Últimas Notícias
Destaques

ONG rebate defesa de fazendeiro acusado de matar onça no Pantanal

Com prisão preventiva decretada, segue foragido o fazendeiro Benedito Nédio Nunes Rondon, que matou uma onça-pintada a tiros na semana passada, em sua fazenda no Pantanal, em Poconé (104 km de Cuiabá). O fazendeiro negou ter sido o autor do crime e afirmou que o fato ocorreu em 2021. No entanto, o animal era monitorado pela ONG Jaguar Identification Project e era conhecido como “Queixada”. A onça-pintada foi abatida nas proximidades da sede da fazenda Capão Bonito I. Após matar o animal, Benedito gravou um vídeo abraçado com a onça morta com um tiro na cabeça. Nas imagens, ele assume o crime e se vangloria pelo feito. As imagens foram divulgadas nas redes sociais e viralizaram rapidamente. Ao tomar conhecido dos fatos, a Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e Polícia Civil de Poconé iniciaram investigações. Em seguida, mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão foram representados pela Polícia Ambiental. A Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também estão acompanhando as investigações. Benedito se manifestou por meio do seu advogado, Anderson Figueiredo. Segundo ele, Benedito não é o autor da morte do animal. Além disso, afirmou que os vídeos que circulam nas redes sociais foram editados, por terem rabiscos em preto apagando data, horário e o perfil da pessoa que compartilhou os vídeos. “Os vídeos foram gravados de um smartphones para outro e, posterior, compartilhados nas redes sociais. A filmagem ocorreu aproximadamente há um ano, conforme pode ser observado pelo adesivo localizado no vidro traseiro da camionete. Hoje, esse adesivo não existe no veículo”, afirmou o advogado. A defesa alegou ainda que as legendas inseridas nos vídeos foram feitas por terceiras pessoas que compartilharam, pois o tipo e tamanho da fonte (letras) utilizada nas expressões, “essa aí matei domingo passado lá pertinho de casa, a filadaputa já tinha comido uns 15 bezerros” e “coloca o celular no pé do ouvido ou baixa o volume, não abre perto da muie” são diferentes. “O Sr. Benedito não é caçador, nunca teve em sua residência ou na sede de sua fazenda couro, patas e outros objetos decorrentes de caça de animais silvestres, fato que já foi provado por meio dos autos circunstanciados de busca e apreensão já anexados e informados para o juízo da causa. Nada foi encontrado em relação a animais silvestre, objeto de caça", disse o advogado. Entretanto a ONG Jaguar Identification Project, confirmou, por meio de nota divulgada nas redes sociais, que a onça-pintada abatida pelo fazendeiro faz parte do projeto de monitoramento pela instituição na região da Pousada Piuval. O animal, conhecido pelos pesquisadores como 'Queixada', era um macho e fazia parte do programa desde que foi visto pela primeira vez na região, em novembro de 2021. “Fomos avisados pelos donos da fazenda Piuval na tarde de sexta-feira (1°), pedindo para verificarmos se este indivíduo é um de seus machos residentes. Estávamos com dor de estômago quando encontramos a partida. Este não é o tipo de identificação do jaguar que queremos fazer. Mas esta informação é extremamente valiosa, dando mais peso ao caso quando o condenarem à prisão”, trouxe trecho da nota. No entanto, a defesa insistiu em afirmar a inocência de Benedito, alegando que ele é de família tradicional na cidade de Poconé, trabalhador, não ostenta antecedentes criminais. Contundo, o suspeito escreveu uma carta à sociedade pedindo desculpas. VEJA “Estou envergonhado. Estou com muita vergonha de todos vocês. Decepcionado comigo próprio! De uma simples fanfarrice e “bravura” para um amigo, aconteceu o que jamais poderia ter acontecido: uma brincadeira de mau gosta, na hora errada e no lugar errado. Não fui eu quem matou a onça, e também, não perdi 15 bezerros! Isso foi há mais de um ano. Cheguei na fazenda e vi a onça esticada no chão, ensangüentada e morta. Daí começou todo o infortúnio e em um minuto de bobeira, tomado pela adrenalina, desci da camionete junto com o diarista e fiz o que está no vídeo. Lastimável e arrependido, mas repito, já estava morta! Passando a tolice coloquei o animal na camionete e deixei na baía. Não pratico e não tenho nenhum tipo de crime ambiental. Sou vizinho há mais de 40 anos da Pousada Piuval, que hoje é um dos maiores Santuários de onça-pintada, distante, aproximadamente de 1.000 metros da cerca de divisão, sabendo conviver pacificamente com esses animais. Repito, fui infeliz e já estou pagando muito caro, pois sou procurado como vivo ou morto o que é injusto e abusivo. fonte: poconet


« VOLTAR
AVANÇAR »

Nenhum comentário