Economia
Embrapa e setor privado se juntam para consolidar agro sustentável no Brasil

Participantes do painel 1: o que é o agro de baixo carbono (Foto: Arquivo Reset)
Lançada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a plataforma Agro Brasil + Sustentável (AB+S) tem despertado atenção do setor privado e da comunidade científica como uma ferramenta promissora para consolidar o Brasil como vitrine global da produção agropecuária sustentável. Para Paula Packer, chefe-geral da Embrapa Meio Ambiente, a plataforma tem o potencial de aproximar o que é feito nas fazendas do conhecimento gerado na academia — um elo ainda frágil, mas essencial para enfrentar os desafios climáticos globais.
“O Brasil precisa ajustar a conexão entre a fazenda e o que é feito na academia. A plataforma pode ser uma forma disso ser feito”, afirmou Packer durante o evento “Futuro Regenerativo: O Agro como Solução Climática”, promovido pelo Reset em 10 de abril. “É o momento de sentarmos, olharmos tudo que está sendo feito no país, dos cálculos às métricas. Elas não são jabuticabas, são aceitas internacionalmente, e servem para que o produtor quebre barreiras impostas ao Brasil.”
Sobre o futuro regenerativo, houve várias discussões sobre as soluções desenhadas, explica a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente. “A Plataforma Agro Brasil mais Sustentável surge como uma iniciativa estratégica para integrar e dar visibilidade às ações sustentáveis do agronegócio brasileiro, conectando produtores, empresas, instituições de pesquisa e políticas públicas”, acredita Packer.
“Nesse contexto”, disse ela, “o Plano ABC+ (2020-2030) se destaca como um dos pilares centrais da plataforma, ao promover tecnologias e práticas de baixa emissão de carbono na agricultura. Com foco em mitigação e adaptação às mudanças do clima, o plano fortalece a resiliência dos sistemas produtivos e a recuperação de áreas degradadas, contribuindo para a segurança alimentar, a conservação ambiental e o cumprimento dos compromissos climáticos do Brasil”.
Criada com o objetivo de consolidar e dar visibilidade a boas práticas ambientais já adotadas por muitos produtores rurais, a AB+S começa a ser vista como uma ponte entre o campo e os mercados mais exigentes — inclusive no acesso a crédito com juros reduzidos. Propriedades que demonstram práticas sustentáveis, como o uso de fixação biológica do nitrogênio e manejo de gado com menor pegada de carbono, já podem, por exemplo, pleitear redução de 0,5% na taxa de juros no crédito de custeio do Plano Safra.
Segundo Ketlin Sfair, gerente do Banco do Brasil, o maior financiador do setor, é fundamental que bancos tenham dados confiáveis para validar a adoção dessas práticas, o que só é possível com tecnologia e monitoramento eficiente — exatamente o que a AB+S propõe.
A plataforma é gratuita, voluntária e voltada diretamente ao produtor rural, integrando dados de diversos órgãos públicos e também do setor privado. Atualmente, já reúne informações do Cadastro Ambiental Rural (CAR), Ibama, ICMBio, Prodes, entre outros, formando um painel socioambiental do estabelecimento rural.
De acordo com Lara Souza, coordenadora da iniciativa no Mapa, a proposta é evoluir para um repositório único de práticas sustentáveis, reconhecido também internacionalmente. “É uma grande vitrine da produção agropecuária nacional”, diz Souza. “Empresas de certificação, operadores e comercializadores podem ser leitores e também fornecedores de dados da plataforma. Assim, conseguimos alinhar os incentivos e dar segurança a quem financia ou consome o agro brasileiro”.
Além de ajudar na capitalização de práticas sustentáveis no Brasil, a plataforma avança para atender exigências globais como a nova legislação da União Europeia para produtos livres de desmatamento, a EUDR. A expectativa é que ainda neste semestre a AB+S disponibilize funcionalidades para que produtores de soja, carne bovina, café e outras culturas reguladas pela EUDR consigam comprovar conformidade ambiental exigida pelo bloco europeu. Soluções similares para os mercados dos Estados Unidos e China também estão sendo desenvolvidas.
No entanto, como destacou a pesquisadora Paula Packer, esse reconhecimento depende da harmonização de metodologias e métricas já existentes no país — muitas delas, validadas pela ciência brasileira, mas ainda pouco integradas às ferramentas de gestão da produção agropecuária. “Temos métodos aceitos lá fora. Falta consolidar isso num sistema que funcione para todos: do pequeno produtor ao exportador.”
O avanço da plataforma também passa por desafios técnicos, como a adequação das medições de carbono ao clima tropical. Segundo Carlos Cerri, diretor da CCarbon da USP, os métodos atuais foram desenvolvidos para climas temperados e analisam apenas os 30 cm superiores do solo. No Brasil, para medir corretamente a quantidade de carbono estocado, seria necessário estender essa profundidade para até um metro.
“Ainda não encontramos um meio termo entre simplificar as avaliações e manter a qualidade da informação”, afirmou Cerri. A busca por soluções mais acessíveis e precisas está no radar da equipe técnica da plataforma, que trabalha com apoio de diferentes ministérios e instituições de pesquisa.
Apesar de ainda estar em fase inicial, a AB+S já representa um passo estratégico rumo a um agro mais transparente, rastreável e valorizado. Para Paula Packer, a iniciativa pode ajudar o Brasil a superar barreiras comerciais e reforçar sua posição como protagonista global na agenda climática e sustentável.
“É hora de parar, olhar tudo que já temos feito e integrar esforços. O produtor rural brasileiro já contribui muito para a sustentabilidade – falta mostrar isso ao mundo, com base científica e reconhecimento justo”, destaca Paker.
Fonte: Assessoria
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Créditos de ICMS podem virar capital de giro para produtores rurais

Imagem: Freepik
Em São Paulo, a Portaria CAT 153/2011 regulamenta a utilização de créditos acumulados de ICMS por produtores rurais e agroindústrias. O mecanismo autoriza a conversão desses valores em recursos financeiros para uso imediato, sem necessidade de recorrer a financiamentos.
O crédito de ICMS é gerado em operações em que há diferença entre o imposto pago na compra de insumos e o devido na venda de produtos. No caso do setor agropecuário, isso ocorre com frequência em transações interestaduais ou isentas, quando o saldo credor se acumula no livro fiscal. Para transformar esse valor em capital de giro, o produtor deve solicitar autorização formal à Secretaria da Fazenda do Estado, por meio do sistema eletrônico e-CredRural.
O processo exige credenciamento prévio no sistema e apresentação de documentação comprobatória, incluindo notas fiscais, registros de produção e demonstrativos contábeis. A habilitação pode abranger créditos gerados mensalmente ou valores extemporâneos acumulados nos últimos cinco anos, desde que devidamente comprovados. Após análise e deferimento, o montante é liberado para transferência ou utilização autorizada, conforme as regras da portaria.
Além de produtores rurais, estabelecimentos agroindustriais enquadrados na legislação estadual também podem requerer o benefício. A utilização correta dos créditos depende do cumprimento rigoroso dos critérios fiscais e prazos estabelecidos, sob pena de indeferimento do pedido.
COMO TER ACESSO:
O procedimento para solicitação de créditos acumulados de ICMS podem ser obtidas no portal da Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo: CLIQUE AQUI.
Também é possível o atendimento presencial nas Delegacias Regionais Tributárias, mediante agendamento eletrônico.
(Com Pensar Agro)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Rotas gastronômicas: preservando sabores e saberes tradicionais

Foto: Comunicação do Sistema Faesp/Senar-SP
As rotas gastronômicas de São Paulo são um convite à imersão nos saberes e sabores do interior paulista, valorizando a diversidade cultural e a riqueza produtiva das regiões rurais. Ao percorrer caminhos que unem pequenos produtores, cozinhas tradicionais, agroindústrias familiares e chefs locais, o visitante experimenta uma culinária autêntica, marcada por ingredientes frescos, receitas centenárias e técnicas passadas entre gerações ou aprendidas em cursos que valorizam a cozinha regional. Essas rotas reforçam o vínculo entre campo e mesa, promovem o turismo sustentável e fortalecem a identidade das comunidades, ao mesmo tempo em que estimulam a economia local e preservam o patrimônio alimentar paulista.Convidada a participar da 12ª Rota, Maria Dalma Silva Ramos, de Capão Bonito, reitera que os cerca de 20 cursos que fez no Senar-SP foram fundamentais para o sucesso do empreendimento, desde o projeto até a implementação e a definição do público a ser atingido. O Peabiru Portal Turístico oferece mais que um alimento de qualidade, mas o acolhimento das antigas casas de avós, com fogão a lenha e mesa farta aos finais de semana e feriados, assim como pratos a la carte e executivos diariamente, sempre tendo como foco a culinária tradicional paulista.
“Empreender na área gastronômica sempre foi um sonho. Entendemos que as pessoas precisam desse reencontro com o simples, como a comida afetiva das mães e avós. Essa é a nossa proposta e vemos a alegria dos nossos clientes ao perceber o resgate dessa tradição culinária que ele achava que estava perdida no tempo. Comida simples, saborosa e que traz boas recordações”, frisou Maria Dalma, que compra dos produtores da região os legumes, folhagens e grãos utilizados no dia a dia.
O diferencial do restaurante também passa pelo aprendizado nos cursos. Durante muitos anos, morando em uma região sem energia elétrica, ela via os pais colocarem carnes e embutidos na fumaça do fogão, o conhecido “fumeiro”, para a conservação. Com as novas técnicas, ela especializou-se em defumação e tem como carro-chefe o filé mignon suíno e o frango defumados, servidos como entrada e prato principal, respectivamente, em eventos gastronômicos que participa.
Para a instrutora do Senar-SP Fanny Paulina Kuhnle, o programa de turismo rural é muito importante para os municípios e a população em geral, porque ele vem crescendo, valorizando esses saberes e automaticamente os sabores das regiões. Pela colonização, o estado de São Paulo é fantástico, com a diversidade na formação de seu povo.
“O saber dos portugueses, o saber dos negros, o saber do povo que aqui estava, todos eles vêm com uma tradição lá atrás. O português, principalmente, a miscigenação desse povo. O que me segura no Senar é essa vontade de estimular, de fomentar essa preservação dos nossos antepassados. e que os jovens estão perdendo através da tecnologia de alimentos, através da industrialização”, explicou Fanny.
O presidente do Sistema Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp)/Senar, Tirso Meirelles, é um entusiasta dos projetos que incentivam o turismo e fortalecem a economia dos municípios paulistas. Em parceria com o governo estadual, por meio da Secretaria de Turismo e Viagens, a Faesp ajudou a mapear propriedades rurais que pudessem oferecer experiências únicas, colaborando na construção das rotas turísticas, ferramenta importante para o fortalecimento da cadeia agropecuária.
“O turismo rural é muito importante não apenas para o desenvolvimento dos municípios paulistas, mas também para a preservação das tradições, incluindo a gastronomia regional. São Paulo é um estado muito rico de sabores e vem se tornando cada vez mais referência, pela variedades de produtos e o resgate de receitas que remontam a séculos passados”, concluiu Tirso Meirelles.
(Com Agricultura/SP)
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Economia
Custo de produção do leite sobe 4,31% no Mato Grosso

Foto: Pixabay
Segundo análise semanal do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgada nesta segunda-feira (11), o Custo Operacional Efetivo (COE) para produzir leite em Mato Grosso subiu 4,31% no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, alcançando R$ 1,45 por litro. O aumento foi impulsionado pelos maiores gastos com suplementação mineral, outros custos e aquisição de animais, que tiveram alta de 6,79%, 14,99% e 18,81%, respectivamente.
No mesmo período, o preço médio pago ao produtor no estado foi de R$ 2,31 por litro, resultando em uma margem positiva de R$ 0,87 por litro quando considerado apenas o COE.
Por outro lado, ao incluir depreciações e mão de obra familiar, o Custo Operacional Total (COT) atingiu R$ 2,37 por litro. “Nesse cenário, a margem do produtor não se sustenta, ficando em -R$ 0,06 por litro”, destacou o Imea.
De acordo com a análise, a situação exige atenção, pois a viabilidade da atividade depende de margens que cubram não apenas os custos diretos, mas também investimentos de longo prazo. O instituto aponta que essa conjuntura já resulta em menor captação e produção, pressionando a rentabilidade.
Seane Lennon / Agrolink
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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