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Agronegócio

Apicultura em Mato Grosso ganha força na agricultura familiar

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Foto: Loana Longo – Empaer

A apicultura tem ganhado força em Mato Grosso como uma atividade promissora no fortalecimento da agricultura familiar. Apesar do estado ocupar atualmente a 14ª posição na produção nacional de mel, com cerca de 450 toneladas anuais com apenas 0,3% do seu potencial apícola, os dados revelam oportunidades de crescimento para pequenos produtores e famílias do campo que buscam diversificar sua renda com uma atividade sustentável.

Como parte das ações de incentivo, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (SEAF), investiu R$ 450 mil em 522 kits completos para apicultores, contendo macacão, par de luvas, formão, formigador e cerca de três mil caixas de abelhas, para estruturar melhor os produtores e fomentar o crescimento da atividade em comunidades rurais.

A secretária de Estado de Agricultura Familiar, Andreia Fujioka, destaca a importância da apicultura como eixo estratégico para o desenvolvimento da produção familiar. “A apicultura é uma alternativa de renda sustentável, com baixo impacto ambiental e alto valor agregado. Temos um grande potencial a ser explorado, e o nosso objetivo é garantir que as famílias tenham acesso a equipamentos, conhecimento técnico e mercado. Esse é um setor que cresce com organização e investimento, e é nisso que estamos focados”, ressaltou.

Loana Longo, engenheira agrônoma e técnica da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), reforça o impacto direto do incentivo nos territórios rurais. “É a segunda vez que recebo apoio da SEAF junto à Empaer para desenvolver a apicultura em Pontes e Lacerda. O município tem uma boa concentração de apicultores e novos interessados que começaram a se organizar a partir desse apoio. Um dos produtores tirou 80 litros de mel na primeira coleta após receber as caixas, algo extraordinário. Antes, nem equipamentos de segurança de qualidade havia disponível, agora vivemos outra realidade”, destacou.

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Com produção média de 30 kg por colmeia ao ano — podendo alcançar até 50 kg em regiões como o Pantanal — todo o mel de Mato Grosso é consumido internamente. Ainda assim, o consumo local supera a produção, evidenciando a demanda reprimida.

“Produzimos cerca de 450 toneladas de mel ao ano, mas o consumo interno gira em torno de 1.200 toneladas. Ainda estamos importando mel de outras regiões, o que mostra o espaço que temos para crescer”, afirma Julio Belinki, técnico apícola e pesquisador da Empaer.

Suelme Fernandes, presidente da Empaer, reforça o papel estratégico da assistência técnica no fortalecimento do setor. “Nosso compromisso é garantir que cada produtor receba orientação técnica contínua, desde a instalação das colmeias até a comercialização do mel. Estamos estruturando um programa estadual de apicultura baseado em conhecimento científico e inclusão produtiva”.

Além das capacitações, a Empaer atua também com a meliponicultura (abelhas sem ferrão), com a distribuição de 600 colônias e suporte técnico para manejo, especialmente da espécie Jataí. Em parceria com o Indea, os produtores com até 100 colmeias e cadastro regular também recebem seis colmeias como incentivo inicial.

O biólogo e pesquisador da Empaer, João Bosco, com mais de 30 anos de atuação na área, na empresa vê uma mudança concreta no setor. “Antes, as decisões não eram técnicas e os resultados não apareciam. Agora, os produtores só recebem os kits após capacitação, o que garante eficiência e segurança. Isso é o que faltava para termos resultados”, explicou.

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O cacique Felisberto Capudunepé, presidente da Coopaibra, destacou a importância dos kits apícolas recebidos, que irão beneficiar os povos Balatiponé/Umutina (Barra do Bugres) e Terena (Peixoto de Azevedo e Matupá). Recentemente a cooperativa adquiriu 8 kits completos para o manejo nos apiários e 48 caixas de abelha.

“Os kits e as caixas irão contribuir para o aumento da produção. Em Barra do Bugres estamos retomando a atividade após os incêndios. Já em Peixoto, a atividade está consolidada, com produtores como o seo Antônio Jorge, que já tem mais de 20 caixas produzindo.”

O cacique destacou a atenção do Governo do Estado às comunidades indígenas. “O apoio da Seaf e da Empaer fortalece nosso desejo produzir. A presença das abelhas melhora a polinização e aumenta a produção. Nosso estado é referência no apoio aos povos indígenas, com equipamentos, capacitação e assistência técnica. Isso ajuda na geração de renda e na superação do assistencialismo, nenhum outro estado fornece a estrutura que temos aqui”, ratificou o cacique Felisberto.

Da assessoria Seaf

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Produção de morango mantém boa aceitação no mercado

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Foto: Seane Lennon

A produção de morango no Rio Grande do Sul apresenta cenário de colheita ativa, estabilidade de preços e atenção ao manejo fitossanitário, conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar na quinta-feira (25).

Na região administrativa de Caxias do Sul, em Nova Petrópolis, a colheita segue com bom fluxo de comercialização. Segundo a Emater/RS-Ascar, “a sanidade da lavoura está adequada, assim como a qualidade dos frutos”, o que tem estimulado produtores a ampliarem as áreas cultivadas e investirem na construção de novas estufas. Mesmo com volumes elevados ofertados ao mercado, os preços pagos ao produtor permanecem estáveis nas Ceasas e nos mercados, variando entre R$ 10,00 e R$ 15,00 por quilo.

Na regional de Lajeado, a cultura permanece em fase de colheita, com frutos aceitos comercialmente. A Emater/RS-Ascar informa que, em áreas com maior umidade, houve aumento na incidência de botritis e manchas foliares, exigindo maior atenção ao manejo. Ainda assim, os preços seguem em patamar mais elevado, entre R$ 20,00 e R$ 25,00 por quilo.

Já na região de Pelotas, as variedades de dias curtos se aproximam do encerramento da colheita, enquanto as de dias neutros continuam em plena produção. De acordo com o levantamento, foram identificados ataques de tripes, ácaros e ocorrência de oídio, levando produtores a adotar medidas específicas de controle. Os preços permanecem estáveis, com leve tendência de recuo em algumas localidades, variando conforme o município, refletindo diferenças regionais de oferta e demanda.

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AGROLINK – Seane Lennon

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Queijos puxam alta de preços no Brasil enquanto leite e arroz recuam

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Foto: Divulgação

 

Os preços dos alimentos apresentaram movimentos distintos em novembro no Brasil. Enquanto os queijos registraram forte alta de 21,2% no preço médio nacional, com aumento em todas as regiões do País, itens essenciais como leite UHT (-4,9%) e arroz (-3,0%) tiveram as quedas mais significativas no mês. Os dados são do estudo “Variações de Preços: Brasil & Regiões”, elaborado pela Neogrid, ecossistema de tecnologia e inteligência de dados para a cadeia de consumo.

O levantamento considera os produtos mais presentes no carrinho de compras do brasileiro e mostra que, além dos queijos, outras categorias também pressionaram o orçamento das famílias em novembro. Legumes (3,1%), sal (3,1%) e óleo (2,5%) figuraram entre as maiores altas no período – este último encareceu em todas as regiões.
Por outro lado, outros itens também registraram redução nos preços médios, como o café em pó e em grãos (-1,5%), açúcar (-1,4%) e ovos (-1,2%), ajudando a conter a inflação dos alimentos no mês.

No cenário macroeconômico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,18% em novembro de 2025, indicando um ambiente de inflação controlada no encerramento do ano. Para Anna Carolina Fercher, líder de Dados Estratégicos na Neogrid, alguns produtos seguem pressionados por fatores como custos de produção, dinâmica de oferta e recomposição de estoques.“Categorias como óleo e queijos, que performaram com elevação de preço em todas as regiões do País em novembro, tendem a levar mais tempo para se estabilizar ou recuar, dependendo da normalização dos estoques e dos custos de matéria-prima”, aponta.

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Maiores altas acumuladas em 2025

No acumulado entre dezembro de 2024 e novembro de 2025, o café em pó e em grãos segue como o item com maior incremento, avançando 42,1% no preço médio nacional. Na sequência aparecem queijos (12,3%), margarina (11,2%), creme dental (10%) e refrigerantes (5,7%).

AGROLINK & ASSESSORIA

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Produção de milho em Mato Grosso deve cair 8% na safra 2025/26, aponta Imea

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Estimativa do instituto é de 51,72 milhões de toneladas, abaixo do recorde da temporada anterior

Atualizado hoje. Mesmo com a demanda aquecida e a valorização dos preços, a produção de milho em Mato Grosso deve registrar recuo na safra 2025/26. De acordo com dados do Projeto CPA-MT, do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a estimativa é de uma produção de 51,72 milhões de toneladas, queda de 8,38% em relação ao recorde alcançado na safra 2024/25.

O estado segue como o maior produtor de milho do Brasil, mas o cenário atual exige maior cautela por parte dos produtores, principalmente diante do aumento dos custos de produção e da normalização da produtividade após um ciclo considerado excepcional.

A expectativa de crescimento da área cultivada foi limitada, sobretudo, pelos custos elevados dos insumos agrícolas, que seguem pressionando o orçamento do produtor rural. Fertilizantes, defensivos e logística continuam entre os principais fatores de impacto.

Apesar da demanda interna consistente — impulsionada pelo avanço do etanol de milho e pela indústria de ração animal — o ambiente econômico tem levado os produtores a adotar uma postura mais conservadora.

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Esse cenário tem inibido decisões mais agressivas de expansão, fazendo com que o setor priorize o controle de custos, a gestão de riscos e a proteção de margens.

A projeção do Imea considera a média das três últimas safras, o que resultou em uma produtividade estimada de 116,61 sacas por hectare. O número representa uma redução de 6,70% em comparação ao ciclo anterior.

Segundo o instituto, o recuo está associado a uma normalização dos rendimentos, após a produtividade excepcional observada na safra 2024/25, considerada fora da curva histórica.

Com isso, o desempenho esperado para 2025/26 reflete um cenário mais próximo da realidade produtiva média do estado.

Comercialização antecipada indica otimismo cauteloso

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Mesmo com a expectativa de menor produção, a comercialização do milho em Mato Grosso segue em ritmo acelerado. Até novembro de 2025, 25,23% da produção estimada para a safra 2025/26 já havia sido negociada.

O volume representa um avanço de 5,69 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ciclo anterior, indicando maior disposição dos produtores em antecipar vendas.Cenário Agro

De acordo com o Imea, essa estratégia é impulsionada, principalmente, pela melhora nas cotações futuras do cereal, o que tem incentivado os produtores a travar preços como forma de proteção diante do cenário de custos elevados.

Cenário exige atenção ao mercado e ao clima

Para os próximos meses, o produtor mato-grossense segue atento não apenas às condições de mercado, mas também ao comportamento climático, que será determinante para a consolidação da produtividade nas lavouras de segunda safra.

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O desempenho final da safra 2025/26 dependerá da combinação entre clima favorável, eficiência no manejo e estratégia comercial, em um contexto de custos ainda elevados e margens pressionadas.

Fonte: CENÁRIOMT

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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