Agronegócio
Presidente do IBPecan pede que bancos auxiliem na recuperação do setor após enchentes no Estado

Live com representantes financeiros discutiu prorrogação e recursos emergenciais aos produtores – Foto: Divulgação
A quarta live do programa Segredos da Pecan, iniciativa do Instituto Brasileiro de Pecanicultura (IBPecan), abordou nesta terça-feira, 11 de junho, o tema “Linhas de Crédito para a Pecanicultura”. O programa foi transmitido pelo canal da entidade, no YouTube. A iniciativa do Segredos da Pecan é levar aos sócios e interessados informações relevantes para a cadeia da pecanicultura.
Participaram da live o gerente Regional de Negócios BRDE Norte RS, Alexandre Barros, a gerente de Agronegócios do Banrisul, Graciela Moura Hitz, o gerente Executivo da Unidade de Agronegócios Banrisul, Anderson Martins, e a gerente de Mercado do Banco do Brasil , Patrícia Comerlato. O mediador foi o advogado e produtor Marcelo Bento Monticelli.
Na abertura da live, o presidente do IBPecan, Eduardo Basso, referiu o momento delicado e importante para o setor e o motivo de estarem reunidos. “Estamos buscando soluções para os danos causados pela tragédia climática que atingiu todo o setor da pecanicultura no Rio Grande do Sul”, enfatizou. Basso afirmou que o clima dá sinais claros de que não suporta os exageros impostos pela população mundial. “Temos que trocar um pouco a teoria do livre mercado pela prática da sustentabilidade”, convocou.
O presidente do IBPecan lembrou que a natureza tem o seu ciclo e que “nós como brasileiros temos a obrigação de alimentar a população de todo o mundo”. “Há duas semanas e meia vivíamos um momento dramático. Pedimos aos nossos técnicos e associados que informassem exatamente o tamanho dos danos. O IBPecan procurou construir uma avaliação dos prejuízos”, recordou.
Segundo Basso, construir um hectare de Pecan custa mais de R$ 85 mil, sendo que, com irrigação, a conta pula para até R$ 130 mil, e o pomar leva oito anos até se tornar produtivo. “Em 7 mil hectares no Rio Grande do Sul nós imaginamos um investimento perto de R$ 900 milhões que já foi feito em pecan. Estimamos que de 10% a 15% da parte estrutural foi danificada ou algo em torno de R$ 112 milhões. E, segundo a Emater, em torno de 540 produtores de pecan foram atingidos. Em capital de trabalho, o prejuízo também foi significativo, em torno de R$ 65 milhões, porque 80% da área foi atingida”, contabilizou. No ano passado, Basso recordou que foram colhidas 7 mil toneladas de pecan. A estimativa para este ano era em torno de 4 mil toneladas. Porém com seca, excesso de chuva e a enchente, a expectativa agora é colher duas mil toneladas.
Outra preocupação referida por Basso foi a ociosidade da indústria, estimada em R$ 34 milhões. “Significa que a indústria precisará de financiamento para pagar suas contas e buscar fornecedores de fora do Brasil. E todo esse investimento precisará ter uma orientação bem clara com recursos da Embrapa, Emater e das universidades para que possamos trazer tecnologia de ponta para a reconstrução. Neste sentido, a estimativa é de R$ 260 milhões para recuperação da pecanicultura do estado”, enfatizou, pedindo que os representantes dos bancos reunidos na live levem os cálculos às suas respectivas diretorias.
O mediador Marcelo Bento Monticelli iniciou a live perguntando diretamente aos convidados se haverá mais recursos, mais prazos, maior carência e juros menores nos financiamentos. O Gerente Regional de Negócios BRDE Norte RS, Alexandre Barros, afirmou que, sim, que podem contar com o BRDE neste sentido. No entanto, Barros ressaltou que os produtores precisarão se enquadrar nas situações previstas. “O BRDE atua basicamente em três frentes: prorrogações, recursos emergenciais e normais para investimentos. O BRDE analisará caso a caso, para buscar uma solução adequada”, orientou. Barros aconselhou que os pequenos e médios produtores acessem suas cooperativas ou instituições de crédito no sentido de agilizar as negociações.
A gerente de Mercado do Banco do Brasil, Patrícia Comerlato, também colocou a instituição à disposição dos produtores. Patrícia ressaltou que o banco vem trabalhando em todo o estado na prorrogação das operações de custeio e crédito para 15 de agosto. “O Banco do Brasil já prorrogou mais de R$ 2,5 bilhões na época da estiagem no Rio Grande do Sul, no ano passado”, lembrou. De acordo com Patrícia, só para empresas já foram liberados R$ 600 milhões no estado.
Na mesma linha, a gerente de Agronegócios do Banrisul, Graciela Moura Hitz, revelou que já foram prorrogadas até 15 de agosto operações de custeio e investimentos. “É fundamental que o produtor rural, ao procurar o Banrisul, detalhe tudo o que precisa, ou para um novo investimento ou para a solução de um problema mais pontual relativo à produção a fim de que possamos encaminhá-lo para a linha adequada”, orientou. Graciele lembrou que, se o produtor tiver dificuldade de comercialização, ele também poderá solicitar prorrogação da sua linha de financiamento.
O gerente Executivo da Unidade de Agronegócios do Banrisul, Anderson Martins, reconheceu que nesses momentos de catástrofes fica complexo para um produtor saber o que realmente ele tem à disposição em termos de financiamento ou prorrogação de prazos de pagamento. “É importante contabilizar com exatidão as perdas para saber o quanto será necessário para reconstruir o seu negócio”, observou.
Segundo Martins, momentos como esse da live são fundamentais para esclarecer o que já está efetivamente à disposição para reconstrução. “Se por um lado, num momento de catástrofe, esse produtor representa maior risco para crédito porque perdeu tudo, por outro é preciso lembrar que as instituições criaram linhas de crédito especiais justamente para atender quem teve as garantias reduzidas”, ponderou. Portanto, Martins acrescentou que a questão das garantias deverá ser definida sobre bases razoáveis a partir de um diálogo de cada produtor com o seu banco ou cooperativa de crédito.
Por fim, o pecanicultor e sócio do IBPecan, Lailor Garcia, se disse aliviado com o que ouviu na live ao ver, segundo ele, boa vontade por parte das instituições. “Não queremos nada de graça, mas o entendimento e a parceria das instituições nesse momento de dificuldades”, enfatizou. Lailor apostou que o setor passará por essa adversidade com superação. “Pecanicultura é uma cultura do futuro e precisa de ajuda. E nossas árvores que estão produzindo hoje estarão produzindo daqui a muitos anos”, projetou.
Texto: Artur Chagas/AgroEffective
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Ajustes técnicos marcam abertura do mercado de grãos

A soja também apresenta leve recuo nos contratos futuros em Chicago – Foto: Ivan Bueno/APPA
O mercado de grãos iniciou a semana com ajustes pontuais nos preços, refletindo movimentos técnicos e um ambiente de cautela nos principais centros de negociação. As informações são da TF Agroeconômica, que acompanha a abertura dos mercados nesta segunda-feira e aponta correções leves após os ganhos registrados na semana anterior.
No trigo, os contratos na Bolsa de Chicago operam em queda moderada, movimento associado ao realinhamento das posições dos fundos nos últimos dias. No mercado físico brasileiro, os preços permaneceram estáveis no dia 26 de dezembro, mas acumulam alta no comparativo mensal tanto no Paraná quanto no Rio Grande do Sul. No cenário internacional, as atenções seguem concentradas nas negociações envolvendo o conflito entre Rússia e Ucrânia, especialmente após recentes encontros diplomáticos. O mercado avalia eventuais impactos de um possível acordo, ainda sem alterações fundamentais, limitando-se a ajustes potenciais em custos logísticos e de seguros.
A soja também apresenta leve recuo nos contratos futuros em Chicago, após uma semana marcada por melhora do ambiente macroeconômico global, que sustentou os mercados agrícolas. Esse contexto favoreceu um aumento parcial da exposição dos fundos ao setor, típico do período de fim de ano. No mercado interno, os preços mostraram variações discretas no Paraná, com estabilidade no interior e leve ajuste no porto de Paranaguá. Na América do Sul, o clima segue misto, com maior umidade no Brasil e condições mais secas na Argentina, enquanto o mercado já começa a direcionar o foco para eventos relevantes de janeiro, como o balanceamento de índices e o relatório do USDA.
No milho, os preços iniciaram a semana com realização de lucros após altas expressivas. A dinâmica segue dependente do ritmo das exportações dos Estados Unidos e das incertezas geopolíticas no Mar Negro. No Brasil, a demanda consistente das indústrias de etanol, amido e proteínas animais continua oferecendo suporte no médio e longo prazo. O cenário é complementado por um dólar levemente mais alto, petróleo em alta, favorecendo soja e milho, e um índice do dólar em leve queda, fator positivo para o trigo.
AGROLINK – Leonardo Gottems
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Cotações Agropecuárias: Mesmo em ano de gripe aviária, produção e exportação de ovos atingem recordes

Foto: Freepik
Em 2025, o mercado de ovos manteve trajetória positiva, com produção e embarques recordes, apesar do caso de gripe aviária em granja comercial, em maio.
Pesquisas do Cepea mostram que as cotações atingiram recordes reais no início do ano; mas, com o aumento da oferta interna ao longo de 2025, passaram a recuar.
Ainda assim, o bom ritmo dos embarques ajudou a limitar a baixa interna. Os preços da proteína iniciaram 2025 abaixo dos praticados em dezembro/24, refletindo a demanda ainda retraída, típica do começo do ano.
Em fevereiro, porém, o aumento gradual da procura com o retorno das aulas escolares e a oferta mais limitada elevaram os valores, que atingiram os maiores patamares da série histórica do Cepea. As altas persistiram até março, período em que tradicionalmente a demanda pela proteína é impulsionada pela Quaresma.
No entanto, passaram a cair a partir de abril em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea, com exceção de agosto. A produção nacional de ovos para consumo somou 3,04 bilhões de dúzias (de janeiro a setembro/25), volume 6,9% superior ao do mesmo período de 2024 e um recode, de acordo com o IBGE.
No mercado externo, a evolução dos casos de gripe aviária reduziu a oferta de ovos em diversos países. Nos EUA, um surto significativo levou o país a intensificar as compras da proteína brasileira, cujo volume, entre janeiro e novembro, superou em 825% o total importado no ano anterior.
Segundo a Secex, nos 11 primeiros meses de 2025, os embarques de ovos in natura e processados somaram 38,64 mil toneladas, 109% acima do volume de todo o ano de 2024 e um recorde.
Por outro lado, novos mercados foram abertos, como o México. Além disso, a rápida resolução do caso isolado de IAAP permitiu ao Brasil a retomada do seu status sanitário internacional e evidenciou o potencial do País para seguir atendendo as crescentes demandas interna e externa.
Com Cepea
Fernanda Toigo
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
Agronegócio
Consumo de carnes impulsiona demanda mexicana por grãos

O México é hoje o principal mercado das exportações agrícolas dos Estados Unidos – Foto: Pixabay
A Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Sape) encerra 2025 com a execução de mais de R$ 503,5 milhões em ações, programas e convênios voltados ao fortalecimento do setor agropecuário catarinense. Os dados, atualizados até 12 de dezembro, indicam a formalização de mais de 87,2 mil contratos para apoio aos produtores rurais em todo o estado.
O desempenho da produção agrícola marcou o ano. Santa Catarina registrou safra recorde de grãos em 2024/25, com crescimento de 20,7% em relação ao ciclo anterior, segundo o Observatório do Agro Catarinense. As exportações de carnes também alcançaram resultados inéditos. Entre janeiro e novembro, o estado exportou 1,83 milhão de toneladas, com receita de US$ 4,07 bilhões, o melhor desempenho da série histórica iniciada em 1997.
Entre os projetos estruturantes, avançou o SC Rural 2, em fase final de tramitação, com investimento previsto de US$ 150 milhões, sendo US$ 120 milhões financiados pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento e US$ 30 milhões de contrapartida estadual. A iniciativa busca ampliar renda, competitividade e resiliência frente a eventos climáticos extremos. Outro destaque foi a aprovação do Programa Coopera Agro SC, que prevê até R$ 1 bilhão em linhas de crédito para cooperativas, agroindústrias e produtores integrados.
Na defesa agropecuária, a Sape publicou a Portaria nº 50/2025, que estabelece diretrizes de biosseguridade para a suinocultura tecnificada, e lançou o Programa de Apoio às Medidas de Biosseguridade, com financiamentos de até R$ 70 mil por produtor. Também foi publicada a Portaria nº 63/2025, que define condições para a autorização excepcional do plantio de soja no estado.
O setor florestal foi contemplado com o lançamento do Inventário e Mapeamento de Florestas Plantadas, desenvolvido em parceria com a Udesc, que identificou mais de 950 mil hectares de Pinus e Eucalyptus. Já na sanidade animal, a Sape e a Cidasc intensificaram ações preventivas após o foco de Influenza Aviária no Rio Grande do Sul, mantendo Santa Catarina sem registros da doença na produção comercial.
A fruticultura também recebeu apoio emergencial. Em São Joaquim, produtores de maçã afetados por granizo foram atendidos por programas que autorizam financiamentos de até R$ 100 mil, sem juros, para reposição de mudas e reconstrução de estruturas. O Sistema Antigranizo foi ampliado e está presente em 13 municípios.
Na área de conectividade, seguem em tramitação projetos como o Sinal Bom, que prevê a instalação de 688 novas estações de rádio base 4G ou superior, e o Endereço Certo Rural SC, voltado ao georreferenciamento de matrículas e estradas rurais.
Ao longo de 2025, o Fundo de Desenvolvimento Rural aplicou R$ 256,8 milhões em programas que beneficiaram mais de 23 mil produtores. O programa Terra Boa recebeu R$ 114 milhões, atendendo mais de 63 mil agricultores. O Fundesa destinou R$ 17,5 milhões em indenizações por abate sanitário, enquanto os programas de crédito fundiário aplicaram mais de R$ 16 milhões. Convênios estaduais somaram R$ 84,8 milhões, além da entrega de 320 equipamentos agrícolas a 120 municípios.
AGROLINK – Seane Lennon
Colaborou: Astrogildo Nunes – [email protected]
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