Agricultura
Produtores do RS rejeitam proposta do governo e protestos se espalham por 60 municípios

Quatro secas, uma enchente histórica e R$ 150 bilhões em prejuízos nos últimos anos. Esse é o passivo enfrentado por produtores rurais do Rio Grande do Sul. Resultado: débitos rurais impagáveis.
Na tentativa de resolver o problema, a Resolução 5.220 do Conselho Monetário Nacional (CMN), publicada nessa quinta-feira (29), prorroga por três anos as dívidas de custeio. Para as parcelas de investimento com vencimento neste ano, o prazo será estendido por um ano.
Os produtores com dívidas contraídas no Pronaf e no Pronamp poderão renegociar os débitos de até R$ 90 mil. Além disso, a instituição financeira só pode renegociar até 8% do saldo das parcelas de custeio com vencimento em 2025, contratadas com recursos equalizados pelo tesouro nacional.
Solução não agradou produtores
A proposta do governo federal não agradou os agricultores do estado. Prova disso é a continuidade dos protestos que bloqueiam rodovias importantes e que se seguiram nesta sexta-feira, um dia após a publicação do CMN. A estimativa é que as mobilizações estão espalhadas em mais de 60 municípios gaúchos.
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Os agricultores que fazem parte do movimento pedem uma solução a longo prazo, como a securitização de R$ 60 bilhões para pagamento em 20 anos. O projeto do senador Luís Carlos Heinze já foi aprovado pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado e aguarda apreciação da Comissão de Assuntos Econômicos.
“Prometeram quatro anos [de prorrogação de dívidas], ofereceram três anos, tem problemas com o Pronamp, com o Pronaf, com o limite de 8% para os demais. Será um problema para o Sicredi, por exemplo, que não vai ter condição de contemplar todos os agricultores. Os outros bancos da mesma forma. Não saiu na resolução a questão específica dos bancos de fábrica, que muita gente tem problema. Então tem muito a consertar”, diz o senador Luiz Carlos Heinze.
Segundo ele, o grupo técnico da bancada do Congresso que analisa o tema, composto por bancos e entidades, como Fetag e Farsul, está trabalhando para corrigir as distorções que apontam na resolução.
Esta semana também foi entregue ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, uma proposta do deputado Alceu Moreira que não depende de orçamento do governo federal, mas sim dos fundos.
“Os modelos anteriores de pegar dinheiro do Orçamento [não servem mais], nós não temos folga orçamentária. A securitização precisa, na verdade, transformar a dívida do produtor, dívida líquida, contraída e certa com o credor e tamanho da dívida correta. Quando este modelo estiver pronto, se pega e se compra essa dívida com o Fundo e coloca esse título, uma CPR, um papel que representa esse compromisso para o produtor pagar em 15, 20 anos. Ao comprar essa dívida, se reabilita o produtor, ele fica sem débito nenhum e vai ter o compromisso de pagar a safra seguinte e 1/15 da safra que passou. […] o que estou dizendo não precisa de um centavo do Orçamento, os Fundos financiam por si só”, diz Moreira.
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Agricultura
Plano Safra deve ter mais recursos, mas com acesso mais restrito

A disponibilidade de recursos no Plano Safra deve aumentar. A expectativa vem após resolução aprovada recentemente pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que eleva os percentuais obrigatórios de direcionamento dos depósitos bancários para o financiamento rural, de 30% para 31,5%.
A medida é apontada como uma tentativa do governo de ampliar a oferta de recursos no próximo Plano Safra 2025/2026.
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Segundo o diretor financeiro da Plantae Agrocrédito, Paulo Ricardo Miralha Sampaio, as exigibilidades são fundamentais para tornar o Plano Safra mais robusto. “O governo determina em que área e percentual os bancos devem aplicar parte dos recursos captados junto ao mercado. No caso do crédito rural, esse direcionamento é essencial para garantir o financiamento da produção agropecuária”, afirma.
Além do aumento percentual, o CMN também determinou outras mudanças importantes: as cooperativas de crédito passam a ser responsáveis pelo controle do fluxo e cumprimento das exigibilidades das filiadas, o que, na avaliação de Sampaio, deve facilitar a operação. A medida será implementada de forma gradual, ao longo de quatro anos.
Mais crédito, mas menor acesso
Com o aumento das exigibilidades, a expectativa é que mais recursos sejam destinados ao crédito rural, ampliando a oferta de financiamento aos produtores. No entanto, o especialista alerta: “Devido aos elevados níveis de inadimplência no setor, as instituições financeiras devem adotar critérios mais rigorosos na concessão desses créditos. Isso pode restringir o acesso, tornando o processo de seleção mais seletivo para os produtores que buscam financiamento”.
O cenário econômico também é um fator de preocupação. A taxa Selic elevada e as dificuldades fiscais do governo federal limitam a capacidade do Tesouro Nacional de realizar a equalização das taxas de juros. Para Sampaio, essas medidas, embora importantes, não são suficientes para garantir o financiamento necessário ao setor agropecuário. “O ambiente será desafiador para o custo do crédito rural no próximo Plano Safra”, afirma.
Estratégia é o caminho
A partir de julho de 2025, quando começa o novo ciclo agropecuário, a recomendação do especialista é que o produtor rural adote estratégias para minimizar riscos. “O ideal é buscar parcerias com tradings ou agroindústrias que possam ajudar no custeio dos insumos, além de fazer hedge de parte da produção, garantindo um preço justo para ambos os lados.
Também é fundamental reduzir ao máximo os custos e manter uma abordagem prática e realista”, orienta Sampaio.
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Agricultura
Soja estagna no Brasil em maio e junho tem plantio dos EUA no radar; confira os dados de mercado

O mercado brasileiro de soja encerrou o mês de maio com poucas oscilações nos preços domésticos, em meio a um cenário de cautela entre os produtores e estabilidade nos principais indicadores. Segundo a consultoria Safras & Mercado, com a colheita já finalizada no Brasil, o foco agora se volta para o plantio nos Estados Unidos, que deve dominar o cenário de junho.
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Preços de soja pelo Brasil
Ao longo de maio, a saca de 60 quilos de soja manteve-se praticamente estável em diversas praças. Em Passo Fundo (RS), abriu e fechou o mês em R$ 128,00. Em Cascavel (PR), houve leve recuo de R$ 129,00 para R$ 128,00. Já em Rondonópolis (MT), o preço caiu de R$ 116,00 para R$ 115,00. No Porto de Paranaguá (PR), o valor permaneceu firme em R$ 134,00.
Chicago
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em julho subiram 0,55% no mês, sendo cotados a US$ 10,50 1/4 por bushel na manhã desta sexta-feira. A valorização modesta ocorreu mesmo diante de fundamentos negativos, com os preços resistindo a uma queda mais acentuada.
Apesar da estabilidade, o avanço sólido do plantio nos EUA e a ausência de riscos climáticos relevantes no momento limitam qualquer reação de alta mais consistente. As previsões atuais apontam para uma boa safra americana, o que aumenta a pressão sobre as cotações globais.
EUA e China
Outro fator que pesa sobre o mercado é a demanda, que continua enfraquecida. A política tarifária incerta do ex-presidente Donald Trump gera insegurança, mesmo com uma trégua recente entre Estados Unidos e China. Com isso, o Brasil mantém-se como a principal origem das importações chinesas de soja, especialmente pela ampla oferta e condições de exportação mais competitivas.
O câmbio também não colaborou com o mercado interno. Apesar de alguns repiques pontuais, o dólar comercial acumulou leve desvalorização de 0,14% no mês, cotado a R$ 5,6673 na manhã desta sexta. A expectativa é de que a moeda americana permaneça nesses patamares nos próximos meses, com atenção especial ao fluxo de capital estrangeiro – que pode se intensificar diante das tarifas americanas, e à delicada situação fiscal do Brasil.
Para junho, os olhos do mercado estarão voltados para o desenvolvimento das lavouras americanas e, especialmente, para o relatório de área plantada nos Estados Unidos, previsto para o dia 30. Os próximos dias serão decisivos para a direção do mercado global de soja.
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Agricultura
STF inicia julgamento de lei de MT que confronta Moratória da Soja

O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta sexta-feira, 30 de maio, ao julgamento virtual da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 7774), que questiona a constitucionalidade da Lei nº 12.709/2024, do estado de Mato Grosso. A norma proíbe a concessão de benefícios fiscais e a doação de terrenos públicos a empresas que aderem a compromissos ambientais como a Moratória da Soja.
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O relator do caso, ministro Flávio Dino, havia inicialmente suspendido a lei em dezembro de 2024, por entender que ela violava o princípio do livre comércio. No entanto, em abril deste ano, ele reviu sua decisão e restabeleceu os efeitos da norma. Agora, os demais ministros do STF decidirão se acompanham ou não o novo entendimento do relator. O julgamento será realizado no plenário virtual até o dia 6 de junho.
A Moratória da Soja é um acordo voluntário firmado em 2006 entre indústrias, exportadores, governo e sociedade civil, que proíbe a compra de soja cultivada em áreas desmatadas da Amazônia após 22 de julho de 2008, data de referência do Código Florestal Brasileiro.
Conciliação referente à Moratória da Soja
Inicialmente, o julgamento estava previsto para fevereiro deste ano, mas foi adiado a pedido do governo de Mato Grosso, que solicitou uma audiência de conciliação. A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apoiava a iniciativa. No entanto, os partidos autores da ação rejeitaram o pedido, alegando que o objetivo central do processo é a constitucionalidade da lei estadual, e não a renegociação do acordo ambiental.
A lei tem apoio de entidades do setor produtivo, como a Associação Brasileira dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), que afirma que a Moratória da Soja prejudica cerca de 4,2 mil produtores no estado. Segundo a associação, o acordo restringe o uso produtivo de aproximadamente 1,8 milhão de hectares, representando uma perda potencial de até R$ 60 bilhões em receitas para o Mato Grosso.
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