Agronegócio
Produção de cana cai em São Paulo na safra 25/26

Foto: Canva
A produção de cana-de-açúcar em São Paulo deve alcançar 335,3 milhões de toneladas na safra 2025/26, com queda de 5,2% em relação ao ciclo anterior. O Departamento Técnico e Econômico da Faesp informou, com base em dados da Conab, que “o recuo é atribuído à escassez hídrica nos meses críticos de desenvolvimento da cultura e às geadas consecutivas durante o inverno”, fatores que afetaram o crescimento dos canaviais.
Mesmo com condições que favoreceram maior concentração de açúcares, o Açúcar Total Recuperável médio ficou 3% abaixo da safra passada, estimado em 134,9 kg por tonelada. A produtividade deve cair 5,4%, chegando a 75,77 mil quilos por hectare, enquanto a área colhida registrou aumento de 0,3%, totalizando 4,43 milhões de hectares.
O relatório apontou maior direcionamento da cana ao etanol a partir de setembro, diante da valorização do biocombustível e da queda das cotações internacionais do açúcar. A projeção, no entanto, indica retração de 15,5% na produção paulista de etanol, estimada em 11,44 bilhões de litros. São previstos 6,4 bilhões de litros de hidratado, redução de 22,2%, e 5,1 bilhões de anidro, queda de 5,3%. A produção de açúcar deve atingir 26,7 milhões de toneladas, com alta de 2,6% frente à safra anterior.
O cenário nacional também reflete as condições climáticas desfavoráveis de 2024, como déficit hídrico, altas temperaturas e focos de incêndio na Região Centro-Sul. A safra brasileira de cana 2025/26 está estimada em 666,4 milhões de toneladas, queda de 1,6% em relação ao ciclo anterior. Apesar do aumento de 2,4% na área colhida, a produtividade deve ser 3,8% menor, alcançando 74.259 quilos por hectare, ante 77.223 quilos na safra anterior.
O país deve produzir 45 milhões de toneladas de açúcar, aumento de 2% frente ao ciclo anterior, com São Paulo responsável por 59,3% do total. A produção nacional de etanol, incluindo o de milho, deve somar 36,2 bilhões de litros, queda de 2,8%. Enquanto o etanol de cana recua 9,5%, o de milho cresce 22,6%, consolidando Mato Grosso como o segundo maior produtor nacional, atrás de São Paulo.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Edição genética cria tomates compactos para cultivo vertical

As análises mostraram que a redução do tamanho não comprometeu o desempenho – Foto: Divulgação
A pressão por produzir mais alimentos em espaços reduzidos impulsiona pesquisas que buscam adaptar cultivos às áreas urbanas. Em um novo estudo, cientistas desenvolveram tomates editados com CRISPR para crescer de forma compacta em sistemas de agricultura vertical, respondendo à demanda por produção intensiva em ambientes controlados.
A partir da segunda etapa do trabalho surgem a Kyung Hee University e o Korea Institute of Science and Technology, responsáveis pelas modificações em genes ligados à produção de giberelinas, hormônios que regulam o alongamento de caules e folhas. As edições em dois genes associados ao porte das plantas resultaram em exemplares mais baixos, com menor distância entre flores e arquitetura compatível com cultivos de alta densidade.
As análises mostraram que a redução do tamanho não comprometeu o desempenho. As plantas mantiveram rendimento e qualidade de fruto equivalentes às de referência, com peso, tamanho e teor de açúcares preservados. A eficiência fotossintética também permaneceu estável, ponto confirmado por medições de clorofila e de desempenho das folhas.
Para acompanhar os efeitos fisiológicos sem interferir no crescimento, o estudo utilizou imagens de fluorescência combinadas a um modelo tridimensional de aprendizado profundo. O sistema alcançou alta precisão na identificação das plantas editadas, superando técnicas tradicionais e reduzindo custos de monitoramento. O método abre oportunidade para avaliar grandes volumes de plantas de forma rápida e acessível, favorecendo programas de melhoramento voltados a ambientes urbanos.
O resultado oferece um modelo de cultivo adaptado a fazendas verticais, com plantas compactas, produtividade estável e acompanhamento automatizado por IA. A abordagem pode ser aplicada a outras espécies e reforça a integração entre biologia e tecnologias digitais para ampliar a produção em espaços limitados.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Queijos paranaenses batem produtos de 50 países e são premiados no Mundial da Suíça

Foto: Divulgação
Duas pratas e um bronze. Esse é o resultado do Paraná no World Cheese Awards 2025, maior concurso de queijos do mundo, realizado entre 13 e 15 de novembro em Berna, na Suíça. Os produtos de Toledo, do Laboratório de Queijos Finos do Biopark Educação, se destacaram entre mais de 5 mil concorrentes de mais de 50 países.
Uma das iguarias que ficou a um passo do topo do pódio foi o Abaporu. Esse queijo tem um tipo de massa mole de leite de vaca com casca lavada e maturação de mais de 30 dias, e se destacou pela mistura complexa e adocicada de baunilha, amêndoa, caramelo e especiarias como canela e cravo, com toques amadeirados e balsâmicos. Ele estreou em setembro no Mondial du Fromage, competição ocorrida na França, em que garantiu a medalha de ouro. Será lançado em breve para comercialização pela queijaria Flor da Terra.
Também ficou muito perto da primeira colocação o queijo tipo Saint Marcellin. Inspirado nos sabores clássicos de queijos franceses, tem uma textura macia e cremosa, sabor amanteigado, com nuances que remetem a cogumelos frescos e ervas. Já havia sido eleito um dos dez melhores queijos do Brasil em 2023 no concurso Queijos Brasil, e levou a prata no Mondial du Fromage 2025. É comercializado pela Flor da Terra.
Outro que brilhou em terras suíças, trazendo o bronze para casa, foi o inédito Garoa Tropical. Remetendo ao uso tradicional de frutas cítricas na coagulação do queijo, o produto incorpora enzimas cítricas que são responsáveis por conferir-lhe um sabor único e uma textura exclusiva.
Para o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Marcio Nunes, o avanço das políticas públicas tem impulsionado a qualificação dos produtores e a valorização das cadeias produtivas no Estado.
“Lembrando que nós somos o Estado mais sustentável do Brasil e o melhor leite fabrica o melhor queijo. Além disso, contamos com produtores que estão participando desse ciclo diferente, que é o ciclo da gastronomia nos produtos do Paraná”, destacou.
PROJETO VITORIOSO – Os bons resultados ajudam a consolidar um projeto que, há seis anos, transforma o leite de pequenos e médios produtores em queijos de alto valor agregado. A iniciativa do Biopark já rendeu 72 premiações nacionais e internacionais e vem se consolidando como referência em tecnologia, qualidade e desenvolvimento regional. Por meio dela, são oferecidas consultorias integrais gratuitas aos produtores, desde análise do leite até desenvolvimento de identidade visual, rotulagem e acesso ao mercado.
O projeto é resultado de uma coalizão estratégica entre o Biopark, o Biopark Educação, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR‑PR), o Sebrae/PR, o Sistema Faep/Senar e a Prefeitura de Toledo, consolidando uma rede colaborativa que promove inovação, qualificação técnica e valorização da produção local. Juntos, eles transformam a cadeia leiteira — setor estratégico no Paraná, segundo maior produtor do país — com uma lógica de diferenciação de mercado, valorização do terroir (origem e características regionais) e acesso a certificações relevantes como SIM, Susaf e Sisbi.
Com base em diagnósticos técnicos, cada produtor recebe indicações personalizadas de tecnologia queijeira conforme as características do seu leite. A diversidade é prioridade: isso favorece o surgimento de um ecossistema competitivo e sinérgico — e a formação de uma Rota de Queijos Finos na região.
Por Aen
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Frango e ovos do Brasil ganham sinal verde da União Européia

Foto: Rodrigo Félix Leal/Arquivo AEN
O chamado pré-listing (ou pre-listing) é um sistema em que a própria autoridade sanitária brasileira diz oficialmente à União Europeia quais frigoríficos e granjas cumprem todas as regras de segurança de alimentos exigidas pelo bloco.
Explicando, em vez de cada estabelecimento ser inspecionado e aprovado caso a caso por técnicos europeus, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) avalia as plantas no Brasil, monta uma lista e envia para a UE. Quando essa lista é aceita, os estabelecimentos ali incluídos ficam habilitados a exportar, o que torna o processo mais rápido, menos burocrático e com regras mais previsíveis para as empresas.
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A União Europeia acaba de confirmar ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno desse sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o pré-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil.
“Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Mapa e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pré-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível.
“Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou o ministro.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pré-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pré-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pré-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pré-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Com Forbes Agro
Willian Silva | Sesp-MT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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