planta, as plantas vão morrer depois de uma semana a dez dias sem chuva. Adotando essas práticas, o efeito do estresse hídrico diminui, e o teor de matéria orgânica e a disponibilidade de nutrientes melhoram”.
Quais plantas de cobertura?
Segundo o pesquisador Lamas, as principais espécies de planta de cobertura são as braquiárias, como a Brachiaria ruzizienses para produção de forragem ou a Brachiaria brizantha por exemplo, a BRS Piatã, para uso na Integração Lavoura-Pecuária (ILP). Em alguns casos, podem ser utilizadas plantas do gênero Panicum , porém, isso exige mais cuidado no manejo para não haver problemas como entouceiramento que dificulta a semelhança.
As plantas de cobertura podem ser cultivadas isoladamente ou em consórcio com leguminosas, a exemplo do feijão guandu e das crotalárias, que têm capacidade de fixação de nitrogênio no solo. O produtor também pode escolher pelo cultivo isolado das leguminosas, como Crotalaria ochroleuca , Crotolaria spectabillis e Crotalaria juncea , guandu e estilosantes, sendo que para cada situação existe uma melhor indicação. Na safrinha, essas leguminosas podem ser cultivadas junto com o milho – no caso das crotalárias, se o foco para os ruminantes, não utilize a C. spectabilis por ser tóxica aos animais. Lamas lembra que a Embrapa possui variedades de guandu (BRS Guatã e BRS Mandarim) adequadas ao consórcio devido ao seu porte e à rapidez de crescimento.
“Agora é o momento adequado para os produtores plantarem milho safrinha de forma consorciada. E, se você não quiser plantar milho safrinha, cultivar somente a espécie de planta de cobertura, seja uma leguminosa ou uma gramínea e colher como melhorias no sistema de produção”, indica Lamas.
Irrigação como estratégia associada
Aliado às práticas agrícolas recomendadas acima para convivência da agricultura em períodos de intenso calor e pouca oferta de chuvas, a transparência é uma estratégia para superar o problema de déficit hídrico. “A vem com transparência para satisfazer a necessidade hídrica da cultura. Fazendo isso, conseguimos fazer frente ao problema e superá-lo”, diz o pesquisador Danilton Luiz Flumignan, da Embrapa Agropecuária Oeste , mas ele pondera: “É um erro achar que somente o fator água [da segurança] vai resolver o problema. Na agricultura irrigada, temos que considerar que outras estratégias para a convivência com a seca já estão sendo bem aplicadas pelo produtor”.
Os produtores irrigantes monitoram a ocorrência dos problemas causados por eventos de deficiência hídrica e, a partir de então, tomar a decisão de quando irrigar e quanto de água aplicar, a fim de satisfazer as necessidades hídricas da cultura.
“O momento no estado de Mato Grosso do Sul é muito favorável para essa temática de agricultura irrigada”, afirma Flumignan. O governo do estado lançou recentemente, em 2024, um programa estadual de supervisão ( MS Irriga ) como estímulo aos produtores rurais. Além disso, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional institui o Polo de Agricultura Irrigada do Centro-Sul de Mato Grosso do Sul, que engloba 26 municípios. Segundo Flumignan, “estes são sinais claros de que a federação e o estado entendem que esta prática precisa e pode ser causada”.
Para dar suporte à tomada de decisão dos produtores, inclusive os produtores irrigantes, a Embrapa Agropecuária Oeste possui estações de monitoramento climático que fornecem diariamente dados de chuva, temperatura, radiação solar, vento, umidade e, principalmente, o dado da evapotranspiração de referência. “Nós fornecemos os dados e os produtores podem se apropriar deles para tomada de decisão. Isso é uma boa prática na agricultura irrigada”, explica o pesquisador.
O Centro de Pesquisa da Embrapa está realizando pesquisa, ainda em fase de experimentação, que está no quarto ano, com competição de cultivares de soja e de híbridos de milho em área irrigada e de sequeiro a fim de identificar padrões nestes materiais genéticos que agregam valor na água que é aplicada.
Flumignan também contou que foram realizadas simulações computacionais para estudar diferentes estratégias de manejo de precisão e selecionar a melhor, amparadas em vários anos de pesquisa em lisímetros de pesagem e na série histórica de mais de 40 anos de dados da estação meteorológica da Embrapa Agropecuária Oeste. “A melhor estratégia de supervisão, via de regra, tem resultado para a soja e para milho (comparado ao sequeiro, que é a nossa referência) em aumentos de produtividade significativa e redução no consumo de água comparado a estratégias convencionais de supervisão”, explica Flumignan.
Em números, somando os últimos três anos de safra, a cultura da soja irrigada rendeu 172 sacas por hectare, enquanto a soja no sequeiro resultou em 134 sacas. O rendimento do milho foi ainda maior: 407 sacas de milho com controle controlado e 253 sacas sem controle. “Nós da Embrapa estamos preocupados em obter produção máxima utilizando o mínimo do recurso natural, garantindo que esse recurso esteja disponível para outros usos também”, garante Flumignan.
O pesquisador lembra que a gestão dos recursos hídricos é feita pelo Imasul em Mato Grosso do Sul, que é responsável por gerenciar o potencial de cada corpo hídrico para fornecer água a diferentes usuários – restaurantes, indústrias, comércio, casas, supervisão, etc.. “A gestão hídrica garante que a água para a segurança seja captada sem prejudicar os direitos de outros usuários nem a segurança ambiental”, explica e completa: “Mato Grosso do Sul tem grande potencial para a agricultura irrigada. Somos ricos extremamente em águas superficiais e ainda utilizamos pouquíssimo da nossa água”.
Fonte: Sílvia Zoche Borges/Embrapa
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Mudas de banana-terra anã impulsionam produção e renda em Cáceres

Cultivo da banana-terra anã – Foto: Assessoria
As ações do Governo de Mato Grosso, a partir da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf/MT), têm impulsionado a produção e a comercialização da banana-terra anã em Cáceres, município que se tornou referência na multiplicação de mudas e no cultivo da variedade. Com alto potencial produtivo, resistência a pragas e ciclo mais curto, permitindo colheitas a partir de sete meses, a cultura garante renda e fortalece a agricultura de pequena escala no estado.
A variedade foi introduzida na região por iniciativa da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), e adaptou-se às condições locais. Hoje, produtores do Assentamento Cinturão Verde lideram o cultivo e vêm adotando práticas modernas para ampliar a produtividade e a qualidade.
A secretária de Estado de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, destaca que a experiência de Cáceres mostra como a união entre políticas públicas, pesquisa e organização social gera resultados.
“O acesso a mudas de qualidade, assistência técnica e infraestrutura aumenta a renda e fortalece a economia local. É assim que a agricultura de pequena escala se torna mais competitiva e sustentável”, afirmou.
Inovação
Com 35 anos de experiência na Empaer, Círo Cercino Santos, do Sítio Cerro Verde, participou da fase inicial de seleção e multiplicação das mudas. Ele explica que o plantio adensado adotado em sua propriedade chega a 2.800 plantas por hectare.
“O objetivo é manter mais umidade no solo e controlar as plantas daninhas. Assim conseguimos uma produção maior do que no plantio tradicional, chegando a 500 caixas de banana por hectare”, disse.
Círo também investiu em energia solar para reduzir custos e tornar a produção mais sustentável. Além disso, ele pretende avançar para o cultivo em plasticultura, utilizando cobertura plástica para proteger as plantas e aumentar a produtividade.
“A plasticultura é um sonho que tenho para a banana. Com ela, conseguimos proteger a lavoura, reduzir perdas e manter a qualidade dos frutos durante todo o ano”, afirmou.
Tecnologia
Outro exemplo é Wellington Barbosa de Araújo, do Sítio Três Irmãos, que atua em área arrendada com contrato formal. Ele perfurou poço artesiano e instalou energia solar, melhorias que permanecerão no local ao final do contrato.“Quando arrendo uma área, faço os investimentos necessários para produzir. O poço e a energia solar ficam para o proprietário, porque acredito que isso fortalece a produção na região”, contou.
Além de manter irrigação contínua e parcerias produtivas para garantir fornecimento regular, Wellington também compartilha um desejo pessoal: “Meu sonho é ter uma terra própria para plantar e investir ainda mais. Hoje trabalho em área arrendada, mas quero continuar crescendo e deixar algo para minha família”, revelou.
Ele também vê potencial para ampliar o aproveitamento da planta. “Além da fruta, dá para fazer biomassa, doces e chips” e tem conhecimento que existem embalagens ecológicas com as fibras e folhas. “Se o mercado abrir espaço para isso, é mais renda para o produtor”, acrescentou.
Cooperativismo
A organização coletiva é liderada pela Cooperativa Agropecuária de Produtores da Agricultura Familiar (Cooperfami), presidida por Jaqueline Rodrigues da Silva e tendo Nivaldo Policeno de Souza como vice-presidente. A cooperativa reúne quase 80 produtores, participa de programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e atua na Rota da Banana, iniciativa que busca ampliar mercados e melhorar o escoamento da produção.
“A cooperativa precisa garantir que o produtor tenha para onde vender. Nosso trabalho é abrir portas e manter o preço justo”, disse Jaqueline.
Lena Lira | Seaf/EmpaerAguaBoaNews
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Segunda safra em risco: quebra de tecnologia no milho exige urgência na adoção de novas estratégias de manejo

Divulgação
Muitos agricultores que fizeram o cultivo de milho na segunda safra de 2025 tiveram mais gastos com o uso de inseticidas para o combate da lagarta Spodoptera frugiperda, também conhecida como lagarta-do-cartucho. Isso porque a biotecnologia VIP, usada em sementes de milho e considerada uma das principais ferramentas de resistência e controle da Spodoptera frugiperda, demonstrou perda de eficácia com a adaptação do inseto, o que já vinha sendo relatado nas safras anteriores. Diante deste cenário, muitos produtores mato-grossenses precisaram fazer o uso mais intenso de inseticidas nesta safra, o que trouxe impactos nos custos de produção.
“Alguns produtores nem tinham inseticidas suficientes para aplicar nas áreas, porque, teoricamente, era algo de que não precisariam. Eles tinham dentro do planejamento uma ou duas aplicações, caso fosse necessário. Mas, nesse ano, houve casos de produtores que tiveram que fazer seis ou até sete aplicações em lavouras de milho devido à baixa eficiência das biotecnologias”, explica a pesquisadora Mariana Ortega, especialista na área de entomologia pela Fundação Mato Grosso.
Ainda de acordo com a pesquisadora, a tecnologia VIP é baseada na inserção de uma proteína em cultivares de milho para conferir resistência da planta à praga. Além disso, é a mais recente que existe no mercado. Diante desse cenário de quebra da biotecnologia, a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso vem reforçando o trabalho de orientação técnica quanto ao uso correto dos inseticidas disponíveis. “Algumas moléculas de defensivos já demonstram queda de eficiência também e, com o uso mais frequente, esse problema pode se agravar. Se não forem aplicadas da maneira certa e no momento adequado, podemos perder também as ferramentas químicas de combate aos insetos, principalmente lagartas que atacam o milho”, alerta a pesquisadora da Fundação MT.
Para preservar a eficácia dos produtos, a pesquisadora destaca a importância do monitoramento constante de pragas na lavoura. “Algo que já era importante, mas agora se tornou essencial. Monitorar permite ao produtor tomar decisões mais precisas, aplicar os produtos no estágio correto da praga e aumentar a eficiência do controle”, destaca Mariana Ortega.
Além dos químicos, o controle biológico surge como aliado indispensável. A Fundação MT tem realizado pesquisas em parceria com empresas do setor, mostrando que, em associação com inseticidas químicos, os biológicos potencializam os resultados e conseguem alcançar a lagarta em locais de difícil acesso, como o interior do cartucho ou da espiga.
“Não se trata de escolher entre químico ou biológico, mas de combinar os dois. O químico age rápido, mas por pouco tempo. O biológico tem ação mais lenta, mas permanece por mais tempo no ambiente. Juntos, formam uma estratégia mais robusta e sustentável”, afirma a pesquisadora.
Safra 24/25 tem alta produtividade, mas quebra de tecnologia acende alerta para cultivos futuros

Apesar dos desafios enfrentados pelo produtor rural nesta segunda safra de milho em Mato Grosso, a colheita avança com resultados positivos. De acordo com dados do IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), até o momento mais de 90% da área já foi colhida. O estado, líder nacional na produção do grão, deve alcançar 54 milhões de toneladas na safra 24/25 — volume 14,52% superior ao registrado na temporada anterior. A produtividade média também foi revisada, subindo de 117,74 para 126,25 sacas por hectare, o que representa um aumento de 10,66% em relação à safra anterior.
No entanto, o bom desempenho vem acompanhado de um alerta técnico: a quebra da tecnologia VIP no controle da lagarta Spodoptera frugiperda preocupa pesquisadores e produtores e pode comprometer os resultados e custos das próximas safras. A especialista da Fundação MT, Mariana Ortega, reforça que o momento exige uma mudança de postura no manejo fitossanitário das lavouras, principalmente de segunda safra, uma vez que não existem, no curto prazo, novas biotecnologias disponíveis para proteção do milho.
“O desafio é grande, mas temos ferramentas para enfrentar esse momento. Monitorar, aplicar corretamente e combinar estratégias será o caminho para reduzir perdas e garantir sustentabilidade ao sistema produtivo. O produtor precisará associar o uso de controle químico e biológico, monitoramento de mariposas e atrativos alimentares, entre outras ferramentas”, orienta Mariana Ortega.
Consultoria e pesquisa para um manejo mais eficiente no campo
Para ajudar o produtor rural nas tomadas de decisões mais assertivas, a Fundação Mato Grosso oferece o serviço de consultoria agronômica, por meio do qual realiza o acompanhamento das áreas. O grupo de pesquisadores também segue pesquisando a eficiência de todas as ferramentas de controle disponíveis no mercado, como armadilhas para monitoramento de adultos, atrativos alimentares, feromônio sexual, além dos produtos químicos e biológicos.
“O nosso papel enquanto pesquisa é subsidiar os consultores com informações sobre o melhor momento de utilização dessas ferramentas, para juntos garantirmos o manejo eficiente dessa praga dentro do sistema de produção. Lembrando que se trata de uma praga de difícil controle e pode causar danos expressivos”, disse a pesquisadora Mariana Ortega.
cenariomt
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
CNA discute impactos do tarifaço na cadeia de frutas

Foto: Wenderson Araujo
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, uma reunião extraordinária da Comissão Nacional de Fruticultura para discutir impactos das tarifas anunciadas pelo governo americano às exportações brasileiras de frutas e as estratégias para mitigação dos efeitos para o setor.
Na abertura do encontro, o diretor técnico adjunto da CNA, Maciel Silva, falou sobre como as tarifas podem impactar as cadeias produtivas.
“Temos ações em andamento, como a defesa do agro brasileiro em relação a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. Também estamos realizando o mapeamento, com a ajuda das Federações, dos impactos da taxação nas principais frutas e demais produtos exportados pelo Brasil para o mercado americano, com o intuito de subsidiar as interações com a iniciativa privada via as Câmaras de Comércio”.
Para a presidente da Comissão, Lígia Carvalho, a reunião foi fundamental para alinhar posicionamentos, ouvir contribuições de representantes do setor e definir um plano de ação conjunto que permita defender os interesses dos produtores brasileiros. “O diálogo constante entre o setor, as entidades representativas e o poder público é essencial para superar desafios como este e assegurar o fortalecimento da fruticultura nacional”.
Em seguida, a assessora técnica da CNA Letícia Barony fez uma apresentação sobre as principais frutas exportadas pelo Brasil aos Estados Unidos em 2024 e os Estados que deverão ser mais impactados pela medida do governo Trump. A manga e a uva representaram, juntas cerca de 40% de todas as frutas vendidas para os EUA.
Segundo os dados da Comex Stat, o Estado mais afetado será a Bahia, que exporta 83% da manga brasileira, seguido de Pernambuco com a uva (77%), Espírito Santo com o mamão (99%) e Ceará, que exporta 54% da melancia e 78% do melão brasileiro.
Em relação ao cacau e seus produtos, Bahia foi responsável por 74% do total embarcado para o país norte-americano, São Paulo 14% e Minas Gerais 4%.
O assessor de Relações Internacionais da CNA Pedro Rodrigues fez um panorama da política tarifária americana e a escalada no cenário internacional. Pedro enfatizou a importância de se ter uma análise de impactos nas regiões para construir a defesa do setor.
Por CNA
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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