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Suinicultura

Peste Suína Clássica: risco para a suinocultura brasileira?

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Foto: Osmar Dalla Costa /Embrapa

 

 

Peste Suína Clássica (PSC) é uma enfermidade causada por um vírus da família Flaviridae  e que afeta suínos domésticos e asselvajados. Quando ocorre na forma aguda causa febre de 40 a 42º., apatia, letargia, anorexia, lesões hemorrágicas na pele, abortos e morte dos animais afetados em um período de 5 a 14 dias, podendo causar  100% de mortalidade em leitões.

Na forma crônica e congênita os sintomas são mais suaves mas afetam o desempenho dos animais devido a diarreias, abortos, leitegadas pequenas e fracas.

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A transmissão do vírus é feita pelo contato entre animais por meio de  secreções, sangue e sêmem.

Veículos e pessoas também são importantes vias de transmissão, bem como alimentos e rações. Por isso, a biosseguridade é fundamental para evitar a entrada do vírus nas granjas comerciais.

Existem vacinas, mas a sua utilização deve ser autorizada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

A enfermidade está presente na região norte e nordeste (Zona Não Livre), nos estados de Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima.

O Mapa tem um programa de controle e erradicação intitulado Plano Estratégico de Brasil Livre de PSC e em 2022 e 2023 realizou um plano piloto de vacinação no estado de Alagoas, com apoio financeiro das entidades que representam o setor provado.  Mas, como recentemente ocorreram focos no Ceará e Piauí o setor privado está solicitando ao Mapa que implemente um programa oficial de vacinação.

Embora exista suinocultura industrial na Zona Não Livre, ainda predomina a produção de suínos não tecnificados, onde sitiantes e produtores produzem animais para consumo próprio e para venda em feiras e para pequenos abatedouros. Mas, a região é muito promissora para a produção de suínos de forma industrial tendo em vista a produção de milho e soja no MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), mercado consumidor grande e uma melhoria no poder aquisitivo da população.

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Hoje, parte dessa demanda é suprida com a entrada de suínos e carne suína da Zona Livre. Por isso, controlando ou mesmo erradicando a PSC haverá um salto na quantidade e qualidade dos suínos produzidos regionalmente.

Com a retirada da vacina de febre aftosa para bovinos e bubalinos em todo o território nacional, haverá uma tendência da desativação das barreiras existentes na região norte e nordeste, facilitando o trânsito de suínos da Zona Não Livre para a Zona Livre com possibilidade de transmissão do vírus da PSC.

Se ocorrerem focos na Zona Livre, os prejuízos para a suinocultura brasileira poderão ser enormes com o fechamento de mercados importadores muito significativos para nossas exportações.

Vale lembrar que ao contrário da avicultura, que exporta para mais de 160 mercados, a suinocultura tem mercados mais restritos e concentrados em alguns países bastante exigentes com relação à situação sanitária nos países exportadores.

Como o ciclo de produção de suínos é mais longo, eventuais interrupções na produção levarão a uma retomada da produção mais lenta nas regiões de eventuais focos.

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Foto: Ligados & Integrados – Granja Dornelles

Prevenção é a palavra chave. Os produtores de suínos do país devem redobrar a biosseguridade em suas granjas, evitando a presença de visitas à atividade.

Devem fazer  uso de roupas e calçados apropriados, utilizar desinfetantes, fazer tratamento de água e resíduos e implementar um programa robusto de  controle de pragas.

Fazendo isso, estarão se protegendo contra a PSC e também contra a PSA (Peste Suína Africana) caso o vírus dessa última enfermidade entre em nosso país. Ao serviço veterinário estadual cabe monitorar o trânsito de animais para evitar a entrada de suínos da Zona Não Livre na Zona Livre. Fazendo isso todos ganham, governo e setor privado com a manutenção de um status privilegiado quanto à sanidade animal em nosso país.

Aline Mendonça

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Suinicultura

Porco Moura: sinônimo de maciez e suculência

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Foto: Projeto Porco Moura/UFPR

 

O Paraná consolidou-se como o segundo maior produtor de suínos do Brasil em 2024, com uma produção de 12,4 milhões de porcos, representando 21,5% da suinocultura nacional. Além da relevância industrial, o Estado tem se destacado na criação da raça Moura, nativa e conhecida por sua carne de qualidade, que se assemelha aos melhores cortes bovinos.

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) desempenha um papel essencial com o Projeto Porco Moura, criado em 1985, descontinuado no início dos anos 2000, e retomado em 2014, garantindo o resgate da raça e sua importância histórica. Atualmente, o Paraná concentra 74% da produção brasileira de porcos Moura, que somam cerca de 2.600 exemplares distribuídos em 21 municípios.

A raça Moura possui uma trajetória rica, com origem ligada às missões jesuíticas espanholas na América. Historicamente, sua banha foi utilizada como combustível no período anterior à industrialização. Porém, mudanças no mercado, como o foco na produção de carne e a chegada da peste suína africana, reduziram drasticamente sua presença.

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O tempo de engorda do Moura, que pode ultrapassar 300 dias, e os altos custos de produção são desafios que diferenciam essa raça dos porcos industriais. Contudo, sua carne, com marmoreio acentuado e sabor único, tem conquistado espaço em restaurantes, mercados e charcutarias gourmet.

A busca pelo selo de Indicação Geográfica (IG) pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI, desde 2018) é uma estratégia dos produtores para valorizar a raça Moura. Além disso, iniciativas legislativas e normas de biosseguridade têm sido implementadas pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) para fortalecer a produção em sistemas de campo aberto.

Em 2024, o Moura foi declarado Patrimônio Histórico, Cultural e Genético do Paraná, reforçando seu papel na identidade e economia do Estado. O futuro aponta para a criação de novos mercados e a valorização de raças não industriais, à exemplo da produção de alto valor agregado na Espanha.

(Com AEN/PR)

Fernanda Toigo

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Suinicultura

Preços do suíno vivo e da carne mostram recuperação em fevereiro

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Foto: Lucas Cardoso

 

Após registrarem queda em janeiro, os preços do suíno vivo e da carne apresentaram forte recuperação em fevereiro, atingindo um recorde nominal para o período, conforme a série histórica do Cepea iniciada em 2002. Esse aumento foi impulsionado pela baixa disponibilidade de animais para o mercado interno, especialmente aqueles com peso ideal para abate.

As exportações brasileiras de carne suína, incluindo produtos in natura e processados, recuaram levemente em janeiro, mas voltaram a crescer em fevereiro. O volume exportado e a receita alcançada registraram recordes para um mês de fevereiro, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), cuja série histórica teve início em 1997. O crescimento das exportações foi impulsionado pelos maiores embarques para mercados como Filipinas, México e Hong Kong.

No mercado interno, o poder de compra do suinocultor paulista em relação aos principais insumos, como milho e farelo de soja, melhorou em fevereiro. Esse movimento foi favorecido pela valorização do suíno vivo, pela queda nos preços do farelo de soja e pelos aumentos menos expressivos nos valores do milho.

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Já no comparativo com outras proteínas, a carne suína perdeu competitividade frente às principais concorrentes, bovina e de frango. No atacado da Grande São Paulo, tanto a carne suína quanto a de frango tiveram elevação de preços em fevereiro, mas a alta da suinocultura foi mais expressiva. Em contrapartida, a carcaça bovina apresentou desvalorização no período.

Fonte: CenarioMT

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Agronegócio

Preço do suíno vivo sobe em Mato Grosso com melhora na reposição

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Divulgação

 

O preço do suíno vivo pago ao produtor mato-grossense registrou valorização na primeira quinzena de fevereiro de 2025, atingindo média de R$ 7,70 por quilo, um aumento de 3,63% em relação ao mesmo período de janeiro.

A carcaça suína também apresentou alta, com avanço de 1,24% no mesmo comparativo, chegando a R$ 12,21 por quilo. Esse movimento foi impulsionado, principalmente, pela melhora na reposição entre atacado e varejo, favorecida pela entrada da massa salarial, que aqueceu o consumo.

O mercado segue atento à demanda interna e às oscilações no custo de produção, fatores que podem influenciar os preços nos próximos meses.

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Fonte: CenarioMT

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Tendência