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StoneX projeta cenário complexo para commodities em meio a tensões comerciais e desafios climáticos

Montagem/Portal do Agronegócio
Soja: tarifas impulsionam demanda por produto brasileiro
A nova rodada de tarifas impostas pela China sobre produtos norte-americanos, decorrente da intensificação da guerra comercial, tende a enfraquecer a competitividade da soja dos EUA. Essa conjuntura favorece a demanda pela soja brasileira, cuja exportação pode ultrapassar as 100 milhões de toneladas em anos de safra positiva — cenário esperado para o ciclo 2024/25.
Ainda que a China amplie suas compras do Brasil, haverá uma redistribuição dos fluxos globais, com outros importadores se voltando para os Estados Unidos. Isso não significa, necessariamente, uma sobreoferta norte-americana, uma vez que a demanda global permanece estável. Diferente do período entre 2018 e 2019, quando a peste suína africana reduziu fortemente as importações chinesas, o atual cenário não aponta para uma retração no consumo.
Mesmo assim, a menor demanda chinesa tende a pressionar os preços em Chicago, ao passo que os prêmios pagos no Brasil se fortalecem — movimento já observado mesmo com o aumento da disponibilidade no país, em decorrência do fim da colheita.
Milho: mercado doméstico norte-americano limita impacto da guerra comercial
Ao contrário de culturas mais dependentes da exportação, como soja e algodão, o milho dos Estados Unidos é majoritariamente consumido internamente, o que o torna menos suscetível a flutuações causadas por conflitos comerciais.
A demanda global segue firme, e isso pode levar a um aumento de área cultivada no hemisfério Norte para a safra 2025/26. Apesar de não haver risco iminente de escassez, os estoques de passagem não são amplos, e qualquer revés na safrinha brasileira ou na safra norte-americana de verão pode apertar a relação estoque/uso — o que geraria alta nos preços.
Entretanto, a política tarifária dos EUA pode lançar dúvidas sobre a competitividade do milho norte-americano, reduzindo o impacto direto desses fundamentos nas cotações em Chicago.
Pecuária: exportações seguem fortes apesar de tensões geopolíticas
Mais de 30% da produção brasileira de carne bovina foi destinada ao mercado externo nos últimos meses. Em 2024, as exportações somaram 2,55 milhões de toneladas — 27% acima do recorde anterior, registrado em 2023.
Mesmo com investigações chinesas sobre importações e com a guerra comercial envolvendo os EUA e seus principais parceiros, o desempenho segue positivo em 2025. Fevereiro registrou embarques históricos, e as vendas para os EUA mais que dobraram em relação ao ano anterior.
Países como Argélia e Emirados Árabes Unidos também ampliaram suas compras. Tanto China quanto EUA enfrentam déficits na produção interna de carne bovina. O Brasil, que foi o principal fornecedor da China e o terceiro dos EUA em 2024, deve manter o protagonismo nas exportações nos próximos meses.
Café: estoques reduzidos e clima adverso pressionam preços
Desde 2020, a indústria de café — tanto no Brasil quanto internacionalmente — tem operado com estoques enxutos, adotando o modelo Just-In-Time. Em 2024, o Brasil exportou mais de 50 milhões de sacas, o que reduziu ainda mais os estoques em um momento em que a indústria precisa recompor seus volumes, elevando os preços.
Além disso, a cadeia global de suprimentos sofreu com gargalos logísticos, e qualquer interrupção no sistema pode agravar o desabastecimento, levando empresas a buscar café no mercado interno.
A produção brasileira também foi afetada. Após chuvas regulares no primeiro semestre de 2024, o segundo semestre trouxe geadas leves, ondas de calor e estiagens, comprometendo a florada do arábica. Em novembro, a StoneX estimou uma queda de mais de 10% na produção de arábica, para 40 milhões de sacas. Em abril de 2025, a projeção foi revisada para 38,7 milhões de sacas, enquanto o robusta foi ajustado para 25,8 milhões, resultando em uma estimativa total de 64,5 milhões de sacas — retração de 2,1% em relação à temporada anterior.
O aumento dos preços ameaça o ritmo das importações, especialmente nos EUA, onde o valor médio por libra atingiu recorde histórico. Na União Europeia, a inflação do café voltou a subir. Embora o balanço global aponte um leve excedente, ele deve ser decisivo nas próximas movimentações, principalmente após os novos relatórios do USDA.
Fertilizantes: mercado enfrenta incertezas e oferta limitada
Tradicionalmente, o segundo trimestre oferece boas oportunidades para compradores de fertilizantes no Brasil. A demanda nos EUA e na China tende a recuar após o pico da adubação, enquanto Brasil e Índia se preparam para o período de compras mais intenso.
No entanto, a atual conjuntura dificulta o estabelecimento de uma tendência de baixa nos preços. A demanda pelo cloreto de potássio permanece firme, impulsionada por relações de troca favoráveis, e a oferta de fosfatados segue restrita.
Outros fatores de atenção incluem a alta do enxofre, essencial para os fosfatados, que atingiu em março patamares vistos apenas em 2022, ano marcado pela guerra na Ucrânia. Também há incertezas em torno da demanda indiana, cujas licitações influenciam rapidamente os preços dos nitrogenados.
Além disso, práticas protecionistas dos EUA e eventuais retaliações da China podem impactar os fluxos globais de grãos e fertilizantes, gerando volatilidade nos preços.
Petróleo: volatilidade marca início de 2025 e incertezas persistem
O mercado de petróleo iniciou o ano com forte volatilidade. Após alcançar máximas de USD 81/barril em janeiro, impulsionado por sanções norte-americanas contra a Rússia, os preços oscilaram nos meses seguintes. A instabilidade decorreu de preocupações com a demanda global e do aumento dos riscos de oferta no Oriente Médio e Leste Europeu.
No início de abril, a confirmação de que a OPEP+ reduziria os cortes voluntários a partir de maio, somada ao anúncio da nova política tarifária dos EUA, fez os preços despencarem para menos de USD 65/barril — o menor patamar em três anos.
As expectativas para 2025 indicam um mercado menos pressionado, com projeções de superávit. A oferta deve crescer com o avanço da produção norte-americana, maior participação de produtores secundários e retomada de parte da produção da OPEP+.
Por outro lado, a guerra comercial entre China e EUA e as novas tarifas podem frear o crescimento econômico e a demanda por petróleo. Fatores como estímulos chineses, negociações comerciais e tensões geopolíticas também serão determinantes para o equilíbrio do mercado.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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Greve dos Correios em 9 Estados tem impacto nas entregas de final de ano
A greve dos funcionários dos Correios, que teve início na quarta-feira, 17, já gera impacto nas entregas de encomendas de final de ano. A paralisação atinge agências do Ceará, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, além de algumas regiões de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Segundo a estatal, dos 36 sindicatos que representam os trabalhadores da empresa, 12 aderiram à greve. Mesmo assim, os Correios afirmaram que nesta sexta-feira, 19, 90% do efetivo da estatal estava trabalhando. “As agências permanecem abertas para atendimento ao público, e as entregas estão sendo realizadas em todo o país”, informou.
Os Correios também afirmaram que foram adotadas “medidas contingenciais” para garantir a continuidade dos “serviços essenciais à população” durante a greve. Nas redes sociais, há relatos de pessoas alegando atraso em entregas por conta da greve e também mensagens temendo que a paralisação afete a entrega de encomendas.
Os funcionários decidiram pela greve durante a negociação do acordo coletivo da categoria, que está sendo mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Na quinta-feira, 18, o TST determinou, em decisão liminar, a manutenção mínima de 80% dos funcionários da empresa em atividade nas unidades onde há paralisação. Em caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 100 mil por sindicato.
Negociações
Entre as reivindicações dos trabalhadores que aderiram à greve dos Correios, estão o reajuste salarial com reposição da inflação, adicional de 70% de férias e de 250% para trabalho aos fins de semana e feriado, além da manutenção de direitos anteriormente adquiridos. As federações que representam os trabalhadores têm mantido a orientação para que a categoria continue em greve.
Na decisão liminar, a ministra do TST Kátia Magalhães Arruda afirmou que a deflagração da greve “compromete a boa-fé negocial, especialmente porque houve compromisso expresso das entidades sindicais de não realizar paralisações enquanto as negociações estivessem em curso”.
Em audiência realizada na terça-feira, 16, ficou estabelecido que a proposta construída na mediação, que tem vigência de dois anos, deveria ser submetida às assembleias da categoria até 23 de dezembro, com previsão de assinatura do acordo em 26 de dezembro. Caso a proposta não seja aceita, poderá ocorrer o dissídio coletivo, transferindo para a Justiça a definição das cláusulas.
Segundo os Correios, a proposta preserva benefícios conquistados ao longo dos anos, “mesmo em um cenário econômico-financeiro desafiador”. Em meio à forte crise, a estimativa de déficit da empresa para este ano está em R$ 5,808 bilhões. Se confirmada a projeção, será o maior déficit entre todas as estatais.
“A proposta construída pelo TST, de forma dialogada com a empresa e as federações, representa uma oportunidade única de solução negociada, com validação governamental prévia e preservação de benefícios anteriormente conquistados”, afirmaram os Correios.
Por outro lado, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) informou que não aceitará proposta com perda de direitos dos trabalhadores. Além disso, a entidade orientou os sindicatos a ampliarem a mobilização com vistas a uma greve nacional, caso a empresa “não apresente uma proposta digna”.
“Infelizmente, diante da postura de intransigência da direção da ECT (Correios), que insiste em apresentar uma proposta com retirada de direitos, não foi possível avançar nas negociações. A Fentect reafirmou seu posicionamento firme de que não aceitará nenhuma proposta que implique perda de direitos dos trabalhadores”, afirmou.
Com informações de Estadão Conteúdo (Ederson Hising).
Imagem: Shutterstock
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Asia Shipping fortalece distribuição no Brasil com unidades licenciadas pela Anvisa
A Asia Shipping está fortalecendo sua operação de distribuição no Brasil, com foco ampliado no atendimento a setores regulados. A companhia passa a operar com duas unidades licenciadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para armazenagem de medicamentos, produtos para a saúde, correlatos, saneantes e cosméticos, incluindo áreas climatizadas e refrigeradas preparadas para itens sensíveis.
Além das licenças, a Asia Shipping reforça sua infraestrutura com uma operação integrada e digitalizada. Toda a cadeia opera com RFID (Radio-Frequency Identification), permitindo rastreamento preciso, inventários ágeis e alta acuracidade. O sistema próprio de Business Intelligence, integrado ao WMS, possibilita que os clientes acompanhem estoques, pedidos e movimentações em tempo real, com visibilidade completa do fluxo logístico.
“Temos uma operação licenciada, segura e preparada para atender clientes que demandam cuidados especiais. O setor regulado é estratégico para nossa expansão, e estamos estruturados para receber produtos sensíveis com alto nível de controle e rastreabilidade”, afirma Alexandre Pimenta, CEO da Asia Shipping.
Os armazéns seguem rigorosos padrões de segurança, com sistemas de prevenção e combate a incêndio, iluminação integral em LED e frota de equipamentos elétricos de íon-lítio, que eliminam o uso de combustíveis fósseis e tornam a operação mais sustentável.
Estrutura em expansão
Nos últimos anos, a Asia Shipping ampliou sua capacidade operacional. A aquisição da operação catarinense da Hórus Logística, no fim de 2024, marcou o início desse movimento, viabilizando a expansão da infraestrutura, o avanço tecnológico e a integração inteligente dos fluxos logísticos.
Atualmente, a companhia opera três centros de distribuição em Itajaí e Araquari, totalizando 20 mil m² dedicados à armazenagem, gestão de inventário e distribuição. Esse avanço também impulsionou o crescimento da base de clientes, que hoje reúne 30 empresas atendidas por essa frente de negócio.
Para atender a diferentes demandas logísticas, a Asia Shipping mantém ainda um escritório em São José dos Pinhais (PR) e prevê expandir sua estrutura de distribuição para o Estado de São Paulo em 2026, acompanhando polos estratégicos e ampliando sua atuação nacional.
Imagens: Divulgação
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Amazon expande serviço de entregas rápidas no Rio de Janeiro e em São Paulo
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