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Governo atualiza projeto da Ferrogrão para contornar impasse jurídico

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Foto: Ricardo Botelho/MT

 

O governo federal protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma atualização dos estudos para a Ferrogrão, megaprojeto ferroviário que conectará Sinop (MT), um dos maiores centros de produção de grãos do mundo, aos portos do Arco Norte, em Miritituba (PA). Entre as mudanças apresentadas está um ajuste de traçado, articulado pelo Ministério dos Transportes, visando neutralizar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) movida pelo Psol, que tenta barrar o projeto.

A ação judicial questiona a mudança no perímetro do Parque Nacional Jamanxim, autorizada por medida provisória durante o governo do ex-presidente Michel Temer. Para superar esse impasse, o governo agora propõe que os trilhos da ferrovia, em um trecho de 50 quilômetros dentro do parque, sigam mais próximos à BR-163, na chamada “faixa de domínio”, sem alterar a demarcação original do parque.

O uso dessa faixa de domínio da BR-163 será defendido pelo Ministério dos Transportes em uma audiência com o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. A expectativa é que o novo traçado possa levar à extinção da ADI e que o aumento nos recursos destinados à compensação socioambiental atenda às demandas das entidades envolvidas no debate sobre os impactos do projeto.

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O governo destaca que os recursos para medidas socioambientais representam 6% do investimento total no projeto, uma proporção bem superior à média de 1,5% observada em outras obras de infraestrutura. Economicamente, a Ferrogrão promete reduzir em média 20% do custo do frete da produção agrícola do Mato Grosso, em comparação ao transporte por caminhões pela BR-163 ou por ferrovias já existentes.

Em termos ambientais, os estudos indicam que a Ferrogrão pode reduzir em 40% as emissões de gases de efeito estufa, o que corresponde a menos 3,4 milhões de toneladas de CO2 por ano. Ambientalistas reconhecem que o transporte ferroviário gera menos danos ambientais em comparação às rodovias, que têm acelerado o desmatamento e promovido atividades ilegais ao longo de seu trajeto.

Os estudos mostram que 60% do traçado da Ferrogrão passa por áreas já desmatadas, e a vegetação nativa afetada será restaurada com o plantio de espécies equivalentes. O projeto também destaca que não cruzará terras indígenas, quilombolas ou ribeirinhas, embora as comunidades indígenas Praia do Mangue e Praia do Índio, localizadas a menos de dez quilômetros do Rio Tapajós (PA), devam participar de audiências públicas e receber compensações.

O investimento total para compensações socioambientais é de quase R$ 800 milhões, com um repasse anual adicional de R$ 15 milhões durante os 67 anos de contrato, para apoiar políticas ambientais decorrentes do projeto.

O governo afirma que os ajustes foram elaborados com base em discussões com representantes das comunidades indígenas e ambientalistas, dentro de um grupo de trabalho (GT) criado para retomar o caso no STF. Contudo, em julho, algumas entidades abandonaram o GT, alegando falta de transparência e a ausência de representantes da Casa Civil nas reuniões.

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Sobre a acomodação da ferrovia ao longo da BR-163, críticos alertam que a proposta precisa ser submetida a uma análise criteriosa, considerando que a lei contestada no STF se refere à mudança no perímetro do Jamanxim em relação às faixas de domínio da rodovia e da ferrovia. Além disso, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) ainda precisarão avaliar a viabilidade dessa proposta.

Fonte: CenárioMT

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Reforma tributária aumenta obrigações de produtores e pode elevar custo dos alimentos

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Foto: Imagem Ilustrativa

 

A segunda etapa da regulamentação da reforma tributária será votada nesta quarta-feira (24), a partir das 16h, no Plenário do Senado. O Projeto de Lei Complementar (PLP 108/2024) deve alterar a forma como produtores rurais declaram impostos, trazendo mais obrigações fiscais e exigindo revisão de contratos e atualização do patrimônio declarado.

Segundo o advogado tributarista Fernando Melo de Carvalho, os produtores que não se adequarem às novas regras podem enfrentar aumento da carga tributária, com custos que podem ser repassados ao preço dos alimentos.

Arrendamentos passam a ter tributação adicional

Atualmente, os contratos de arrendamento rural estão sujeitos apenas ao Imposto de Renda. Com a reforma, a mesma receita poderá ser tributada também pela Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituem PIS, Cofins, ICMS e ISS. Esses tributos compõem o chamado “IVA dual”, que incide sobre operações de bens e serviços.

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“O arrendamento, que hoje paga apenas Imposto de Renda, também vai recolher CBS e IBS em alguns casos. Isso significa que o produtor terá mais declarações fiscais para preencher e entregar”, explica Carvalho.

Mais burocracia e “custo de conformidade”

Além de mais impostos a declarar, o produtor precisará formalizar contratos, organizar notas fiscais e documentos de forma mais rigorosa. Erros podem levar à perda de benefícios fiscais e a autuações, aumentando o chamado custo de conformidade, mesmo sem mudança direta na alíquota.

Contratos informais, comuns no campo, não garantem proteção jurídica frente às novas regras. Para se manter na tributação atual de 3,65%, é necessário que os contratos de arrendamento sejam formalizados com cláusulas básicas e reconhecimento de firma até 31 de dezembro de 2025. Caso contrário, o produtor será obrigado a migrar para a nova tributação.

Imóveis rurais também precisam ser atualizados

A reforma exige que imóveis rurais sejam declarados a valor de mercado. Carvalho explica:

“Se um imóvel está registrado por R$ 100 mil, mas hoje vale R$ 2 milhões, é preciso atualizar. Isso impacta a base de cálculo de tributos e pode gerar efeitos em casos de falecimento ou transferência para herdeiros”.

Medidas preventivas recomendadas

Para reduzir riscos e custos futuros, especialistas orientam os produtores a:

  • Formalizar contratos de arrendamento com cláusulas claras e reconhecimento de firma até o final do ano;
  • Atualizar o valor patrimonial declarado dos imóveis;
  • Organizar notas fiscais, recibos, declarações de imposto de renda, escrituras e demais documentos que comprovem operações rurais.

“Quem se antecipa e ajusta contratos e planejamento tributário consegue reduzir risco de autuações e manter benefícios importantes. A falta de adequação pode sair mais cara e refletir no preço final dos alimentos”, alerta Carvalho.

Fonte: Portal do Agronegócio

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Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Minas Gerais, maior produtor de café do Brasil, enfrenta desafios com conectividade no campo

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Foto: Ari Dias

Embora seja líder na produção e exportação de café, Minas Gerais ainda enfrenta limitações no acesso à internet nas lavouras, um fator que impacta produtividade e competitividade do setor. Estudo da ConectarAGRO revela disparidades significativas entre regiões e municípios produtores.

Café é destaque nas exportações, mas conectividade ainda é limitada

No primeiro semestre de 2025, Minas Gerais exportou quase US$ 10 bilhões em produtos do agronegócio, um crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado. Do total, o café representou mais de US$ 5,5 bilhões, ou 56% da receita do setor, confirmando a força da cafeicultura estadual.

Apesar desse desempenho, o estudo da ConectarAGRO aponta que apenas 67,8% da área cafeeira mineira, cerca de 600,9 mil hectares dos 886,7 mil cultivados, está conectada a redes móveis 4G ou 5G. O índice está próximo da média nacional (69%), mas atrás de outros estados produtores: Paraná (81,8%), Espírito Santo (79,5%) e São Paulo (76,3%).

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Disparidades regionais impactam produtividade

A pesquisa destaca desigualdades significativas dentro do estado. Em Patrocínio, no Cerrado Mineiro, com 44,5 mil hectares plantados, apenas 57,9% da área possui conectividade. Monte Carmelo apresenta cobertura superior a 81%, enquanto Serra do Salitre mostra apenas 23% das lavouras conectadas.

Paola Campiello, presidente da ConectarAGRO, explica: “A topografia montanhosa, a dispersão territorial e a predominância de pequenas propriedades dificultam a expansão da infraestrutura. Parcerias público-privadas e programas de incentivo serão fundamentais para acelerar a inclusão digital no campo.”

Conectividade em regiões de indicações geográficas

O estudo também avaliou áreas com denominações de origem, que conferem identidade ao café mineiro no mercado internacional. O Caparaó aparece como a região mais conectada (93,5%), seguida pelas Matas de Minas (86,5%), Campo das Vertentes (72,2%) e Mantiqueira de Minas (70,4%). Já o Cerrado Mineiro apresenta 54,2%, e a Serra da Canastra, apenas 35,7%.

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Internet no campo é condição para competitividade

Segundo Campiello, a conectividade deixou de ser um diferencial e passou a ser um requisito básico para a competitividade da cafeicultura. “A internet no campo viabiliza irrigação inteligente, sensores climáticos, rastreabilidade e certificações cada vez mais exigidas internacionalmente. Com maior conectividade, Minas poderá unir tradição, qualidade e inovação para manter sua liderança mundial na produção de café”, conclui.

Fonte: Portal do Agronegócio

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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Mauro manda reforçar fiscalização contra bebidas adulteradas em Mato Grosso após mortes em SP

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foto: Só Notícias/Kelvin Ramirez/arquivo

 

O governador Mauro Mendes determinou, hoje, que as forças de Segurança intensifiquem a fiscalização em todo o Estado para combater a falsificação e adulteração de bebidas alcoólicas. A ordem foi dada como resposta preventiva aos casos registrados recentemente em outras regiões do país, especialmente em São Paulo, que registrou mortes por bebidas adulteradas com o uso da substância metanol.

“Emitimos um alerta para todas as forças de segurança. Esse é um crime grave, que coloca vidas em risco. Aqui em Mato Grosso, a resposta está sendo rápida e firme”, afirmou o governador.

Mauro registrou que ainda nesta semana a Polícia Civil e a Polícia Militar desarticularam um galpão clandestino em Nova Mutum, onde funcionava um esquema de falsificação de bebidas. No local, foram apreendidas garrafas adulteradas, tampas, rótulos e apetrechos usados para enganar o consumidor, além da prisão em flagrante de três envolvidos. A Politec realizou perícia no material apreendido e colabora com a apuração.

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De acordo com o governador, a população também pode ajudar a combater esse crime por meio do disque-denúncia 181, com a garantia do sigilo absoluto. “Se você souber de algo parecido, denuncie. Ligue 181. É anônimo, não precisa se identificar, finalizou.

Redação Só Notícias

Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]

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