Meio Ambiente
Dia Mundial de Combate à Seca: Ações são reforçadas para garantir oferta de água

Foto: Patryck Madeira/SEDEST-PT
O Governo do Estado mantém uma série programas para combater os prejuízos causados pela seca, uma das anomalias derivada das mudanças climáticas. Entre as principais medidas estão a perfuração de poços, emissão de outorgas, projetos de irrigação, proteção de nascentes e programas de incentivo ao uso múltiplo da água.
Como forma de divulgar o problema e incentivar a promoção de medidas de contenção e mitigação dos danos causados pela falta de água, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu o Dia Mundial do Combate à Desertificação e à Seca, celebrado nesta terça-feira (17). Confira a seguir detalhes sobre as ações de combate à seca desenvolvidas pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Instituto Água e Terra (IAT) e Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
GESTÃO DA ÁGUA
Como órgão responsável pela gestão dos recursos hídricos no Paraná, o IAT atua em várias frentes para aplicar a legislação ligada à Política Estadual de Recursos Hídricos e garantir os usos múltiplos da água.
Uma das principais ferramentas utilizadas pelo Instituto é a emissão de outorgas, documentos essenciais para o uso da água no Estado. Processo que se torna cada vez mais ágil graças à emissão de novas Instruções Normativas, materiais educativos e da atualização de manuais técnicos. Em 2024, o IAT emitiu 16.489 outorgas, um crescimento de 42% em comparação ao ano anterior.
Outra linha de atuação do órgão é a gestão das 16 bacias hidrográficas do Estado, divididas em 12 Unidades Hidrográficas. Em 2025, o IAT iniciou um estudo para mapear e compreender as características de todas as bacias paranaenses, levando em conta aspectos hídricos, ambientais, sociais, econômicos e políticos. O planejamento será usado para a revisão dos Planos de Bacias Hidrográficas, documentos que trarão uma gestão ainda mais eficiente dos recursos hídricos do Paraná. O investimento nesta ação é de R$ 30 milhões, com conclusão prevista para 2027.
POÇOS ARTESIANOS
Coordenado pelo IAT, o programa Água no Campo viabiliza a perfuração de poços artesianos em comunidades rurais que não possuem acesso à água potável. Desde 2019, a iniciativa perfurou 676 poços em 167 municípios, com um investimento total de R$ 10,4 milhões do Governo do Estado. Até o final de 2025, a previsão é que mais 200 poços sejam entregues à população.
De acordo com a regulamentação do programa, o IAT fica responsável por fornecer os equipamentos de perfuração, kits contendo bomba, cabos, quadro de comando, reservatório com 10 mil ou 20 mil litros de capacidade e a equipe técnica para supervisionar a obra. Já as prefeituras locais disponibilizam o terreno para perfuração e os materiais usados na construção, como tubos de revestimento, filtros, combustível, areia, brita e cimento.
Um outro investimento, esse de R$ 24 milhões, foi aplicado na compra de três sondas roto-pneumáticas para uso do programa. As novas máquinas poderão alcançar até 550 metros de profundidade, 150 a mais em relação ao nível atual, otimizando a busca por água em regiões de difícil acesso em pontos do Oeste e Noroeste do Estado.
IRRIGAÇÃO
A Sedest também possui uma atuação importante no programa Irriga Paraná, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), e que tem o propósito de ampliar as áreas irrigadas no Paraná em 20% – atualmente elas representam apenas 3% das áreas de lavoura, o equivalente a 170 mil hectares. O IAT é o órgão responsável por licenciar essas atividades, com a emissão de 1.474 documentos de outorga de uso da água para fins de irrigação apenas no ano passado.
Do investimento de R$ 200 milhões destinado para o programa, R$ 150 milhões irão para linhas de crédito para estímulo à instalação de sistemas de irrigação. De acordo com o decreto que regulamenta a iniciativa, a bonificação é concedida seguindo critérios técnicos definidos pela Seab e pela Sedest. Uma das modalidades, por exemplo, é destinada para produtores que adotarem práticas de preservação dos recursos hídricos e proteção ao meio ambiente que gerem um benefício coletivo, como a proteção de nascentes e sistemas de reaproveitamento da água.
O programa ainda possui um braço no Noroeste do Estado executado pelo Simepar. O IrrigaSIM, que também conta com a parceria da Fundação Araucária e o Daugherty Water for Food Global Institute, do Nebraska, envolve uma série de estudos, missões e workshops executados por técnicos na região, bastante afetada pela seca. O objetivo principal da iniciativa é ensinar aos agricultores locais como implementar práticas de irrigação sustentável.
Além do IrrigaSIM, o Simepar também participa com o fornecimento de dados para o Monitor de Secas da Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA), que divulga de forma mensal informações sobre a estiagem em todo o País.
CONSERVAÇÃO DE NASCENTES
Outra forma de combater a falta de água é com a proteção das nascentes do Estado, incluindo a recomposição de regiões de mata ciliar. O programa Paraná Mais Verde possui uma atuação forte nesse quesito, cultivando mudas de espécies nativas nos 19 viveiros espalhados pelo Paraná. Apenas durante a edição de 2024 Semana do Rio , a foram plantadas 6.874 mudas nos arredores dos rios Ivaí, Paraná, Paracaí e São Mateus.
Outra forma de conservação envolve a recuperação de nascentes por meio da técnica solo-cimento. A prática, que é bastante difundida no meio rural, garante que os reservatórios não sequem durante períodos de estiagem, proporcionando o uso contínuo da água pela população. Em 2024, 23 nascentes no Estado foram beneficiadas pelo procedimento.
ICMS ECOLÓGICO
O IAT também desenvolve programas de incentivo que ajudam a proteger os corpos hídricos do Estado. O ICMS Ecológico por Mananciais é um programa que compensa os municípios que abrigam mananciais que ajudam no fornecimento de água de territórios vizinhos.
Ao todo, 101 dos 399 municípios do Paraná (25%) recebem o benefício, seguindo critérios estabelecidos pelo IAT. A iniciativa contempla todas as bacias hidrográficas do Estado que, juntas, ocupam uma área de 16.150 km² (8% do território estadual) e são responsáveis pelo abastecimento de 65% da população urbana do Estado.
Em 2024, o Governo do Paraná repassou por meio da chancela ambiental R$ 317.535.613,35 para os municípios contemplados, um aumento de 12% se comparado com o ano anterior. O órgão também é responsável por fazer avaliações anuais da conservação da água dos mananciais, fator que influencia no cálculo do benefício.
Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Foto: Geraldo Bubniak/AEN
(Com AEN/PR)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Alta tecnologia e sustentabilidade impulsionam conversão de pastagens no Brasil

Foto: Juliana Sussai
A conversão de pastagens em lavouras no Brasil é uma prática crescente e impulsionada por fatores econômicos, tecnológicos e ambientais. O país possui uma das maiores áreas de pastagens do mundo, o que representa uma oportunidade para o uso mais eficiente da terra por meio da agricultura.
Foto: Juliana Sussai
Segundo dados do MapBiomas referenciados em 2023, o Brasil possui 164 milhões de hectares de pastagens, dos quais uma parcela significativa é considerada degradada ou subutilizada. Essas áreas estão espalhadas por todos os biomas, com maior concentração na Amazônia, com aproximadamente 59 milhões de hectares e Cerrado, com cerca de 51 milhões de hectares, que juntos abrigam dois terços das pastagens do país. Em seguida destacam-se Mata Atlântica, com 28 milhões de hectares, Caatinga, com 20 milhões e Pampa/Pantanal que, somados, correspondem a 10 milhões de hectares. Ainda segundo o MapBiomas, 36% das pastagens nacionais apresentam alto vigor, enquanto 42% são classificadas de médio vigor e 22%, com baixo vigor.
O Pará é o estado que possui a maior área de pasto, com cerca de 22,5 milhões de hectares, seguido pelo Mato Grosso, com 21,4 milhões, Minas Gerais, com 20,6 milhões, Bahia, 15,4 milhões e Goiás, com 12,8 milhões de hectares, fechando o top 5. Depois vêm Mato Grosso do Sul, Maranhão, Rondônia, Tocantins e São Paulo, completando o top 10.
Entre 1985 e 2023, mais de 40 milhões de hectares de pastagens foram convertidos em lavouras no Brasil, principalmente para soja, milho e algodão. Conforme dados do MapBiomas, os estados com maior taxa de conversão foram o Mato Grosso, Goiás, Bahia, Maranhão e Mato Grosso do Sul.
Para que as áreas de pastagens com diferentes níveis de vigor apresentem potencial de recuperação ou conversão para alguns sistemas de produção além da pecuária, elas devem possuir condições de clima, topografia e altitude adequadas, resultando em algum nível de aptidão agrícola.
Um outro fator importante a ser considerado é o nível prévio de degradação do pasto. Dependendo do grau de deterioração, as práticas a serem adotadas para a recuperação podem variar e elevar o custo da operação.
As categorias usuais de avaliação são: degradação severa (baixo vigor) – pasto ralo, muito solo descoberto; degradação intermediária (médio vigor) – pasto esparso ou com falhas, produtividade abaixo do potencial; degradação ausente/leve (alto vigor): pastagem densa e bem manejada, alta biomassa. Conforme o MapBiomas, em 2023, aproximadamente 36,2 milhões de hectares de pastagens estavam em condição severamente degradada e cerca de 69,2 milhões em condição intermediária. Os níveis de degradação variam regionalmente: áreas de fronteira agrícola recente, como o norte do Mato Grosso e o sul do Pará, concentram muitos pastos pobres, enquanto regiões de pecuária intensiva no Sudeste, por exemplo, exibem pastos de melhor qualidade, na média.
Fonte: Consultoria Itaú BBA
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Produtores rurais encontram no crédito de carbono uma aliada para fortalecer a preservação ambiental

Reprodução
Crédito de carbono como ferramenta para conservação
Agricultores brasileiros, obrigados por lei a manter áreas de vegetação nativa preservadas, estão recorrendo ao mercado voluntário de créditos de carbono para fortalecer a proteção ambiental. Com o apoio de consultorias especializadas, como a RDG Eco Finance, essa iniciativa traz mais estrutura e eficiência para a conservação das florestas nas propriedades rurais.
Exemplo de sucesso: projeto do agricultor Luiz Eduardo Pilatti
Luiz Eduardo Pilatti Rosas, produtor rural que cultiva grãos no Paraná e preserva áreas em Rondônia, foi orientado pela RDG Eco Finance para estruturar um projeto de compensação da pegada de carbono. Embora já cumprisse as exigências legais, Pilatti viu no mercado de carbono uma oportunidade de dar mais respaldo técnico e ambiental à manutenção das florestas em sua propriedade.
Obrigação legal e interesse pelo mercado voluntário
No Brasil, o Código Florestal determina a preservação de até 80% da área nas propriedades localizadas na Amazônia Legal como reserva legal, sem uso produtivo. Para além do cumprimento da lei, cresce o interesse por iniciativas que promovam a conservação ambiental, como o mercado voluntário de créditos de carbono, que reconhece e valoriza o trabalho dos produtores.
Estruturação e certificação do projeto
Com o suporte técnico da RDG Eco Finance, Pilatti estruturou ações focadas no cancelamento de desmatamentos autorizados e na proteção ativa das florestas, especialmente no controle contra incêndios e invasões. A certificação do projeto foi rápida e prática, baseada em documentos como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e georreferenciamento atualizado. Os créditos já estão registrados na B3 e na plataforma da RDG, prontos para negociação.
Foco na preservação e reinvestimento ambiental
Pilatti destaca que o objetivo não é a exploração comercial, mas o reforço na proteção ambiental. O recurso gerado pelos créditos é destinado a manter e ampliar áreas preservadas e a desenvolver ações de reflorestamento. “O crédito de carbono ajuda a continuar cumprindo a lei com mais qualidade e planejamento”, ressalta.
Protagonismo dos produtores e papel da consultoria
Para Ivan Pinheiro, diretor Comercial e sócio-fundador da RDG Eco Finance, o envolvimento dos produtores rurais é essencial para avançar na agenda ambiental do país. “Nosso papel é tornar essa jornada mais acessível e segura, transformando uma obrigação legal em uma oportunidade de impacto positivo”, explica.
Crescimento e potencial do mercado de carbono no Brasil
Em 2023, o mercado global de carbono movimentou US$ 909 bilhões, crescimento de 13% em relação ao ano anterior, segundo o Banco Mundial. No Brasil, iniciativas como a Política Nacional de REDD+ e o projeto de lei do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE) impulsionam o setor. Tecnologias modernas, como imagens de satélite e inteligência artificial, facilitam a medição e certificação das áreas preservadas, com custos médios de R$ 200 por hectare e entrega em até 90 dias.
Perspectivas para o futuro
Especialistas apontam que o Brasil, com seus biomas Amazônia e Cerrado, tem condições ideais para liderar a geração de créditos de carbono de alta qualidade. Pilatti acredita que, com mais informação e suporte técnico, muitos produtores vão adotar o mercado de carbono como forma de valorizar a preservação ambiental em suas propriedades.
Este movimento reforça a importância da sustentabilidade na agricultura familiar e o papel estratégico do crédito de carbono para aliar responsabilidade ambiental e inovação no campo.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Meio Ambiente
Pecuaristas devem ficar atentos aos efeitos da estiagem

Foto: Arquivo/Emater/Divulgação
Com a aproximação da estiagem em Mato Grosso, a Associação dos Criadores do Estado (Acrimat) reforçou, nesta semana, a importância do planejamento estratégico por parte dos pecuaristas para diminuir os impactos da seca. A entidade destaca que o período de estiagem impõe desafios à produtividade das fazendas, exigindo medidas antecipadas em relação à água, alimentação, manejo e prevenção de incêndios.
Um dos principais pontos de atenção, segundo a Acrimat, é o abastecimento hídrico. Com a queda no nível de rios e reservatórios, o acesso à água potável para o gado se torna crítico. A associação recomenda a revisão de bebedouros, manutenção de caixas d’água e, se necessário, a instalação de sistemas alternativos de captação e armazenamento. “É preciso garantir não só a quantidade, mas também a qualidade da água”, afirma a equipe técnica da entidade.
Terceira massa de ar polar chega esta semana
Outro aspecto considerado essencial é a alimentação do rebanho. Com a redução da qualidade das pastagens durante a seca, a Acrimat orienta os produtores a formarem reservas de alimentos conservados, como silagem, feno e capim, além de reforçarem a suplementação proteica e mineral.
O manejo adequado das pastagens também é apontado como estratégia para preservar o solo. A Acrimat também chama atenção para o aumento do risco de incêndios no período seco. A orientação é que os produtores criem aceiros ao redor das propriedades, mantenham equipamentos de contenção em condições adequadas e promovam treinamentos com suas equipes. A entidade ainda defende que vizinhos organizem sistemas de alerta e resposta conjunta, para agir rapidamente em caso de focos de fogo.
Além disso, a associação recomenda que os meses que antecedem a estiagem sejam utilizados para a manutenção de estruturas essenciais, como cercas, cochos e corredores de manejo, a fim de evitar contratempos durante o período crítico.
Para apoiar os produtores, a Acrimat disponibiliza suporte técnico, materiais informativos e capacitações específicas sobre manejo na seca. A entidade reforça que a estiagem é um fenômeno previsível e que a sustentabilidade da atividade pecuária depende, em grande medida, da preparação prévia.
Com Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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