Agricultura
Parceria vai criar as primeiras cultivares híbridas de canola adaptadas ao clima brasileiro

Ao tropicalizar a canola, a cultura é adaptada às condições impostas pelas mudanças climáticas, resultando em materiais mais tolerantes às altas temperaturas e ao déficit hídrico (Foto: Cristiane Vasconcelos)
A Embrapa Agroenergia (DF) e a empresa Advanta Seeds acabam de firmar uma parceria para desenvolver os primeiros híbridos tropicais de canola adaptados às condições ambientais do Brasil. A iniciativa tem potencial para mudar o cenário da cultura no País, abrindo novas oportunidades para produtores rurais, especialmente na segunda safra, e deverá contribuir para suprir a demanda crescente por óleo vegetal e biocombustíveis. A parceria deu início ao projeto BRSCanola, que visa desenvolver cultivares híbridas de alto desempenho agronômico, com resistência a doenças, tolerância a herbicidas e adaptação ao clima e aos solos tropicais da região Centro-Sul do País.
A canola, planta da família das crucíferas, como o repolho e a couve, do gênero Brassica, já tem espaço nas lavouras brasileiras, sobretudo do Sul do País, contudo, elas usam sementes vindas, principalmente, da Austrália. O projeto tem duração de dois anos e une resultados de dois projetos em andamento também voltados para a produção sustentável de canola no Brasil. “São esforços em Pesquisa e Desenvolvimento e em Inovação que se complementam para aprimoramento e consolidação da cadeia produtiva da canola no Brasil para a produção de biocombustíveis”, destaca o pesquisador da Embrapa Bruno Laviola, que coordena o BRSCanola.
Laviola conta que a canola tem um papel estratégico na diversificação das culturas e na produção sustentável de óleo vegetal no Brasil. “Com essa parceria, vamos unir o conhecimento acumulado da Embrapa em melhoramento genético para o Cerrado com a expertise global da Advanta com suas linhagens elites, para geração de cultivares híbridas adaptadas ao nosso ambiente tropical”, declara o cientista.
Para ele, há grande espaço para ganho de produtividade e redução da dependência externa na importação de sementes, uma vez que não existem hoje cultivares comerciais de canola desenvolvidas no Brasil. Todas são importadas de outros países, principalmente da Austrália. Além disso, ao tropicalizar a canola, a cultura é adaptada às condições impostas pelas mudanças climáticas, resultando em materiais mais tolerantes às altas temperaturas e ao déficit hídrico.
Cruzamento de linhagens brasileiras e australianas

Por isso mesmo, o projeto parte do cruzamento de linhagens desenvolvidas pela Embrapa com as da Advanta originárias da Austrália. Serão geradas e avaliadas dezenas de combinações híbridas, com testes em campo e em casa de vegetação, incluindo avaliações de tolerância ao estresse hídrico, qualidade dos grãos e resistência às principais doenças da cultura, como canela preta, mofo branco e mancha de Alternaria. A Advanta participa com o fornecimento de materiais genéticos desenvolvidos ao longo de 40 anos de melhoramento genético tradicional.
O projeto é uma iniciativa pioneira para o mercado brasileiro, visto que a ausência de híbridos adaptados às condições tropicais tem sido uma das principais barreiras para a expansão da cultura e, principalmente, para o aumento da média de produtividade de grãos. Para Ana Luiza Scavone de Camargo, líder de Desenvolvimento de Novos Negócios nas Américas da Advanta, essa parceria é uma oportunidade valiosa que use o melhor do conhecimento científico existente entre as duas instituições. “Isso permitirá acelerar o desenvolvimento de materiais genéticos mais resilientes e produtivos, fundamentais para o avanço da cadeia produtiva”, prevê a executiva. A parceria conta também com a Fundação Arthur Bernardes (Funarbe) para apoio administrativo e financeiro à execução das atividades.
O potencial agroenergético do Brasil
“Acreditamos que o desenvolvimento de híbridos tropicais de canola poderá posicionar o Brasil como um player de destaque na bioeconomia global. Estamos promovendo ciência aplicada com foco em resultados concretos para o produtor, para o setor alimentício e para o mercado de biocombustíveis”, conclui Laviola.
A área plantada de canola no Brasil chegou a 40 mil hectares em 2021, dando um salto para 250 mil ha em 2024. A perspectiva é alcançar cerca de 350 mil ha em 2026. Com as políticas públicas voltadas para a produção e adoção de biocombustível no País, com destaque para o Biodiesel, SAF e Diesel Renovável, essa produção precisa de aperfeiçoamento técnico para aumento de produtividade além do aumento da área cultivada. Consolidando um sistema de produção sustentável para a canola.
Potencial de expansão na segunda safra da canola
A canola vem se consolidando como uma opção estratégica para a rotação de culturas na segunda safra, especialmente nas regiões do Cerrado, onde há crescente demanda por alternativas ao milho safrinha. Com ciclo relativamente curto, boa adaptação a temperaturas amenas e capacidade de agregar valor ao sistema produtivo, a canola pode ser cultivada logo após a colheita da soja, otimizando o uso da terra e promovendo sustentabilidade ao sistema agrícola.
“O cultivo da canola como segunda safra pode se tornar um vetor de transformação para o agronegócio brasileiro. Estamos falando de uma cultura que melhora a estrutura do solo, quebra ciclos de pragas e doenças e ainda gera grãos com alto valor para a indústria de alimentos e de biocombustíveis”, reforça Laviola.
No Brasil, a canola tem potencial para ocupar até 20% da área de segunda safra cultivada com soja, o que possibilita expandir sua produção sem a necessidade de incorporar novas áreas à agricultura. Isso é um diferencial do País.
Estudos conduzidos pela Embrapa Agroenergia indicam que áreas hoje subutilizadas durante o outono/inverno no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil têm grande potencial para o cultivo da canola. A expectativa é que, com a oferta de híbridos tropicais mais produtivos e adaptados, a área plantada no País possa crescer significativamente nos próximos anos, ampliando e diversificando a oferta de óleo vegetal para produção de Biodiesel, Diesel Renovável e SAF (sigla em inglês para combustível sustentável de aviação).
Projetos integrados
No projeto SAFCanola, voltado ao uso da espécie como matéria-prima de combustível sustentável de aviação, foram selecionadas linhagens adaptadas ao clima tropical, com produtividade semelhante a híbridos comerciais. As dez linhagens mais produtivas identificadas neste estudo, serviram de base para o início dos testes do projeto BRSCanola.
Quando a canola é cultivada durante o outono/inverno na região Sul do Brasil, há, em geral, disponibilidade hídrica ao longo de quase todo o ciclo da cultura. Por outro lado, no Cerrado, onde a canola é utilizada como alternativa de segunda safra, a disponibilidade de água limita-se, geralmente, à primeira metade do ciclo, impondo desafios à adaptação dos sistemas produtivos. Para contornar essa limitação, têm sido desenvolvidas estratégias no projeto SAFCanola que envolvem a otimização da adubação nitrogenada, associada ao uso de bioinsumos à base de microrganismos com funcionalidades específicas, como a mitigação do estresse hídrico e a promoção da fixação biológica de nitrogênio. Esses experimentos também visam ao desenvolvimento de sistemas de produção mais sustentáveis, com menor emissão de carbono.
Já o RedeCanola – Desenvolvimento da cadeia produtiva da canola em regiões tropicais: cultivares, sistema de cultivo, zoneamento de risco climático e sustentabilidade, um terceiro projeto com a variedade, também liderado por Laviola, busca transformar dados em conhecimento. O projeto objetiva o desenvolvimento da cadeia produtiva da canola em regiões tropicais com foco na validação de cultivares, sistemas de cultivo, manejo agrícola, zoneamento agrícola de risco climático e métricas de sustentabilidade.
O projeto realizou teste em Unidade de Referência Tecnológica (URTs) em Mato Grosso, avaliando sistemas de manejo para o cultivo da canola em regiões tropicais; ciclo de vida da planta em plantios comerciais; impacto econômico-social-ambiental da adoção do sistema de cultivo tropicalizado; gerando dados para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático – Zarc Canola 3.0 (novas regiões), além de capacitar agricultores por meio de ferramentas geradas pela pesquisa: o curso on-line (e-Campo), Produção Sustentável de Canola, e o App Mais Canola.
Outra ação do projeto avaliou 18 híbridos de canola em 14 municípios em sete estados do Brasil e gerou dados que serão também utilizados para as pesquisas do projeto. Com essa ação, será possível uma ampla compreensão da interação das cultivares com os ambientes de cultivo, além de fornecer dados para o ZARC Canola.
“Com todos esses projetos desenvolvidos em parceria com o setor produtivo, queremos fazer da canola mais um caso de sucesso de tropicalização de cultivos no Brasil, consolidando cada vez o país como referência em agricultura tropical no mundo”, finaliza Laviola.
Fonte: Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Canal Rural estreia novo projeto com Aurora Coop e Sebrae-SC

Com uma temática que vai retratar os desafios e oportunidades do agronegócio do estado, o Canal Rural estreia um novo projeto em Santa Catarina. Em uma parceria estratégica com a Aurora Coop e o Sebrae catarinense, o Momento Agro vai pautar temas de interesse de dentro e fora da porteira, do produtor e do consumidor. A considerar a participação do agro no Produto Interno Bruto (PIB) do estado, próximo de 30%, um projeto de interesse amplo da sociedade organizada, do público e do privado.
O projeto será realizado por meio de drops de conteúdos, exibidos nos intervalos dos telejornais e principais programas da grade de programação do Canal Rural. Ao longo de seis meses serão produzidas e exibidas reportagens no formato de entrevistas de estúdio e matérias com captações externas a campo, em especial no Oeste de Santa Catarina. Entre as fontes de informação, lideranças e dirigentes do setor, produtores rurais, técnicos e profissionais do sistema cooperativo e do Sebrae.
Entre os grandes temas que serão abordados, competitividade nas propriedades rurais, gestão de negócios, sucessão familiar, inclusão de jovens e mulheres, mercado, inovação e sustentabilidade. Para 2026 também está previsto a realização de um fórum para discutir as temáticas tratadas durante o projeto, com transmissão ao vivo pelo Canal Rural para todo o Brasil.
A iniciativa tem como objetivo levar informação e conteúdo, capaz de mobilizar, conscientizar e auxiliar a cadeia produtiva a ser mais eficiente e competitiva. Todos os materiais terão exibição inédita no Canal Rural, com reprises na programação durante 30 dias. As reportagens também serão listadas em uma playlist no Youtube do Canal Rural podendo ser acessados a qualquer hora e de qualquer lugar, proporcionado ampla audiência multiplataforma: TV e Digital.
O material inédito na TV será exibido sempre na primeira segunda-feira de cada mês, entre outubro/25 e março/26. O primeiro vai ao na próxima segunda, 06/outubro.
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Agricultura
Morre Rubenildo Cláudio Batista Rodrigues, técnico e jurado da ABCZ

Rubenildo Cláudio Batista Rodrigues, Técnico de Registro e jurado efetivo da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), faleceu neste domingo (28).
Reconhecido por sua dedicação à pecuária, Rubenildo tinha uma carreira marcada pelo compromisso com a orientação e incentivo aos criadores, além do respeito e cuidado com os animais.
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Ao longo de sua trajetória, ele se destacou pelo conhecimento técnico e pela generosidade, contribuindo para o fortalecimento da criação de zebu no Brasil. Sua atuação envolvia a fiscalização e o registro de animais, participação em julgamentos e apoio aos produtores em diversas regiões do país.
A ABCZ divulgou uma nota lamentando o falecimento e agradecendo por tudo o que Rubenildo fez em prol da entidade e do desenvolvimento das raças zebuínas no Brasil.
“Hoje nos despedimos de nosso grande amigo Rubenildo. Neste momento faltam palavras para aliviar a dor, mas vamos nos apegar às ótimas lembranças de um companheiro alegre, cheio de vida, que gostava de cantar e trazia alegria a todos”, afirmou o Vice-Presidente da ABCZ, Arnaldo Manuel de Souza Machado Borges.
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Agricultura
Semana agitada, mas negativa para a soja; Argentina entra no ‘game’ e EUA avançam na colheita

O mercado brasileiro de soja encerrou a semana em baixa. Os negócios permaneceram escassos e os preços recuaram tanto no interior quanto nos portos, acompanhando a sinalização da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT).
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A valorização do dólar, que seguiu na faixa de R$ 5,30 a R$ 5,35, não foi suficiente para estimular novas vendas por parte dos produtores.
Preços de soja
- Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos caiu de R$ 134,00 para R$ 130,00
- Em Cascavel (PR), a cotação recuou de R$ 134,50 para R$ 130,00
- Em Rondonópolis (MT), o preço passou de R$ 127,00 para R$ 126,00
- No Porto de Paranaguá (PR), houve queda de R$ 2,50, com a saca sendo negociada a R$ 136,00
Chicago pressionada
Na CBOT, os contratos de novembro perderam 1,37% na semana, ficando em torno de US$ 10,11 ½ por bushel na manhã de sexta-feira (26). A colheita avança sem contratempos nos Estados Unidos, consolidando a expectativa de uma safra cheia em um mercado já bem ofertado.
Esse cenário encontra ainda a demanda estagnada da China pela soja americana, já que os asiáticos seguem priorizando a compra do produto sul-americano.
Argentina entra no cenário da soja
Um fator adicional veio da Argentina. O governo local retirou temporariamente as retenções à soja para atrair divisas, atingindo a meta de ingresso de dólares em apenas três dias. Com isso, a taxa de exportação foi retomada.
A medida, no entanto, mexeu com o mercado internacional: estima-se que os chineses tenham programado a compra de pelo menos 40 cargas de soja argentina. Esse movimento ajudou a pressionar ainda mais as cotações em Chicago, refletindo também no Brasil.
Câmbio com efeito limitado
A valorização do dólar, que fechou a semana a R$ 5,36, alta de 0,7%, ajudou a atenuar parte da queda nas cotações, mas não trouxe grandes volumes de negociação ao mercado interno.
Estoques trimestrais nos EUA
No radar dos agentes de mercado, está o relatório trimestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na terça-feira (30), às 13h.
Analistas projetam estoques norte-americanos de soja em 322 milhões de bushels na posição de 1º de setembro, abaixo dos 342 milhões registrados em igual período de 2024.
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