Mesmo reconhecendo, há tempos, que em janeiro, passadas as Festas, os preços do frango (e de uma série de outros alimentos) retrocedem em relação ao mês anterior, neste ano o setor produtivo surpreendeu-se com o fraquíssimo desempenho registrado na abertura do exercício. Porque, sobretudo, não se conseguiu alcançar sequer o custo de produção.
Teoricamente, o frango vivo foi comercializado no mês por R$4,92/kg, valor quase 2% menor que o de dezembro e perto de 15% superior ao de janeiro de 2021. Mas apenas teoricamente, porque esse valor, correspondente à média das cotações habitualmente divulgadas, permaneceu sujeito a descontos, variáveis conforme necessidades e interesses de vendedor e comprador.
Em outras palavras, conforme o nível dos descontos, o valor real recebido pode ter apresentado variação anual negativa, ou seja, insuficiente para cobrir os 10,06% da inflação oficial. Essa, porém, é a menor parte do problema. Concentrado, de um lado, no custo; de outro, na cada vez menor capacidade aquisitiva do consumidor.
Embora seja preciso aguardar fevereiro para ter melhor ideia do custo de produção de janeiro, já se sabe que ele foi superior ao de dezembro passado, quando ficou em R$5,21/kg pelo levantamento da Embrapa Suínos e Aves. E foi maior porque as duas matérias-primas básicas do frango continuaram em ascensão – o milho, aumentando cerca de 9% em relação a dezembro; e o farelo de soja, mais de 13%.
Em outras palavras, ainda que o custo de janeiro tenha sofrido acréscimo de apenas 1,5%, já terá ficado acima dos R$5,27/kg, valor recorde (histórico) registrado no ano passado nos meses de maio e agosto – o que faz exacerbar ainda mais o prejuízo que o produtor já vinha enfrentando.
Senão totalmente, tal situação poderia ser minimizada através dos preços de venda. Mas a fraca capacidade aquisitiva do consumidor impede qualquer movimento nesse sentido. Aliás, o comportamento do mercado escancara a constatação de que, além de uma elevada e persistente taxa de desemprego, ocorre significativa redução no rendimento médio dos brasileiros (menor nível dos últimos 10 anos).
Sob tal panorama, parece restar ao setor a menos desejável das medidas para atenuar a atual situação (que não é ruim e, sim, desesperadora): reduzir a produção. Procedimento nesse sentido já começou – como comentou ontem o AviSite – com a distribuição gratuita de frangos vivos. É o primeiro passo para evitar o aumento dos prejuízos. O passo seguinte é alojar menos. Ou não alojar.
fonte: www.noticiasagricolas.com.br
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Desempenho do frango vivo em janeiro de 2022
Desempenho do frango vivo em janeiro de 2022
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fevereiro 01, 2022
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