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Agricultura

Descoberto cruzamento natural entre diferentes espécies de butiazeiro

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Pesquisador Gilson Schlindwein, do Centro de Viamão, com fruto híbrido de butiá – Foto: Fernando Dias/Ascom Seapi

 

Pesquisas desenvolvidas em Banco de Germoplasma (BAG) de butiás, no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Aquicultura (CEPAQ) de Viamão, da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), têm revelado dados inéditos sobre o butiazeiro e suas diferentes espécies. Recentemente, o início da produção de frutos de mudas oriundas de um mesmo cacho coletado de uma planta matriz no município de Santa Maria revelou exemplares com características de duas espécies diferentes de butiazeiro, Butia odorata e Butia yatay.

Inicialmente, essa matriz de Santa Maria, com características de B. odorata se destacou pelo tamanho dos seus frutos “gigantes”, com mais de 50 gramas e cachos alcançando 40 Kg. Mas foi a partir do plantio de 12 mudas desta matriz (progênies) no BAG de Viamão, que depois de oito anos, quando começaram a produção dos primeiros cachos, que essas plantas revelaram, além de frutos muito graúdos, padrões morfológicos distintos entre os seus descendentes, sendo alguns com frutos típicos de Butia odorata, e outros indivíduos apresentando características de Butia yatay. O Butia yatay ocorre naturalmente na região oeste do Rio Grande do Sul e o Butia odorata cresce na região central e leste do estado.

“Esse fenômeno se deve muito provavelmente ao cruzamento natural destas duas espécies, uma vez que a planta matriz onde as sementes foram coletadas e que deram origem às mudas, está situada nas proximidades da área de contato entre essas duas populações (espécies), o que deve ter contribuído para o surgimento deste híbrido”, destaca o pesquisador do DDPA Gilson Schlindwein, do Centro de Viamão. Segundo ele, os estudos genéticos estão sendo conduzidos nas matrizes (progênies) do BAG de Viamão para confirmação deste cruzamento.

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E algumas hipóteses devem ser pesquisadas no Banco, afirma Gilson, entre elas: “será que plantas com tamanho de frutos e de cachos muito acima da média, encontradas na região de Santa Maria, são resultantes do cruzamento entre duas espécies distintas?”.

O Banco de Germoplasma de Butiazeiros e a produção de mudas

Implantado em 2008 no Centro de Pesquisa de Viamão, o primeiro Banco de Germoplasma de Butiazeiros (BAG-butiá/Viamão) é resultado de pesquisas desenvolvidas pelo DDPA/Seapi, com o objetivo de reproduzir e manter indivíduos raros de diferentes espécies de butiazeiros, as quais também se encontram em situação de risco de extinção.

A partir da sua implantação têm sido incorporados periodicamente novos acessos e espécies de butiazeiros de matrizes de diferentes regiões do Estado para fins de conservação, propagação e avaliação de matrizes. Esta área é composta atualmente por 300 indivíduos, com metade das plantas em ciclo de produção de frutos.

De acordo com Gilson, “a disponibilização dos diferentes espécimes num mesmo local tem permitido a execução de pesquisas sobre sistemas de manejo da cultura, caracterização genética das espécies, avaliações de produção e qualidade dos frutos, além de coletas de sementes para multiplicação de mudas”. A área também garante a manutenção de espécimes únicos, com características produtivas diferenciadas.

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Atualmente, a área é fonte para diferentes estudos botânicos e genéticos que estão inseridos em projetos de pesquisas com butiazeiros realizados pelo DDPA, além de parcerias com outras instituições de ensino e pesquisa, onde contribui para dissertações de mestrado e teses de doutorado em andamento. Entre elas, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS).

A partir da coleta das sementes nesta área foram implantadas mais cinco áreas para produção de sementes (PMS), com o plantio de 100 exemplares de matrizes selecionadas de butiazeiros (Butia odorata) para fins de avaliação e produção de mudas.

Na mesma área são produzidas anualmente duas mil mudas de diferentes espécies e procedências de butiazeiros com características específicas para diversos fins, tais como a produção comercial da fruta, o paisagismo urbano e a restauração ecológica de áreas naturais de ocorrência dessas espécies.

Desde o início do projeto, já foram mais de 4.000 mudas doadas para pomares em 39 propriedade rurais de 24 municípios do Rio Grande do Sul. O destino são pequenos agricultores, agroindústria familiar e assentamentos, entre outros.

Fernanda Toigo

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Omã e Brasil trocam experiências sobre controle de pragas

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Foto: Canva

 

A Embrapa Tabuleiros Costeiros recebeu,  a visita de seis pesquisadores e representantes técnicos de Omã, que participaram de capacitação com especialistas da Embrapa no manejo da broca-do-olho do coqueiro Rhynchophorus palmarum praticado no Brasil.

O objetivo é que alguma das tecnologias adotadas no Brasil possa ser adaptada para o manejo do bicudo-vermelho Rhynchophorus ferrugineus no país árabe, situado na costa sudeste da Península Arábica. O bicudo-vermelho é a principal praga das tamareiras em Omã e outros países do Oriente Médio e recentemente foi relatada no Brasil.

Os pesquisadores Adenir Teodoro, Élio Guzzo e Aldomário Negrisoli, especialistas em pragas agrícolas, conduziram a capacitação técnica durante o encontro no Brasil, que foi um desdobramento da visita de Teodoro e Guzzo realizada em 2024 a Omã.

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Fruto de parceria articulada por meio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE), a reunião também tratou de possibilidades de cooperação técnico-científica entre a Embrapa e pesquisadores de Omã, junto ao Ministério da Agricultura do sultanato árabe.

Na segunda, as equipes dos dois países apresentaram suas linhas de pesquisa e detalharam trabalhos voltados ao manejo de pragas agrícolas. No mesmo dia, as equipes visitaram laboratórios da Embrapa e viram de perto amostras de de insetos-praga e métodos de controle biológico e comportamental, como armadilhas de baixo custo para captura, inimigos naturais e fungos capazes de colonizar e eliminar os besouros e brocas.

O segundo e terceiro dias da visita foram reservados para idas a campo para ver de perto plantios experimentais e comerciais, a incidência de pragas nos locais e os métodos de controle aplicados em campo.

Na terça (23), as equipes visitaram o campo experimental da Embrapa Tabuleiros Costeiros em Itaporanga d’Ajuda, no Litoral Sul de Sergipe, onde são mantidos em campo bancos de conservação genética de coqueiros e experimentos voltados a melhoramento das plantas e sistema de produção. Na quarta a visita ocorreu em fazendas de dendê e coco de Valença, BA, onde equipes da Embrapa e parceiros vêm coletando brocas-do-olho e monitorando sua população.

Na reunião final, na sexta (26), as equipes discutiram os encaminhamentos para efetivar uma parceria, com apoio da ABC, para desenvolver projetos conjuntos de pesquisa para validar práticas e soluções de manejo do bicudo vermelho em Omã a partir do conhecimento gerado em conjunto.

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De acordo com Antônio Junqueira, coordenador de Cooperação Técnica Para África, Ásia, Oceania e Oriente Médio da ABC, que acompanhou as visitas nos dois países, o próximo passo deverá ser a construção de uma parceria para transferir tecnologia para o controle das pragas, com foco importante na aplicação de métodos sustentáveis baseados em insumos biológicos.

Adenir explica que o bicudo vermelho é considerado a principal praga das palmeiras no mundo, sendo muito mais agressivo e devastador que a broca-do-olho presente no Brasil. O pesquisador destaca que a troca de conhecimento com Omã deverá fortalecer não apenas o controle naquele país, mas também preparar o Brasil para conviver com a praga quando se ele vier a ser detectada nos nossos plantios.

Para Rashid Al Shidi, diretor de Defesa Agrícola de Omã, o principal objetivo do governo do seu país, através do Ministério da Agricultura do país é promover a evolução da sua agricultura, promovendo uma aliança com as instituições de pesquisa do Brasil em busca de controles efetivos para as suas pragas agrícolas mais importantes.

EMBRAPA

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Satis apresenta manejo completo para aumentar produtividade

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Foto: Divulgação

Se você planta soja, a Satis quer caminhar com você do preparo do solo ao enchimento de grãos nesta safra 2025/26. Essa é a mensagem da empresa ao sojicultor brasileiro, ao anunciar que reposicionou sua atuação para priorizar a jornada completa da lavoura, combinando nutrifisiologia, insumos biológicos e adjuvantes em um pacote pensado para as todas as fases decisivas do ciclo. A proposta da Satis é unir produtividade e sustentabilidade, com suporte técnico mais próximo da realidade de cada talhão.

Como todo agricultor bem sabe, o ponto de partida é um solo sadio e fértil. No pré-plantio, a Satis apresenta o Trichovex, um biofungicida à base de Trichoderma harzianum (cepa exclusiva IB19/17) para equilibrar a microbiologia e reduzir a pressão de patógenos como Rhizoctonia e Sclerotinia. Ao mesmo tempo, leva ao campo o Nemavex, biodefensivo formulado com bactérias do gênero Bacillus, indicado para manejo de nematoides, protegendo raízes e preservando o arranque inicial. As duas soluções podem ser usadas em conjunto para criar o ambiente ideal de estabelecimento da cultura.

Na largada do plantio, a mensagem é clara: eficiência de Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e vigor inicial fazem diferença no estande e na regularidade do talhão. Nesse sentido o sojicultor conta com o fertilizante Nodular, que concentra molibdênio, cobalto e níquel para turbinar a FBN e a nodulação. Por sua vez, o Vitakelp é um bioativador fisiológico com extratos de algas que estimula plântulas mais uniformes e resilientes aos estresses da emergência.

Passada a fase de implantação, a Satis propõe um manejo de nutrifisiologia para sustentar o crescimento vegetativo e a transição reprodutiva sem travamentos. Produtos como Soymax, Humicbor, Sturdy e Vitan entram para oferecer nutrição balanceada, mitigar fitotoxicidade e amortecer estresses ambientais, favorecendo arquitetura de plantas, área foliar ativa e maior aproveitamento dos recursos do ambiente.

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No florescimento e no enchimento dos grãos, quando cada vagem conta, entram tecnologias voltadas à sanidade e ao desempenho final, com destaque para o Fulland, além de Vitaphol Power-K e Vitaphol HSK. O Fulland, um dos carros-chefe da marca, tem patente e formulação única no mercado: um complexo químico sistêmico de cobre desenhado para ativar mecanismos de autodefesa nas plantas e potencializar o manejo fitossanitário. Segundo a empresa, o produto também apresenta sinergia com fungicidas e outros defensivos, melhorando mobilidade e potencial de controle, o que ajuda a proteger o potencial produtivo na fase mais sensível da cultura.

Resultado é confirmado a campo

Para dar lastro técnico a essas recomendações, a Satis cita resultados obtidos em parceria com a Pitanga Agronegócios. Nos ensaios, o uso integrado das soluções da marca elevou em 11,3% a produtividade, aumentou em 14% o número de nós produtivos e acrescentou 3,2% no Peso de Mil Grãos. São números que chamam a atenção, embora a empresa reconheça que respostas variam conforme solo, clima, pressão de pragas e doenças e o conjunto de práticas adotadas. A orientação é posicionar cada solução na janela correta e, quando possível, validar em faixas na própria fazenda para medir retorno técnico e econômico.

Um diferencial que a Satis faz questão de sublinhar é a combinação de formulações inovadoras com concentrações equilibradas de ativos de origem natural, incluindo cepas microbianas selecionadas e complexos de micronutrientes quelatizados para facilitar a absorção. A proposta é entregar eficiência com menor impacto ambiental, alinhada a uma visão de agricultura regenerativa. Nesse caminho, a empresa avança também na linha de biodefensivos registrados, reforçando o pilar biológico do portfólio.

Parceria do início ao fim

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A proximidade em campo é outro pilar do novo posicionamento. Equipes técnicas regionais devem atuar lado a lado com você, entendendo as particularidades de solo, clima e sistema de produção antes de indicar o caminho do manejo. A companhia também treinou seu time comercial para o uso estratégico do digital, com produção de conteúdo prático e comunicação mais ágil, numa tentativa de encurtar a distância entre a recomendação e a execução na fazenda. O mote que acompanha a campanha resume a abordagem: “não tem segredo, tem Satis”.

Em termos práticos, o que a empresa oferece é um encadeamento de soluções para reduzir gargalos que costumam drenar potencial da soja: ambiente microbiológico saudável e raízes protegidas no pré-plantio; FBN eficiente e vigor no arranque; nutrição e fisiologia ajustadas para suportar estresses na fase vegetativa; e sanidade com suporte fisiológico na reprodução e no enchimento, mirando grãos mais pesados e com melhor qualidade.

Cabe lembrar que compatibilidade de calda, posicionamento fenológico e boas práticas de aplicação, sobretudo no caso de biológicos, fazem diferença nos resultados. E, como sempre, a melhor decisão nasce do cruzamento entre dados da sua área, histórico de produtividade, pressão de pragas e metas de retorno.

Ao se apresentar para a safra 25/26, a Satis quer ser mais que fornecedora de insumos: pretende ser parceira de manejo, com tecnologia própria, assistência técnica e um roteiro claro para cada fase da lavoura. Em um mercado aquecido e competitivo, onde cada detalhe pesa no teto produtivo, o produtor que alinhar calendário, janela e ferramentas certas tende a transformar potencial em sacas colhidas. A empresa aposta que pode ajudar você a dar esse passo.

A soja está no centro dessa estratégia por ser a cultura que mais ‘engorda’ o caixa do campo: A prova é o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), no qual a soja movimentou R$ 341,5 bilhões em 2024, segundo o Ministério da Agricultura. Agora, a Conab projeta 175 milhões de toneladas, um aumento de 4% acima da safra 2024/25. Em função disso, a Satis projeta ganhos para o sojicultor que caprichar no manejo fino e tecnologias complementares.

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De acordo com o diretor de Negócios da Satis, Jair Unfried, com essa evolução e o reforço de produtos biológicos para uma agricultura regenerativa, a empresa estima que será possível alavancar seu faturamento e crescer mais de 20% na temporada. “A empresa está reiterando não apenas sua presença no campo, mas sua missão de impulsionar o futuro da agricultura brasileira com cientificidade, confiança e resultados comprovados. Queremos ser um provedor de soluções inovadoras”, conclui o executivo.

AGROLINK & ASSESSORIA

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agricultura

Chuvas animam citricultores, mas ventos fortes geram preocupação no Sudeste

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Foto: Alltech

 

A volta das chuvas nas principais regiões citrícolas do Sudeste do Brasil, especialmente em São Paulo, Paraná e parte de Minas Gerais, trouxe otimismo aos produtores. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a precipitação contribui para o desenvolvimento da florada da safra 2026/27, considerada crucial para o setor.

Ventos fortes causam danos e preocupam produtores

Apesar do clima favorável à florada, os ventos intensos que acompanharam as chuvas têm gerado impactos negativos. Conforme o Cepea, alguns prejuízos já foram registrados, incluindo a queda de frutas. O cenário é ainda mais delicado nesta temporada devido à propagação de doenças como o greening e o cancro cítrico, que ameaçam a produtividade e a qualidade dos frutos.

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Preços do mercado de mesa se mantêm firmes

No mercado de mesa, a demanda aquecida tem sustentado os preços das frutas. O Cepea aponta que, mesmo com os desafios climáticos, o consumo continua estável, garantindo certa segurança para os citricultores nesta fase de transição entre safras.

Indústria prefere compras spot; contratos permanecem limitados

No setor industrial, a preferência dos compradores tem sido por aquisições no mercado spot, em detrimento de contratos futuros. Os poucos acordos firmados apresentam valores próximos de R$ 50,00 por caixa, com exigência de alto teor de brix, segundo relatos de agentes do setor ao Cepea.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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