Economia
Mato Grosso deve liderar PIB dos estados brasileiros em 2025 e crescer quase o triplo da projeção nacional

O principal motor do desempenho de Mato Grosso acima da média nacional é a agropecuária – Foto por: Christiano Antonucci/Secom
Mato Grosso caminha para liderar em 2025 a participação no Produto Interno Bruto (PIB) entre os estados brasileiros, com uma produção estimada em 5,8%, segundo dados do boletim Resenha Regional, elaborado pelo Banco do Brasil com base na conjuntura econômica nacional e internacional. A projeção do Estado é quase o triplo da média nacional prevista de 2,2%.
Após Mato Grosso, os maiores PIBs são dos Estados de Mato Grosso do Sul (4,7%), Rondônia (4,7%), Goiás (4,2%) e Tocantins (3,8%).
O principal motor do desempenho mato-grossense é o agronegócio, que deve registrar um PIB de 10,8%, segundo o boletim do Banco do Brasil. A produção de soja, carro-chefe da economia mato-grossense, deve crescer 24,6% em relação à safra anterior, resultado do clima favorável, investimentos em tecnologia e expansão de áreas cultivadas.
A estimativa é de que Mato Grosso ultrapasse a marca de 101 milhões de toneladas de grãos, com destaque também para o algodão (alta de 7%) e o milho, que, mesmo com um leve recuo, mantém o Estado como o maior produtor do país, correspondendo a 38% da produção nacional.
Esse avanço no campo tem efeitos diretos em outros setores da economia. A indústria de Mato Grosso, fortemente integrada à cadeia do agronegócio, também deve registrar o maior PIB do país, com participação de 6,7%, impulsionada pela demanda por insumos, embalagens, biocombustíveis e pelo aumento da atividade agroindustrial. Incentivos fiscais, como o Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Prodeic), também colaboram para a expansão industrial e o aumento de empregos formais, que já cresceram 2,2% nos primeiros meses do ano.
No setor de serviços, Mato Grosso deve registrar um PIB de 3,4% em 2025. O Estado foi destaque em fevereiro ao registrar uma alta expressiva de 24,9% neste setor, impulsionada pela movimentação logística, armazenagem, construção civil e atividades comerciais relacionadas ao agro. Apesar de uma queda acumulada de 11,1% nos primeiros meses do ano – reflexo da retração econômica de 2024 –, a previsão é de recuperação no restante de 2025, com crescimento estimado em 3,4%, o terceiro maior do país.
“O dinamismo do agronegócio estimula uma cadeia ampla de serviços, desde o transporte até os serviços imobiliários, que vêm crescendo junto com a construção civil. É uma recuperação forte, sustentada por fatores climáticos favoráveis, investimentos privados e políticas públicas de estímulo”, apontou o coordenador de estudos econômicos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Vinicius Hideki.
Segundo o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio-MT), Marcos Pessoz, o desempenho econômico de Mato Grosso está diretamente ligado à recuperação do agronegócio, à alta na produção industrial e à consequente expansão do setor de serviços. Ele lembrou que, em 2024, várias regiões do Estado enfrentaram dificuldades devido à estiagem, o que impactou negativamente a produção. No entanto, com a supersafra registrada em 2025, os efeitos já são sentidos. Além do campo, a indústria também contribui para os bons resultados.
“Esse é um fator preponderante para que a economia como um todo seja impactada com o crescimento. Ambos os setores lidam muito com tecnologia hoje. A maioria dos serviços é feita com muita tecnologia envolvida na produção. E o que acontece quando você tem aumento na produção desses dois setores? O setor de serviços cresce, porque você aumenta o número de lojas, de atividades comerciais para atender às empresas do agro, da indústria ou da agroindústria”, avaliou.
O crescimento também é visível com a instalação de novas plantas industriais em Mato Grosso, o que gera demanda por manutenção, conservação e, claro, por mais trabalhadores. Esse ciclo virtuoso impulsiona a população e exige a expansão de serviços essenciais, como saúde, educação, lazer e alimentação.
“Tudo está interligado, comandado pelo crescimento do Estado, que hoje está acima da média nacional, entre os três principais do Brasil nesse quesito. Isso se deve à interação entre o agronegócio, a agroindústria e o setor de serviços”, completou Pessoz.
Débora Siqueira | Sedec
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Congresso Mundial de Carnes será lançado nesta terça-feira (3) em Cuiabá

O Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac), com apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso (Sedec), lança oficialmente, nesta terça-feira (3.6), às 19h30, no Hotel Deville, em Cuiabá, o World Meat Congress (WMC), um dos maiores congressos internacionais do setor de carnes, que será realizado pela primeira vez no Brasil e terá Mato Grosso como anfitrião.
Marcado para ocorrer entre os dias 27 e 30 de outubro, o evento reunirá representantes de mais de 20 países e reforça a posição de destaque do Estado no mercado global da carne de bovinos, suínos, aves e caprinos.
Um dos carros-chefes de Mato Grosso é a produção e exportação de carne bovina. Líder nacional em rebanho, com 32,8 milhões de cabeças, Mato Grosso também é o maior exportador de carne bovina do país, com mais de US$ 2,6 bilhões em vendas externas registradas apenas em 2024, conforme dados da Sedec.
A vinda do WMC para Cuiabá é resultado direto das várias missões internacionais realizadas pelo Imac pelo mundo. A mais recente, realizada em maio, contou com a presença do secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico e presidente do Conselho Deliberativo do Imac, César Miranda, além de representantes de entidades do agronegócio.
Eles percorreram a Holanda, Bélgica e França promovendo a carne mato-grossense e dialogando com autoridades e empresários europeus sobre sustentabilidade, qualidade e rastreabilidade da produção local.
Um marco histórico na cadeia da bovinocultura de corte e de suínos de Mato Grosso ocorreu no dia 29 de maio, durante a 92ª Assembleia da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Paris, onde o Brasil foi oficialmente reconhecido como livre de febre aftosa sem vacinação. Mato Grosso cumpriu rigorosamente todas as exigências do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa para alcançar esse novo status sanitário.
“Essa conquista reforça nossa credibilidade e qualidade perante os mercados mais exigentes do mundo. Agora com esse congresso, que roda o mundo e agora será realizado aqui, em nossa casa. Vamos aproveitar esse momento especial para posicionar ainda mais a carne mato-grossense no cenário global”, afirmou o secretário César Miranda.
O World Meat Congress é promovido a cada dois anos pela International Meat Secretariat (IMS) e já foi sediado por países como Estados Unidos, Argentina, Uruguai e Holanda. Além do Imac, a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) será a única entidade brasileira participante do fórum internacional do evento.
Para o presidente do Imac, Caio Penido, é uma honra sediar o World Meat Congress no Brasil, e especialmente em Mato Grosso, que é o maior exportador de carne do país.
“Este congresso é um dos eventos mais importantes da pecuária mundial, reunindo os principais líderes, especialistas e produtores do setor para debater os rumos da produção de carne no planeta. É nesse espaço que trocaremos conhecimento, discutiremos inovação, sustentabilidade e nos prepararemos para os desafios do futuro”.
Serviço | Congresso Mundial de Carnes será lançado nesta terça-feira (3) em Cuiabá
Data: 3 de junho, às 19h30
Local: Hotel Deville, Cuiabá
Débora Siqueira | Sedec-MT
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Exportações do agronegócio somaram R$ 37 bilhões entre janeiro e abril

Divulgação
As exportações do agronegócio de Minas Gerais somaram R$ 37 bilhões entre janeiro e abril de 2025, segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa-MG). O valor representa um crescimento de 26% em relação ao mesmo período do ano passado e é o melhor resultado da série histórica iniciada em 1997.
Apesar da queda de 6,2% no volume exportado — que totalizou 5 milhões de toneladas — o agro foi responsável por 46,8% de tudo que Minas vendeu ao exterior no período.
O secretário de Agricultura, Thales Fernandes, informou que a expectativa é fechar o ano com exportações entre R$ 111 bilhões e R$ 117 bilhões. “Teremos uma melhor estimativa a partir do fechamento do primeiro semestre, em julho”, afirmou em nota à imprensa. Segundo ele, o desempenho até agora é promissor, mas depende de fatores como clima, logística, preços internacionais e variações no custo dos insumos.
“Esse ponto de inflexão do calendário agrícola é decisivo para avaliar o comportamento das culturas durante a entressafra, bem como os impactos de variações climáticas extremas, logística portuária, conflitos geopolíticos e oscilações nos preços de insumos e de fretes internacionais”, explicou o secretário.
O café segue como carro-chefe das exportações mineiras. Foram R$ 22,2 bilhões em receita no quadrimestre, com embarque de 10 milhões de sacas. O grão representou 60% do valor total exportado pelo agro do estado. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 70% na receita, mesmo com queda de 3% no volume.
A soja — incluindo grão, farelo e óleo — gerou R$ 6,3 bilhões em exportações, com 2,9 milhões de toneladas embarcadas.
O setor de carnes também apresentou bom desempenho. Juntas, as carnes bovina, suína e de frango renderam R$ 3 bilhões, um crescimento de 21,4%. A carne bovina liderou com R$ 2,1 bilhões (78 mil toneladas), seguida por frango (R$ 730 milhões) e suína (R$ 137 milhões).
Os produtos florestais superaram o complexo sucroalcooleiro e se tornaram o quarto maior segmento do agro mineiro, com R$ 1,9 bilhão em exportações. Já o setor sucroalcooleiro teve retração de 42,5% na receita e de 38% no volume exportado.
Destinos
Minas Gerais manteve a terceira posição entre os maiores exportadores do agro no Brasil, atrás de Mato Grosso e São Paulo. Os produtos mineiros chegaram a 160 países. Os principais destinos foram:
- China (23% do total),
- Estados Unidos (13%),
- Alemanha (9%),
- Itália (6%),
- Japão (5%).
O desempenho reforça a força do campo mineiro no comércio internacional, mesmo em um cenário de desafios logísticos, custos elevados e incertezas climáticas. A expectativa do governo é que os números sigam positivos, impulsionados pela valorização de commodities e pela diversificação dos mercados compradores.
Fonte: Pensar Agro
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Uso correto de drones no campo reuniu empresas e pesquisa na sede do CEA-IAC, em Jundiaí (SP)

Divulgação
Iniciativa do Centro de Engenharia e Automação (CEA), do Instituto Agronômico (IAC) e da Fundação Coopercitrus Credicitrus, o Programa Drones SP realizou nos últimos dias um encontro técnico envolvendo empresas que aderiram ao projeto e seu coordenador, o pesquisador científico Hamilton Ramos. O objetivo do evento, realizado na sede do CEA-IAC, órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, na cidade de Jundiaí, foi analisar os primeiros resultados de pesquisas do programa e estabelecer os próximos passos na área.
De acordo com Ramos, a soma de esforços com a Fundação Coopercitrus Credicitrus deu origem a um amplo escopo de estudos, denominado Fórum de Pesquisa e Desenvolvimento de Tecnologia de Aplicação com Drones. “Em pouco tempo de programa, já geramos resultados relevantes para embasar discussões. As empresas cotistas do Drones SP podem utilizar os dados extraídos das experiências do Fórum, para desenvolver protocolos específicos para seus produtos e suas iniciativas na área”, exemplifica Ramos.
Para o pesquisador, a tecnologia de aplicação com drones é promissora e deverá avançar rapidamente dentro e fora do Brasil. “Contudo, há ainda diversos pontos a avaliar, sobretudo no tocante à sua eficácia e viabilidade econômica nas propriedades”, resume Ramos.
Segundo ele, o programa Drones SP foca principalmente no uso eficaz e seguro de drones nas propriedades. “Abrange conceitos tais como volume de calda, taxa de cobertura, tamanho de gotas, condições climáticas, deriva de produtos, compatibilidade de insumos e outros”, ele complementa.
Sobre o CEA-IAC
O Centro de Engenharia e Automação do IAC é parte da história da modernização da agricultura brasileira. Em uma área de 110 mil m², ao pé da Serra do Japi, desenvolve pesquisas e presta serviços nas áreas de mecanização, agricultura regenerativa, meio ambiente e segurança no manuseio de agroquímicos. Conduz, hoje, mais de 30 projetos de ponta nas culturas de uva, cana-de-açúcar, agricultura por imagem e tecnologia de aplicação de agroquímicos.
Sobre a Coopercitrus Credicitrus
Criada em 2019, a Fundação Coopercitrus Credicitrus é a materialização das iniciativas ambientais e sociais da Coopercitrus e da Credicitrus. Localizada em Bebedouro/SP, a entidade, sem fins lucrativos, visa o desenvolvimento dos cooperados e da comunidade no entorno, com parceiras que viabilizam grandes projetos em pesquisa, educação e meio ambiente. Coopercitrus mantém mais de 60 filiais nos estados de SP, MG e GO. Sua carteira de associados reúne mais de 35 mil agropecuaristas.
Fernanda Campos
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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