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Agronegócio

Hedgepoint projeta superávit global de açúcar em 2025/26 e alerta: La Niña deve reforçar a oferta, não os preços

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O mercado mundial de açúcar caminha para o final de 2025 com um cenário de abundância na oferta e pressão sobre as cotações internacionais. Segundo o relatório “La Niña: o que esperar para as commodities agrícolas?”, divulgado pela Hedgepoint Global Markets, o ciclo 2025/26 deve ser marcado por superávit global, impulsionado pelo bom desempenho do Brasil, pela normalização climática no Hemisfério Norte e pela retomada das exportações indianas.

Os preços já refletem esse ambiente mais confortável. O açúcar bruto (março/26) foi negociado a 14,04 centavos de dólar por libra-peso, menor valor em cinco anos, enquanto o açúcar branco (dezembro/25) recuou para US$ 406 por tonelada, o patamar mais baixo desde dezembro de 2020.

Apesar de pequenas oscilações após a reabertura do governo norte-americano, a consultoria avalia que os fundamentos seguem baixistas, com poucas chances de uma reversão consistente no curto prazo.

Produção brasileira sólida compensa ATR mais baixo

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No Centro-Sul do Brasil, que responde por cerca de 90% da produção nacional, a moagem ganhou força após julho, superando o volume registrado na safra anterior. Mesmo com o ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) abaixo da média histórica, o setor compensou com maior volume processado e mix elevado de açúcar.

A Hedgepoint projeta 605 milhões de toneladas de cana moídas, ligeiramente abaixo de 2024/25, mas com produção total próxima de 40,9 milhões de toneladas de açúcar. O recuo do petróleo reduziu a atratividade do etanol, mantendo o direcionamento da cana para a fabricação do adoçante.

Desvios regionais em Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, onde o etanol tende a ser mais competitivo, não devem alterar o quadro geral de oferta, segundo a análise.

Safras fortes no Hemisfério Norte reforçam cenário de superávit

A consultoria também projeta resultados robustos no Hemisfério Norte. Na Tailândia, as boas condições de umidade sustentam expectativa de produção de cerca de 10 milhões de toneladas. Já na Índia, a ISMA estima 30,95 milhões de toneladas, mesmo após o redirecionamento de 3,4 milhões de toneladas para etanol.

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O governo indiano autorizou 1,5 milhão de toneladas em exportações para 2025/26, volume que confirma a retomada gradual do país no comércio global. A área plantada cresceu 0,4%, apoiada por chuvas regulares, reservatórios cheios e avanço de variedades mais produtivas em estados-chave como Maharashtra, Karnataka e Uttar Pradesh.

A Hedgepoint ressalta que qualquer mudança nesse volume dependerá da paridade internacional de preços e das condições do mercado doméstico indiano, ambos fatores decisivos na definição de políticas de exportação.

La Niña moderado deve favorecer oferta global sem pressionar preços

Modelos climáticos indicam que o fenômeno La Niña deve persistir até o início de 2026, com efeitos distintos entre as regiões produtoras. O evento tende a intensificar as chuvas no Sudeste Asiático, o que pode gerar atrasos logísticos, e reduzir as precipitações no sul da América do Sul, afetando Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina.

Por outro lado, o centro-norte do Brasil — área fundamental para a formação da safra 2026/27 — deve receber maior volume de chuvas, o que favorece o desenvolvimento da cana para o próximo ciclo. Já Índia e Tailândia devem sentir impacto limitado, salvo se o fenômeno ganhar força.

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Segundo a analista Carolina França, da Hedgepoint, o La Niña moderado tende a reforçar o cenário de abundância, e não de valorização:

“Projetamos uma oferta robusta, já refletida no fluxo comercial. A maior disponibilidade global deve neutralizar a entressafra brasileira, mantendo o mercado em um ambiente de excedente.”

Expectativa é de preços estáveis ou em leve queda até o início de 2026

Com o aumento da oferta nos principais polos produtores, a liberação gradual das exportações indianas e a recuperação plena do Centro-Sul brasileiro, a Hedgepoint aponta para um superávit global significativo em 2025/26.

Esse excesso de produto deve manter o mercado em um ambiente de preços baixos e baixa volatilidade, com pouca margem para valorização expressiva até o início da safra asiática.

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A consultoria reforça que o La Niña entra no radar como possível gatilho de alta apenas se se tornar mais intenso e duradouro. Até o momento, no entanto, o fenômeno não altera o quadro de abundância e deve contribuir para a manutenção de preços laterais ou levemente baixistas no encerramento de 2025.

Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Goiás lidera produção nacional de melancia e alcança recorde em valor da produção

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Foto: Wenderson Araújo/CNA

A produção de melancia em Goiás atingiu novo patamar em 2024, consolidando o estado como líder nacional da cultura, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com 270,5 mil toneladas colhidas, o volume representa um crescimento de 9,6% na série histórica da última década. Além disso, o valor da produção também alcançou recorde histórico, com alta de 134,9% durante o mesmo período, chegando a R$ 273,3 milhões.

Segundo análise da Inteligência de Mercado Agropecuário da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), os bons resultados obtidos refletem os investimentos que o setor tem feito no melhoramento genético de cultivares, especialmente para atender à demanda crescente por melancias sem sementes, com foco em características como maior doçura, textura firme e vida de prateleira. Esse movimento amplia a competitividade dos produtores goianos, que passam a acessar nichos de mercado mais exigentes e rentáveis, tanto no varejo nacional quanto nas exportações.

Para o titular da Seapa, Pedro Leonardo Rezende, a liderança nacional mostra a força da fruticultura como vetor de crescimento regional. “Esses resultados reforçam a capacidade do produtor goiano de inovar, investir em tecnologia e alcançar eficiência. O Governo de Goiás tem trabalhado em políticas públicas, como o Crédito Social e FCO Rural para garantir a inclusão produtiva no campo”, ressalta.

Destaques de produção

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Em Goiás, o município de Uruana mantém a liderança nacional na produção de melancia, sendo responsável por 32,6% do volume colhido no estado em 2024. Jussara retomou o cultivo da fruta e conquistou a segunda posição no ranking estadual, enquanto Santa Fé de Goiás obteve o maior avanço em relação ao ano anterior, dobrando sua produção.

Outro destaque é o valor exportado de melancia, que entre janeiro e setembro de 2024 registrou o melhor desempenho dos últimos seis anos, totalizando US$ 270,1 mil. Embora a maior parte da produção ainda seja destinada ao mercado interno, as exportações indicam um cenário promissor para a ampliação da presença goiana no comércio internacional.

Os embarques da fruta têm como principais destinos os países do Mercosul (Argentina, Paraguai e Uruguai). Recentemente, os Emirados Árabes Unidos também passaram a integrar o rol de compradores e, no acumulado de 2025, figuram como o destino que melhor remunera a tonelada exportada pelo estado.

Fonte: Assessoria

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Farinha à base de castanha do brasil apresenta teor de proteína 60% superior ao trigo

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A pesquisa por diversidade de fontes proteicas, como é o caso da castanha Foto: Ronaldo Rosa

Pesquisas da Embrapa mostram que a farinha parcialmente desengordurada e o concentrado protéico de castanha-do-brasil apresentam alto teor de proteínas e têm potencial promissor para o mercado de produtos de origem vegetal. No caso da farinha, o teor proteico é cerca de 60% superior ao da feito com trigo. Os ingredientes foram aplicados na formulação de hambúrgueres, quibes e proteína texturizada, que tiveram boa avaliação de sabor, textura e aparência. A tecnologia está pronta para ser testada em escala comercial.

“A busca por maior diversidade de fontes proteicas nacionais tem estimulado pesquisas externas à exploração sustentável da biodiversidade brasileira. Além de contribuir para o aproveitamento de recursos naturais e a geração de emprego e renda, essas iniciativas buscam novos ingredientes para a indústria alimentícia”, afirma Ana Vânia Carvalho , pesquisadora da Embrapa. O trabalho integra o Programa Biomas do The Good Food Institute (GFI) Brasil, com financiamento do Fundo JBS pela Amazônia .

Os processos de obtenção de farinha parcialmente desengordurada, concentrado de proteína e proteína texturizada, utilizados como substitutos de produtos cárneos, foram desenvolvidos no Laboratório de Agroindústria da Embrapa Amazônia Oriental (PA).

Foto: Ronaldo Rosa (farinha de castanha)

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“A castanha-do-brasil é um símbolo da sociobiodiversidade amazônica e surge como alternativa nacional de alto valor agregado. Isso pode fortalecer cadeias produtivas amazônicas, gerando valor para pequenos produtores e indústrias regionais”, acredita Carvalho.

Foto: Ronaldo Rosa

De subproduto a ingrediente de alto valor

A pesquisadora explica que a remoção parcial do óleo de castanha – usado majoritariamente pela indústria cosmética – gera uma torta, que é a base para os novos ingredientes. “A torta da castanha é uma eliminação do processo de deterioração do óleo. Um subproduto da indústria”, conta. A pesquisa também utilizou castanhas que não tinham padrão para comercialização in natura – quebradas ou em pedaços, ampliando o aproveitamento das castanhas e reduzindo desperdícios.

Após a remoção do óleo, o teor de proteína da castanha, originalmente de 15%, saltou para 32,4% na farinha, um aumento de cerca de 116%. Em 100 gramas de farinha de trigo integral, por exemplo, são cerca de 13 gramas de proteína, um pouco mais que uma tradicional farinha de trigo “branca”. Já 100 gramas de farinha de castanha apresentam quase 33 gramas de proteína, valor 60% maior que o de trigo.

A partir dessa farinha, os pesquisadores produziram um concentrado de proteína que obteve até 56% de proteína. A farinha concentrada foi testada na formulação de produtos para o consumidor final. “Nós avaliamos hambúrguer e quibe usando tanto a farinha quanto o concentrado protéico. Já a proteína texturizada feita só com o concentrado, em uma mistura de proteína de castanha-do-brasil e proteína de soja”, complementa o cientista.

O trabalho destaca que os novos ingredientes apresentam propriedades funcionais específicas para aplicações alimentícias e teores elevados de aminoácidos, além de serem ricos em selênio – abundância mineral na castanha.

Foto: Kadijah Suleiman

Quibe e hambúrguer de castanha

Na Embrapa Agroindústria de Alimentos (RJ), foram desenvolvidos o quibe e o hambúrguer, ambos vegetais e com características sensoriais – sabor, textura e aparência – semelhantes aos feitos com produtos de origem animal. O trabalho foi publicado pela instituição e está disponível para download .

Nas receitas dos dois alimentos foram utilizados a farinha parcialmente desengordurada e o concentrado protéico obtido da mesma farinha. “Conseguimos utilizar um coproduto da cadeia de produção da castanha-do-brasil e transformar em um produto para consumo direto, com foco nos públicos vegetarianos, veganos e flexitarianos”, explica a pesquisadora da Embrapa Janice Lima .

Para a formulação do quibe foi usada a farinha com composição em torno de 6% de óleo, 32% de proteínas e 10% de fibra total. Os demais ingredientes da receita podem ser encontrados em supermercados, mercearias e afins. No caso de preparo doméstico, o produto deverá ser consumido logo após ficar pronto. Já a comercialização inclui as etapas de embalagem e congelamento. O alimento pode ser comercializado congelado, cru ou pré-assado, a classificações do fabricante.

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Fotos: Kadijah Suleiman

Na formulação do hambúrguer vegetal, os resultados da proposta são a utilização do proteína concentrada de castanha-do-brasil. Tipicamente, o concentrado apresenta em torno de 7% de óleo, 56% de proteínas e 13% de fibra total. Assim como para o quibe, os demais ingredientes do hambúrguer são comerciais. Depois de moldados, os produtos devem ser embalados em sacos plásticos individuais e, em seguida, congelados.

Na composição final, e de acordo com a Instrução Normativa nº 75 , de 8 de outubro de 2020, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ), o quibe é considerado um produto de alto conteúdo de fibras, com 6,8 gramas de fibras a cada 80 gramas do produto, enquanto o hambúrguer pode ser considerado fonte de fibras, com 4,5 gramas de fibras a cada 80 gramas do produto.

Texturizado de castanha é semelhante à proteína de soja

Foto: Kadijah Suleiman

Além desses alimentos de origem vegetal, também foi obtido um ingrediente texturizado protéico vegetal à base de castanha do brasil e soja, contendo cerca de 56% de proteína, que é semelhante, em uso, à proteína texturizada tradicional de soja (PTS). Segundo a pesquisadora Melicia Galdeano, da Embrapa, o resultado materializa um dos principais objetivos do projeto: desenvolver ingredientes proteicos alternativos a partir de matéria-prima nacional, promovendo a diversificação das fontes proteicas vegetais no Brasil para o mercado plant-based brasileiro.

“Atualmente predominam no mercado de proteínas vegetais opções como a soja e a ervilha. Esse trabalho caminha para o aproveitamento sustentável da castanha, incentivando seu plantio e beneficiando comunidades locais”, destaca Galdeano.

Consumidores testaram e demonstraram boa acessibilidade

O teste de sensorial acessível avaliou a aplicação dos coprodutos da industrialização da castanha-do-brasil em alimentos específicos e mostrou boa acessibilidade aos consumidores participantes. “Os análogos vegetais, quibe , hambúrguer e texturizado proteico vegetal à base de castanha-do-brasil e soja , pareciam, sabor e textura característicos de suas versões convencionais, o que indica o potencial de utilização dos coprodutos do processamento da castanha-do-brasil como ingredientes alternativos em produtos desenvolvidos para o público de alimentos à base de plantas”, finaliza a pesquisadora Daniela Freitas de Sá.

Fonte: Assessoria/Ana Laura Lima

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Cotações Agropecuárias: Menor oferta mantém preços da maçã em alta

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Imagem: Freepik

 

Apesar da típica retração do consumo em final de mês, os preços da maçã seguiram em alta ao longo da semana passada.

Segundo pesquisadores da equipe de Hortifrúti/Cepea, os valores foram sustentados pela menor oferta nacional.

De 24 a 28 de novembro, a maçã gala Cat 1 graúda foi comercializada à média de R$ 141,2/cx de 18 kg, e a Cat 3 do mesmo perfil, de R$ 114,2/cx de 18 kg, respectivos aumentos de 0,97% e de 1,8% frente às médias da semana anterior.

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No acumulado de novembro, a gala Cat 3 graúda se valorizou 3,3% na média das regiões classificadoras, refletindo sobretudo os avanços registrados nas duas últimas semanas do mês.

Para dezembro, pesquisadores da equipe do Cepea indica que o volume de fruta deve continuar baixo, sobretudo até a segunda quinzena, quando a colheita das variedades precoces deve ser iniciada no Paraná.

Por sua vez, essa possível maior disponibilidade doméstica, atrelada à entrada de maçãs importadas e também de frutas de caroço, pode limitar avanços significativos nos preços.

Os negócios envolvendo os etanóis hidratado e anidro foram apenas pontuais na última semana de novembro no mercado spot do estado de São Paulo.

Segundo pesquisadores do Cepea, agentes de distribuidoras estiveram focados nas retiradas de produtos adquiridos em semanas anteriores.

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Do lado vendedor, algumas poucas usinas estiveram ativas no mercado spot. Assim, entre 24 e 28 de novembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado para o estado de São Paulo fechou em R$ 2,8653/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 0,35% no comparativo ao período anterior.

Para o etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ fechou a R$ 3,3004/litro, valor líquido de impostos (sem PIS/Cofins), elevação de 1,76% no mesmo comparativo.

(Com Cepea)

Fernanda Toigo

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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