Agricultura
Novo sorgo granífero supera 6 toneladas por hectare e chega ao mercado com alta produtividade

Divulgação
A Embrapa Milho e Sorgo (MG) e a empresa Latina Seeds lançam no mercado o híbrido de sorgo granífero BRS 3002, sob o nome comercial de LAS3004G. Essa nova cultivar se destaca por sua precocidade e estabilidade de produção em plantios na segunda safra, o que proporciona mais segurança ao produtor. Além disso, apresenta potencial de produtividade maior do que seis toneladas por hectare, superior à média nacional de produção por hectare.
O novo sorgo é indicado para as regiões já consolidadas no cultivo dessa cultura, como Centro Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí) e Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo).
Lançamento
O sorgo BRS 3002, nome comercial LAS3004G, será lançado no dia 5 de maio de 2025, às 13h30, durante a 16ª Semana de Integração Tecnológica (SIT). O evento faz parte da Jornada pelo Clima, iniciativa da Embrapa que visa promover a ciência e as práticas sustentáveis no ano em que o Brasil sedia a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro, em Belém (PA).
Com o tema “Oportunidades e desafios para a expansão da agropecuária sustentável”, a SIT acontece de 5 a 9 de maio em Sete Lagoas, Minas Gerais, e reúne entidades com o intuito de impulsionar o desenvolvimento rural sustentável.
“Além do nível de rendimento, que garante a sua competitividade no mercado, o BRS 3002 (LAS3004G), apresenta boa sanidade em relação às doenças antracnose, helmiltosporiose e cercosporiose”, pontua o pesquisador Cícero Menezes. O uso de cultivares mais resistentes é o meio mais eficiente de controle de doenças, uma vez que alia vantagens, por ser econômico e seletivo e não deixar resíduos nocivos ao ambiente e ao produto. Dessa forma contribui para a sustentabilidade da produção.
Menezes ressalta ainda a altura média da planta, que é de 130 centímetros, e a coloração vermelha dos grãos.
Produção comercial
A Embrapa e a Latina Seeds já são parceiras em várias frentes de atuação voltadas ao desenvolvimento de novos produtos para o mercado agrícola. O lançamento da nova cultivar de sorgo é mais um resultado nesse sentido. De acordo com o sócio-proprietário da Latina Seeds, Willian Sawa, “o híbrido de sorgo granífero visa atender a um mercado que busca estabilidade e segurança em sua produção. O sorgo por si só já é valente frente às adversidades de clima e pragas, mas esse híbrido, em especial, tem características que o produtor procura no que se refere à precocidade e à estabilidade produtiva”, enfatiza.
Sawa afirma que, tradicionalmente, os sorgos graníferos vêm sendo utilizados pela indústria de ração, mas com essa nova cultivar, uma nova frente se abre com a utilização do grão de sorgo para a produção de etanol e DDG (Dried Distillers Grains) e WDG (Wet Distillers Grains), que são coprodutos da produção desse biocombustível, obtidos a partir da fermentação de grãos. “Esse novo nicho ganha força em regiões onde o milho tem uma janela limitada de plantio, como nos estados de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Tocantins, Bahia, Alagoas e Sergipe. Considerando a precocidade e a estabilidade da BRS 3002 (LAS3004G), a expectativa é que tenha boa aceitabilidade”, complementa.
Sawa informa ainda que foram estabelecidas áreas pré-comerciais desse híbrido do Rio Grande do Sul ao Maranhão e de Rondônia ao Alagoas, e os resultados comprovam sua ampla adaptabilidade e estabilidade.
“A BRS3002 (LAS3004G) será comercializada em embalagens de 500 mil sementes. A recomendação por hectare é de 200 a 220 mil sementes, dependendo da região, época e investimento, ou seja, com uma saca será possível plantar de 2,27 a 2,5 hectares”, explica Sawa. As sementes chegarão ao setor produtivo após receberem um Tratamento de Sementes Industrial (TSI), um processo que as protege antes do plantio, incluindo o antídoto para aplicação do herbicida S-Metalacloro. “Isso significa que estaremos oferecendo ao mercado materiais com genética de alto potencial, associada às melhores tecnologias disponíveis no mercado”, diz.
O produtor e parceiro da Latina Seeds Darlan Niedermeyer, sediado em Palotina no Paraná, e que além de produtor nos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, também atua como consultor na região, relata suas experiências com o BRS3002 (LAS3004G) nessas últimas safras.
“O que eu mais gostei na cultivar é a precocidade e a estabilidade. É um material de ciclo precoce para a nossa região, com 120 dias para o ponto de colheita. Conseguimos colher uma área plantada, com esse tempo. Vimos que ele não apresentou manchas e aguentou bem a seca no Oeste do Paraná e no Sul do Mato Grosso do Sul. O híbrido se comportou bem nas primeiras áreas vizinhas, possibilitando uma colheita de 100 sacas por hectare. Isso mostra que tem potencial e adaptabilidade para as áreas diversas. Quanto à sanidade, aparentemente, parece bem robusta”, relata Niedermeyer.
O consultor Paulo Ferreira, de Naviraí (MS), ficou admirado com a recuperação desse sorgo após passar por um período de estresse abiótico. “É um material que mesmo em situações extremas entrega seu potencial produtivo e adapta-se muito ao clima e ao tipo de solo que temos. Passamos por um calor intenso e o material está bonito e verde. Mesmo com a estiagem entregou acima de 50 sacos por hectare”, diz Ferreira.
Sorgo no Brasil e no mundo
O sorgo é o quinto cereal mais plantado no mundo, após o milho, o trigo, o arroz e a cevada. Nos últimos anos, a cultura vem se expandindo no Brasil, colocando o País entre os cinco maiores produtores do grão do mundo. “Essa expansão nas últimas safras, principalmente na safrinha, se deve principalmente a dois fatores: a demanda de mercado de bioetanol e ração, e as instabilidades climáticas da segunda safra. O sorgo é mais tolerante à seca, e possui maior janela de plantio no cultivo da segunda safra”, considera o engenheiro agrônomo da Embrapa Frederico Botelho.
Nas últimas safras, a área nacional de sorgo aumentou consideravelmente, saindo de 864,6 mil hectares na safra 2020/21 para 1,46 milhão de hectares na safra 2023/24, com crescimento em áreas já consolidadas como Goiás e Minas Gerais, e com incremento em novas regiões pouco tradicionais para a cultura como Matopiba, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, e Paraná.
O sorgo apresenta diversos usos, sendo mais utilizado no Brasil para a alimentação animal, podendo substituir o milho em 100% nas rações de aves, suínos e bovinos, mas também tem expandido seu uso na alimentação humana, na geração de bioenergia e biocombustível.
Lançamento e Jornada pelo Clima: rumo à COP30
O novo híbrido de sorgo granífero é uma tecnologia que impulsiona a produção de grãos, com qualidade, em regiões com restrições hídricas, o que é uma característica importante da cultura do sorgo. Além disso, sua resistência às principais doenças contribui para o seu potencial produtivo.
Por isso, o lançamento da cultivar acontece durante a 16ª Semana de Integração Tecnológica (SIT), evento que integra o calendário oficial da Embrapa de ações na Jornada pelo Clima da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30).
A Semana de Integração Tecnológica é uma realização da Embrapa Milho e Sorgo, em parceria com o Sistema Faemg (Faemg, Senar, Inaes e Sindicatos), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ). O evento tem apoio de unidades da Embrapa de outras regiões do Brasil, empresas privadas, cooperativas e fundações.
A SIT é uma grande oportunidade para atualização de conhecimentos, troca de experiências, estabelecimento de negociações e parcerias.
A chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, Sara Rios, destaca que o híbrido de sorgo BRS 3002 traz uma grande vantagem competitiva como genética brasileira de ampla adaptação (Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste), além da precocidade da cultivar, o que é muito relevante para as janelas curtas de cultivo em segunda safra, considerando as especificidades, desafios e também oportunidades no sistema brasileiro de produção de grãos.
O híbrido foi desenvolvido em uma parceria de inovação aberta com a empresa Latina Seeds, permitindo a disponibilização comercial de uma nova cultivar para os produtores de sorgo granífero, com ganhos de produtividade. “O lançamento na SIT integra uma programação estratégica para o Brasil e para o mundo, com visibilidade como evento pré-COP30 na Jornada pelo Clima, além de uma programação técnica no dia 8 de maio, dedicada à cultura do sorgo, com o tema “Oportunidades para a produção de sorgo no Brasil: alimentos, alimentação e energia na nova matriz de produção nacional”.
Fonte: Assessoria/Sandra Brito
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Demanda sazonal pressiona mercado global de fertilizantes

As vendas de ureia ao consumidor final na Índia avançam – Foto: Canva
O mercado global de fertilizantes atravessa um período de forte movimentação, marcado por picos sazonais de consumo e por estratégias governamentais voltadas à segurança de suprimento. Segundo a AMR Business Intelligence, a demanda elevada em um dos principais mercados consumidores tem alterado o ritmo de vendas, estoques e decisões de importação, ao mesmo tempo em que acordos internacionais ganham peso no planejamento de médio prazo.
As vendas de ureia ao consumidor final na Índia avançam para alcançar quase 6 milhões de toneladas em dezembro, volume que pode configurar um novo recorde mensal, impulsionado pela demanda típica da safra de inverno, conhecida como rabi. O ritmo acelerado de escoamento reduziu os estoques domésticos de 7,1 milhões para 6,3 milhões de toneladas em apenas duas semanas. Esse movimento levou a estatal NFL a antecipar uma licitação de importação para a compra de 1,5 milhão de toneladas, com encerramento previsto para 2 de janeiro. No acumulado do ano, o país, que figura como o maior importador global do insumo, já adquiriu 9,23 milhões de toneladas por meio de leilões internacionais.
Paralelamente, a política externa indiana reforça o papel estratégico dos fertilizantes. O primeiro-ministro Narendra Modi propôs dobrar o fluxo comercial bilateral com a Jordânia para US$ 5 bilhões em cinco anos, colocando o setor como um dos eixos centrais da cooperação, ao lado de energia e defesa. Em encontros de alto nível que contaram com a participação do rei Abdullah II, foram discutidos investimentos na indústria jordaniana para garantir o fornecimento estável de fosfatados à Índia. A iniciativa busca reduzir riscos de oferta em períodos de pico das safras e consolidar um corredor econômico entre o Sul da Ásia e o Oriente Médio.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Mercado de trigo entra em fase de ajuste no Sul

No Paraná, o cenário também é de paralisação – Foto: Canva
O mercado de trigo no Sul do país atravessa um período de baixa liquidez, pressão sobre preços e cautela generalizada dos agentes, após dois anos marcados por fortes oscilações. De acordo com a TF Agroeconômica, o comportamento observado em 2024 e 2025 reflete um esgotamento do ciclo de alta e a entrada em uma fase de ajuste estrutural, com efeitos distintos entre os estados produtores.
No Rio Grande do Sul, as negociações seguem praticamente suspensas, com expectativa de paralisações temporárias em moinhos para limpeza e férias coletivas. Estima-se que cerca de 1,55 milhão de toneladas da safra nova já tenham sido comercializadas, o equivalente a pouco mais de 40% da produção. Os preços do trigo para moagem giram entre R$ 1.100 e R$ 1.150 por tonelada no mercado local, enquanto no porto os valores ficam próximos de R$ 1.180 para dezembro e R$ 1.190 para janeiro. O trigo destinado à ração apresenta cotações ligeiramente superiores, e o mercado é descrito como confortável do lado da indústria, com pouca urgência de compra.
A análise dos últimos dois anos mostra que os preços no estado atingiram picos relevantes em meados de 2024 e no primeiro quadrimestre de 2025, superando R$ 1.450 por tonelada, antes de entrarem em uma trajetória de queda acentuada. No encerramento de 2025, as cotações recuaram para níveis próximos de R$ 1.030 a R$ 1.050, os menores do período. A combinação de boa oferta interna, qualidade inferior do grão, entrada concentrada da safra, concorrência do trigo importado e demanda cautelosa dos moinhos contribuiu para a perda de sustentação dos preços.
Em Santa Catarina, o mercado permanece travado, com moinhos apenas recebendo lotes já adquiridos e expectativa de parada quase total até o início do próximo ano. O estado ainda não concluiu a colheita, e há um descompasso entre vendedores, que mantêm ideias ao redor de R$ 1.200 FOB, e compradores, que se mantêm ausentes.
No Paraná, o cenário também é de paralisação, com preços nominais ao redor de R$ 1.250 por tonelada CIF no norte do estado. Após picos acima de R$ 1.550 em 2024 e no início de 2025, o mercado entrou em tendência baixista, encerrando o último ano na faixa de R$ 1.180 a R$ 1.200, pressionado pela oferta interna, importações competitivas e resistência dos moinhos a preços mais elevados.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agricultura
Entregas de fertilizantes avançam no mercado brasileiro

A produção nacional de fertilizantes intermediários também apresentou avanço – Foto: Divulgação
O mercado brasileiro de fertilizantes apresentou crescimento consistente ao longo de 2025, refletindo maior demanda do setor agropecuário e avanço no volume de entregas ao produtor. Dados divulgados pela Associação Nacional para a Difusão de Adubos (ANDA) indicam que o desempenho positivo foi observado tanto no resultado mensal quanto no acumulado do ano.
Em setembro de 2025, as entregas ao mercado somaram 5,38 milhões de toneladas, volume 11,3% superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior. No acumulado de janeiro a setembro, o total entregue chegou a 35,86 milhões de toneladas, alta de 9,3% em comparação com igual período de 2024, quando foram contabilizadas 32,80 milhões de toneladas.
Mato Grosso manteve a liderança no consumo nacional de fertilizantes, concentrando 22,5% do total entregue no país, o equivalente a 8,08 milhões de toneladas. Na sequência apareceram Paraná, com 4,51 milhões de toneladas, São Paulo, com 3,74 milhões, Rio Grande do Sul, com 3,54 milhões, Goiás, com 3,53 milhões, Minas Gerais, com 3,22 milhões, e Bahia, com 2,43 milhões de toneladas.
A produção nacional de fertilizantes intermediários também apresentou avanço. Em setembro de 2025, o volume produzido alcançou 713 mil toneladas, crescimento de 6,3% frente ao mesmo mês de 2024. No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a produção totalizou 5,57 milhões de toneladas, aumento de 6,6% em relação às 5,23 milhões de toneladas registradas no mesmo intervalo do ano anterior.
As importações somaram 3,91 milhões de toneladas em setembro de 2025, redução de 7,4% na comparação anual. De janeiro a setembro, porém, o volume importado atingiu 31,49 milhões de toneladas, expansão de 8,4% frente às 29,05 milhões de toneladas de 2024. O Porto de Paranaguá consolidou-se como principal porta de entrada do insumo, com oito milhões de toneladas importadas no período, o que representou 25,5% do total desembarcado nos portos brasileiros.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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