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Dólar sai de mínimas ante real com China, inflação e política monetária no radar

O dólar abandonou as mínimas do dia contra o real nesta segunda-feira, apesar de melhora no apetite por risco global após a redução de restrições sanitárias na China, em início de semana marcada pela reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e por dados de inflação nos EUA e no Brasil. Às 10:59 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,06%, a 4,7806 reais na venda, e subiu 0,25% no pico do dia dia, a 4,7895 reais, depois de mais cedo chegar a cair 0,64%, para 4,7471 reais. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,04%, a 4,8150 reais. A movimentação da moeda norte-americana no mercado doméstico estava em linha com a estabilidade do índice do dólar frente a uma cesta de seis rivais fortes no exterior, que abandonou leves perdas registradas mais cedo. Algumas divisas arriscadas pares do real, como dólar australiano e peso mexicano, avançavam ligeiramente contra a moeda dos Estados Unidos no dia. O peso chileno, no entanto, reverteu ganhos iniciais e passou a cair. O rand sul-africano era destaque positivo, valorizando-se mais de 1% nesta manhã. O humor dos mercados internacionais era predominantemente positivo no dia, com a suspensão de lockdowns em cidades da China, como Xangai, aliviando, pelo menos por ora, temores sobre o desempenho da segunda maior economia do mundo. Dados desta segunda-feira mostraram que a atividade de serviços no país asiático caiu em maio pelo terceiro mês seguido, mas o ritmo de contração diminuiu, sinal possivelmente promissor, conforme as autoridades começam a reduzir algumas das restrições que afetaram as cadeias globais de abastecimento. Mas "a semana promete ser desafiadora, com a reunião do BCE (na quinta-feira) e a divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos" (na sexta), comentou Jefferson Rugik, presidente executivo da Correparti Corretora. E o IBGE divulga o IPCA de maio na quinta-feira. Investidores ficarão atentos aos encontros de política monetária tanto do BCE quanto do Federal Reserve, este na semana que vem, já que as decisões podem afetar as oscilações do dólar. No geral, sinais de uma política monetária mais dura nos EUA costumam aumentar o apelo da divisa norte-americana, já que tornam a renda fixa local --a mais segura do mundo-- mais atraente. Apostas sobre um Federal Reserve mais agressivo chegaram a impulsionar o índice do dólar para picos em duas décadas em meados do mês passado, mas a moeda já devolveu parte dos ganhos desde então, uma vez que ameaças ao crescimento global podem limitar o espaço para aperto da política monetária pelo banco central norte-americano. Em relatório desta segunda-feira, estrategistas do Citi avaliaram que "a volatilidade caiu, inclusive nos juros e câmbio dos EUA, melhorando o ambiente para 'carry'", referindo-se a estratégias que buscam lucrar com a compra de moedas de países de juros altos. "Embora ainda não esteja tudo claro, algumas (das moedas) de alto rendimento da América Latina podem ter desempenho superior" nesse ambiente, completaram. A taxa básica de juros brasileira --entre as maiores do mundo em termos nominais e a mais alta em medida real entre as principais economias, o que ajuda a explicar a desvalorização de 14% do dólar contra o real no acumulado de 2022-- está atualmente em 12,75%. O Banco Central, assim como o Fed, também se reunirá na semana que vem para nova fixação da Selic. O mais recente boletim Focus, do próprio BC, mostrou que economistas consultados esperam que os juros encerrem este ano em 13,25%, mas algumas instituições financeiras têm projeções mais elevadas, com apostas que até superam 14% para 2022. O dólar spot fechou a última sessão, na sexta-feira, em queda de 0,18%, a 4,7776 reais na venda.


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