Meio Ambiente
Desmatamento tem redução de 11,08% na Amazônia e 11,49% no Cerrado, em 2025

Desmatamento tem redução de 11,08% na Amazônia e 11,49% no Cerrado, em 2025 – Marcelo Camargo/Agência Brasil
A área desmatada na Amazônia atingiu 5.796 km² de agosto de 2024 a julho de 2025, o que representa queda de 11,08% em relação ao período anterior, de agosto de 2023 a julho de 2024, segundo estimativa do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgada nesta quinta-feira (30/10) em Brasília (DF). Esta é a terceira menor taxa da série histórica, que começou a ser medida em 1988, e o terceiro ano consecutivo de redução desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acumula 50% de declínio do desmatamento no bioma em 2025 na comparação com 2022.
O Cerrado também manteve a tendência de retração. A taxa oficial de desmatamento para o período foi de 7.235,27 km², o que equivale a uma queda de 11,49% em relação ao período de agosto de 2023 a julho de 2024. É o segundo ano consecutivo de redução, após cinco de alta (2019 a 2023).
Com o resultado, foi evitada a emissão de 733,9 milhões de toneladas de CO2e por desmatamento na Amazônia e Cerrado desde 2022. O valor equivale às emissões relativas a 2022 de Espanha e França somadas.
Os números são fruto do compromisso do Governo Federal em zerar o desmatamento em todo o país até 2030 e das ações implementadas desde o início da gestão do presidente Lula para cumprir essa meta. Entre elas, a reestruturação da governança ambiental, com a criação de Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento para a Amazônia, o Cerrado e demais biomas brasileiros, e a retomada da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, que reúne 19 ministérios sob a presidência da Casa Civil e a secretaria-executiva do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).
Intensificação da Fiscalização
Outro eixo importante é a intensificação das ações de fiscalização e monitoramento por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) com o apoio de outros órgãos como Inpe, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Na Amazônia, de 2023 a 2025 em comparação ao intervalo de 2020 a 2022, o Ibama ampliou a aplicação de autos de infração relacionados à flora em 81%, de multas, em 63%, e de embargos, em 51%, com crescimento de 49% da área embargada. No Cerrado, o órgão aumentou, no período, a aplicação de autos de infração relacionados à flora em 24%, de multas, em 130%, e de embargos, em 38%, com elevação de 26% da área embargada.
Já o ICMBio realizou, na Amazônia, de agosto de 2024 a julho de 2025, 312 ações de fiscalização e lavrou 1.301 autos de infração e 816 embargos em unidades de conservação federais. No Cerrado, foram realizadas 91 operações, 402 autos de infração e 218 embargos.
Além das ações de comando e controle, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destaca o papel de instrumentos financeiros como o Fundo Amazônia, que fortalecem os órgãos federais, estaduais e municipais e impulsionam o desenvolvimento sustentável no bioma, com vistas a tornar a preservação da floresta mais rentável do que sua destruição.
“A redução do desmatamento na Amazônia pelo terceiro ano consecutivo nesta gestão e no Cerrado pelo segundo ciclo seguido é a confirmação de que a agenda ambiental é prioritária e transversal no governo do presidente Lula. Isso é fundamental para que o país contribua ao enfrentamento à mudança do clima a nível global, o que beneficia diretamente a vida dos brasileiros e brasileiras, que já enfrentam, em diferentes medidas, os impactos crescentes do aquecimento global em forma de eventos extremos, por exemplo”, pontuou. “Combater o desmatamento e proteger o meio ambiente são condicionantes para que o Brasil alcance o desenvolvimento econômico em bases sustentáveis e gere prosperidade para sua população.”
A avaliação é compartilhada pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que enfatizou a importância de políticas públicas baseadas em evidências científicas. “Estes resultados não são obra do acaso. A excelência do Inpe e o monitoramento de precisão que realizamos são o alicerce que nos permite enxergar a realidade do nosso território e, a partir daí, fornecer subsídios às ações do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, nessa parceria que tem sido tão frutífera”, afirmou.
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, frisou que a autarquia “trabalhou arduamente através de ações de comando e controle para chegarmos até aqui mantendo a curva de queda do desmatamento”. “Estamos usando a mais alta tecnologia disponível para enfrentar os crimes ambientais”, acrescentou.
O presidente do ICMBio, Mauro Pires, também considera que os resultados são reflexo da presença em campo do órgão. “Isso só foi possível graças a novos investimentos, à formação de fiscais especializados e a um plano de ação estratégico. As ações são perenes: estamos fortalecendo a proteção das áreas e removendo com rigor quem invade e grila terras federais”, disse.
Municípios prioritários
No mesmo intervalo, foi registrada uma queda de 65,5% no desmatamento nos municípios que fazem parte do programa União com Municípios, considerados prioritários pelo MMA para as ações de controle do desmatamento e incêndios florestais. Entre os estados da Amazônia Legal que concentram as maiores taxas de redução, Tocantins apresentou diminuição de 62,5%; Amapá, de 48,15%; Acre, de 27,62%; Maranhão ,de 26,06%; Amazonas, de 16,93%; Pará, de 12,4%; Rondônia, de 33,61%; e Roraima, de 37,39%. Foi identificado aumento de 25,06% em Mato Grosso.
No Cerrado, 77,9% do desmatamento ocorreu nos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que formam a região conhecida como Matopiba.
Também participaram da divulgação da taxa Prodes de 2025-2024 o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, o diretor do Departamento de Clima e Sustentabilidade do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Osvaldo Moraes, o coordenador do Programa de Monitoramento dos Biomas Brasileiros (BiomasBR) do Inpe, Claudio Almeida, e a coordenadora substituta do Programa BiomasBR do órgão, Silvana Amaral.
Monitoramento
O Prodes utiliza imagens de satélites que possibilitam a elaboração da taxa anual de desmatamento, enquanto o sistema Deter emite alertas diários de tendências de alteração da cobertura vegetal na Amazônia, Cerrado e Pantanal.
O mecanismo é fundamental para apoiar a fiscalização e o controle do desmatamento e da degradação florestal, realizados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Principais ações de combate ao desmatamento
Confira as principais ações já implementadas para reforçar o compromisso do governo federal com a meta do desmatamento zero até 2030:
Retomada e aceleração de investimento do Fundo Amazônia: R$ 3,642 bilhões de investimentos somente nos últimos três anos. Houve ainda um aumento significativo no número de doares internacionais, que passou de dois para oito países (Noruega, Alemanha, Estados Unidos, Reino Unido, Dinamarca, Sauíça, Irlanda e Japão), a partir de 2023;
Aprovação de R$ 850 milhões do Fundo Amazônia para fortalecer as ações de fiscalização ambiental para o controle do desmatamento ilegal na Amazônia, anunciado pelo governo federal nesta semana ( saiba mais aqui);
Aprovação do Programa União com Municípios que prevê investimento total de R$ 785 milhões para promover o desenvolvimento sustentável em um grupo formado por 81 municípios na Amazônia. Desse montante, 70 já aderiram à ação;
Destinação de R$ 405 milhões para fortalecer os nove estados da Amazônia Legal a atuarem no combate a incêndios florestais. O valor financiado para cada um dos estados é de R$ 45 milhões, em recursos não reembolsáveis disponíveis. Os estados do Acre e de Rondônia também tiveram operações contratadas nos valores de R$ 21,7 milhões e R$ 34 milhões, respectivamente;
Anúncio dos Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas para todos os seis biomas brasileiros, pela primeira vez, com estratégias específicas para a preservação ambiental em diferentes eixos ( acesse os PPCDs aqui );
Portaria assinada pela ministra Marina Silva que declara emergência ambiental por risco de incêndios florestais em regiões e épocas específicas. O documento aponta áreas vulneráveis a incêndios em todo o país e os períodos de maior risco para viabilizar a contratação emergencial de brigadistas federais;
Ações contínuas da Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento (CIPPCD), que reúne 19 ministérios e órgãos convidados sob a presidência da Casa Civil e secretaria-executiva do MMA;
Coordenação interministerial para o enfrentamento dos incêndios, com a estruturação da Sala de Situação, integrada por 10 ministérios e outros seis órgãos federais, para monitorar de forma periódica a evolução do quadro climático e sua repercussão sobre o risco de incêndios;
Aprovação do Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo (Comif) que define orientações para a elaboração de Planos de Manejo Integrado do Fogo (PMIF) em diferentes níveis, do poder público a propriedades rurais, estipulando responsabilidades entre entes federados e setor privado. O objetivo é compartilhar a responsabilidade das ações de prevenção e mitigação dos incêndios com diferentes atores públicos e privados. Os PMIFs são instrumentos centrais da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, instituída pela Lei nº 14.944/2024.
Fonte: AgênciaGov
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Sistema de Plantio Direto restaura estoque de carbono do solo e contribui para soluções climáticas

Foto: Emater-MG
O resultado de uma pesquisa realizada nos biomas Cerrado e na Mata Atlântica brasileiros apontou que o Sistema Plantio Direto (SPD) fundamentado nos seus princípios restaura o estoque de carbono orgânico do solo, contribuindo, dessa forma, para soluções das mudanças climáticas. Nesta quinta-feira (23), data em que se comemora o Dia Nacional do Plantio Direto, a Associação Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso) destaca sua trajetória de mais de duas décadas na promoção de práticas agrícolas sustentáveis, com ênfase nesse sistema de produção, que transformou a agricultura na região médio-norte mato-grossense.
Os 80 produtores rurais associados ao CAT Sorriso produzem alimentos em suas fazendas com respeito ao meio ambiente, fundamentados nos três pilares do Sistema Plantio Direto: o não revolvimento do solo (restrito à linha de semeadura, o mínimo possível para deposição das sementes), a cobertura permanente do solo ao longo de todo o ano (com plantas vivas ou palhadas) e a diversificação de espécies na rotação de cultivos.
Um estudo realizado pela Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto, sob a coordenação do prof. João Carlos de Moraes Sá, entre 2020 e 2024, em 63 áreas sob SPD do Brasil — sendo 26 no bioma Cerrado e 37 na Mata Atlântica —, revelou que o SPD, fundamentado em seus princípios, recupera o estoque de carbono do solo. E o que surpreendeu até os pesquisadores: em 16 fazendas, o estoque de carbono em SPD foi superior ao solo da vegetação nativa em até um metro de profundidade. Em outras 27 fazendas, o sistema recuperou o estoque de carbono em mais de 80%. Como o gás carbônico na atmosfera contribui para o aquecimento global, é fundamental adotar práticas que inibam essa emissão.
“Isso é um resultado fabuloso, inédito, porque nós ainda não tínhamos uma publicação mostrando essa magnitude”, comemora o pesquisador João Carlos de Moraes Sá, conhecido como “Juca Sá”, presidente da Comissão Técnico-Científica da Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto. Especialista na área, com dedicação de mais de 40 anos, Juca Sá coordenou o projeto pela Federação, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, financiado pela agência europeia Euroclima+.
Das 26 fazendas do Cerrado que fizeram parte do estudo, quatro estão localizadas em Mato Grosso, nos municípios de Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde. “A capacidade de recuperação do carbono pelo SPD foi semelhante à encontrada na mata nativa. As áreas dessa região tinham entre 22 e 36 anos de SPD no momento da amostragem”, informa o pesquisador.
A pesquisa constatou que um hectare sob Sistema Plantio Direto equivale a preservação de 0,88 a 1,01 hectare de floresta em pé. “Se a gente recuperar as áreas degradadas, implementando o sistema de produção com base no SPD, poderemos duplicar ou até triplicar a produção de grãos, sem derrubar um pé de árvore, ou seja, sem expandir e sem avançar sobre novas áreas”, enfatiza Juca Sá.
Dois artigos científicos, resultado do projeto “Sistema Plantio Direto: Base para Agricultura Sustentável”, já foram publicados, e outros dois estão encaminhados em revistas internacionais de elevado fator de impacto.
Duas décadas de compromisso com o Sistema de Plantio Direto em Mato Grosso
O Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso) foi criado há 23 anos por um grupo de produtores rurais comprometidos com práticas conservacionistas. Desde então, vem difundido o Sistema Plantio Direto como base para uma agricultura sustentável no Cerrado. Um dos fundadores do CAT, o produtor rural Darcy Ferrarin, proprietário da Fazenda Santa Maria da Amazônia, relembra a motivação que deu origem à associação. “Reunimos um grupo de produtores rurais e engenheiros agrônomos e criamos o Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso), cujo primeiro grande projeto foi difundir o Sistema de Plantio Direto, que, no nosso entendimento, era a melhor forma de conservar o solo”, afirma.
Seu Darcy veio da região Sul do país para Mato Grosso em 1988, para cultivar uma área em Tangará da Serra. Dez anos depois, adquiriu a Fazenda Santa Maria da Amazônia, em Sorriso. “Quando eu vim para Mato Grosso, percebi que a região plantava muito no sistema convencional, usando grades e arados, com remoção do solo”, lembra o produtor. “Fomos trabalhando, avançando. Hoje, Sorriso planta por volta de 90 a 95% no Sistema Plantio Direto e uso de alta tecnologia”, disse.
O SPD melhora não só o meio ambiente, mas também a produtividade e a rentabilidade. “A terra vai ficando mais forte, mais fértil, criando muita matéria orgânica. São inúmeras as vantagens do sistema de plantio direto”, destaca Ferrarin. “Produzir alimento é muito gratificante e tem que ser feito de forma adequada, que sirva para todos. Hoje, os produtores do Brasil inteiro estão com o pensamento voltado à preservação ambiental, cuidar da natureza e garantir que, daqui a 100 ou 200 anos, ainda tenhamos nossas terras preservadas e produzindo cada vez mais”, enfatiza.
Ação contínua por uma produção de alimentos sustentável
Ao longo dos anos, o CAT Sorriso liderou diversos programas que integram práticas do SPD. Desde sua fundação, tem se dedicado a promover o uso racional do solo, da água e dos insumos agrícolas, incentivando a integração entre produção e conservação ambiental.
O CAT já realizou importantes eventos técnicos e de difusão do conhecimento como o 7º Encontro Regional de Sistemas Produtivos, em maio de 2023, que reuniu produtores, pesquisadores e instituições parceiras em torno do debate sobre a sustentabilidade e inovação nas práticas agrícolas
Para Cristina Delicato, coordenadora do CAT Sorriso, “essas parcerias consolidam o CAT como referência nacional em agricultura conservacionista, fortalecendo a integração entre produtores, pesquisa e setor público, e contribui para o avanço das tecnologias sustentáveis no campo”.
Fonte: Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Bioestimulantes: por que usar a alga Ascophyllum nodosum na agricultura?

Fotos: Divulgação
Sustentabilidade na produção agrícola
O crescimento da população e a maior demanda por alimentos causam, na agricultura, maior pressão no uso do solo, da água, de fertilizantes, defensivos, operações mecanizadas etc. sendo necessário “produzir mais com menos”. A produção e uso dos insumos agrícolas resultam em impactos ambientais, como queima de combustíveis fósseis (seja na produção, no transporte ou na aplicação de produtos), gerando gases de efeito estufa, consumo de recursos minerais limitados, poluição do solo e do meio ambiente etc.
Já dentro da lavoura, estresses abióticos, como temperaturas extremas, chuvas ou secas intensas, e estresses bióticos como o ataque de pragas e doenças, além de diminuir a produtividade, contribuem para a maior dependência dos insumos citados anteriormente.
Por um lado, temos toda uma cadeia produtiva de insumos que resultam em impactos ambientais, e por outro temos uma crescente demanda por esses insumos.
Neste cenário surge a importância de sistemas produtivos mais limpos, com menor uso de recursos naturais (como minerais ou água), menor impacto na produção e consumo de insumos agrícolas, bem como de cultivos menos dependentes destes insumos. Estas práticas promovem maior rentabilidade final na produção agrícola, menor dependência de oscilações do mercado e menor impacto ambiental e na saúde, proporcionando também o acesso à novos mercados consumidores.
Na agricultura, alguns produtos podem contribuir para estas questões. Um deles, de grande importância, é o grupo dos Bioestimulantes, que também são conhecidos como “fisioativadores”.
O que são os Bioestimulantes?
Os Bioestimulantes são substâncias, compostos orgânicos ou agentes biológicos de origem natural que, quando aplicados nas plantas, promovem o crescimento e desenvolvimento destas, melhorando os processos fisiológicos. Como consequência, a planta fica com melhor capacidade de responder a condições adversas, como extremos de temperatura, estresses hídricos, ataques de doenças e toxicidade causada por defensivos ou pela salinidade do solo, obstáculos que estarão sempre presentes na produção agrícola.
A resistência a fenômenos ambientais se torna cada vez mais importante por conta das mudanças climáticas, que intensificam os fenômenos climáticos extremos, eventos que irão comprometer cada vez mais os cultivos agrícolas, sendo rentável a prevenção desses prejuízos.
O uso de bioestimulantes faz com que a cultura tenha maior resistência à essas adversidades, promovendo melhora da produtividade (seja em quantidade, seja em qualidade) nos momentos de estresse. Ocorre também o menor uso de defensivos, o que reduz o custo de produção, aumentando a rentabilidade da lavoura.
Existem diversos produtos agrícolas que podem ser classificados como bioestimulantes, mas um merece destaque especial: O extrato de alga Ascophyllum nodosum.
 
Alga Ascophyllum nodosum
Alga Ascophyllum nodosum
Adaptada a um ambiente extremo, sendo a alga mais estudada do mundo, cresce em zonas intermaré, alternando entre a submersão em água salgada e a exposição à desidratação ao sol e ao vento, além de suportar temperaturas que variam de -20°C no inverno a 40°C no verão.
Essa capacidade de resistência resulta em um perfil rico em compostos de defesa, como ácido algínico, polissacarídeos ricos em fucose, manitol, aminoácidos, betaínas, dentre outros. Esses compostos bioativos podem ser extraídos das algas e aplicados nas plantas, promovendo a bioestimulação. Ocorrem respostas fisiológicas benéficas, como maior desenvolvimento radicular, melhor absorção de nutrientes, aumento da fotossíntese e equilíbrio hormonal, promovendo resistência a estresses abióticos, como seca e temperaturas extremas, e estresses bióticos, como o ataque de pragas e doenças.
A Acadian é a principal empresa que pesquisa e desenvolve o uso agrícola da Ascophyllum nodosum, atuando há mais de 40 anos nesse mercado, sendo responsável por diversos estudos sobre o uso do extrato da alga.

Extração da alga Ascophyllum nodosum
Responsável pelo desenvolvimento e fornecimento dessas soluções naturais, a Acadian Sea Beyond é reconhecida como a maior empresa independente do mundo em cultivo, coleta, manejo e extração de algas marinhas para uso agrícola, com foco especial na alga Ascophyllum nodosum. Com presença em mais de 80 países, a companhia lidera pesquisas e inovações no segmento de bioestimulantes de origem natural.
A Acadian tem uma forma exclusiva de extração que conserva o melhor complexo de bioativos em quantidades equilibradas para o uso na agricultura.
A exploração de algas ocorre de forma sustentável em áreas licenciadas, respeitando a taxa de renovação desses organismos, sem impactar o ecossistema de crescimento da alga no oceano.
Benefícios da alga Ascophyllum nodosum nas plantas
O extrato da alga Ascophyllum nodosum é amplamente estudado e validado como bioestimulante de plantas. O extrato pode ser usado em todo o ciclo das culturas. Os principais efeitos são: equilíbrio hormonal, redução de estresses através de captura de espécies reativas de oxigênio, redução de estresse por secas, temperatura e radiação, promoção de desenvolvimento vegetal e de enraizamento e consequentemente maior produtividade. Além disso, a alga promove um aumento da atividade microbiana no solo.
No tratamento de sementes melhoram a germinação, velocidade de emergência e o estabelecimento inicial da cultura. Durante o seu ciclo estimulam o crescimento da planta, otimizam o aproveitamento de água e nutrientes, e promovem maior resistência da planta contra condições ambientais adversas, além de melhorar a resistência à fitotoxicidade causada por defensivos etc. Já na fase reprodutiva, além dos benefícios citados anteriormente, melhoram a qualidade da colheita, através do melhor pegamento de flores e frutos e enchimento de grãos.

Área de produção de Alga Ascophyllum nodosum
Os resultados positivos já foram comprovados em mais de 80 culturas. Os bioestimulantes a base de extrato de Ascophyllum nodosum atuam na fisiologia das plantas.
Dentre os compostos bioativos presentes na alga, podemos citar:
- Ácidos orgânicos: estimulam a produção de energia e balanço hormonal nas plantas, além de novos compostos, aumentando a produtividade;
- Manitol: regula a quantidade de água nas células durante épocas de estresse hídrico e promove melhor absorção de nutrientes;
- Oligossacarídeos: ativam mecanismos de defesa abióticos;
- Ácido algínico: ajuda a complexar nutrientes, tornando-os mais disponíveis para as plantas, além de servir como alimento para os microrganismos benéficos no solo;
- Betaínas: auxiliam as plantas a regular os níveis de água e sal dentro das células, sendo útil em situações de estresse abiótico, atuando como um antioxidante;
- Polissacarídeos ricos em fucose: aumentam os níveis de antioxidantes e auxiliam na proteção contra estresses.
Como e onde usar o extrato da alga Ascophyllum nodosum?
Os compostos bioativos atuam na fisiologia das plantas, e a bioestimulação é uma prática possível em qualquer cultura. Diversos estudos já evidenciaram resultados positivos, tanto em produtividade como em qualidade, em culturas como milho, soja, hortifruti, cana-de-açúcar, banana, uva, algodão e café. Os efeitos ocorrem na parte aérea e nas raízes, podendo a aplicação ser feita no tratamento de sementes, sulco de plantio, via aplicação foliar ou fertirrigação, com dosagens específicas para cada cultivo e época de aplicação.
O uso do extrato da alga é permitido na Agricultura Orgânica no Brasil, sendo uma boa opção para estes produtores, e também para aqueles que buscam reduzir o impacto de estresses nas plantas, aumentando a produtividade, ou que buscam uma produção mais limpa.
A alga atua como um “seguro” para a planta, reduzindo os prejuízos dos frequentes problemas que uma cultura enfrenta durante o seu ciclo de produção. Claro, não adianta fazer um seguro de um carro depois que ele foi roubado. Uma ação preventiva é feita antes da ocorrência do problema. Além disso, para que a planta absorva mais nutrientes e tenha um maior crescimento, é necessário que o manejo esteja acompanhado de uma adubação equilibrada para que tais efeitos se manifestem.
AGROLINK – Anderson Wolf Machado
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
EUA investigam práticas anticompetitivas nos insumos

A análise deve se concentrar nas estratégias de precificação – Foto: Divulgação
O governo dos Estados Unidos anunciou em 25 de setembro o início de uma nova investigação para apurar possíveis práticas anticompetitivas entre fornecedores de insumos agrícolas, como fertilizantes, sementes e defensivos. A ação será conduzida em conjunto pelo Departamento de Agricultura (USDA) e pelo Departamento de Justiça (DOJ), em resposta ao cenário de custos elevados e voláteis que vêm pressionando produtores rurais já impactados por preços mais baixos das safras e pelas disputas comerciais internacionais. O objetivo é avaliar se a concorrência está sendo limitada, dificultando o acesso dos agricultores a insumos a preços justos e comprometendo a competitividade do setor.
Embora ainda não haja detalhes mais profundos sobre o alcance da investigação, a medida reforça a preocupação do governo com a concentração de mercado e com possíveis abusos de poder econômico por parte das grandes indústrias do setor. A análise deve se concentrar nas estratégias de precificação e nos contratos de fornecimento, investigando se existem barreiras artificiais que impedem maior equilíbrio entre oferta e demanda.
Esse movimento regulatório soma-se a um cenário de crescente pressão sobre o agronegócio norte-americano, em que políticas comerciais e medidas governamentais já vêm sendo apontadas como fatores que restringem a oferta e contribuem para a elevação dos custos. Para os produtores, que enfrentam margens de lucro cada vez mais estreitas, qualquer avanço em transparência e competitividade pode significar maior fôlego para manter a sustentabilidade de suas atividades.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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