Agricultura
O milho congelou, a horta “queimou”, mas tem planta que curtiu a friaca

Foto: Arthur Vítor
Com a chegada de uma frente fria intensa ao Sul do país, agricultores enfrentam os efeitos das baixas temperaturas sobre suas lavouras. Em especial, produtores de milho em final de ciclo e de hortaliças registraram impactos negativos com a ocorrência de geadas.
Em Cascavel, no Oeste do Paraná, o produtor João Nazari, ao percorre a lavoura, encontrou as espigas de milho congeladas. “A colheita acontece em 20 dias e a geada trouxe certo dano”, observa o agricultor em um diagnóstico preliminar.

Entretanto, para as culturas típicas do inverno, como trigo, aveia, cevada e até mesmo a oliveira, o frio é bem-vindo e considerado essencial para o bom desenvolvimento das plantas.
Havia expectativa de ocorrência de geada negra em alguns locais. Diferente da geada branca, que se forma geralmente à noite, a geada negra pode ocorrer a qualquer hora do dia e é ainda mais severa. “Ela ocorre quando temos uma massa de ar muito fria, com temperaturas abaixo de zero, baixa umidade relativa e presença de vento. Isso causa danos profundos nas plantas, matando células e deixando folhas com aspecto necrosado”, detalhou o professor.
Nas hortas, especialmente as de pequenas propriedades, a geada causou prejuízos pontuais, apesar da preparação por parte dos agricultores. “Hoje em dia, os produtores de hortaliças estão mais atentos às previsões e, com ajuda da comunicação, conseguem se precaver. Mesmo assim, há perdas, e isso pode acabar refletindo no bolso do consumidor com aumento no preço das verduras”, alertou.
Por outro lado, as lavouras de inverno, como o trigo, se beneficiam dessas baixas temperaturas. “Essas culturas precisam acumular frio para expressar todo seu potencial produtivo. A geada, nesse caso, não é um problema, é uma necessidade”, observou Reginaldo. Segundo ele, a presença de frio consistente também favorece outras culturas como aveia, centeio, cevada e até hortaliças de clima frio, como a couve-flor.
Com a tendência de um inverno mais típico e a transição para o fenômeno La Niña, a previsão é de que novas ondas de frio ainda possam ocorrer nas próximas semanas, especialmente em julho. “Estamos diante de um ano de clima mais normal. Devemos esperar mais frentes frias e temperaturas baixas até a segunda metade do inverno”, finalizou o professor.
Enquanto os termômetros seguem em queda, produtores seguem atentos, e a população é lembrada de redobrar os cuidados com os mais vulneráveis, especialmente aqueles em situação de rua, reforçando a importância da solidariedade em tempos frios.
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
CNA responde acusações de práticas desleais no comércio feitas pelos Estados Unidos

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) protocolou, nesta sexta-feira (15), respostas técnicas ao processo que o governo dos Estados Unidos abriu contra o que chamam de “práticas desleais” de comércio que seriam praticadas pelo Brasil.
A investigação dos Estados Unidos tem como base a Seção 301 da Lei de Comércio que permite, ao Poder Executivo norte-americano, apurar práticas comerciais que possam ser consideradas “desleais ou discriminatórias”. A lei também permite a aplicação de sanções, de forma unilateral, caso sejam comprovadas irregularidades.
Os Estados Unidos apontaram seis eixos temáticos na investigação aberta contra o Brasil:
- Comércio Digital e Pagamentos Eletrônicos;
- Tarifas Preferenciais;
- Práticas Anticorrupção;
- Propriedade Intelectual;
- Acesso ao Mercado de Etanol;
- Desmatamento Ilegal.
Legalidade dos eixos
Na defesa enviada pela CNA foram apresentados fundamentos legais que buscam demonstrar a conformidade e legalidade das políticas e práticas adotadas pelo país relativas a três eixos apontados pelos norte-americanos: “Tarifas Preferenciais”, “Acesso ao Mercado de Etanol” e “Desmatamento ilegal”.
A diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, afirmou que o agronegócio brasileiro está intrinsicamente ligado ao mercado internacional, seja comprando insumos ou vendendo sua produção. “O Brasil se tornou um grande exportador agrícola porque somos altamente produtivos e competitivos”. Atualmente, os Estados Unidos são o terceiro principal destino das exportações agropecuárias do Brasil.
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“A CNA, que representa mais de cinco milhões de produtores rurais brasileiros, tem confiança de que a investigação americana comprovará o compromisso, não só do agro, mas de toda a economia brasileira, em um comércio internacional justo, transparente e baseado em regras claras”, afirmou Sueme.
A manifestação da CNA foi submetida ao Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês). Em setembro, a Confederação pretende participar presencialmente da audiência pública sobre a investigação.
Resposta da CNA às acusações
Abaixo está o resumo das alegações que constam na resposta da CNA enviada ao governo de Donald Trump para cada um dos três eixos:
“Tarifas Preferenciais”
- O Brasil concede tratamento tarifário preferencial de forma limitada, com base em acordos compatíveis com o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) e com a Cláusula de Habilitação da Organização Mundial do Comércio (OMC), como os celebrados com México e Índia;
- Esses acordos com tratamento tarifário preferencial representam apenas 1,9% das importações brasileiras e não discriminam ou prejudicam as exportações americanas;
- Em comparação, os EUA possuem acordos de livre comércio abrangentes em vigor com 20 países;
- Portanto, não há tratamento discriminatório contra os EUA e a rede atual de acordos preferenciais do Brasil é limitada e não prejudica as relações comerciais bilaterais com o país.
Acesso ao Mercado de Etanol
- Entre 2010 e 2017 houve isenção tarifária para o etanol dos EUA; posteriormente, adotou-se a tarifa de Nação Mais Favorecida (NMF) de 18%, inferior à aplicada aos países do Mercosul, que permanecem com tarifa de 20%;
- A política tarifária é transparente, não discriminatória e em conformidade com a OMC;
- O programa RenovaBio é aberto a produtores estrangeiros que atendam aos critérios técnicos e ambientais;
- Alegações de favorecimento à Índia e México não se sustentam diante dos volumes exportados.
- A CNA defende a cooperação bilateral com os EUA na transição energética, especialmente em bioenergia e combustíveis sustentáveis, reconhecendo a relevância desses produtos para a descarbonização global.
Desmatamento ilegal
- O Brasil possui legislação ambiental robusta e avançada, como o Código Florestal e a Lei de Crimes Ambientais, além de sistemas de monitoramento;
- O Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas (PPCD) e políticas semelhantes resultaram em reduções no desmatamento;
- Ferramentas como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) garantem rastreabilidade e conformidade da produção agropecuária;
- O controle da exploração de madeira é feito via Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sinaflor) e via Documento de Origem Florestal (DOF+), com rastreabilidade obrigatória e certificações reconhecidas.
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Agricultura
Preços da soja continuam impactados por relatório do USDA; veja cotações

O mercado brasileiro de soja encerrou a semana com negócios moderados. De acordo com o analista da Safras & Mercado Rafael Silveira, esse movimento foi influenciado por feriados locais em algumas regiões e por preços variando de estáveis a mais baixos nos portos.
“As ofertas foram escassas, sem grandes oportunidades no spot. No interior, a indústria apresentou bids mais fracos, mas o produtor resistiu e manteve indicações firmes”, detalha.
Apesar da retração desta sexta-feira (15), a semana foi positiva em termos de negócios, com volumes expressivos vendidos após a disparada em Chicago, impulsionada pelo último relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)“, detalha.
Preços médios da saca de soja
- Passo Fundo (RS): subiu de R$ 134 para R$ 135
- Santa Rosa (RS): foi de R$ 135 para R$ 136
- Porto de Rio Grande (RS): recuou de R$ 142,50 para R$ 142
- Cascavel (PR): permaneceu em R$ 135
- Porto de Paranaguá (PR): aumentou de R$ 140 para R$ 141
- Rondonópolis (MT): avançou de R$ 125 para R$ 126
- Dourados (MS): subiu de R$ 124,50 para R$ 126
- Rio Verde (GO): cresceu de R$ 124 para R$ 127
Bolsa de Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira com bons ganhos, consolidando uma semana de recuperação consistente. Segundo Silveira, um movimento de cobertura de vendas pré final de semana assegurou a elevação.
"Os agentes evitam passar o período mal posicionados. As atenções se voltam para o clima, com as lavouras entrando em uma fase crítica para a definição do potencial produtivo", destacou.
Nesta semana, o relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) surpreendeu o mercado ao apontar projeção de safra abaixo do esperado. As expectativas se voltam agora para a tradicional crop tour da Pro Farmer, que será realizada durante a próxima semana.
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A Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) indicou que o processamento de soja nos Estados Unidos em julho ficou em 195,7 milhões de bushels.
O mercado apostava em número de 191,6 milhões de bushels processados. Em julho do ano passado, o esmagamento havia ficado em 182,9 milhões. No mês passado, o número foi de 185,3 milhões.
Contratos futuros
Os contratos da soja em grão com entrega em setembro fecharam com alta de 14,75 centavos de dólar, ou 1,46%, a US$ 10,22 1/4 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 10,42 1/2 por bushel, com alta de 14,00 centavos ou 1,36%.
Nos subprodutos, a posição setembro do farelo fechou com baixa de US$ 0,90, ou 0,31%, a US$ 283,40 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em setembro fecharam a 53,18 centavos de dólar, com ganho de 1,190 centavo ou 2,28%.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,33%, sendo negociado a R$ 5,3988 para venda e a R$ 5,3968 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,3844 e a máxima de R$ 5,4144. Na semana, a moeda teve desvalorização de 0,68%.
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Agricultura
Da fazenda para a HQ: o projeto que mostra a inovação do agronegócio a crianças

Pecuaristas, o agronegócio está cada vez mais presente na vida de todos, mas o desconhecimento sobre a origem dos alimentos e a dinâmica do campo ainda é grande, especialmente entre as novas gerações. Pensando em aproximar as crianças do universo rural de forma divertida e educativa, a Sementes Oeste Paulista (SOESP) lançou um projeto inovador: uma história em quadrinhos (HQ) que conecta o campo e a cidade, desmistificando o setor.Assista ao vídeo abaixo e confira os detalhes desta iniciativa.
Nesta entrevista no programa Giro do Boi, Andrea Franco, coordenadora de marketing da SOESP, falou sobre a iniciativa que usa personagens infantis para educar e inspirar crianças sobre a importância da agricultura e da pecuária.
O projeto “Agro em quadrinhos” mostra a transformação do setor, valorizando a inovação, a responsabilidade e a sustentabilidade.
Uma história que conecta o campo e a cidade
O projeto educativo da SOESP, que atua no mercado de sementes para pastagens desde 1985, nasceu da observação de que muitas crianças da cidade desconhecem a origem dos alimentos e pensam que o campo ainda vive sem tecnologia.
Para mudar essa percepção, a HQ apresenta a história de Nina, uma menina da cidade que vai passar as férias na fazenda do primo Dudu. A narrativa busca gerar curiosidade nas crianças e boas conversas com os pais sobre o agronegócio.
A primeira edição já foi distribuída em feiras e eventos, e teve uma tiragem inicial de 12 mil exemplares. O sucesso da iniciativa, com as crianças “adorando”, motivou a equipe a planejar novas edições com temas importantes e modernos.
- 2ª edição: Abordará o uso da água, cobertura do solo com palhada e bem-estar animal.
- 3ª edição: Em desenvolvimento, tratará da tecnologia no campo e do uso da inteligência artificial.
Formato lúdico e mensagem moderna
A escolha das histórias em quadrinhos como formato de comunicação se deu por ser uma linguagem lúdica, educativa e acessível, capaz de encantar e atrair as crianças de forma eficaz.
A ideia é não apenas ensinar, mas também mostrar o lado moderno, responsável e sustentável do agronegócio brasileiro, desconstruindo a imagem de que o campo é atrasado ou que vive à margem da inovação.
A SOESP, com sua sede em Presidente Prudente, no estado de São Paulo, atua no mercado de sementes para pecuária e agricultura de baixo carbono. Suas tecnologias, como a Soesp Advanced, já estão presentes em mais de 20 países.
O projeto “Agro em quadrinhos” é uma extensão do seu compromisso em incentivar a produção conciliada à preservação, mostrando que o campo é um espaço de inovação e de vital importância na vida das pessoas, fornecendo alimento para o mundo.
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