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‘Tapa-buraco’, diz especialista sobre medida que zera tarifa de café importado
Começou a valer na última sexta-feira (14) a medida que isenta as tarifas de importação de alimentos, com a justificativa da necessidade de conter a inflação e reduzir o preço para o consumidor final. Entre os itens que tiveram a alíquota de importação reduzida pelo governo federal está o café, que antes contava com tarifa de 9%.
Para o analista de mercado Haroldo Bonfá, diretor da Pharos Consultoria, essa estratégia é apenas um paliativo e não resolve os desafios estruturais do mercado. “O ideal seria um livre comércio, sem restrições para importação e exportação, permitindo maior competitividade no setor”, defende.
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Sem impacto para o consumidor
Para Bonfá, a decisão de zerar a tarifa de importação não deve, na prática, reduzir o preço do café para o consumidor. Ele classifica a medida como um “tapa-buraco”, argumentando que o real fator de pressão sobre os preços está na oferta e demanda globais, e não na taxação de importação.
Além disso, o especialista destaca que o Brasil importa volumes pequenos de café. Neste ano, o Brasil importou 970,47 sacas de café, considerando o grão torrado, extratos, essências e concentrados, conforme dados do portal Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
De acordo com Bonfá, o problema está na viabilidade econômica da importação, que depende de embalagens a vácuo para conservação, o que encarece o produto.
Competitividade do setor
Outro ponto levantado pelo analista é a competitividade do Brasil no mercado internacional. O país, maior produtor mundial de café, tem capacidade de ampliar sua presença global, mas enfrenta desafios.
“O país já foi mais forte no mercado internacional, mas os altos custos de produção vêm reduzindo essa vantagem”, diz.
Ele também afirma que, com a recente alta dos preços do café, impulsionada por fatores climáticos adversos e pela menor oferta no Vietnã, os valores praticados no mercado interno se tornaram elevados, reduzindo a atratividade do café brasileiro frente a outros países produtores.
Entretanto, Bonfá ressalta que essa fase pode ser temporária, com a safra de conilon prevista para abril e a de arábica para junho, o que deve normalizar os estoques e aliviar a pressão sobre os preços.
Impactos do clima adverso
Os preços internacionais do café tiveram sucessivos recordes nos últimos meses, fator que também pressionou as cotações aqui no Brasil. Segundo o indicador Cepea/Esalq, os preços do arábica saltaram de R$ 1.490 a saca de 60 kg em outubro de 2024 para mais de R$ 2.500 em março de 2025.
Para Bonfá, “cerca de 90% da alta se deve a fatores climáticos, enquanto apenas 10% está relacionado à valorização do dólar”. Ele lembra que a seca severa no Vietnã no início de 2024 reduziu a florada e impactou a oferta global.
“O preço interno no Vietnã dobrou, levando os produtores a exportar menos, o que fez com que o Brasil ampliasse suas exportações de conilon, passando de uma média de 2 a 3 milhões de sacas para 9 milhões”, afirma.
A elevação nos preços também gerou problemas financeiros para indústrias e traders, levando algumas empresas à quebra. Por outro lado, o produtor se beneficiou, especialmente no conilon. “Ele vendia uma saca por R$ 500 e viu os preços saltarem para R$ 800, depois R$ 1.000, o que trouxe uma oportunidade de ganhos que não era esperada”.
O que esperar daqui para frente?
Para os próximos meses, a expectativa do analista de café é que a normalização da oferta traga ajustes para os preços, trazendo alívio para o setor e para o consumidor. Bonfá também chama a atenção para ações que podem influenciar a percepção sobre o café brasileiro mundo afora.
“O Brasil tem um produto de alta qualidade, mas precisa comunicar melhor essa superioridade para agregar valor. Países como a Colômbia fazem um excelente trabalho de promoção de marca, destacando qualidade e tradição. Se o Brasil investir mais em diferenciação e certificação, pode conquistar melhores preços e maior fidelidade dos consumidores internacionais”, conclui.
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Derrubada de dois vetos da lei do licenciamento ambiental é inegociável, considera FPA
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) retomou nesta quarta-feira (13) as reuniões semanais pós-recesso do Congresso. Entre os temas que foram discutidos pela bancada estiveram os 63 vetos à Lei do Licenciamento Ambiental assinados pelo presidente Lula na última sexta-feira (8).
Para o deputado Zé Vitor, relator da matéria, o governo desmontou completamente a ideia da lei, sendo que o setor produtivo não deve abrir mão de dois pontos prioritários: a volta da autonomia dos estados para definir regras para licenças; e acabar com a exigência de Cadastro Ambiental Rural (CAR) para liberar licenças simplificadas.
“O projeto de lei apresentado por eles, o projeto sancionado com os vetos, eles não se conversam. Se de repente tudo o que está aí hoje se mantém como está, nós não teremos uma lei de licenciamento ambiental no Brasil. Não há nenhuma sinergia em tudo isso que foi apresentado”, diz.
Segundo ele, o próprio governo está contando com a atuação do Congresso para corrigir tais incongruências. “Do contrário, não tem obra que sai no Brasil, não tem escola que sai no Brasil, não tem creche que sai no Brasil, vamos continuar sem rodovias pavimentadas, enfim, a gente só continua a alimentar a máquina da burocracia”, enfatizou.
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Sobre o CAR, cujo veto do presidente Lula foi sobre a permissão de emissão de licença ambiental sem o documento, o deputado ressalta que é comum o produtor rural entregar toda a documentação necessária para uma obra e ter de esperar muito tempo para aprovação por conta da morosidade de análise dos órgãos ambientais.
Já o senador Jayme Bagattoli considera que os vetos do governo são um retrocesso, haja vista que o Código Florestal brasileiro já é considerado por muitos como o mais rígido do planeta.
Até sexta-feira, a FPA pretende divulgar um documento com pontos em que pretende negociar com o governo e outros, como os relacionados ao CAR e a autonomia dos estados na emissão de licenças, que entende como inegociáveis.
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Venda de defensivos agrícolas no Centro-Oeste do Paraná pode superar R$ 950 milhões nas próximas safras

Divulgação
O Centro-Oeste do Paraná revela um grande potencial para o mercado de defensivos agrícolas, principalmente para as safras de verão 2025/26 e safrinha 2026/26. Levantamento da EEmovel Agro indica que, até o momento, entre 30% e 35% dos defensivos destinados à safra de verão já foram vendidos, enquanto para a safrinha, a comercialização alcança apenas de 5% a 10%. Historicamente, essa média costuma ultrapassar 80% para o período.
Dimensão da região e potencial financeiro
Com 153.215 propriedades e 361.550 produtores, a região conta com uma área plantada temporária de 3,1 milhões de hectares. Apenas para a cultura da soja, o potencial financeiro ligado à venda de defensivos ultrapassa R$ 953 milhões. Apesar disso, aproximadamente 2 milhões de hectares ainda não realizaram compras de defensivos para a safra de verão que está prestes a começar.
Demanda expressiva ainda não atendida
Luiz Almeida, diretor de operações agro da EEmovel Agro, destaca a expressiva demanda que permanece no mercado:
“Considerando o centro ocidental, noroeste e oeste do Paraná, cerca de 70% da região ainda não adquiriu defensivos agrícolas para a safra que se inicia nos próximos dias.”
Segundo ele, a insegurança dos produtores está ligada ao aumento dos custos de produção, influenciado por conflitos globais, valorização do dólar e redução na oferta mundial de insumos. Esses fatores têm levado muitos agricultores a aguardar por condições de preços mais favoráveis.
Papel da EEmovel Agro no mercado
A EEmovel Agro realiza análises integradas e detalhadas das propriedades agrícolas em todo o Brasil. Com esse mapeamento estratégico, a empresa oferece às indústrias de insumos e distribuidores uma base robusta para identificar oportunidades de negócio e otimizar a comercialização de defensivos e fertilizantes para as próximas safras.
O cenário no Centro-Oeste do Paraná mostra que, apesar dos desafios, o mercado de defensivos agrícolas ainda tem grande espaço para crescimento, refletindo a importância da região para o agronegócio brasileiro.
Fonte: Portal do Agronegócio
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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Aplicativo gratuito ajuda produtores a reduzir defensivos em lavouras na Bahia

Foto: Nelson Suassuna
De olho no smartphone, produtores de algodão e soja do Oeste da Bahia podem diminuir o uso de defensivos, reduzindo o custo de produção e o risco de danos ao meio ambiente. Na tela do celular, ou do computador, uma ferramenta mostra quando é realmente necessário aplicar produtos na lavoura, combinando dados climáticos e estatísticas de ocorrência de duas ameaças às culturas: a mancha-da-ramulária do algodoeiro e a ferrugem asiática da soja.
Desenvolvida pela Embrapa em parceria com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), a ferramenta funciona por meio de um aplicativo e de uma plataforma online. Chamada de MonitoraOeste, a tecnologia inicialmente contemplava apenas informações sobre as duas doenças causadas por fungos, cujos prejuízos às lavouras podem superar 75%. Depois, passou a reunir informações também sobre a principal praga da cotonicultura, o bicudo, capaz de reduzir as colheitas em até 87%.
A Abapa monitora a presença das três doenças no campo, inclusive por meio de armadilhas. Todos os dados desses levantamentos são inseridos no MonitoraOeste, o que permite ao produtor visualizar rapidamente, no celular, como está o nível de ocorrência das doenças e do bicudo em sua localidade. O sistema também gera notificações de cada nova ocorrência registrada e reúne dados de estações meteorológicas instaladas na região. Com essas informações, a tecnologia usa um modelo matemático que as analisa e gera mapas de favorabilidade. Eles indicam, em tempo real, se há probabilidade de as doenças surgirem e se desenvolverem a cada período.
Os dados permitem aos produtores decidir quando aplicar ou não defensivos, a partir das condições locais. O pesquisador da Embrapa Territorial (SP) Julio Cesar Bogiani explica que três fatores são necessários para a proliferação de doenças nas lavouras: presença do agente causador, dos hospedeiros (as plantas) e condições climáticas favoráveis. O que o MonitoraOeste faz é reunir dados e transformá-los em informações sobre essas condições para mostrar quando o ambiente está mais propício ao desenvolvimento das doenças. Assim, ajuda o produtor a tomada de decisões.
Sem essas informações, os agricultores acabam adotando um calendário fixo definido pelos fabricantes de produtos. Com os índices de favorabilidade fornecidos pelo aplicativo, eles conseguem fazer aplicações de forma mais racional. Em anos com baixa probabilidade de ocorrência das doenças, podem reduzir uma, duas ou mais aplicações, mantendo a eficiência do controle fitossanitário, detalha o pesquisador. Bogiani ainda chama a atenção para a disponibilização de dados em tempo real, característica fundamental do MonitoraOeste para a assertividade na decisão do produtor.
Menor impacto ambiental com redução de emissões
O MonitoraOeste pode ser utilizado gratuitamente por agricultores da região. “Estamos levando essa funcionalidade do aplicativo para todos da cadeia produtiva, mostrando que eles devem baixar para consultar a qualquer momento”, anuncia o gerente do programa fitossaniário da Abapa, Antônio Carlos Araújo. Ele destaca a utilidade de ter, na palma da mão, mapas como o da ocorrência do bicudo do algodoeiro, para saber quando agir, evitando prejuízos, seja uma infestação da lavoura por falta de ação quando necessário seja pelo desperdício de produtos aplicados em momento inadequado.
Há outros benefícios também como o aumento da produtividade e a redução do potencial de resistência dos fungos causadores das doenças aos fungicidas. Técnicos da Abapa, ouvidos pela Embrapa no processo de avaliação do impacto da tecnologia, enfatizaram a contribuição dela para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e para a conservação de habitats e recursos genéticos. A redução no número de aplicações de defensivos reduz o uso de maquinários movidos a combustíveis fósseis e reduz o risco de contaminação de ambientes e pessoas.
A pesquisadora da Embrapa Celina Maki Takemura destaca a rede de pessoas envolvidas como ponto forte do produto. “Produtores, técnicos, pesquisadores e instituições trocando informação, ajudando-se mutuamente e mantendo o sistema funcionando. Essa colaboração constante é o que mantém a ferramenta viva e relevante. Não é só um aplicativo — é um esforço coletivo”, observa. “O projeto nasceu de uma demanda real do campo e continua sendo construído junto com quem usa. Isso faz diferença”, complementa a cientista.
“Ficou evidente a importância que os técnicos entrevistados atribuem ao sistema”, avalia o pesquisador Juan Diego Ferelli de Souza, da área de Transferência de Tecnologias da Embrapa Territorial. “O relatório de avaliação de impactos do Monitora Oeste demonstra a importância de soluções práticas e confiáveis para auxiliar os produtores rurais, apoiando o processo de tomada de decisões e contribuindo para o aumento da produtividade e para a redução dos custos e dos riscos da produção”.
Como funciona o MonitoraOesteO sistema possui duas versões: aplicativo mobile, disponível para os sistemas operacionais Android e iOS, e plataforma para visualização de dados em um sistema de informações geográficas (WebGIS), acessível em computadores e tablets. O usuário realiza consultas online por município, tipo de cultivo e núcleo fitossanitário, obtendo mapas e gráficos que podem ser baixados. Pelo WebGIS, as imagens são fornecidas em maior resolução. Cadastrando-se no sistema, o agricultor recebe no celular alertas em tempo real sobre ocorrências de doenças que configuram riscos às lavouras em sua propriedade. Além disso, as notificações incluem condições climáticas favoráveis à presença e dispersão de patógenos, facilitando decisões rápidas e assertivas. Estão disponíveis consultas de informações agrometeorológicas, como mapas de índice de vegetação por diferença normalizada (Normalized Difference Vegetation Index, NDVI), albedo, evapotranspiração e biomassa, que auxiliam no planejamento agrícola. A coleta de dados é realizada por uma rede que integra estações meteorológicas locais e armadilhas caça-esporos instaladas em 13 pontos estratégicos. O sistema utiliza modelos matemáticos específicos para cada doença: o modelo para ferrugem asiática foi adaptado a partir de estudos do Consórcio Antiferrugem, coordenado pela Embrapa Soja (PR), enquanto o modelo para mancha-da-ramulária foi ajustado com dados regionais pela Embrapa Algodão (PB). Os modelos permitem a geração de mapas de favorabilidade climática que indicam o momento ideal para a aplicação de defensivos, evitando desperdícios ou atrasos no controle. Além de ser fonte de informação para os agricultores, o MonitoraOeste também constitui um banco de dados para futuros estudos sobre as doenças e pragas, cujas ocorrências registra. Para acessar o WebGIS e o tutorial de uso, clique aqui. |
Parcerias
O MonitoraOeste é fruto de um Acordo de Cooperação Técnica e Financeira entre a Embrapa, a Abapa e a Fundação de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento (Faped), com financiamento do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA). Também contribuem para a rede de usuários a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a Fundação Bahia, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e empresas de consultoria.
Sob liderança da Embrapa Territorial, o desenvolvimento da ferramenta integrou outras duas iniciativas da Empresa e parceiros no combate a essas duas ameaças: o Consórcio Antiferrugem, coordenado pela Embrapa Soja (PR), e a Rede de Pesquisa de Ramulária, que tem à frente a Embrapa Algodão (PB). Contou ainda com a parceria da Embrapa Agricultura Digital (SP) e da Embrapa Tabuleiros Costeiros (SE).
Vivian Chies (MTb 42.643/SP) – Embrapa Territorial
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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