As fortes chuvas que deixaram intransitável a rodovia federal BR-163,
no Estado do Pará, têm prejudicado severamente o escoamento da safra de
soja e milho de Mato Grosso. Cerca de 5 mil caminhões carregados, que
seguiam para os portos paraenses do Arco Norte, estão parados em meio
aos atoleiros em trechos da estrada.
O Governo de Mato Grosso tem cobrado providências emergenciais e
estruturantes do Governo Federal. A rodovia já é a segunda rota mais
importante para escoar a safra agrícola mato-grossense para os portos de
Miritituba e Santarem, de onde os produtos são embarcados para mercados
internacionais, como o da China e Europa.
Por se tratar do pico da safra, as transportadoras já contabilizam
aproximadamente R$ 50 milhões em prejuízos imediatos, e estimam perdas
ainda maiores, caso a situação persista.
Cálculos da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais
(Abiove) e da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec),
divulgados em nota oficial, indicam que para cada dia em que os portos
ficam impedidos de embarcar mercadorias, o prejuízo para as empresas é
de US$ 400 mil diários, com custos de elevação e “demurrage”
(sobre-estadia).
As duas associações estimam que nesta safra serão embarcados pelos
terminais de Miritituba e Santarém cerca de 7 milhões de toneladas de
soja e milho. Estes prejuízos do setor exportador são imediatamente
repassados aos produtores mato-grossenses sob forma de frete mais caros e
preços menores pagos pela produção local de soja e milho. Ou seja, os
produtores e transportadores pararão a conta por muito tempo.
O Governo de Mato Grosso se solidariza com o Estado vizinho do Pará e
com os empresários que acumulam prejuízos devido às péssimas condições
da rodovia, em plena crise econômica nacional. De imediato, o Governo do
Estado tem cobrado a trafegabilidade da rodovia, e, posteriormente, a
pavimentação da BR-163 no Pará para melhorar o escoamento da safra.
Apesar de não finalizada, a rota da BR-163 encontra-se em pleno
funcionamento para o escoamento da safra de grãos. Caminhões com origem
nos municípios agrícolas do norte de Mato Grosso levavam em média sete
dias para chegarem aos portos do Sudeste, enquanto que para Miritituba
são apenas três dias. O potencial de escoamento total é de 35 milhões de
toneladas por esta rota.
O escoamento dos grãos de Mato Grosso pela BR-163 até o estado do
Pará reduz em aproximadamente 1 mil quilômetros a distância aos portos,
se comparada com a extensão da saída para o sudeste. Por isso, o Governo
do Estado acredita que o problema precisa ser resolvido imediatamente,
pois a situação afeta não somente os estados e empresários, mas todo o
país.
A manutenção e a pavimentação da BR-163 são de responsabilidade do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), que é
vinculado do Ministério dos Transportes. Na atualidade, o trecho da
divisa entre os estados de Mato Grosso e Pará até o porto de Miritituba é
de 668 km, sendo que só 86% da pavimentação está concluída (faltam 90
km). Já de Miritituba a Santarém, o trecho é de 335 km, e, ainda, restam
86 km para asfaltar (75% concluído).
A Abiove e a Anec destacaram também que as chuvas reduziram a
capacidade de tráfego da rodovia de 800 para 100 caminhões/dia. E desde o
dia 14 de fevereiro, já não chegam caminhões nos terminais fluviais de
Miritituba (PA).
O Estado de Mato Grosso acredita no potencial de exportação de soja e
milho por esta rota, e na economia que poderia ser obtida se a rodovia
estivesse totalmente pavimentada, ou, ao menos, em boas condições de
trafegabilidade. Em uma conta conservadora, o Estado pontua que Mato
Grosso perde mais de R$ 2 bilhões por ano devido à falta de pavimentação
da BR-163 no Estado do Pará - 41 anos após a sua implantação.
fonte folhamax
Para escoar safra, MT cobra melhoria na BR-163 no Pará
Mídia Rural
07:42
Marcadores:
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