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Escassez de pastagem leva produtores ao descarte de vacas em plena produtividade

Especialista alerta que a situação na pecuária pode impactar o consumidor final O cenário atual do mercado mundial de fertilizantes também afetou a pecuária brasileira. Na região Centro-Oeste os investimentos em adubação e correção de pastagens foram reduzidos em função dos altos preços dos insumos, principalmente com a alta da ureia e fosfatos. O que se espera é uma redução da taxa de lotação das fazendas por conta desses entraves. O impacto esperado dessa escassez de reserva de pasto é a diminuição do rebanho e, consequentemente, o descarte de animais que ainda estão em plena produtividade. A zootecnista Carolinne Mota, especialista da Nutroeste Nutrição Animal, diz que esse descarte de vacas geralmente acontece quando os índices de fertilidade, do preço do bezerro e de produção são considerados desfavoráveis. Mas o que tem acontecido com muitos pecuaristas é a necessidade de descartar vacas que ainda são altamente produtivas por conta da falta de comida. Carolinne explica que essas pastagens não receberam uma correção com calcário e adubação mineral com fosfato, potássio e com ureia adequadas. “Além disso, também observamos como entraves os problemas com a praga da cigarrinha e a diminuição de áreas de pastagem por conta dos arrendamentos para agricultura”, diz. Impactos sentidos no campo O pecuarista Raul Celestino, de Inhumas (GO), conta que precisou fazer o descarte de vacas devido ao cenário conturbado que a atividade tem enfrentando. “Em nossa região enfrentamos o problema da cigarrinha e a falta de insumos para uma adubação de qualidade. Além de precisar descartar os animais, ainda estamos sofrendo com a questão dos valores, já que há uma desvalorização da arroba da vaca por parte dos frigoríficos”, pontua ele. Segundo Raul, a opção será “tirar o pé do acelerador” dentro da atividade e agir com cautela para os prejuízos serem menores. “Vou vender algumas matrizes e esperar uma melhora na cadeia de insumos. Mas, sinceramente, eu vejo que o poder público precisa criar subsídios para incentivar a pecuária neste momento, senão muita gente vai precisar abandonar a atividade por falta de lucro”, acredita ele. A zootecnista Carolinne Mota explica que este descarte de fêmeas sem precedentes vai impactar também o consumidor final. “Com certeza isso influenciará na disponibilidade de animais de reposição e consequentemente na elevação do ágio do bezerro, acarretando de forma significativa um aumento no valor da carne na mesa do brasileiro”, alerta ela. Afinal, qual a solução para o pecuarista? Carolinne orienta que somente o acompanhamento dos índices zootécnicos na ponta da caneta vão poder mostrar a realidade do produtor e dar o melhor caminho. “Rebanhos que não fazem seus acompanhamentos de taxa de prenhez, taxa de natalidade, intervalos entre partos, idade ao primeiro parto, taxa e peso a desmama, não conseguem fazer uma análise mínima sobre a viabilidade econômica de cada animal que não para de comer nenhum dia dentro da propriedade”, alerta a zootecnista. As alternativas devem ser pontuadas para os tipos diferentes de engorda de vacas e novilhas de descarte, antes do início da seca. “Uma das alternativas para terminação desses animais seria o semiconfinamento, com a utilização de ração na proporção de 1,5% do peso vivo suplementadas a pasto, já que a forrageira ainda oferece condições nutricionais razoáveis nos próximos 60 dias”, diz. fonte: www.noticiasagrioclas.com.br


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